Prosseguindo com o artigo da semana passada, continuamos com as outras 5 ideias sustentáveis para transformar as cidades, apresentadas pela organização dinamarquesa Sustainia.
6. Projetar a cidade aproveitando a luz natural
Um novo método de projetar a cidade é a otimização da distribuição de luz do dia, para revitalizar os edifícios e bairros e, por sua vez, reduzir o consumo de energia. A luz natural é um recurso valioso para ser aproveitado nas cidades e, por isso, Henning Larsen Architects e seus associados desenvolveram um método de planejamento urbano sustentável que analisa sistematicamente os mapas de incidência solar nas áreas urbanas e edifícios, implementando-o através de uma estratégia operacional para a reabilitação sustentável de habitações no âmbito da cidade.
Mais sobre as últimas ideias sustentáveis para transformar as cidades a seguir.
Em sua 4ª edição, o Holcim Awards abre as inscrições para a competição mais influente de projeto e construção sustentável do mundo. O concurso busca projetos inovadores de profissionais da indústria e ideias ousadas da "Next Generation" que contribuam para a sustentabilidade nos campos da arquitetura, construção, engenharia civil, paisagismo e desenho urbano, assim como novos materiais e tecnologias construtivas.
"O Holcim Awards é uma importante oportunidade para celebrar as novas ideias e estabelecer o diálogo com colegas ao redor do mundo que compartilham das mesmas preocupações." Enrique Norten, Presidente do júri do Holcim Awards 2012.
O prazo para as inscrições permanece aberto até 24 de março de 2014.
O Concurso FAR ROC, lançado pouco depois do Furação Sandy ter atingido a costa leste, criado para uma proposta cuidadosa para uma península de 80 acres e 11 milhas de comprimento, que se prolonga no Oceano Atlântico na penílsula de Rockaways (no Queens, NY). A solicitação da proposta expressou a necessidade de explorar uma solução compreensiva para desenvolver a Averne East, uma área classificada pela Agência Federal de Gestão de Emergência como Zona de Tempestades que experimentou grandes danos de tempestades e continua a ser um local vulnerável para futuros desastres naturais. Enquanto o concurso focou neste lugar em particular, a intenção geral é desenvolver estratégias que pudessem ser apropriadas para regiões de vulnerabilidade semelhante em todo o planeta.
A primeira fase do concurso foi completada mês passado: quatro finalistas e seis menções honrosas foram anunciadas. Os quatro finalistas - Ennead Architects de NYC, EUA; Lateral Office de Toronto, Canadá; Seeding Office de London, Reino Unido; e White Arkitekter de Stockholm, Suécia - irão continuar na Segunda Fase com um orçamento de 30 mil dólares, com entrega no começo de Outubro.
Continue a ler na continuação para mais detalhes sobre os finalistas e as menções honrosas.
Com o aumento da população urbana, vem também o aumento da quantidade de resíduos nas cidades. E, embora a vida oculta do lixo seja ignorada por muitos, não há como escapar de um das questões mais urgentes das sociedades modernas: o manejo insustentável dos resíduos. Apesar de muitas soluções plausíveis e óbvias já terem sido sugeridas e algumas estarem em vias de implementação, alguns especialistas propõem soluções radicais que podem, um dia, se tornar realidades.
Algo surpreendente acontece nos edifícios ditos "sustentáveis". Ao analisá-los pós-ocupação, eles mostram-se muito menos sustentáveis do que se propuseram a ser. Em alguns casos, saem-se pior que outros mais antigos e sem essa pretensão. Um artigo de 2009 do New York Times, “Some buildings not living up to green label,” discorreu sobre a disseminação do problema com ícones da sustentabilidade. Entre outras razões, o Times apontou para a uso generalizado de vedações envidraçadas extensas e grandes plantas nas quais muito do espaço útil fica longe do exterior, dependendo de iluminação e ventilação artificiais.
Um pouco por conta desta publicidade negativa, a cidade de Nova Iorque instituiu uma nova lei exigindo a verificação do desempenho de edifícios. O que desmascarou muitos outros edifícios icônicos. Outro artigo do Times, “City’s Law Tracking Energy Use Yields Some Surprises,” relatou que o lustroso novo edifício do 7 World Trade Center, certificado LEED Gold, fez apenas 74 pontos na escala Energy Star - um ponto abaixo do mínimo de "alta eficiência". Uma nota modesta que nem compensa significativamente as demandas da construção.
O site This Big City apresenta dez iniciativas sustentáveis pensadas para a cidade, que aparecem originalmente no catálogo da organização dinamarquesa Sustainia. A seguir as cinco primeiras delas:
Uma das regiões mais áridas do planeta e com problemas que afetam a vida de milhares de famílias locais, o deserto do Saara foi o local escolhido para o projeto do jovem arquiteto sueco Magnus Larsson. Dune consiste em usar a própria areia para criar abrigos para as pessoas e protegê-las das intempéries.
Abertas as inscrições para a quarta edição do Holcim Awards, que celebra projetos e iniciativas que contribuam para um ambiente construído mais sustentável e que premiará as melhores propostas com um total de US$ 2 milhões a serem divididos entre os vencedores.
A competição é aberta a projetos das áreas de arquitetura, engenharia civil, paisagem e desenho urbano, materiais, produtos e tecnologias construtivas que contribuam para as cinco “questões principais” para uma construção sustentável. A competição é dividida em duas categorias com diferentes exigências.
Desde o furacão Sandy duas coisas passaram a ser “urgentes” para o prefeito Michael Bloomberg. A primeira é o fato de Nova Iorque estar afundando progressivamente a cada ano, e a segunda é que futuros desastres naturais podem colocar a cidade e seus habitantes mais uma vez em risco. Por estes motivos, Bloomberg lançou há poucos dias o plano “Uma Nova Iorque mais forte e resistente”, que inclui nada menos que 250 medidas com um orçamento de 19,5 bilhões de dólares. Entre elas destaca-se um novo Código de Edificações para residências e escritórios, um complexo urbano chamado Seaport City e um sistema de diques e dunas.
O grupo Architectural Associação e Foster + Partners anunciaram John Naylor da Diploma Unit 16 como o vencedor do Prêmio Foster + Partners 2013, pelo seu projeto Bamboo Lakou. Apresentado anualmente, o prêmio é atribuído a um estudante de arquitetura cujo portfólio melhor aborda os temas da sustentabilidade e infraestrutura.
Brett Steele, diretor da Architectural Association School of Architecture, disse: "O projeto de John Naylor demonstra as maneiras em que as idéias de infraestrutura - e imaginação arquitetônica - podem hoje se expandir para além dos clichés do Modernismo para se tornarem a própria vida, literalmente, respirando vida nas comunidades, cidades e países inteiros - hoje e por muito tempo no futuro ".
A sustentabilidade é um tema que se tornou recorrente na arquitetura hoje em dia. A consciência sobre o cuidado do planeta e a eficiência energética tem nos levado a utilizar novas alternativas de energia sustentáveis, como por exemplo a geotérmica e a energia eólica.
Neste contexto foi criado o Solar Decathlon Europe, uma competição internacional de estudantes onde estes são incentivados a projetar e construir modelos de casas eficientes em escala real "que consumam a menor quantidade de recursos naturais e produzam o mínimo de resíduos durante seu ciclo de vida. A ênfase está em reduzir o consumo de energia, cuja obtenção deve ser exclusivamente a partir do sol."
A seguir, os vídeos das propostas vencedoras do concurso.
Arquitetos indianos criaram um prédio de bambu resistente a desastres naturais. O conceito habitacional é uma edificação de três andares construída sobre palafitas e com um núcleo resistente a terremotos, ventanias e tempestades. O projeto inclui a coleta de água da chuva, reciclagem de água, plantações e espaço comercial.
The Mapdwell Projecté um grupo colaborativo de pesquisadores, acadêmicos e profissionais do MIT oriundos de diversos campos - design, tecnologia de edificações, engenharia, ciências ambientais, economia e ciência da computação - que busca desenvolver uma fonte comunitária de informações precisas voltadas à pesquisa sobre práticas sustentáveis. O Sustainable Design Lab do MIT atuou em colaboração com o estúdio de design MoDE (Modern Development Studio), que elaborou a interface online. O objetivo fundamental do Mapdwell é fornecer uma ferramenta que permita que comunidades tomem decisões embasadas quanto à incorporação de práticas sustentáveis em seus cotidianos através de conscientização e acesso a informações sobre eficiência energética e desenvolvimento inteligente.
Mais informações sobre a ferramenta a seguir.
No início de maio, Mapdwell revelou seu primeiro protótipo de "Solar System" - uma plataforma informática de mapeamento. O trunfo da Solar System é a quantidade de dados reunidos, acessíveis através da interface convidativa. O Solar System gera as informações necessárias para a instalação de painéis fotovoltáicos, comparando simultaneamenteos efeitos ambientais obtidos. Permite que os cidadãos definam inclinação, formato e orientação das águas dos telhados; simula a radiação solar com base em dados climáticos históricos; considera obstruções físicas como vegetação e construções vizinhas; computa a geração potencial de energia solar; apresenta programas de incentivo e taxas especiais a nível nacional, estadual e local; e apresenta dados precisos e imparciais.. Os cidadãos podem acessá-las para qualquer edifício em uma cidade, embasando as escolhas da comunidade em relação ao desenvolvimento sustentável.
Apesar da Mapdwell insistir que os proprietários executem uma análise in loco dos edifícios para definir a melhor implantação de painéis e seu porte, a Solar System deve chegar a estimativas muito precisas. Para criar o mapa, a Mapdwell combina imagens aéreas da área com LiDAR (Detecção e Espectro de Luz, na sigla em inglês) para criar um mapeamento topográfico. São determinados, assim, ângulos das coberturas e anteparos físicos que afetam a intensidade de sol em uma área determinada.
O objetivo da terceira edição do Congresso é aprofundar as discussões que integram a sustentabilidade econômica, social e ambiental no tema da Habitação de Interesse Social, bem como desencadear a proposição de alternativas viáveis com vistas à produção de conhecimento e ao avanço do trabalho conjunto entre universidade e gestores públicos, e a difusão da produção científica nos cenários nacional e internacional nessas áreas.
Originalmente publicado no site Intercon, o arquiteto norte-americano residente na África Charles Newman, credenciado pela LEED discute os percalços da cerificação nas regiões rurais da África. Newman que atualmente trabalha para o International Rescue Comitte em Bukavu e na República Democrática do Congo como Gestor de Reconstrução Comunitária, se dedica à integração da sustentabilidade em comunidades ao redor do mundo. Pira saber mais sobre seu trabalho e suas viagens, acesse seu blog Afritekt.
Quando em uma pequena cidade do sual da República Democrática do Congo em meados de 2012, um colega me abordou pedindo orientações para uma proposta ampla na área da saúde que ele estava elaborando. Uma porção do financiamento seria destinada à construção de centenas de clínicas através do Congo e ele mencionou que o doador estaria muito interessado em qualificações de edificação "verde". Sabendo que eu era um Profissional Credenciado do LEED, ele indagou como poderíamos incorporar tais critérios no design dos projetos a serem feitos. Lancei algumas diretrizes gerais, como o emprego de materiais locais - reciclados, se possível - agregando infraestruturas existentes, ventilação natural, etc. Ele apontou algumas questões, e então começou a esquadrinhar um pouco mais. "E quanto ao sistema de pontuação da LEED? Seria possível aplicá-lo à nossa estratégia"?
Minha resposta foi franca: "Na verdade, não. O LEED não funciona aqui na África rural".
LEED significa Leadership in Energy and Environmental Design (em português algo como Liderança em Energia e Design Ecológico), e se tornou o mais padrão mais reconhecido para edificação "verde" em por volta de 30 países pelo mundo. O LEED funciona como uma pontuação que avalia edifícios em termos de design, construção e performance. Cem pontos é o máximo possível. 40 pontos garantem o título de "Certificado"; 50 o grau Prata; 60, Ouro; e 80, Platina. O sistema de avaliação é dividido em sete categorias, tais como Implantação Ecológica, Eficiência Hídrica e Qualidade Ambiental Interna. A maior parte dos pontos funciona quantitativamente, enquanto outros, como os créditos por Inovação em Design, compreendem explanação e interpretação. O LEED se tornou amplamente empregado no mundo por bons motivos: a construção dentro dos padrões LEED fundamentalmente reduz a pegada de carbono de uma edificação, criando um produto potencialmente lucrativo financeiramente (e de modo responsável).
"Não vivemos mais na natureza - colocamos caixas ao redor dela. Mas agora podemos projetar a natureza para atender às nossas necessidades. Tudo que temos de fazer é projetar o código e ela se desenvolve por conta própria. Se pudermos encapsular nossas visões em uma semente elas crescerão e se realizarão". - Andrew Hessel em uma recente entrevista ao Archdaily.
"Projetar a natureza para atender às nossas necessidades" é exatamente o que o Glowing Plant Project pretende fazer. O biólogo Omri Amirav-Drory, cientista botânico Kyle Taylor e o líder do projeto Antony Evans estão trabalhando para elaborar uma "planta bioluminescente usando técnicas de biologia sintéticas que poderiam substituir a iluminação urbana tradicional" - e talvez mesmo criar árvores que pudessem suplantar os postes comuns.
Nesta quarta-feira, 12 de março, o Studio-X Rio recebe a Associação Americana de Planejamento (APA), que vem trabalhando nos últimos dois anos com habitação e desenvolvimento comunitário através de projetos de demonstração no Brasil, Bolívia, México e Peru.