O que pode o vazio? Para o arquiteto Carlos M. Teixeira, um campo de estudo, trabalho e fascínio sobre o qual se debruça há mais de duas décadas. Esse olhar sensível para as possibilidades do não construído originou o livro “Em Obras: História do Vazio em Belo Horizonte”, cuja segunda edição, revisada e ampliada, chega às lojas este mês. Na publicação, ele propõe uma nova abordagem sobre as cidades com foco não nas construções, mas nos espaços com o potencial para se pensar outras formas de relação das pessoas com a urbe, compreendendo o espaço público como campo de transformação
Vazios Urbanos: O mais recente de arquitetura e notícia
Exposição "Outros Territórios" ocupa o Viaduto das Artes em Belo Horizonte
Com o objetivo de jogar luz sobre as possibilidades dos vazios urbanos, foi recentemente realizada a Chamada Internacional de Projetos para Intervenção Urbana “Outros Territórios”, que reuniu propostas de intervenções efêmeras para as “palafitas” dos prédios do bairro Buritis, em Belo Horizonte.
O problema dos vazios urbanos em Campo Grande / Ângelo Marcos Vieira de Arruda
Inegavelmente, um dos maiores problemas urbanísticos de Campo Grande, são os vazios urbanos existentes em seu território.
Desde os primórdios dos planos diretores, diversas diretrizes tentaram regular a produção do espaço urbano, levando em conta sempre a necessidade de urbanizar os vazios, de sorte a permitir que a mancha urbana fosse contínua. A partir da década de 1970, a cidade recebeu contingentes populacionais em função de sua futura condição de capital de Mato Grosso do Sul em 1979 e, com isso, acelerou-se a urbanização descontrolada e os limites do perímetro foram sendo ampliados e os parcelamentos novos surgindo, disputando espaço com os conjuntos habitacionais públicos e com as ocupações irregulares em curso. Resultado ao fim da década, a cidade teve quase 200 favelas, mais de 10 mil novas casas construídas e uns 120 mil lotes vazios ao fim dos anos 1990.