Hãhãwpuá é o nome usado pelo povo indígena brasileiro Pataxó para se referir à terra, ao solo ou, mais precisamente, ao território que depois da colonização ficou conhecido como Brasil, mas que já teve e ainda tem muitos outros nomes. Dentro de todos esses “brasis”, o Brasil como terra indígena é o foco do pavilhão do país na Bienal de Artes de Veneza 2024, sendo renomeado, portanto, como Pavilhão Hãhãwpuá.
Povos indígenas: O mais recente de arquitetura e notícia
Explorando a sabedoria vernacular: uma jornada pela arquitetura enraizada na tradição e na comunidade
Em um momento marcado por desafios ambientais e uma crescente demanda por autenticidade e diversidade cultural, os arquitetos estão recorrendo cada vez mais aos sistemas de conhecimento indígena não apenas como fontes de inspiração, mas como soluções viáveis para se adaptar e responder aos desafios locais e globais. Como guardiãs tradicionais da terra, as comunidades indígenas possuem uma compreensão profunda de seus ecossistemas, materiais disponíveis localmente, normas culturais e restrições sociais. Esse conhecimento é valioso para a arquitetura contemporânea, podendo ajudá-la a se adaptar tanto às pessoas quanto aos seus ambientes.
As práticas vernaculares e indígenas estão surgindo como base para a reimaginação arquitetônica, dando informações sobre disposições espaciais, escolha de materiais e técnicas de construção, ao mesmo tempo em que permite a integração da inovação e da expressão contemporânea. Essa cuidadosa combinação de tradição e modernidade pode ter um impacto significativo em termos de sustentabilidade, pois arquitetos que adotam a abordagem indígena para aproveitar os recursos disponíveis podem não apenas criar estruturas enraizadas em seu contexto, mas também minimizar o impacto ecológico da construção. Além disso, colaborar diretamente com as comunidades indígenas leva a projetos que priorizam a participação comunitária, a sensibilidade cultural e ao desenvolvimento sustentável.
Equipe liderada por arquitetos indígenas vence concurso para transformar orla de Sydney
O consórcio AKIN foi eleito vencedor do concurso de projeto para o Barangaroo Harbour Park, um projeto que transformará uma região central ao longo da orla marítima de Sydney, Austrália. A equipe vencedora é liderada por arquitetos indígenas e composta pelos escritórios Yerrabingin, Architectus, Flying Fish Blue, Jacob Nash Design e Studio Chris Fox, com consultoria de engenharia da Arup. Multidisciplinar, o grupo integra sistemas de conhecimento indígena com arquitetura paisagística, design regenerativo e arte pública.
Exposição "Siamo Foresta" na Trienal de Milão aborda futuro do planeta através de perspectivas artísticas indígenas
A Triennale Milano e a Fondation Cartier pour l'art contemporain apresentam a exposição Siamo Foresta, inaugurada no final de junho e aberta até 29 de outubro de 2023. Sob a curadoria de Bruce Albert e Hervé Chandés, a exposição traz obras de 27 artistas de diferentes países e culturas, principalmente da América Latina e de comunidades indígenas.
A exposição é o resultado da parceria entre as duas instituições — que já rendeu seis projetos ao longo de oito anos — e busca alcançar diversos públicos e promover artistas de diferentes contextos geográficos. O projeto expográfico, desenvolvido pelo artista brasileiro Luiz Zerbini, proporciona uma conexão emocional entre as obras e ressalta a importância da floresta como tema central.
Lugares de origem, arqueologias do futuro: pavilhão "Terra" do Brasil na Bienal de Veneza
Terra é o título da participação do Brasil na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023, uma exposição com curadoria de Gabriela de Matos e Paulo Tavares que ocupa os espaços do pavilhão brasileiro no Giardini. Dividida em duas galeiras, a mostra propõe questionar os cânones da arquitetura moderna ao mesmo tempo que busca em narrativas ancestrais invisibilizadas alternativas para um futuro de-colonizado e descarbonizado. Terra é o primeiro pavilhão brasileiro a ser reconhecido com o prêmio máximo da Bienal de Arquitetura de Veneza, o Leão de Ouro.
Num esforço para ampliar o acesso ao conteúdo exposto em Veneza, apresentamos aqui os textos e imagens da segunda galeria, chamada Lugares de origem, arqueologias do futuro. A primeira galeria, De-colonizando o cânone, pode ser revista aqui. O ArchDaily agradece à Fundação Bienal de São Paulo, que generosamente cedeu o material do pavilhão Terra para esta publicação.
De-colonizando o cânone: pavilhão "Terra" do Brasil na Bienal de Veneza
Terra é o título da participação do Brasil na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023, uma exposição com curadoria de Gabriela de Matos e Paulo Tavares que ocupa os espaços do pavilhão brasileiro no Giardini. Dividida em duas galeiras, a mostra propõe questionar os cânones da arquitetura moderna ao mesmo tempo que busca em narrativas ancestrais invisibilizadas alternativas para um futuro de-colonizado e descarbonizado. Terra é o primeiro pavilhão brasileiro a ser reconhecido com o prêmio máximo da Bienal de Arquitetura de Veneza, o Leão de Ouro.
Num esforço para ampliar o acesso ao conteúdo exposto em Veneza, apresentamos aqui os textos e imagens da primeira galeria, chamada De-colonizando o cânone. A segunda galeria, Lugares de origem, arqueologias do futuro, pode ser vista aqui. O ArchDaily agradece à Fundação Bienal de São Paulo, que generosamente cedeu o material do pavilhão Terra para esta publicação.
Pavilhão da África do Sul explora representações arquitetônicas do povo na Bienal de Veneza 2023
Na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia, o Pavilhão da África do Sul explora a representação arquitetônica de estruturas sociais por meio de uma exposição intitulada The Structure of a People. Antes da exposição, os curadores do pavilhão, Sr. Stephen Steyn, Dr. Emmanuel Nkambule e Dr. Sechaba Maape, realizaram uma chamada nacional intitulada Political Animals, com o objetivo de reunir artefatos criados por professores e estudantes de arquitetura para representar as estruturas de suas escolas ou universidades. Os modelos arquitetônicos resultantes, produzidos pela ModelArt, serão exibidos no pavilhão.
O chamado do Chthuluceno para a arquitetura
Questões climáticas têm sido pauta principal nas discussões sobre o futuro das cidades, mas certamente não são novas. O alerta para a irreversibilidade das ações humanas sobre o planeta percorre o discurso científico desde a década de 1980, pelo menos. Frente às urgências ambientais cada vez mais frequentes, Donna Haraway, no livro Staying with the trouble: Making kin in the Chthulucene, sugere uma mudança de atitude da parte humana do planeta para assegurar não apenas uma recuperação ambiental (ainda que parcial), mas a própria sobrevivência da espécie.
Pavilhão do Chipre explora sustentabilidade social na Bienal de Veneza 2023
O Pavilhão de Chipre na Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia anunciou o tema de sua mostra: os primeiros assentamentos Neolíticos de Khirokitia. A exposição usa essas comunidades como ponto de partida para discutir desafios de sustentabilidade social em um contexto humanístico e cultural. A mostra tem curadoria de Petros Lapithis, Lia Lapithi, Nikos Kouroussis e Ioanna Ioannou Xiari.
Snøhetta projeta Teatro Nacional para o povo indígena Sámi na Noruega
O Teatro Nacional Sámi Beaivváš e a Escola Secundária e de Criação de Renas Sámi são duas das mais importantes instituições culturais do Sápmi, uma região no norte da Noruega, Suécia e Finlândia tradicionalmente habitada pelo povo Sámi. Para fortalecer a posição das duas instituições, foi iniciado em junho de 2021 um projeto para criar um equipamento cultural e educacional compartilhado. A proposta de projeto de Snøhetta, em colaboração com a Econor, 70°N arkitektur, e o artista Joar Nango, foi escolhida após um concurso. O edifício, também conhecido como Čoarvemátta, está atualmente em construção e deve ser concluído até 2024.
Pavilhão Nórdico traz arquitetura indígena Sámi para a Bienal de Veneza 2023
Para a 18ª Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia, o Pavilhão Nórdico, representando Finlândia, Noruega e Suécia, apresentará Girjegumpi, um projeto itinerante de biblioteca coletiva iniciado pelo arquiteto e artista Joar Nango. Por mais de quinze anos, Nango vem reunindo um arquivo de livros e materiais que exploram a arquitetura e o design indígena Sámi, o conhecimento tradicional em construção, o ativismo e a decolonialidade. O Girjegumpi foi inaugurado em 2018, tornando-se um espaço acolhedor de encontro e promoção da cultura indígena. Em 2023, a biblioteca viajará para Veneza, onde será apresentada no Pavilhão Nórdico, projetado pelo arquiteto norueguês Sverre Fehn.
Lo-TEK: Desenho de indigenismo radical (recuperando técnicas indígenas de trabalho com a natureza)
"As tecnologias indígenas não estão perdidas nem esquecidas, apenas escondidas pela sombra do progresso nos lugares mais remotos da Terra". Em seu livro Lo-TEK: Desenho Indígena Radical, Julia Watson propõe revalorizar as técnicas de construção, produção, cultivo e extração realizadas por várias populações remotas que, geração após geração, conseguiram manter vivas práticas culturais ancestrais integradas com a natureza, com um baixo custo ambiental e execução simples. Enquanto as sociedades modernas tentavam conquistar a Natureza em nome do progresso, estas culturas indígenas trabalhavam em colaboração com ela, compreendendo os ecossistemas e os ciclos das espécies para articular sua arquitetura em uma simbiose integrada e interconectada.
Manual de Arquitetura Kamayurá
Em Julho último (2019), na Plataforma habita-cidade [1] foi organizada a Oficina-viagem “Modos de Habitar: Arquiteturas Tradicionais” que levou alunos e professores para a Aldeia Ypawu, em território Kamayurá no Alto Xingu. O objetivo geral das Oficinas-viagem “Modos de Habitar” é a reflexão propositiva sobre as diversas formas do Habitat humano no planeta. Neste ano, a partir de uma demanda dos mestres construtores Kamayurá de produzir um Manual de Arquitetura local, a Oficina-viagem foi preparada para que o grupo para lá deslocado atuasse como apoio para essa importante empreitada. A ideia do Manual de Arquitetura Kamayurá foi inicialmente lançada por Kanawayuri L. Marcello Kamaiurá (liderança local) para a arquiteta Clarissa Morgenroth (arquiteta formada na Escola da Cidade) e para a diretora teatral Cibele Forjaz. A Escola da Cidade foi então convidada a participar do projeto, que foi encampado pela Plataforma habita-cidade, ligada ao curso de Pós-graduação lato sensu ‘Habitação e Cidade’.