Quando as cidades crescem, com suas populações em expansão, a habitação torna-se um componente essencial do caráter urbano das metrópoles. Experimentos habitacionais têm sido espalhados por governos em todo o mundo, com diferentes resultados e, sem dúvida, opiniões divergentes. Os conjuntos habitacionais da era soviética da Europa central e oriental são particularmente interessantes a esse respeito.Esses projetos de habitação em massa foram descartados e vistos como gigantes monstruosidades. O legado deles é mais complicado do que isso.
Europa Oriental: O mais recente de arquitetura e notícia
Estados concretos: o legado habitacional da era soviética
A paisagem urbana das cidades pós-industriais soviéticas
Encontradas pelos quatro cantos do mundo e construídas pelos mais diferentes motivos, da extração de recursos naturais à fabricação de um determinado produto, as monotowns são cidades criadas ao redor de uma única indústria a qual é responsável por empregar a maioria de seus habitantes. No antigo Bloco de Leste, onde uma série de cidades mono-industriais foram construídas durante o domínio soviético, a súbita transição para um novo sistema econômico centrado no capitalismo abalou profundamente a estrutura destas cidades, dando início a um rápido processos de despovoamento e migração para outras regiões do país e do mundo. A seguir descubra mais sobre a arquitetura das monotowns da era soviética, seus exemplos mais famosos, as histórias de fracassos e o atual estado destes ambientes urbanos extremamente peculiares.
Pavilhão da Hungria na Bienal de Veneza revisita seu patrimônio arquitetônico socialista
O Pavilhão Húngaro da 17ª Bienal de Veneza explora a arquitetura socialista, muitas vezes desafiadora, e analisa como essa herança poderia ser reconsiderada e ter um novo futuro. Intitulada Othernity - Reconditioning our Modern Heritage, a exposição com curadoria de Dániel Kovács apresenta doze edifícios icônicos modernos de Budapeste e as visões de doze firmas arquitetônicas da Europa Central e Oriental para seu recondicionamento. O projeto do Pavilhão Húngaro estuda como a arquitetura pode construir a partir de seu passado para fomentar a resiliência, sustentabilidade e fortes identidades culturais.
Belgrado brutalista pelas lentes de Alexey Kozhenkov
O brutalismo é um estilo arquitetônico profundamente divisor - uma subcategoria do movimento modernista que apresentava acabamentos de concreto à vista, formas incomuns e uma estética sem dúvida única. Com especial protagonismo no Brasil e no Reino Unido, exemplos emblemáticos desse estilo também podem ser encontrados na Europa Oriental – particularmente, no território anteriormente conhecido como Iugoslávia.
A arquitetura brutalista que moldou as paisagens urbanas da Polônia
Ao longo dos últimos anos assistimos a uma (re)descoberta de um dos principais e mais fascinante capítulos da história da arquitetura moderna. O concretismo puro e explícito de uma arquitetura comumente chamada de brutalista passou a despertar um interesse tão significativo quanto previsível na comunidade internacional de arquitetos e amantes da arquitetura. Acontece que, este fenômeno o qual costumamos chamar de “brutalismo soviético”, encontra-se indissociavelmente conectado ao contexto político totalitário e opressor que o viu nascer. Não é de se espantar que, na maioria dos países que estiveram sob influência e domínio soviético até o final da guerra fria, esta face da arquitetura seja muitas vezes tratada com um certo ceticismo, quando não com repudia e desprezo. Neste contexto, a paisagem urbana e arquitetônica de um país como a Polônia não poderia ser menos complexa e fascinante.
Monumentalidade ressignificada: a transformação da arquitetura e dos espaços públicos do leste europeu
Remanescentes do período de ocupação soviética, espaços urbanos monumentais e representativos de muitas das cidades do chamado Bloco de Leste Europeu ainda constituem um legado desafiador, tanto para seus cidadãos quanto para os arquitetos que nestes contextos projetam seus edifícios e espaços. Em completo desacordo com ambientes urbanos contemporâneos, regidos por valores democráticos e sociais, estes espaços ainda hoje representam um problema a ser resolvido. Edifícios e espaços públicos ideologicamente carregados estão aos poucos sendo recuperados, reconciliando os cidadãos com sua própria história—um passado que muitas vezes tende a ser esquecido e até apagado. Neste contexto, a (re)introdução da escala humana tem auxiliado arquitetos e urbanistas a restaurar a vitalidade dos espaços públicos destas cidades.
8 Casas na Croácia que renovam a arquitetura tradicional do país
A Croácia é um encontro de culturas. Localizada ao longo do Mar Adriático, faz fronteira com cinco países e possui uma das mais ricas biodiversidades da Europa. O ambiente construído reflete influências da Europa Central e do Mediterrâneo, bem como dos Impérios Romano e Bizantino. Hoje, novos projetos residenciais reinterpretam o passado do país, ao passo que arquitetos e designers procuram reimaginar o que o futuro reserva.
Subúrbios de concreto: a arquitetura brutalista da Europa Oriental
Após a Segunda Guerra Mundial, o brutalismo se espalhou pela Europa, redefinindo a arquitetura moderna e estabelecendo um novo estilo para moradias populares e edifícios comunitários. Embora a maior parte da atenção tenha se detido em monumentos nas principais cidades, os subúrbios europeus também abrigam muitos edifícios brutalistas excepcionais.
Para apresentar a arquitetura brutalista "despercebida" da Europa Central e Oriental, a editora Zupagrafika registrou e reuniu mais de 100 fotografias em um livro intitulado Eastern Blocks, convidando os leitores a explorar conjuntos habitacionais brutalistas em Moscou, Berlim Oriental, Varsóvia, Budapeste, Kiev e São Petersburgo.