Nesta semana, apresentamos uma publicação que é uma compilação de projetos urbanos de diferentes partes do mundo que têm sido parte de processos de reconversão de áreas que estavam abandonadas e que graças à gestão das autoridades, se posicionaram como lugares de encontro e entretenimento. Por exemplo, no espaço residual entre as linhas do trem que une Queens a Manhattan, em Nova York, se criou uma praça pública com jardins e áreas de descanso. Outro caso exposto é o que se desenvolveu no parque Cantinho do Céu em São Paulo, Brasil, onde se construiu uma rede de esgotos que evitou que as vias de circulação para ciclistas e pedestres fossem inundadas. Isto é só um resumo dos 82 casos presentes no livro, cada um classificado em um processo “RE” particular – seja de regeneração de territórios, reutilização de edifícios ou reciclagem de materiais – que altera a análise e discurso linear tradicional dos projetos de arquitetura urbana.
Direito à cidade: O mais recente de arquitetura e notícia
Publicação: “Reclaim – Remediate Reuse Recycle”
Os mapas e a construção de diferenças na cidade. Institucionaliza-se um discurso segregador?
Intervenção Urbana: “Luzes na Noite: Onde a Esperança Levanta a Vôo”
Os racks para bicicletas de David Byrne
Vende-se Dharavi: a maior favela de empreendedores do mundo
Paris devolverá a orla do Sena aos pedestres
Autoridades do Rio de Janeiro dão nome às ruas de favelas ocupadas por autoridades de segurança
cARTographyTO: Por mais informação da cidade e menos publicidade no espaço público
“Cercados para Bicicletas”: Uma boa ideia para ciclistas e motoristas
UrbanKIT: O crowfunding que busca financiar melhores espaços urbanos
Bairros transitáveis e equidade urbana
[ PARKING DAY ] / São Paulo - SP
“Tarifa Zero” nos ônibus de Corvallis, Estados Unidos
O esquema de leitura da estrutura do lugar / Jorge Mário Jauregui

O diagnóstico geral da situação existente é o ponto de partida para a elaboração do projeto e o primeiro passo para qualquer intervenção projetual. Nas áreas informais o que interessa é seu potencial de mobilização produtiva do território, que pode encontrar no projeto seu agente desencadeante.
A questão é, como articular a cidade de fluxos (de mercadorias, pessoas, informação) com a cidade dos lugares (o fixo). Como articular a cidade global (inserção territorial da globalização) com a cidade local (território produtivo, de enraizamento).
É necessário pensar e atuar a partir de uma eco-concepção, isto é, desde a definição de um caminho preventivo capaz de permitir a redução dos impactos negativos de cada atuação sobre o meio ambiente, o entorno e as comunidades, considerando os ciclos de vida de materiais e produtos.

Desde o primeiro momento da análise do lugar, é necessário considerar as relações entre a cidade, a urbanidade e o espaço público, e a forma na qual cada edificação, como parte de um todo, assumirá sua “parcela” de responsabilidade urbana. O objetivo deve levar em conta desde o primeiro momento o compromisso com nossas cidades e sociedades divididas, entendendo isto como a tarefa de articular aspectos físicos, sociais, ecológicos, de segurança dos cidadãos com as próprias problemáticas do sujeito contemporâneo. O que por sua vez implica na ética com a estética e a política.
Considerando o magma do formal e o informal como o caracterizado por um conjunto complexo de fatores entrelaçados, onde o que interessa são os elementos intermediários dos quais surgem articulações mediante densificações, intensificações, reforçamentos e diversificações.
Trata-se de articulações de estratos ou de redes, mediante o encadeamento de uma variedade de elementos heterogêneos, onde o projeto é um mecanismo de determinação: relações casuais devem ser construídas.
Atualmente há a necessidade de uma arquitetura e de um urbanismo que dialoguem com entorno, e que por sua vez sejam capazes de modificar a cidade.

A catástrofe que afeta a maioria das metrópoles contemporâneas é a carência de estratégias e de políticas urbanas, resultado da fragmentação do território numa descontínua e descoordenada sobreposição de iniciativas.
O desafio de um pensamento verdadeiramente ético é reinventar suas próprias normas frente ao desconhecido.
A dimensão cultural da cidade contemporânea implica em enfrentar com eficácia o local a partir de uma lógica que tenha na ideia de campo (como cruzamento de forças, tensões, escalas, ações e atividades) para reestruturar uma situação incompleta. O lugar como um limite no qual são oferecidos novos vínculos e conexões a várias escalas. As intervenções devem agregar energia vital a um lugar.