Pavilhão brasileiro em Veneza tem méritos, mas ignora momento histórico do país.
No momento que um muro dividindo a Esplanada dos Ministérios em Brasília se tornou o símbolo de um país segregado, o tema do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza de Arquitetura em 2016 dificilmente poderia ser mais paradoxal: “Juntos”.
Como um dispositivo arquitetônico, a piscina representa um limite físico, mas também expressa uma fronteira social e pessoal. Isso é explorado através das narrativas transmitidas na Exposição, em que selecionamos oito contadores de histórias: os atletas Olímpicos Shane Gould e Ian Thorpe; os autores Anna Funder e Christos Tsiolkas; o músico Paul Kelly; a ambientalista Tim Flannery; designers de moda Anna Plunkett e Luke Sales da Romance Was Born; e a curadora de arte Hetti Perkins. Suas entrevistas revelam histórias de satisfação e realização, de segregação e inclusão, de aprender com o passado e refletir ao futuro, tudo através da lente da piscina.
Na 15ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, inaugurada na semana passada, Alejandro Aravena convida-nos a olhar para novos campos de ação. Obras que pretendem melhorar a qualidade de vida, histórias de sucesso e casos exemplares que valem a pena conhecer. Neste contexto, Samuel Gonçalves, fundador do estúdio SUMMARY, o mais jovem de todos os estúdios convidados, foi selecionado para apresentar o trabalho “infrastructure-structure-architecture”, com o objetivo de mostrar a ideia por trás do seu projeto Sistema Gomos.
The Architectural Imagination apresenta doze novos projetos especulativos de arquitetura projetados para locais específicos em Detroit, mas com vastas possibilidades de aplicações para cidades ao redor do mundo.
Como sede da indústria automobilística, das fábricas de vãos livres, da Motown, e do techno, Detroit já foi um centro de imaginação americana, não somente pelo que produzia, mas também por sua arquitetura e estilo de vida modernos, que cativaram o público em todo o mundo.
Hoje, como muitas cidades pós-industriais, vem lidando com os efeitos de uma população em declínio e uma paisagem urbana marcada pela ferrugem. No entanto, tendo emergido da falência, há uma nova excitação em Detroit em imaginar futuros possíveis à cidade, tanto no núcleo central como em seus muitos bairros.
https://www.archdaily.com.br/br/788569/the-architectural-imagination-por-dentro-do-pavilhao-dos-estados-unidos-na-bienal-de-veneza-2016Cynthia Davidson & Monica Ponce de Leon
A contracorriente, pavilhão do Chile na Bienal de Veneza 2016, mostra o trabalho de uma geração de jovens que concebe, projeta, gerencia, capta financiamento e constrói pequenas obras de arquitetura para obter seu título profissional de arquiteto. Eles têm em comum pertencerem ao território rural do Vale Central do Chile. Ao terminarem sua formação acadêmica, regressam aos lugares de origem para contribuir com a comunidade e construir arquiteturas que, em seu conjunto, desenham um conjunto de lugares que acolhem a vida e o trabalho de agricultores e suas famílias.
Essas arquiteturas têm sido levantadas com o mínimo, com restos de processos agrícolas e com os materiais que se encontram à mão, aportando valor e inserindo esse território na globalidade, por meio de um relato regional, mas não regionalista. Nesse entorno rural e em uma paisagem em mudança contínua resultante da exploração agrícola e o desenvolvimento urbano, emergem pavilhões, paradores, mirantes, restaurantes e praças, ou simplesmente locais de sombra e encontro, efêmeros ou permanentes, explícitos ou abstratos.
Com o início da Bienal de Veneza 2016, as primeiras impressões dos pavilhões nacionais começaram a ser publicadas em todos os tipos de mídias sociais. Além da mostra principal, que tem curadoria de Alejandro Aravena, a Bienal conta também com 63 exposições organizadas por diferentes países que respondem ao tema desta edição: Reporting from the Front. Compilamos, a seguir, uma série de fotografias publicadas em diferentes contas no Instagram que mostram um pouco de alguns pavilhões nacionais.
Em nossa cobertura da 15ª Bienal de Arquitetura de Veneza, tivemos a oportunidade de acompanhar de perto as exposições que fazem parte da mostra internacional Reporting from the Front e também os 63 pavilhões nacionais que expõem exemplos de projetos e iniciativas que estão "na linha de frente" da arquitetura e que lidam com questões que ultrapassam o desenho e envolvem fatores sociais, geográficos, econômicos e políticos.
O Brasil contribui com essa discussão com a exposição "Juntos", que tem curadoria de Washington Fajardo e reúne quinze projetos de diferentes regiões do país. Os trabalhos selecionados variam em tipo, escala e abordagem, incluindo desde um conjunto residencial até escolas, intervenções urbanas e uma revista. Assista à entrevista no vídeo acima e saiba mais sobre a posição do Pavilhão do Brasil em relação ao tema que norteia a Bienal deste ano.
Como parte da cobertura do ArchDaily Brasil na Bienal de Veneza 2016, estamos apresentando uma série de artigos escritos pelos curadores das exposições e instalações abertas à visitação.
Você é parte da sombra de outrem. —Sverre Fehn em conversa com Per Olaf Fjeld
O ímpeto desta exposição é reconhecer a presença dos “fantasmas” da arquitetura nórdica – aqueles arquitetos, teóricos e educadores – os mais famosos que são frequentemente descritos como “Mestres Modernos” – que continuam a exercer influência na prática e pedagogia contemporâneas. Com efeito, uma dessas figuras mais proeminentes, o norueguês Sverre Fehn, projetou o Pavilhão Nórdico. Esta exposição aborda um desafio comum enfrentando pelos finlandeses, noruegueses e suecos hoje: como um edifício (para uma exposição, neste caso) existe em diálogo com seu entorno quando este entorno é tão carregado? Para nós, isto se liga a uma questão mais ampla: como a arquitetura pode ocupar um legado ao passo que ainda realiza o progresso.
Os tijolos são o elemento icônico do estúdio de Solano Benítez. Um material ancestral, forjado pelo homem através de uma técnica milenar de modelagem e cozimento. Os tijolos são versáteis, baratos e fáceis de fabricar, permitindo que também em zonas marginalizadas do mundo as pessoas possam se dar ao luxo de construir suas moradias com este material. Benítez sente a poesia do tijolo e vem experimentando com sua versatilidade, ao limite de confiar unicamente neles como material primeiro de construção. [1]
A mostra, desenvolvida por Solano Benítez, Gloria Cabral e Solanito Benítez, não apenas impressionou por sua genialidade construtiva, mas também recebeu o Leão de Ouro de Melhor Participação na Exposição Internacional Reporting from the Front.
Como parte da cobertura do ArchDaily Brasil na Bienal de Veneza deste ano, compartilhamos a seguir informações sobre o Pavilhão do Brasil, que reúne quinze projetos e iniciativas de diferentes regiões do país e que tem curadoria de Washington Fajardo.
A Casa da Flor é uma arquitetura onírica erguida a partir do sonho de Gabriel Joaquim dos Santos (1892-1985). Filho de um escravo negro com uma índia, este trabalhador das salinas próximas a São Pedro da Aldeia (140 km do Rio de Janeiro) construiu sua casa a partir da coleta de restos e resíduos, os quais ganharam um novo sentido de uso nas paredes da pequena edificação unifamiliar.
O mesmo princípio moveu a arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992) na Casa Valéria Cirell, em São Paulo. Primeira expressiva realização da arquiteta manifestando o que defendia ser o nacional-popular, em oposição ao modernismo hegemônico dos circuitos de debate e da produção arquitetônica na época. Bo Bardi vai se interessar pelo homem simples e popular, identificando signos da cultura negra e sentidos lentamente burilados por fricção e amálgama, por desejo de converter-se em outra coisa: no brasileiro.
"Our Amazon Frontline" é o conceito central apresentado pelo Pavilhão do Peru na Bienal de Veneza. Inaugurado na sexta-feira, 27 de maio, o espaço está centrado na Amazônia: uma fronteira histórica onde constantemente se travam importantes batalhas.
Acompanhando os visitantes com os Amazogramas do fotógrafo Roberto Huarcaya, a exibição relata uma ação sem precedentes: combater a pobreza e preservar a floresta amazônica através da educação. O pavilhão foi premiado com uma Menção Especial na categoria das Participações Nacionais.
A comissão organizadora do Pavilhão da China na Bienal de Veneza 2016 (a Agência Internacional de Exposições China) revelou que a exposição será intitulada De Volta ao Fronte Ignorado, abordando temas em torno de "coisas e desenhos que incorporam tradições do passado e são duradouras." Baseado na premissa de que a arquitetura chinesa tem sido pioneira na modernização da nação das últimas três décadas, a exposição, que estará no Arsenale, pretende abordar como esses "desenvolvimentos geralmente se concentram apenas na nova fronteira 'futurista'." Edifícios 'espetaculares' e cidades são, em suas palavras, "erguidos uns após outros, e raramente tem um olhar para as coisas que passaram - antigas tradições e vida cotidiana."
No primeiro dia da XV Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, ArchDaily tem o prazer de apresentar as instalações que foram escolhidas por Alejandro Aravena e seu escritório Elemental. Separada, mas em diálogo com os pavilhões nacionais, "Reporting from the front" festeja as obras que "abordam um problema que importa e para o qual a arquitetura de qualidade faz diferença". Numa exposição cujo objetivo é compartilhar "as histórias de êxito" onde a arquitetura faz diferença, Aravena convocou escritórios de todo o mundo para mostrar "nos termos mais simples possíveis" aqueles projetos que demonstram habilidades para a inovação, resolução e a capacidade de resolver problemas.
A exposição "Reporting from the Front" é dividida em dois espaços: o Pavilhão Central no Giardini e os Cordames no Arsenale. Neste último, Aravena desdobra sua criatividade na antesala através de uma montagem que reutilizou 100 toneladas de material descartado pela Bienal de Arte passada e que é suporte de todo o processo que junto a sua equipe do Elemental teve que enfrentar para desenvolver esta mostra. Assim, a re-disposição de 10000 m² de gesso acartonado e 14 km de estruturas metálicas, conformam um espaço introdutório solene, que apresenta notas, e-mails e croquis da etapa de seleção de arquitetos e suas obras, além de vídeos da equipe do Elemental discutindo o projeto da mostra e mensagens em WhatsApp do momento que se iteraram de que seriam os encarregados da direção da Bienal de Arquitetura de Veneza 2016.
https://www.archdaily.com.br/br/788463/aravena-convida-a-visitar-reporting-from-the-front-reutilizando-100-toneladas-de-material-descartado-pela-bienal-de-arte-passadaArchDaily Team
Do escritório WOHA, com base em Singapura, "Fragmentos de um Futuro Urbano" estará em exibição na Bienal de Veneza 2016, abordando algumas das questões críticas que as megacidades enfrentam atualmente – "urbanização sem precedentes, acelerando mudanças climáticas e a necessidade de preservação da biodiversidade tropical". Sendo parte da exposição colateral “TIME SPACE EXISTENCE,”, da Global Art Affairs Foundation, a contribuição de WOHA estará sediada no Palazzo Bembo.
A Espanha é um dos países onde o impacto da crise econômica mais afetou a profissão da arquitetura. Existem poucos lugares no mundo onde em um período de tempo tão curto foram erguidos tantos edifícios. A ausência de reflexões sobre a necessidade ou vigência destas obras fez com que muitas fossem abandonadas devido à inviabilidade econômica de sua conclusão ou manutenção. Sua materialização no território espanhol gerou uma coleção de edifícios inacabados, onde a consideração do fator tempo foi subtraída da fórmula da arquitetura.
Pela terceira vez nas últimas quatro edições, o atelier dos irmãos Aires Mateus vai estar presente na Bienal de Arquitetura de Veneza. A convite do comissário geral do evento, Alejandro Aravena, os autores da sede da EDP em Lisboa vão apresentar a instalação Fenda, com a qual respondem à pergunta-desafio do curador chileno: “Qual é a vossa batalha?”
Alejandro Aravena e o júri da 15ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza acabam de anunciar as participações vencedoras desta edição do evento.
O Leão de Ouro para Melhor Participação Nacional foi para a Espanha, coma exposição UNFINISHED. O júri citou a "concisa seleção de arquitetos emergentes, cujo trabalho mostra como a criatividade e o compromisso podem transcender as limitações materiais", feita pelos curadores Carlos Quintáns e Iñaqui Carnicero.
Para o Pavilhão dos EUA na Bienal de Veneza deste ano, as curadoras Cynthia Davidson e Monica Ponce de Leon selecionaram doze equipes para especular sobre possíveis projetos de arquitetura em quatro terrenos de Detroit, em uma exposição intitulada The Architectural Imagination. Após visitar Detroit ano passado para conhecer os locais de intervenção, ir a encontros comunitários e discussões com professores e alunos do Taubman College of Architecture and Urban Planning da Universidade de Michigan. as equipes divulgaram agora as primeiras imagens de seus projetos.