A cidade de Viena tem uma política habitacional bastante elogiada. Ela realmente tem muitos méritos, mas não é necessariamente perfeita. Na verdade, a política habitacional de Viena caminhou em uma direção diferente das outras cidades europeias, o que desperta o interesse de quem estuda o tema. Nesse episódio do podcast Housing Voice, produzido pela universidade UCLA, Justin Kadi apresenta algumas características que tornam a capital austríaca um caso único. O episódio também disponibiliza uma série de artigos científicos para quem quiser se aprofundar no assunto.
Moradia: O mais recente de arquitetura e notícia
Viena: uma política de habitação social fora do comum
A produção de um novo modelo de HIS: o programa + Lapena Habitar e sua arquitetura
O projeto +Lapena Habitar, uma parceria da Fundação Tide Setubal e do BlendLab, busca contribuir para a transformação urbana de bairros periféricos por meio de um novo modelo de produção de habitação de interesse social (HIS). Partindo de um processo iniciado em 2020, as instituições vêm desenvolvendo um projeto piloto na Zona Leste de São Paulo de oferta e gestão de moradia que incorpora aspectos de desenvolvimento urbano, arquitetura, estratégias de acesso à moradia de qualidade, processos pré e pós ocupação, participação social, modelo de aluguel, gestão coletiva, modelo de negócio e financiamento.
Neuroarquitetura e as novas formas de morar: histórico e ascensão das "Dementia Villages"
As Dementia Villages, ou vilas para pessoas com demência, são um modelo inovador de cuidado para indivíduos que possuem quadros demenciais, como a doença de Alzheimer. Elas oferecem um ambiente adaptado e acolhedor, proporcionando um senso de comunidade e promovendo a autonomia e o bem-estar dos residentes.
A neuroarquitetura e as Dementia Villages estão intimamente relacionadas, pois ambas buscam criar ambientes que promovam o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas com demência. A neuroarquitetura é uma disciplina que combina a neurociência com a arquitetura, visando entender como o ambiente físico afeta o cérebro e o comportamento humano.
Como inovar nas políticas públicas para pessoas em situação de rua? Conheça o Housing First
Já pensou na possibilidade de não existirem mais pessoas em situação de rua? Os Estados Unidos pensaram e países como Canadá, Espanha, Portugal, França e Dinamarca seguiram a onda, incluindo a metodologia do Housing First em suas estratégias nacionais para resolver a situação.
A fórmula consiste em fornecer exatamente o que lhes falta: moradia e conexão. Os resultados são consistentes e, para completar, benéficos para os cofres públicos. No Brasil, o Projeto RUAS está testando o modelo e busca recursos para expandi-lo. A ideia da ONG é entender como ele se adapta à nossa realidade e, futuramente, sugeri-lo ao poder público.
O que dizem os dados sobre a população de rua no Brasil?
Há uma percepção na sociedade de que o número de pessoas em situação de rua tem crescido no Brasil. Para compreender melhor o tema, o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, criado no âmbito do Programa Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais, compilou dados de milhares de municípios em uma série histórica que vai de 2012 a 2021. Infelizmente, os dados indicam que esse problema realmente vem se agravando em nosso país.
Vagas de garagem: inimigas das moradias baratas
Uma pesquisa do Journal of Transport and Land Use (JTLU), publicada no começo de 2022, revelou que 37% dos proprietários de casas unifamiliares de Sacramento, na Califórnia (EUA), não guardavam os automóveis em suas garagens. Esses espaços acabaram virando depósitos ou grandes closets, como compara a pesquisadora Catie Gould em artigo do Instituto Sightline. Apesar de ser o retrato de uma cidade, os dados estão alinhados com informações obtidas em uma série de estudos mundiais que apontam a ociosidade dos estacionamentos nas residências. Em São Francisco, também na Califórnia, um levantamento verificou que 49% das 97 vagas de garagens analisadas no bairro Mission District não eram utilizadas para guardar veículos, exemplifica Catie.
O Minha Casa, Minha Vida não é suficiente para o desafio da habitação
O artigo de Celso Carvalho, publicado recentemente na revista Carta Capital, traz reflexões importantes sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, bem como sobre a necessidade de promover mudanças em sua estratégia. Carvalho cita o custo alto da terra urbana como um entrave para a provisão de Habitação de Interesse Social (HIS) nos bairros mais valorizados das cidades brasileiras, o chamado “nó da terra”. De forma resumida, Carvalho defende que o novo MCMV:
Novo Minha Casa, Minha Vida abre oportunidade de qualificação de territórios precários com governança compartilhada
Entre as novidades do novo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), lançado recentemente pelo Governo Federal, está a inclusão da modalidade "melhoria habitacional". É uma introdução necessária, porque atende populações historicamente desassistidas – e as mais vulneráveis aos impactos cada vez mais frequentes e severos da mudança do clima. É preciso iniciar uma nova trajetória de desenvolvimento sustentável, justo, inclusivo e de baixo carbono. Essa transição depende do acesso a habitação de qualidade, mas também a outras infraestruturas e serviços.
As lições da Nova Zelândia para aumentar a oferta de moradia
Mergulhada em uma crise habitacional há cerca de uma década, a Nova Zelândia modificou sua lei de zoneamento para permitir que mais moradias médias sejam erguidas nos maiores municípios da nação.
A iniciativa surge como resposta à escassez de oferta de unidades, aos valores elevados das propriedades e dos aluguéis e para reduzir o “abismo” cada vez maior entre a renda da população e os custos dos imóveis, como detalha matéria do jornal The Guardian.
São Paulo oferecerá casas de container para pessoas em situação de rua
Unidades modulares vão abrigar moradores em situação de rua na capital paulista. O projeto batizado de Vila Reencontro teve início no bairro Bom Retiro – porém o terreno previsto está em análise por possível contaminação do solo – e agora se estende para a rua Ladeira da Memória, próximo à estação Anhangabaú do Metrô, no centro da cidade.
Por meio da Smads (Secretaria Municipal de Assistência Social), a iniciativa consiste em ceder moradias provisórias feitas de contêineres, ou seja, são casas modulares metálicas.
Novos modelos de moradia popular no centro de São Paulo
O centro das grandes cidades é alvo de diversos agentes públicos e privados. Normalmente com uma infraestrutura urbana completa, essas regiões condensam diversas camadas: de uma quantidade considerável de imóveis vazios até fenômenos como o da gentrificação, que aumentam o valor do custo de vida na região e expulsa as pessoas mais pobres para bairros distantes, acarretando em diversos problemas para o município.
A história da habitação no Brasil: o Programa Minha Casa Minha Vida
Para mais um episódio da série sobre Habitação de Interesse Social (HIS), o Arquicast selecionou um recorte importantíssimo da nossa história recente: o Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). São discutidas as bases e os fundamentos do chamado déficit habitacional, os avanços do programa e suas mazelas.
A produção inteligente da habitação: estratégia de marketing ou de garantias?
Sem conceito definido, o uso do termo cidades inteligentes é utilizado com mais frequência a cada ano que passa. Muitos teóricos apontam que a dificuldade conceitual está atrelada à rápida adesão e expansão do seu uso por grandes corporações e instituições, tonando-se, assim, um termo da moda. Apesar do discurso “inovador”, a escolha do modelo para implementação de uma cidade inteligente pode causar impactos segregacionistas e privilegiar determinado grupo se não desenvolvida considerando as particularidades e envolvendo as lideranças locais (MENDES, 2020). Neste ensaio será adotado um entendimento de que a inovação e inteligência não estão necessariamente ligadas ao uso de tecnologias digitais ou recursos de alto custo, mas sim ao novo olhar para os problemas urbanos e o desenvolvimento de soluções não tradicionais nas tomadas de decisão e execução.