De Wuhan a Nova Iorque, o epicentro do coronavírus está se deslocando para o ocidente e deixando um número impressionante de vítimas fatais. Lemos sobre relatórios alarmantes, notícias contraditórias e lembramos todos os dias que vivemos em tempos sem precedentes e difíceis. Uma boa notícia, no entanto: as emissões nas cidades estão diminuindo e a natureza segue seu curso regenerativo. Mas quanto tempo isso vai durar?
A pandemia do COVID-19 caracteriza-se pela abrangência territorial de seu contágio. Não se trata de uma epidemia restrita a um local específico. O contágio ocorre por meio de uma rápida proliferação que se aproveita do mundo urbanizado em que vivemos. O vírus espalha-se pelas aglomerações nos espaços públicos e nos equipamentos privados de serviços, pelos terminais e estações de transporte, pelos assentamentos precários sem saneamento e, em última instância, pelo intenso fluxo nacional e internacional de pessoas e mercadorias que ocorre na rede de cidades que caracteriza o mundo urbano. A rede de aeroportos foi a grande entrada do vírus pelo mundo. Mas, a rede de trabalhadores informais que percorre as ruas da cidade entregando mercadorias em meio à pandemia e que não deixa o comércio parar parece ser uma das faces mais frágeis desse risco. Mas, se a vida urbana facilitou o contágio, alguns padrões de urbanização também podem ajudar a combatê-lo.
Como se proteger do coronavírus na rua, ao chegar em casa e dentro da própria residência? A rede Urbanistas contra o Corona elaborou uma cartilha para orientar a população em cada uma destas situações. A publicação ilustrada lista medidas de prevenção e categoriza os riscos de contaminação quando se está na rua (alto), no retorno à casa (médio) e no espaço privado do lar (baixo).
O Shift Architecture Urbanism apresentou recentemente o resultado de uma pesquisa relâmpago à respeito da comercialização de produtos de necessidade básica em cidades em estado de shut down. Os arquitetos defendem que, disseminando e diluindo os grandes mercados de rua e as grandes concentrações de pessoas, é possível atuar na micro-escalada, fornecendo alimentos frescos, saudáveis e de maneira segura à população em quarentena domiciliar.
A humanidade está enfrentando um novo desafio coletivo sem precedentes. O isolamento, impulsionado pela auto-quarentena, por um período desconhecido. É um experimento social sem resultado previsível, porém uma constante na equação é a arquitetura.
Com mais da metade da população mundial habitando em cidades ou áreas densamente povoadas, atualmente bilhões de pessoas residem em pequenos espaços, separadas uns dos outros por tijolos, concreto e aço. O experimento de habitação social dos anos 50 e 60 originou uma nova tipologia arquitetônica, composta pela construção social subjacente, impulsionada pelo capitalismo, que nos orientava a cuidar de nossos próprios negócios. De alguma forma, durante a era dos arranha-céus, a ideia de isolamento se transformou em um símbolo de status, já que coberturas particulares, acessadas por elevadores privativos, hoje flutuam sobre as ruas da cidade.
Sede do Banco do Brasil em Brasília. Foto: Fernando Bizerra/Agência Senado, licença CC BY 2.0
Atendendo à solicitação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, o Banco do Brasil anunciou um pacote de medidas com condições especiais para apoiar arquitetos e urbanistas e as empresas do setor nesse momento de impacto econômico causado pelo coronavírus.
https://www.archdaily.com.br/br/937041/banco-do-brasil-lanca-pacote-de-creditos-para-arquitetos-em-meio-a-crise-de-covid-19Equipe ArchDaily Brasil
À medida que o número de pessoas infectadas com o coronavírus atinge níveis assombrosos em Nova Iorque, as autoridades buscam soluções rápidas e eficientes para atender a demanda por espaço para os pacientes. Lutando contra o tempo, a cidade busca maneiras de alterar as estruturas existentes.
Hospital de Huoshenshan, construído em uma semana para atender 1.000 pacientes na cidade de Wuhan Xiao Yijiu/Xinhua/Divulgação
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) publicou hoje um edital de processo seletivo para cadastro reserva de até 6 mil profissionais, para atuarem temporariamente no combate à COVID-19 na Rede Ebserh. Além de profissionais da área da saúde, o edital é aberto também a arquitetos e engenheiros para jornadas de 40 horas semanais e salário de R$ 10.350,45.
Vista aérea da cidade de São Paulo - SP. Foto de Sergio Souza, via Unsplash
As cidades podem ser consideradas os grandes centros econômicos, sociais, tecnológicos e culturais da humanidade, tendo em vista as suas diversas funções e importância em termos de qualidade de vida de seus cidadãos. De acordo com dados das Nações Unidas (2017), atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades ou centros urbanizados e se espera que até 2050 esse número cresça para cerca de 70%. Ainda, no final de 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem alcançados por todos os países até 2030. Dada a importância das cidades, o ODS11 “Cidades e Comunidades Sustentáveis, é dedicado a esta agenda e busca essencialmente que as cidades e os assentamentos humanos procurem formas de serem inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
https://www.archdaily.com.br/br/936764/como-tornar-as-cidades-mais-inteligentes-diante-das-mudancas-climaticas-e-pandemiasLucas Rosse Caldas, Andrea Santos e Luan Santos
Imagem cortesia de Instituto a Cidade Precisa de Você
Confinados, alguns em mais metros quadrados do que outros. Me lembrei do filme Medianeras, aquele argentino onde a protagonista discorre sobre a solidão urbana falando de apartamentos “mono-ambientes” ou caixas de sapatos, mas também de encontros virtuais. Aquela realidade cinematográfica de 2011 é ainda mais real nesse momento, onde começamos a planejar happy-hours virtuais.
Em meio a um período de restrições e isolamento, não é apenas o aspecto social que fica submetido ao distanciamento. O hábito de visitar museus e exposições também teve de ser interrompido na vida dos brasileiros e, apesar da experiência física frente às obras sempre representar uma oportunidade inesgotável de apreensão do impacto da imagem, a possibilidade de conhecer mostras e edifícios de museus online representa uma forma de manter preenchido este espaço no cotidiano de todos. As visitas online também são interessantes por viabilizarem o acesso à arte e à cultura de forma mais ampla e facilitada, e podem ser um estímulo àqueles que não têm por hábito na vida este tipo de atividade, para que um possível interesse se desperte e, passado o período de fechamentos, fomente a participação ativa no circuito museológico e artístico disponível nas cidades.
O estúdio Opposite Office propôs transformar o novo aeroporto de Berlim, em construção desde 2006, em um "super-hospital" para pacientes com coronavírus. Na tentativa de preparar o sistema de saúde e aumentar suas capacidades, a firma apresentou uma alternativa de reuso adaptável, projetando soluções adaptadas ao contexto para combater a pandemia.
À luz da pandemia de coronavírus que afeta o mundo inteiro, o conselho do Salone del Mobile. Milano decidiu adiar a edição de 2020 para o próximo ano. O evento internacional ocorrerá, portanto, de 13 a 18 de abril de 2021.
À medida que as cidades crescem e as realidades diárias modificam-se, as pessoas recorrem a novas maneiras de manter seu bem-estar. Embora o incentivo de estilos de vida ativos tenha sido o foco de muitos arquitetos e urbanistas, com o intuito de estimular o conforto e a saúde humana, os últimos tempos mostraram que essas instalações cobiçadas publicamente, nem sempre são acessíveis
https://www.archdaily.com.br/br/936454/13-solucoes-espaciais-para-organizar-seu-treino-em-casaAD Editorial Team
A Escola da Cidade volta a realizar seu Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea em formato de “lives” públicas e abertas. No episódio de hoje, Guilherme Wisnik recebe Giselle Beiguelman para uma conversa inspirada pela série Coronavida, publicada na Revista seLecT.
Desde 20 de março, com o objetivo de proteger a saúde pública e reduzir a transmissão do COVID-19 no território argentino, o país decidiu decretar isolamento social, preventivo e obrigatório. Por meio dessa medida, todas as pessoas que vivem no país ou nele permanecem temporariamente devem permanecer em suas casas, abstendo-se de ir aos seus locais de trabalho, frequentar espaços públicos ou viajar.
A reestruturação da vida urbana já é notável: todos os eventos culturais, recreativos, esportivos e religiosos foram cancelados. Quando os cidadãos reduziram seus deslocamentos ao mínimo essencial, os espaços para reuniões, como praças e parques da cidade, ficaram desertos. Agora que as ruas estão vazias, as varandas se tornaram as novas plataformas de interação social e um espaço de celebração e protesto.
Em tempos de quarentena, arquitetos e designers estão se estabelecendo em um novo ambiente de trabalho remoto. Nesse processo de implementação de plataformas e fluxos de trabalho para trabalhar em casa, o risco de isolamento social permanece real, mesmo para empresas acostumadas a esse ambiente, como o ArchDaily. Como escreveu David Basulto, CEO do ArchDaily, alguns dias atrás, a quarentena implica não apenas trabalhar on-line, mas "permanecer conectado e apoiar-se mutuamente".
Estádio do Pacaembu, São Paulo. Foto de Sergio Souza, via Unsplash
O hospital de campanha do Pacaembu, montado emergencialmente para conter a demanda causada pela pandemia de COVID-19 em São Paulo, começará a receber pacientes a partir do dia 1º de abril, quarta-feira. A estrutura hospitalar funcionará dentro do estádio localizado na região central da cidade e terá capacidade para 200 leitos para pacientes de baixa complexidade.