“O objetivo da arte não é representar a aparência exterior das coisas, mas o seu significado interior”, observou o polímata grego Aristóteles. A arte urbana em espaços públicos busca esse objetivo, oferecendo significado e identificação aos moradores de cidades do mundo todo. Tomando a forma de murais, instalações, esculturas e estátuas, a arte urbana envolve o público fora dos museus e no espaço público. Esta arte apresenta uma maneira democrática de redefinir coletivamente conceitos como comunidade, identidade e engajamento social.
Muitas das cidades que conhecemos hoje, não apenas foram fundadas a séculos mas cresceram e floresceram devido a uma série de diferentes razões. Alguns dos mais importantes assentamentos humanos e urbanos se desenvolveram devido à sua proximidade com a água, como no o caso de Dar es Salaam, atualmente uma das mais importantes cidades portuárias da África Oriental. Outras famosas capitais do mundo foram planejadas e construídas do zero muito mais recentemente, como no caso do Brasil e também da Nigéria. Existem ainda cidades e até regiões criadas para servir a um determinado setor da economia ou industria, como é o caso do Vale do Silício, no estado americano da Califórnia. Entre a infinidade de distintas razões que podem provocar o surgimento ou o desenvolvimento de uma determinada cidade, existe uma que no entanto, foi capaz não apenas de criá-las da noite para o dia, mas também de destruí-las em um curto espaço de tempo.
Amancio d'Alpoim Miranda Guedes, mais conhecido como Pancho Guedes, foi um arquiteto, pintor, escultor e educador referenciado como um dos primeiros arquitetos pós-modernistas de todo o continente africano. Ao longo de sua carreira, o arquiteto nascido em Lisboa desenvolveu cerca de 500 diferentes projetos, frequentemente referidos como edifícios ecléticos, de influência africana lusófona e de um estilo artístico peculiarmente surrealista e experimental. Talvez pelo fato de que Pancho Guedes tenha escolhido trabalhar e viver em países da África como Moçambique, Angola e África do Sul, longe dos grandes centros de gravidade da arquitetura, sua obra nunca recebeu a devida atenção que fato merece. Ainda assim, Pancho Guedes foi — e ainda está para ser descoberto por muitos de nós — um dos mais importantes personagens da história da arquitetura moderna africana.
A Adjaye Associates acaba de divulgar o seu projeto para a Biblioteca Presidencial Thabo Mbeki em Joanesburgo, África do Sul. Nomeada em homenagem e memória do antigo presidente sul-africano, o projeto é uma oportunidade de concretizar um dos maiores sonhos de Thabo Mbeki, segundo palavras do arquiteto recipiente da RIBA Royal Gold Medal de 2021, Sir David Adjaye.
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Background photograph courtesy of Charlie Hui, Viswerk. 2020
Liderado por Khensani de Klerk e Solange Mbanefo, Matri-Archi é um coletivo com sede na Suíça e África do Sul que visa aproximar e empoderar mulheres para a educação espacial e o desenvolvimento das cidades africanas. Por meio da prática projetual, textos, podcasts e outras iniciativas, Matri-Archi — eleito um dos melhores novos escritórios de 2021 pelo ArchDaily — se dedica ao reconhecimento e à capacitação das mulheres no campo espacial e na indústria da arquitetura.
O ArchDaily teve a oportunidade de conversar com as codiretoras do coletivo sobre temas como espaço hegemônico, arquitetura informal, tecnologia, idiossincrasias locais e o futuro das cidades africanas e globais. Acompanhe a entrevista a seguir.