Com esta nova edição revista e atualizada, confirma-se o papel de A modernidade superada, coleção de nove ensaios do teórico catalão Josep Maria Montaner, como uma obra de referência fundamental para a compreensão do movimento moderno na arquitetura. Em textos autônomos e ao mesmo tempo complementares, o autor reflete sobre conceitos centrais da produção do período, como o racionalismo, a atitude de ruptura, a expressividade e os paradoxos tecnológicos, funcionais e simbólicos. O resultado é um mosaico de argumentos que demonstram como as insuficiências da modernidade foram superadas, especialmente nos países nórdicos, na Europa mediterrânea, na América Latina - com diversas referências à produção brasileira - e em outros contextos periféricos, dando lugar a outras linhas de pensamento e formas de expressão, atreladas a novos contextos.
Modernidade: O mais recente de arquitetura e notícia
O projeto habitacional Ciudad Kennedy e a ideia de América Latina
Em um terreno de 350 hectares, 24 superquadras organizam as dez mil unidades habitacionais do conjunto Ciudad Kennedy, em Bogotá. A sua construção, entre 1961 e 1963, abarca um projeto de cidade que está inserido em uma trama social, política e ideológica que envolve a Colômbia em particular, mas que é compartilhada por toda a América Latina em alguma medida durante o período da Guerra Fria.
Camilo Restrepo: "O mais interessante na arquitetura do trópico é o corte e não a planta"
A Escola da Cidade, por meio do Curso Geografia, Cidade e Arquitetura do Programa de Pós-Graduação, recebeu o arquiteto Camilo Restrepo como convidado para falar sobre como seus interesses acadêmicos instigam até hoje seu desenvolvimento profissional. Durante a aula, Restrepo, ao falar sobre a relação entre o território e desenho, apontou a Cordilheira não como uma fronteira e sim como uma condição interessante para a arquitetura nos Trópicos, por quase nunca a relação espacial se dar horizontalmente, em planta.
O que é pós-modernismo?
Como o próprio prefixo indica, o pós-modernismo marca um desvio no curso da história, confirmando a disposição dos críticos em conceituar esse novo momento com base na negação do movimento anterior. O pós-modernismo surgiu na década de 1960 como uma antítese do movimento moderno. Ocupando-se de questionar a formalidade, a austeridade e a falta de variedade da arquitetura moderna, particularmente do estilo internacional de Le Corbusier e Mies van der Rohe, o pós-modernismo defende uma arquitetura repleta de signos e símbolos que, por sua vez, comunicam valores culturais. Diante da padronização, no pós-modernismo há uma exaltação das diferenças, combatendo a dita monotonia e fomentando a valorização dos diferentes contextos sociais nos quais estavam inseridas as obras.
O papel da arquitetura na imagem do Brasil
A arquitetura é uma disciplina que articula diferentes campos e práticas e se manifesta na conceituação física e teórica de estratégias de ação sobre o ambiente humano. Essa ação sobre o território envolve a aplicação de conhecimentos artísticos, sociais e tecnológicos que, quando conjugados, são sempre reflexos de uma determinada cultura ou de uma ideologia dominante. Neste sentido, arquitetura é, também, uma imagem que transmite significado.
Da casa à cidade: 5 filmes para entender a crítica da arquitetura moderna
Se existe dentre as artes alguma capaz de se aproximar da arquitetura, é o cinema. A habilidade de representar espaços em movimento ao longo do tempo aproxima o cinema da arquitetura de um modo que foge aos limites da pintura, da escultura, da música - considerada por muito tempo a arte mais próxima da nossa - e até mesmo da dança. A questão do espaço é central tanto no cinema quanto na arquitetura e embora lidem com ele de maneiras diferentes, aproximam-se ao proporcionar uma experiência corporal - e não só visual - do ambiente construído.
Da modernidade aos muros de ar: três pavilhões do Brasil na Bienal de Veneza
Desde 1980, com a primeira exposição dedicada exclusivamente à arquitetura, intitulada A presença do passado e dirigida por Paolo Portoghesi, a Bienal de Veneza se posicionou como um dos pontos de inflexão da história da arquitetura contemporânea. Desde então, 16 edições já ocuparam os espaços do Giardini e do Arsenale, abordando temas que vão dos elementos fundamentais da arquitetura ao futuro da disciplina.
Cataguases: Legado da Modernidade
Cataguases, pequeno município brasileiro pertencente ao estado de Minas Gerais, que concentra população com pouco mais de 70 mil habitantes, ao longo de sua história, ficou conhecida por reunir uma série de significativas obras artístico-culturais ligadas à produção modernista brasileira a partir do século XX. As importantes obras variam entre as Artes Plásticas, Cinema e, sobretudo, Arquitetura, num panorama de produção entre as décadas de 1940 e 1950. Contudo, o peculiar caso é movido ao fato do município, com pequeno perímetro geográfico e populacional, contar com simbólico e potencial patrimônio moderno brasileiro, com obras de Francisco Bolonha, irmãos MM Roberto e Oscar Niemeyer.
Entre as obras arquitetônicas presentes no perímetro da Cidade, dois projetos concebidos por Oscar Niemeyer ajudaram a construir sua história e legado: a Residência Francisco Inácio Peixoto (1940) e Colégio Cataguases (1949). No primeiro projeto, para Francisco Inácio Peixoto, escritor brasileiro, empresário na área industrial e fazendeiro, considerado importante financiador às manifestações artístico-cultural e responsável pela chegada de Niemeyer à região nos anos 40, junto ao paisagismo de Roberto Burle Marx.
Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição / Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2014
Em nossa cobertura da 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza - que tem como curador Rem Koolhaas e como tema geral Fundamentals - não podíamos deixar de trazer até nossos leitores e leitoras detalhes sobre o Pavilhão do Brasil, que se desenvolve em torno do tema "Modernidade como Tradição" (Modernity as Tradition) e tem como curador o diplomata e crítico de arquitetura André Aranha Corrêa do Lago.
Explorando a singularidade do Brasil como um país cuja identidade nacional - inclusive arquitetônica - foi construída sobre as bases da modernidade, a curadoria da exposição evidencia o moderno como fundamental para a história da arquitetura nacional.
Descrição do curador. O Brasil é um dos países que absorveu de forma mais interessante os preceitos da arquitetura moderna e pode-se dizer que está contribuiu para o fortalecimento da identidade nacional. Contrariamente a outros países que construíram, ao longo dos séculos, uma arquitetura típica nacional - reconhecível de forma quase caricatural pelos outros povos - o que é conhecido como "arquitetura brasileira" não é a do passado, é a moderna. Por isso o título do Pavilhão: Brasil 1914 - 2014: modernidade como tradição.