Muito se fala hoje em dia sobre a importância dos processos colaborativos de projeto que envolvem a criação conjunta, afirmando um contexto no qual há cada vez menos espaço para trabalhos individuais e muito mais para a lógica do coletivo, da cocriação. Sendo assim, a ideia da obra criada única e exclusivamente pelo arquiteto já é entendida como uma distorção da realidade complexa que circunda a concepção de um projeto, extrapolando o corpo técnico para agregar também a comunidade e seus usuários.
Sustentabilidade: O mais recente de arquitetura e notícia
Construindo entre espécies: arquitetura como colaboração entre humanos e não humanos
O que é arquitetura regenerativa? Limites do design sustentável, pensamento sistêmico e o futuro
Um dado muito citado na indústria da arquitetura é que o ambiente construído é responsável por cerca de 40% das emissões globais de carbono. Esse fato preocupante coloca uma imensa responsabilidade sobre os profissionais da construção. A ideia de sustentabilidade na arquitetura surgiu com urgência como uma forma de remediar os danos ambientais. Várias práticas de sustentabilidade não visam mais do que tornar os edifícios “menos ruins”, servindo como medidas inadequadas para a arquitetura atual e do futuro. O problema com a arquitetura sustentável é que ela se resume a "sustentar".
Para manter o estado atual do meio ambiente, a comunidade de arquitetura tem trabalhado para meios de produção mais ecológicos. Convencionalmente, um edifício verde emprega características ativas ou passivas como ferramenta de redução e conservação de recursos. A maioria dos projetos sustentáveis vê os edifícios como um recipiente próprio, em vez de partes integradas de seu ecossistema. Com as necessidades atuais do planeta, essa abordagem não é suficiente. Não basta sustentar o ambiente natural, deve-se também restaurar os processos ambientais.
Design com impacto: 8 instalações arquitetônicas na Dubai Design Week 2022
Um dos eventos culturais mais significativos do Oriente Médio, a Dubai Design Week representa uma plataforma que oferece a indivíduos e empresas a oportunidade de mostrar sua experiência em design e fomentar conversas sobre as questões mais prementes de nossos tempos. Desenvolvido em parceria estratégica com o Dubai Design District (d3), o evento apresenta uma série de instalações imersivas e de grande escala que destacam o tema do festival: Design with Impact.
O programa deste ano está focado em projetar um futuro sustentável. Para promover isso, a Dubai Design Week convidou arquitetos e designers internacionais e regionais para criar instalações que demonstrem o pensamento criativo do design, apresentando materiais inovadores e estimulando conversas sobre as maneiras pelas quais o design pode ter um impacto positivo no meio ambiente.
Solar Decathlon Europe: iluminação sustentável combina engenharia e design
O lema do Solar Decathlon Europe 21/22 era converter e expandir em vez de demolir e reconstruir. A reciclagem de janelas, o uso de materiais biodegradáveis nas luminárias e a conexão da luz com sensores são apenas alguns exemplos inovadores da competição internacional de estudantes universitários em Wuppertal, na Alemanha. Pela primeira vez, o concurso apresentou um prémio de iluminação arquitetónica sustentável. Esta era uma questão de qualidade e de quantidade, e se aplica à luz do dia e à luz artificial.
O que são Áreas de Zero Emissão?
A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor de transportes é urgente, e a implementação de medidas nesse sentido é tanto um desafio quanto uma oportunidade para as governanças locais. É o caso das Áreas de Zero Emissão (ZEAs, do inglês Zero Emission Areas), que são áreas das cidades onde as emissões de gases poluentes são neutralizadas. Essa medida beneficia principalmente as pessoas que irão usufruir de um espaço urbano mais saudável e de atividades comerciais mais ativas. Entretanto, para viabilizar seu êxito, ou ao menos reduzir o retorno negativo da opinião pública, é fundamental o engajamento social e uma comunicação efetiva com a população.
Cidades compactas e eletrificadas para frear as mudanças climáticas
Estudos diversos vêm indicando que, para evitar que as temperaturas subam mais de 1,5° C, deve haver uma grande queda nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Para isso, é preciso desenvolver cidades compactas para pedestres, ciclistas e para quem utiliza o transporte público, bem como adotar, de forma rápida e estratégica, veículos elétricos, com foco no transporte público.
3 Temas que interessam ao Brasil na COP27
A cidade de Sharm El Sheikh, no Egito, recebe a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, a COP27, entre 6 e 18 de novembro. A conferência avança nas negociações da COP26 em Glasgow, Escócia, em 2021, com a expectativa de que os países mostrem ambição climática e urgência para limitar o aumento da temperatura do planeta em até 1,5°C.
O significado da COP27 para a arquitetura e a indústria da construção
A Conferência das Partes das Nações Unidas de 2022, também conhecida como COP27, foi realizada entre 6 e 18 de novembro de 2022, em Sharm El Sheikh, no Egito. A conferência contou com mais de 90 chefes de estado e cerca de 35.000 representantes, ou delegados, de 190 países. Essas conferências têm como objetivo encorajar e orientar os países a tomarem medidas efetivas contra as mudanças climáticas. Embora abordem mais questões, o ambiente construído é reconhecido por desempenhar um papel importante na garantia de que as metas de sustentabilidade sejam alcançadas.
Ecocapitalismo e arquitetura: materiais e tecnologias a favor do meio ambiente
Houve um tempo em que os edifícios queriam ser montanhas, os telhados queriam ser florestas, os pilares queriam ser árvores. Enquanto o mundo começava a entrar em estado de alerta com os derretimentos das geleiras e o consequente aumento da temperatura terrestre, a arquitetura – desde uma perspectiva geral – estava preocupada em imitar a forma da natureza. Uma aproximação de “ecossistemas” feitos pelo homem vista por muitos como figurativa e decorativa, estando a serviço de imagens comercializáveis de um “desenvolvimento sustentável”.
Soluções baseadas na natureza: exemplos implementados por cidades brasileiras
Soluções baseadas na natureza (SBN) têm se difundido como abordagens eficientes para adaptar as cidades à crise do clima e mitigar os desastres cada vez mais frequentes. Projetos como jardins de chuva, parques lineares, restauração de encostas e agricultura urbana, ajudam a tornar as cidades mais resilientes diante de eventos climáticos extremos, enquanto geram benefícios adicionais para a sociedade, a economia e o meio ambiente.
Pesquisadores de Londres desenvolvem concreto neutro em carbono
Um protótipo de concreto neutro em carbono acaba de ganhar o Prêmio Obel 2022. A solução busca amenizar o impacto ambiental da construção civil, cujo setor é responsável por 38% de todas as emissões de CO2 relacionadas à energia, segundo relatório da ONU.
Apelidado de Seratech, o material foi desenvolvido por dois estudantes de doutorado do Imperial College London, Sam Draper e Barney Shanks. Eles descobriram uma maneira simples de eliminar a pegada de CO₂ do concreto: substituir parte do teor de cimento do concreto por um tipo de sílica criada com dióxido de carbono (CO₂) absorvido de chaminés das fábricas.
Proteção contra tempestades baseada na natureza
“A supertempestade Sandy em 2012 foi um alerta para Nova York e fez a cidade perceber que precisava se preparar melhor para as mudanças climáticas”, disse Adrian Smith, vice-presidente da ASLA e líder da equipe de projetos de capital de Staten Island com a NYC Parks. Devido às tempestades de Sandy, “várias pessoas em Staten Island morreram e milhões foram perdidos em danos materiais”.
No 10º aniversário de Sandy, Smith, junto com Pippa Brashear, diretora da SCAPE, e Donna Walcavage, diretora da Stantec, explicaram como projetar com a natureza pode levar a comunidades costeiras mais resilientes. Durante a Semana do Clima de Nova York, elas conduziram centenas de pessoas por dois projetos on-line interconectados no extremo sudoeste da ilha: Living Breakwaters e seu companheiro em terra — o Tottenville Shoreline Protection Project.
URB revela projeto para a maior cidade sustentável da África
URB revelou planos para desenvolver a cidade mais sustentável da África, um empreendimento que pode acolher 150.000 habitantes. Conhecida como The Parks, a cidade planeja produzir 100% de sua energia, água e alimentos no local por meio de biodomos, geradores ar-água movidos a energia solar e produção de biogás. O projeto de 1.700 hectares contará com centros residenciais, médicos, ecoturísticos e educacionais a fim de se tornar um contribuinte significativo para a crescente economia verde e tecnológica na África do Sul.
Copa do Mundo no deserto: como o Qatar lidará com as altas temperaturas dentro dos estádios
Pela primeira vez na história das Copas do Mundo o torneio de seleções será realizado entre os meses de novembro e dezembro. Essa decisão se deu devido ao clima extremo do país-sede nos meses de junho e julho, quando o Qatar atinge temperaturas médias de 40 a 50°C.
Imprecisão, contexto e processo projetual: uma entrevista com Gustavo Utrabo
"Um poeta do vago que projeta com engenhosa exatidão." Foi assim que a arquiteta e curadora Marta Bogéa descreveu Gustavo Utrabo em seu ensaio publicado na edição 207 da revista espanhola El Croquis. Famosa pelas caprichosas monografias de escritórios de renome mundo afora, foi a primeira vez que seu editorial lançou luz sobre um profissional brasileiro. Este não é, porém, o único reconhecimento internacional que Utrabo guarda no currículo: entre outros, suas Moradias Infantis em Canuanã, — desenvolvidas em parceria com Marcelo Rosembaum enquanto ainda era sócio da firma Aleph Zero, junto a Pedro Duschenes — venceram o Prêmio RIBA 2018 e foram incluídas na lista das 25 melhores obras de arquitetura do século XXI elaborada pelo jornal britânico The Guardian.
O que é resiliência urbana?
Em um momento histórico no qual começamos a sentir os resultados de um longo processo de industrialização e urbanização veloz e predatório, é necessário pensar e produzir espaços que estejam aptos a se readaptar a novas realidades. A partir dessa necessidade surgem conceitos que podem nortear a transformação e produção de cidades futuras.