Imagine viver em um lugar verdadeiramente vivo: um bairro alegre, dos sonhos! Imagine-se nas ruas, na praça local, na orla ou no mercado público. Pense nas cores, nas panorâmicas, nos odores, nos sons. Imagine as crianças brincando, a atividade no exterior das lojas e dos espaços de trabalho, vendedores de comida, eventos culturais locais e festivais ao ar livre. Pare um minuto, agora mesmo, feche os olhos e realmente imagine.
E agora a pergunta: nesta visão, o que você vem fazendo para colaborar com esta comunidade?
Existe a cidade perfeita? Sustentável, bem conectada, equitativa, justa, intensa, linda e planejada? Muitas, ou todas as decisões que são tomadas nas cidades buscam satisfazer, historicamente, os ideais estéticos e ideológicos da cultura que em tal período a habita e, por sua vez, que a está criando. A forma que adquire uma cidade, portanto, é o resultado de ideias, desejos e inclusive medos que têm a sociedade.
Imagine que a calçada em frente à sua casa se encontra em mau estado. Você tropeça nela cada vez que sair na rua, motoristas sempre têm que desviar e torna-se desconfortável andar de bicicleta. Você vai até a Prefeitura, faz uma solicitação de reparos para resolver o problema e depois de horas insistindo para que alguém entenda seus requerimentos, milagrosamente te recebem com os braços abertos. Mas não podem dar solução alguma. “Não estávamos cientes, existem outras prioridades, não há recursos”, dizem.
Em uma época em que os cidadãos, em especial os chilenos, se vêm em uma crise de representação, em um estado de desconfiança política generalizada, a sociedade tem manifestado uma necessidade crescente de contornar a maneira de pensar e fazer cidades, buscando uma forma mais descentralizada, inclusiva e representativa. Com isto, o urbanismo tem tentado formular, cada vez mais, projetos “de baixo para cima”, isto é, em vez de partir do geral ao particular, partir do próprio cidadão e suas demandas e necessidades. Com isto, surgem diferentes abordagens ou aproximações de como fazer uma cidade de forma mais democrática e inclusiva, e estas abordagens andam junto com instrumentos e ferramentas cada vez mais localizadas.
Uma cidade em desenvolvimento e um meio ambiente saudável sempre foram elementos difíceis de conciliar, tanto para urbanistas quanto para engenheiros, arquitetos, políticos e outros agentes. Sem dúvida, a arte – através de intervenções como a apresentada – sempre tem uma resposta, ainda que os problemas sejam mais complexos.
“Urban Air” é o nome do projeto do artista californiano Stephen Galssman. Sua proposta é a seguinte: substituir outdoors por canteiros de bambu, com sensores de qualidade do ar. Assim, a obra se transforma em um símbolo de um futuro em que as cidades não apenas se desenvolvem em porte e riqueza, mas são capazes de gerir seu próprio crescimento de maneira sustentável e em harmonia com a natureza.
Um lote de 80 hectares abandonado no centro de Bangkok, Tailândia, com muitas árvores, um lago e antigas oficinas de reparos dos trilhos ferroviários de 1900. Isso é Makkasan. Ou será, até que se tome uma decisão sobre o seu futuro, já que seus donos querem convertê-lo em um conjunto de arranha-céus, com lojas, escritórios e hotéis de várias estrelas.
No entanto, muitos cidadãos estão convencidos de que Makkasan tem um grande potencial para ser um parque e um museu de trens. Motivados pela campanha "Makkasan Hope", cerca de 22 mil pessoas assinaram uma petição online exigindo que o Estado realize este sonho comum.
Com aproximadamente 150 mil habitantes, o município de São Caetano, no estado de São Paulo, ficou pela terceira vez no topo do ranking das cidades com maior Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil. A pontuação alcançada, 0,862, garante à cidade um lugar na categoria “muito alto” do índice.
O levantamento realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolviemnto (Pnud) leva em consideração dados referentes à saúde, educação e renda. A pontuação varia de 0 a 1: quanto mais próximo a 1, melhor o “desenvolvimento humano”, quanto mais próximo a zero, pior.
De tempos em tempos aparecem rankings com “as cidades mais poluídas do mundo”, ou “as cidade com a pior qualidade atmosférica”, nas quais figuram cidades na Índia, África, a Cidade do México, mesmo algumas nos Estados Unidos. Mas pouco se fala sobre esta cidade russa localizada dentro do círculo polar ártico.
Fundada no fim da década de 1920, converteu-se no centro do Gulag, Administração Geral dos Campos de Trabalho Forçado da Polícia Soviética, para onde eram mandados, sobretudo, presos políticos, dos quais se estima que mais de 16 mil morreram de fome e frio, especialmente durante a Segunda Guerra Mundial. O lugar é considerado uma cidade desde 1953 e, ainda hoje, é essencialmente industrial.
David Harvey, aclamado geógrafo britânico e professor de antropologia na The City University of New York, visita o Brasil entre 22 e 26 de novembro a convite da Boitempo Editorial, em parceria com o XIII Simpósio Nacional de Geografia Urbana, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e o Centro Cultural São Paulo. Harvey apresentará a conferência “Os limites do capital e o direito à cidade” no Rio de Janeiro (22 e 23/11), Florianópolis (25/11) e São Paulo (26/11).
Muito se tem falado no âmbito de desenvolvimento urbano a nível internacional sobre a experiência do Rio de Janeiro, as intervenção em favelas e os projetos urbanos em andamento. Mas se observarmos com maior detalhe as transformações ocorrendo na cidade, podemos ver que sua dinâmica urbana não está livre de tensões e contradições. Não se engane, nem tudo é alegria e samba, o debate urbano no Rio está quente.
“O direito à Cidade é definido como o usufruto equitativo das cidades dentro dos princípios de sustentabilidade, democracia, equidade e justiça social. É um direito coletivo dos habitantes das cidades, em especial dos grupos vulneráveis e desfavorecidos, que lhes confere legitimidade de ação e organização, baseado em seus usos e costumes, com o objetivo de alcançar o pleno exercício do direito à livre autodeterminação e a um padrão de vida adequado”.
A destruição de um parque, ou melhor, a destruição do último grande parque do centro de Istambul foi o que gerou a manifestação de milhares de pessoas nesta e em outras cidades da Turquia.
O governo turco decidiu que o Parque Gezi – localizado junto à Praça Taksim, uma das principais praças de Istambul – seria substituído por um novo shopping center. Isso fez com que, um dia antes das máquinas chegarem ao local, um pequeno grupo de pessoas decidisse ocupar o parque para evitar sua destruição.
Há duas décadas o mesmo muro de Berlim que separava os alemães, há algumas semanas, parte deste, conhecida como a East Side Gallery, os manteve mais próximos do que nunca. Com seus 1316 metros e mais de 100 murais pintados por artistas de diferentes países, a East Side Gallery, localizada no distrito de Friedrichshain-Kreuzberg, em Berlim, é reconhecida como a galeria de arte ao ar livre mais extensa do mundo.
Deslocar-se pela cidade de São Paulo pode ser bastante complicado, principalmente se o meio de transporte for uma cadeira de rodas. Pensando nesta realidade, o diretor criativo da Agência Click Isobar, Eduardo Battinson criou o Acessibility View, um projeto que foi ganhador do Creative Sandbox, evento em que o Google reúne as tecnologias mais inovadoras e as premia em um concurso de idéias que utilizam a criatividade e a tecnologia para melhorar a vida das pessoas.
Texto por Francisca Codoceo via Plataforma Urbana. Tradução Archdaily Brasil.
16 anos se passaram desde que inauguraram o Museu Guggenheim de Bilbao, o singular edifício de curvas prateadas idealizado pelo arquiteto canadense, Frank Gehry, que hoje em dia é um postal desta cidade basca para o mundo. Em grande parte, a construção do museu foi responsável pelas iniciativas de recuperação do Rio Nervión (arredores do rio que atravessa a cidade) e sua reurbanização para as artes e o ócio, impulsionadas por novas organizações e conselhos da cidade através do Plano Estratégico de Revitalização Metropolitana de Bilbao .
Enquanto em algumas cidades os edifícios abandonados são demolidos para serem erguidos novos projetos nem sempre reivindicam o caráter público nem comunitário de um lugar, existem outros que o fazem. estes casos de revitalização urbana validam o direito a cidade por parte de seus habitantes e lhe dão uma nova concepção do espaço público, como lugar de encontro, identificação e entretenimento.
Recentemente, o empresário norteamericano Mark Suster – ligado à construção de grandes projetos de engenharia como o metrô de Londres e o manejo de águas na mesma cidade – publicou 12 recomendações para criar comunidades cidadãs bem sucedidas e fortalecer seus espaços públicos como grandes destinos. A partir disso, a organização americana Project for Public Spaces (PPS) adaptou suas recomendações para que estas possam ser aplicadas em organizações de qualquer parte do mundo. A ideia consiste em transformar os espaços públicos em destinos que possam ser reconhecidos como parte de uma comunidade, partindo deste a projeção de elementos identitários únicos e que contem com um forte sentido local.
Chamada para estudantes e jovens arquitetos: ajude a formalizar uma iniciativa dos residentes e desenvolver espaços públicos na Alvorada, no Complexo do Alemão!
Nesta semana, apresentamos uma publicação que é uma compilação de projetos urbanos de diferentes partes do mundo que têm sido parte de processos de reconversão de áreas que estavam abandonadas e que graças à gestão das autoridades, se posicionaram como lugares de encontro e entretenimento. Por exemplo, no espaço residual entre as linhas do trem que une Queens a Manhattan, em Nova York, se criou uma praça pública com jardins e áreas de descanso. Outro caso exposto é o que se desenvolveu no parque Cantinho do Céu em São Paulo, Brasil, onde se construiu uma rede de esgotos que evitou que as vias de circulação para ciclistas e pedestres fossem inundadas. Isto é só um resumo dos 82 casos presentes no livro, cada um classificado em um processo “RE” particular – seja de regeneração de territórios, reutilização de edifícios ou reciclagem de materiais – que altera a análise e discurso linear tradicional dos projetos de arquitetura urbana.