A mobilidade urbana nos Estados Unidos passou por uma transformação radical com a introdução dos serviços de transporte por aplicativos no final dos anos 2000. A adoção generalizada de serviços como Uber e Lyft alterou a forma como os cidadãos se movimentam pelas cidades, oferecendo conveniência, flexibilidade e acessibilidade como nunca antes. O inovador modelo de negócios que se destaca ao auxiliar os usuários individuais falhou em prever as maiores implicações na escala da cidade - congestionamento, sistemas de transporte público e aquisição de carros. Enquanto cidades europeias como Bruxelas se comprometeram a incentivar o transporte público para reduzir problemas de congestionamento, cidades americanas buscam soluções próprias.
À medida que começamos 2024, as cidades europeias apresentam vários marcos de desenvolvimento urbano que estão traçando o caminho para o novo ano. Sob os temas de mobilidade urbana em Bruxelas, sustentabilidade em Valência, Smart Cities em Roterdã e resfriamento urbano em Paris, cada cidade está tentando mostrar progressos rumo à 2030. Nessas diversas estruturas urbanas, as cidades europeias estão demonstrando um compromisso em definir desafios e trabalhar para moldar um futuro climaticamente consciente.
As autoridades de Los Angeles votaram para implementar o primeiro Park Block, um projeto-piloto que propõe uma malha viária livre de carros. A ideia é abrir o espaço público para pedestres e ciclistas, segundo a NBC Los Angeles. O plano se inspira nas superquadras de Barcelona, que propõe grupos quarteirões sem tráfego de automóveis no distrito de Eixample, liberando parte das ruas apenas para pedestres e trânsito local. Implementado em 2016, o projeto resultou na redução dos níveis de poluição do ar, ruído urbano e acidentes de trânsito.
O parlamento da Indonésia aprovou um projeto de lei para transferir a capital, Jacarta para uma cidade completamente nova a ser construída na ilha de Bornéu, a 1.300 quilômetros da capital atual. A decisão, anunciada pela primeira vez em 2019, surge como uma reação aos inúmeros desafios enfrentados por Jacarta, incluindo poluição, congestionamento de tráfego e, talvez o mais ameaçador, o aumento do nível do mar. Como consequência da extração excessiva de água subterrânea, urbanização rápida e aumento do nível do mar, 40% da cidade está atualmente abaixo do nível da água. O presidente Joko Widodo propôs uma alternativa: realocar o centro administrativo do país para uma nova metrópole, chamada de Nunsantara, que significa "arquipélago" em javanês antigo.
As mudanças climáticas têm sido um dos tópicos mais urgentes deste ano, e por um bom motivo. Seus efeitos são visíveis não apenas em habitats naturais, mas também em ambientes urbanos. A indústria da construção civil tem um papel importante nesta dinâmica. Ao longo do ano, eventos como a COP27 enfatizaram a importância dos esforços para zerar as emissões líquidas e os desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento afetados por desastres naturais, cada vez mais devastadores. Possíveis direcionamentos rumo ao desenvolvimento incluem ações em vários estágios e escalas, desde a otimização de espaços verdes para controle de calor urbano até o uso de materiais de construção locais e inovadores para minimizar a pegada de carbono, ou a aprovação de leis que ajudam a criar ambientes urbanos e naturais mais sustentáveis.
Este artigo representa um resumo de artigos publicados no ArchDaily durante o ano de 2022 com temas relacionados às mudanças climáticas e o potencial da arquitetura para fazer a diferença. Ele divide o tópico em quatro questões principais: O que as cidades estão fazendo para mitigar o calor urbano? Como enfrentar o aumento do nível do mar? O que foi a COP27 e por que ela é importante? Os materiais de construção podem ajudar a atingir esses objetivos? A última seção apresenta um panorama das novas legislações aprovadas ao longo de 2022, como forma de entender como os governos estaduais e municipais estão impondo essa necessidade de mudança.
O escritório Grimshaw foi contratado para projetar o hub de transporte público mais movimentado do Reino Unido, assim como toda a área ao seu redor, em South Bank. O masterplan melhorará o tráfego de 5 conexões e renovará toda a área, que abriga atrações mundialmente famosas como o London Eye e a Tate Modern. O projeto se alinha ao compromisso do Lambeth Council e da Network Rail de zero emissões líquidas até 2030 aumentando as rotas para pedestres e ciclistas.
Em 2007, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, propôs a tarifação de congestionamento em Manhattan. A Assembleia Legislativa do Estado rejeitou o plano. Quinze anos depois, ainda estamos debatendo a ideia, perdendo tempo enquanto o planeta queima.
O problema mais recente é que um novo estudo ambiental e modelo de tráfego do MTA, a avaliação ambiental do programa de pedágios do distrito empresarial central, diz que o que é bom para os 1,63 milhão de habitantes de Manhattan e também do planeta, em geral, aumentará a poluição no já insalubre ar no Bronx. Sim, é um problema. Transformar o perfeito em inimigo do bom também é um problema. Precisamos de um plano que beneficie a todos.
PARIS, FRANCE March 22th 2020 : The Cyclist with medical mask on Champs Elysées empty during the period of containment measures due to the Covid-19 Coronavirus. Image via Shutterstock/ By Frederic Legrand - COMEO
Seguindo a tendência atual e a proposta pioneira apresentada pela prefeitura da cidade de Milão na semana passada, a cidade de Paris também está planejando manter as suas ruas livres de veículos após o encerramento – ou abrandamento – das políticas de distanciamento social tomadas durante a luta contra o surto de coronavírus no país. A prefeita Anne Hidalgo anunciou recentemente que a capital francesa está considerando manter algumas das medidas que restringem o uso de veículos automotores na cidade de Paris, as quais foram introduzidas durante o período de quarentena, transformando-as em novas ferramentas de combate a poluição e os congestionamentos na capital.
No início deste ano, a companhia holandesa TomTom (TOM2) divulgou um relatório detalhado com as cidades ao redor do mundo que mais sofrem com congestionamentos, baseado nos resultados do Índice TomTom Traffic 2017. De acordo com a análise mais recente, a Cidade do México permanece no topo da lista das mais congestionadas. Os condutores da capital mexicana gastam em média 66% a mais de tempo nos percursos em qualquer hora do dia, e até 101% nos horários de pico, totalizando assombrosas 227 horas a mais gastas no trânsito todos os anos.
As próximas colocadas são Bangkok (61%), Jacarta (58%), Chongqing (52%) e Bucareste (50%), constituindo as cinco cidades mais congestionadas do mundo. Saiba mais sobre o Índice de Tráfego da TomTom a seguir.