A indústria da construção é uma das maiores poluidoras do mundo, com algumas pesquisas dizendo que 38% de todas as emissões de CO2 estão ligadas a ela. Como resposta, arquitetos, designers e pesquisadores estão tomando medidas para reduzir sua pegada de carbono durante e após a construção. Muitas iniciativas atuais se mostram interessadas em analisar materiais de construção para encontrar soluções de baixo carbono e reduzir os impactos da profissão.
Um dos campos de pesquisa mais proeminentes diz respeito à biofabricação, um tipo de processo que envolve o uso de organismos biológicos para a confecção de materiais. Ao se compreender as habilidades de organismos como algas de fungos, materiais amplamente utilizados poderão ser substituídos por alternativas de carbono neutro ou até carbono negativo. Outras iniciativas buscam, ainda, novas maneiras de usar recursos inexplorados, mas prontamente disponíveis, como areia do deserto, terra ou resíduos de demolições.
Você consegue imaginar um mundo em que o ambiente construído ao nosso redor seja impresso em 3D a partir de materiais vivos? Que os edifícios irão germinar, florescer, murchar, produzir novos tipos de materiais, e eventualmente retornar ao solo? To Grow a Building é um laboratório performativo que imprime em 3D - em tempo real - uma estrutura ao vivo. O projeto apresenta uma nova abordagem para integrar a flora no processo de arquitetura, desenvolvendo um novo material para impressão 3D, através do qual a semeadura é parte inseparável do processo de fabricação. Crescer um edifício é uma porta para um mundo futuro onde algumas pessoas constroem e outras cultivam os edifícios.
O Rio de Janeiro terá a maior horta urbana do mundo. É o que dizem os organizadores do programa Hortas Cariocas, uma iniciativa financiada pela prefeitura municipal que tem como objetivo a "soberania alimentar, gerando o auto provimento através de produtos orgânicos, criando hortas em Escolas Municipais e comunidades do Rio".
Incorporando os objetivos ambientais, sociais e de governança corporativa, a torre de escritórios de 45.000 m2 no Europaviertel, em Frankfurt, pretende ser um dos edifícios de escritórios mais sustentáveis da Alemanha. Projetado pelo UNStudio em parceria com a Groß & Partner e em colaboração com os arquitetos paisagistas da OKRA, o projeto se concentra na sustentabilidade ambiental e social como parte integrante do corredor verde de Frankfurt. A agenda ecológica inclui uma estrutura de baixo carbono e materiais de construção recicláveis. O programa arquitetônico oferece um espaço urbano público para agregar valor ao seu entorno para incentivar a comunicação e o convívio.
Como parte do esforço para tornar o setor da construção civil mais sustentável no enfrentamento da crise climática, a bioeconomia tem ganhado destaque. Embora o caminho para uma arquitetura neutra em carbono ainda seja muito complexo, é evidente a mudança emergente na cultura e no pensamento geral, e a inovação parece estar impulsionando tal transformação.
A RUÍNA Arquitetura busca por uma maior consciência socioambiental, bem como a valorização dos materiais enquanto incentiva a reutilização como uma alternativa para a indústria da construção civil. Em sua prática, criam novas possibilidades para materiais recuperados, reduzem a quantidade de resíduos de demolição e, com eles, fornecem materiais de construção com um menor impacto ambiental. Em 2024, o escritório foi selecionado como parte das Melhores Novas Práticas de Arquitetura do ArchDaily por sua atenção ao contexto, visando minimizar o impacto no ambiente construído por meio do reuso eficaz de materiais e resíduos de construção. Sua participação na Trienal de Arquitetura de Sharjah de 2023 mostra como ideias locais podem alcançar reconhecimento global.
Os filipinos acreditam que o homem e a mulher surgiram dos nós de uma haste de bambu. Os chineses veem a cana como um símbolo de sua cultura e valores, recitando “não há lugar para se viver sem bambu”. A planta é um símbolo de prosperidade no Japão e amizade na Índia. Junto com mitos e histórias, fortes estruturas feitas de bambu floresceram na Ásia pré-moderna. As formas construídas variaram nas paisagens em mudança dos países orientais, todas compartilhando um aspecto em comum - o respeito pelos ecossistemas naturais.
Buscando melhorar a qualidade do ar e a saúde dos cariocas, a Prefeitura do Rio de Janeiro está lançando o Distrito de Baixa Emissão. Em uma área de pouco mais de dois quilômetros quadrados no centro da cidade serão implementadas ações para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
A implantação do distrito será feita em fases até 2030. A primeira fase, iniciada agora, consiste na requalificação de 35 mil metros quadrados de área pública no centro e monitoramento da qualidade do ar e de GEE. A previsão é finalizá-la em 2024.
Como Caitlin Mueller, pesquisador, designer e professor do MIT, aponta: "o maior valor que se pode dar a um material é dá-lo um papel de carga em uma estrutura". Os componentes de carga - fundações, vigas, colunas, paredes etc. - são projetados para resistir às forças e movimentos permanentes ou variáveis. Semelhante aos ossos do corpo humano, eles apoiam, protegem e mantêm tudo unido. Para cumprir essa função indispensável, devem ser feitos de materiais com excelentes propriedades mecânicas, o que explica o destaque de concreto e aço em estruturas. No entanto, seu alto desempenho tem um alto custo ambiental: juntos, eles representam 15% das emissões globais de CO2 no mundo. Isso nos faz pensar: é possível que os materiais estruturais sejam realmente sustentáveis? Conhecemos soluções como versões mais ecológicas de concreto, mas há muitas outras alternativas para explorar. E, às vezes, a resposta está mais próxima do que esperamos; na terra embaixo de nós ou na natureza que nos rodeia.
Nas conversas sobre arquitetura que estamos tendo no mundo de hoje, os materiais são um assunto muito difundido. Há discussões sobre a viabilidade do concreto no contexto contemporâneo, sobre como a madeira pode ser obtida de forma mais sustentável e sobre como materiais biodegradáveis, como o bambu, devem ser mais presentes em nossos ambientes urbanos.
Mas também precisamos falar sobre o que acontece nesses prédios – ou seja, os móveis que decoram, aprimoram e tornam habitáveis os prédios ao nosso redor. Os materiais usados para fabricar esses objetos evoluíram constantemente ao longo dos séculos e, à medida que nos aproximamos do final de 2022, vale a pena perguntar – o que o futuro reserva para os materiais que nossos móveis serão feitos?
Cidades e comunidades no mundo todo estão avançando para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e prevenir os impactos mais perigosos das mudanças climáticas. Em geral, as estratégias focam na redução de emissões em setores como transportes, energia, habitação e resíduos. Mas existe outro setor que muitas comunidades têm subestimado em seus planos climáticos: árvores e florestas.
https://www.archdaily.com.br/br/986623/5-motivos-para-as-cidades-incluirem-as-arvores-nas-acoes-pelo-climaJohn-Rob Pool, David Gibbs, Sadof Alexander e Nancy Harris
A Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado aprovou, na última quarta-feira, 17 de agosto, o projeto do marco regulatório para a exploração de energia — seja eólica, solar ou das marés — em alto-mar, lagoas e espelhos d’água no Brasil. O PL 576/2021 regulamenta a autorização para aproveitamento do potencial energético offshore. Do senador Jean Paul Prates (PT-RN), o projeto foi aprovado em caráter terminativo e, por isso, deve seguir para análise da Câmara dos Deputados.
Os interessados em comprar meios de transporte que gastem pouco ou nenhum combustível podem contar com uma linha de crédito. O Banco do Brasil (BB) lançou este mês a linha BB Crédito Mobilidade, que financiará itens como bicicletas, patinetes, scooters elétricas ou mecânicas e motos abaixo de 125 cilindradas em até cinco anos.
São Caetano do Sul, no ABC Paulista, está no topo do ranking das cidades sustentáveis do país. O levantamento inédito revela que a cidade já conhecida por liderar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no Brasil agora é a primeira entre os 5.570 municípios brasileiros em relação às práticas de ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.
E se os formuladores de políticas, ao tomarem as decisões sobre como fazer investimentos públicos, não olhassem só para grandes obras de cimento e concreto, mas também prestassem atenção nas florestas?
Pensar na conservação, restauração e manejo da vegetação nativa – em outras palavras, em soluções baseadas na natureza – como alternativas de investimentos para melhorar a infraestrutura dos centros urbanos é uma abordagem inovadora que pode trazer grandes benefícios para a sociedade. Um exemplo disso está no setor de tratamento e abastecimento de água: as florestas podem desempenhar um papel tão importante nesse setor a ponto de ser considerada como uma infraestrutura natural.
https://www.archdaily.com.br/br/987534/florestas-para-agua-uma-solucao-baseada-na-natureza-para-enfrentar-crises-hidricasVitor Tornello, Lara Caccia, Mariana Oliveira e Bruno Calixto
A expressão "tempestade perfeita" refere-se a um evento, geralmente não favorável, que é agravado em decorrência de uma confluência de fatores negativos ou imprevisíveis. É muito utilizada para retratar fenômenos meteorológicos, mas também abrange outros campos, como a economia, por exemplo. Essa analogia também pode funcionar para a relação entre a crise climática e a dependência do mundo com o concreto. Conforme evidenciado no Relatório da Chatam House, enquanto o cimento (essencial para a fabricação de concreto) é um material extremamente prejudicial ao efeito estufa e à crise climática, representando cerca de 8 % das emissões globais de CO2, prevê-se que sua produção global aumente nos próximos 30 anos para suprir a demanda da rápida urbanização de regiões como o Sudeste Asiático e a África Subsaariana. Ao mesmo tempo, o último relatório da IPCC nos alertou que nos restam apenas 11 anos restantes para reduzir as emissões e evitar danos irreversíveis da mudança climática. Ou seja, o setor de cimento está enfrentando uma expansão significativa no momento em que as emissões precisam cair rapidamente.
A borracha de pneus descartados pode substituir 100% dos agregados convencionais usados na fabricação de concreto. É o que descobriram os engenheiros da RMIT University, em Melbourne, na Austrália. O concreto fabricado com o material atende aos códigos de construção e prometendo ser um impulso para a economia circular.
O “concreto mais verde” usa a borracha de pneus que já não são mais usados no lugar de cascalho e brita. Segundo a equipe que desenvolveu o material, o novo concreto é mais leve e tem potencial para promete reduzir significativamente os custos de fabricação e transporte.
Com o início da década de 2020, a Geração Z está visivelmente reivindicando seu lugar no mundo com perspectivas e estética ainda mais ousada. A Geração Z experimenta orgulhosamente diferentes identidades, tendo crescido em uma internet opinativa e confusos lockdowns. Eles estão em busca de uma mudança cultural com formas orgânicas, elementos coloridos e padrões conflitantes que dominam a arte, a mídia, a moda e o design de interiores. A tendência está afastando o minimalismo outrora reinante, gritando que menos é um tédio, como já dizia Venturi.