O colapso de 2007 do sistema financeiro ocidental, desencadeada pelo colapso das hipotecas subprime nos Estados Unidos e o resultante estouro da bolha imobiliária teve uma profunda influência na paisagem urbana portuguesa. A crise atual, inextricavelmente alimentada pelo aumento especulativo no valor da propriedade, leis brandas de planejamento e o fácil acesso ao crédito de empréstimo para habitação prepara o palco para uma reflexão propositiva em relação ao conceito do Coletivo. A dimensão visível da ruptura financeira, demonstrada pelas inúmeras construções inacabadas e desenvolvimentos imobiliários que simbolizam as feridas abertas na urbanidade, será objeto sob escrutínio. Eles são uma parte de um problema maior e mais invisível, a enorme quantidade de edifícios vagos e propriedades não utilizadas de propriedade de bancos e fundos imobiliários.
“ Queremos o mesmo tipo de liberdade que tem o homem da cidade; salva-nos da fuligem da velha lareira, sinal da nossa condição primitiva: as nossas faces grelhadas pelo fogo, as costas geladas pela humidade da casa; queremos radiadores e mataremos quem nos vier com aquela conversa do amor ao campo pitoresco e com tagarelices poéticas acerca “das nossas vetustas lareiras e tardes pacatas em frente ao fogo”, sem saber nada sobre isso! Queremos casas sobre pilotis. Sim! Porque já estivemos demasiado tempo com os pés metidos em esterco e lama, demasiado tempo em chão de terra batida que nos aleijou com reumático. Dá-nos janelas, janelas largas, para termos sol na nossa casa. Leva o esterco da frente da nossa mesa. Dá-nos os meios para sermos limpos e saudáveis como as pessoas da cidade…”
O arquiteto africano Diébédo Francis Kéré, vencedor de diversos prêmios internacionais, é conhecido por sua abordagem multicultural da arquitetura. Embora seu escritório, Kéré Architecture, esteja instalado em Berlim, muitos de seus projetos são desenvolvidos em seu país natal, Burkina Faso, na África Ocidental, onde é conhecido por incorporar materiais vernaculares e mão de obra local em seus projetos.
Na comunidade académica, a discussão sobre o que é uma construção informal não está encerrada, ao invés, o entendimento mais corrente identifica-a com os bairros de barracas ou favelas. Se no primeiro caso não nos compete resolver a equação, até porque nos parece que a própria definição não deverá ser estática, intemporal ou universal, devemos declinar qualquer tentativa de esgotar o conceito de informal nos bairros de barracas e de construção precária.
O pavilhão português participa na 14a edição da Bienal de Veneza, utilizando um jornal "Homeland, News from Portugal" com noticias variadas dos últimos 100 anos sobre atualidades arquitetônicas, sociais e econômicas de Portugal.
Esta semana dá-se o mais aguardado evento do mundo da arquitetura: a abertura da Bienal de Veneza. Milhares de participantes, jornalistas e convidados afluem à mítica cidade italiana para tomar o pulso às representações nacionais, às novidades, ao estado da arte da disciplina. Na 14ª edição, a direção artística de Rem Koolhaas suscita acrescidas expectativas: o arquiteto da Casa da Música é, afinal, o último agent provocateur de um estrelato arquitetónico cada vez mais previsível.
A Bienal de Veneza deste ano, sob direção de Rem Koolhaas, é a mais comentada e esperada de todos os tempos. Compilamos abaixo cinco pontos que Oliver Wainwright discorreu sobre a tão aguardada Bienal no jornal The Guardian de ontem.
1. Koolhaas já havia sido convidado para dirigir a Bienal de Veneza, mas só aceitou agora. "Eu fui convidado para dirigi-la muitas vezes, mas exigi duas condições: que eu tivesse uma ano e meio para organizá-la, e que pudesse cortar todas as conexões com a arquitetura contemporânea - o que não é particularmente saudável."
Em uma apresentação na Itália nesta manhã, Rem Koolhaas anunciou que o tema para a Bienal de Veneza de 2014 será "Fundamentos" ("Fundamentals"). De acordo com o tweet da revista Domus sobre o evento,Koolhaas deseja que esta Bienal, a qual é de sua curadoria, faça uso da pesquisa histórica para explorar como a Modernidade e a globalização têm formado, desde 1914, a arquitetura que fazemos hoje. Esta Bienal terá foco no desaparecimento das identidades arquitetônicas nacionais e na formação, por mais de 200 anos, de uma arquitetura global que produz, segundo Koolhaas, "a mesma coisa, com os mesmos materiais, nos mesmo estilos. Como isto aconteceu?"
Leia mais sobre a Bienal de Veneza 2014 de Koolhaas após o intervalo...
Aparentemente, os rumores eram verdadeiros. O conselho da Bienal de Veneza acaba de confirmar que Rem Koolhaas será o próximo diretor da Bienal de Veneza em 2014.