Recursos limitados estão se tornando um desafio cada vez mais comum na arquitetura. Hoje, independentemente da região, os projetos são afetados pela disponibilidade de recursos, que agora são agravados por considerações ambientais. Essa situação, longe de ser restritiva, nos estimula a explorar novas possibilidades na forma como concebemos o ambiente construído. Nesse contexto, é crucial entender que os recursos não se limitam apenas à economia, mas também incluem aspectos tecnológicos, materiais e espaciais. Assim, podemos aumentar nossa criatividade e eficiência ampliando nossas considerações ao abordar o design arquitetônico e seus desafios, fazendo mais com menos.
No nível comunitário, o desafio se torna ainda mais significativo quando consideramos que nossos projetos não só devem ser projetados para superar essas "restrições", mas também para impactar positivamente suas comunidades. Portanto, os projetos contemporâneos devem apresentar diferentes estratégias para superar recursos limitados e materiais, dependendo do contexto, sempre visando alcançar um impacto positivo e se tornar propostas poderosas e engenhosas, enquanto democratizam o acesso à arquitetura.
https://www.archdaily.com.br/br/1016730/crescimento-comunitario-atraves-da-arquitetura-recursos-limitados-e-impactos-positivosEnrique Tovar
Enquanto lê isso, você pode notar que está cercado por vários itens feitos de plástico. Essa onipresença não é coincidência; a versatilidade do plástico o tornou adequado para uma variedade de aplicações e foi descrito por seu inventor - Leo Baekeland - como "o material de mil usos". No entanto, quando se trata de impacto ambiental, o problema está em suas próprias qualidades: é tão durável, adaptável e fácil de produzir (430 milhões de toneladas por ano) que, de acordo com dados da ONU, o equivalente a 2.000 caminhões de lixo cheios de plástico é despejado nos oceanos, rios e lagos todos os dias.
No ambiente construído, o plástico foi incorporado em vários materiais, produtos e sistemas de construção, contribuindo para uma crise ambiental que afeta seriamente o bem-estar de milhões de seres vivos. Diante desse problema, uma direção possível é afastar-se de seu uso. A busca por alternativas livres de plástico está marcando um caminho em direção a um futuro onde a arquitetura está progressivamente se dissociando desses materiais poluentes, promovendo soluções sustentáveis que reduzem nossa dependência dele e contribuem para preservar o meio ambiente.
https://www.archdaily.com.br/br/1016375/defendendo-uma-arquitetura-sem-plastico-solucoes-inovadoras-para-o-presente-e-o-futuroEnrique Tovar
A flexibilidade da arquitetura permite que ela mude e ajuste continuamente sua forma em resposta ao progresso tecnológico, às tendências sociais e artísticas e às experiências coletivas pelas quais passamos. Eventos globais de grande escala, como as migrações transatlânticas do século XIX, o impacto da tuberculose no design, e mais recentemente, os efeitos da última grande crise global de saúde (COVID-19), desempenharam papéis significativos na formação da evolução da arquitetura.
No contexto da crise climática, o papel da arquitetura e do urbanismo tem sido extensivamente debatido, pois representa um dos maiores desafios deste século. É inegável que, enquanto há esforços ativos por meio de políticas e inovação para evitar chegar a um ponto sem retorno, a arquitetura já está se adaptando às mudanças e condições extremas causadas por ela. Em vez de pensar em um cenário futuro distante ou distópico, as mudanças graduais nas condições climáticas têm sido impulsionadoras para modificar, por meio de operações arquitetônicas, como concebemos edifícios contemporâneos.
https://www.archdaily.com.br/br/1015499/introspeccao-elevacao-encobrimento-operacoes-arquitetonicas-radicais-para-climas-adversosEnrique Tovar
Quando se fala a palavra “trópico”, a imagem que comumente vem à mente é a de um lugar exótico, sempre quente e úmido, sujeito a chuvas pesadas e constantes que lavam o solo e fazem com que a vegetação cresça descontroladamente. Alimentado por uma idealização, no decorrer da história, esse clima tropical já foi sinônimo de paraíso ao mesmo tempo em que era acusado de formar povos débeis por ser clemente demais.
Felizmente, esses julgamentos e associações foram deixados no passado, dando lugar a projetos teóricos e práticos que listam os ônus e bônus de se viver em uma região de clima tropical, reconhecendo as diferentes estratégias aplicadas para favorecer a adaptabilidade humana em meio a essas características climáticas tão peculiares.
ENCONTRO NO IABSP / EVENT AT IABSP – REFLORESTAR SÃO PAULO / REFLOREST SAO PAULO 21.03.2024 – 18h30 Edifício IABsp / IABsp Building Bento Freitas, 306 – 1º andar – Vila Buarque – São Paulo – Brasil
Diante das perspectivas de renunciar a dualidade entre seres humanos e não humanos, natureza e cidade e das provocações do líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro Ailton Krenak de que é preciso reflorestar as cidades, promoveremos esse encontro com o objetivo de refletir sobre as relações entre crise climática, desigualdades e ecologia urbana.
Faced with the challenge to reintroduce duality between humanity and non-human beings, nature
Ao longo da história, os rios desempenharam um papel crucial nas estruturas sociais das cidades. Em suas margens, comunidades se reuniam para socializar, nadar e pescar. Nadar em rios era uma atividade popular de verão apreciada por pessoas de todas as idades. Seja o Tâmisa em Londres ou o Sena em Paris, os rios estavam cheios de nadadores, integrados aos estilos de vida urbanos.
À medida que começamos 2024, as cidades europeias apresentam vários marcos de desenvolvimento urbano que estão traçando o caminho para o novo ano. Sob os temas de mobilidade urbana em Bruxelas, sustentabilidade em Valência, Smart Cities em Roterdã e resfriamento urbano em Paris, cada cidade está tentando mostrar progressos rumo à 2030. Nessas diversas estruturas urbanas, as cidades europeias estão demonstrando um compromisso em definir desafios e trabalhar para moldar um futuro climaticamente consciente.
A COP28, ou a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023, foi realizada em Dubai entre 30 de novembro e 13 de dezembro. O encontro anual reuniu representantes de 198 países, bem como líderes da indústria, para discutir e estabelecer estratégias para limitar a extensão das mudanças climáticas e seus efeitos adversos. O objetivo final dessas reuniões é encontrar maneiras de limitar o aumento da temperatura global em menos do que 1,5 graus Celsius em comparação com os tempos pré-industriais. No momento, o aumento da temperatura global já está em 1,2 graus Celsius. Como a indústria da construção em geral responde por 39% das emissões globais, arquitetos e urbanistas têm especial interesse nos resultados desta cúpula internacional.
A URB divulgou um estudo para a Dubai Cycle City 2040, visando uma infraestrutura para ciclismo diversificada no Emirados Árabes Unidos. A iniciativa tem como objetivo revolucionar o transporte em Dubai, proporcionando aos residentes acesso rápido a serviços essenciais e locais por meio de ciclismo ou caminhada. Em uma cidade onde os carros sempre foram a principal forma de transporte, atualmente estão sendo desenvolvidos planos para revolucionar a mobilidade urbana.
O mundo acaba de vivenciar os meses mais quentes já registrados, e as perspectivas não são otimistas. O aumento das temperaturas está provocando uma demanda crescente por sistemas de refrigeração, colocando em risco a possibilidade de desencadear um ciclo vicioso de aumento no consumo de eletricidade e emissões de carbono. Em um cenário onde o planeta enfrenta uma crise climática e um rítimo de urbanização sem precedentes, a interseção entre a eficiência energética dos edifícios e as tecnologias de refrigeração nunca foi tão crucial.
Em 30 de novembro teve início em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a COP28, a cúpula climática da ONU. O evento consiste no encontro anual de governos nacionais e tem como objetivo de estabelecer estratégias para limitar a extensão da crise climática e seus efeitos adversos. A cúpula do ano passado definiu várias medidas importantes, incluindo a promessa de um fundo global destinado a fornecer ajuda financeira a países em desenvolvimento afetados por desastres climáticos.
O propósito principal da COP é reforçar os compromissos do Acordo de Paris, assinado em 2015, que busca manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5ºC. Como a indústria da construção é responsável por 39% das emissões globais, a arquitetura desempenha um papel vital na redução da pegada de carbono, tornando a COP28 um evento crucial para os arquitetos.
O Lago Tonle Sap é uma parte do sistema hídrico interno do Camboja que está conectado às florestas alagadas que purificam a água e protegem as comunidades de tempestades, um benefício importante, uma vez que as alterações climáticas tornam as condições meteorológicas extremas mais frequentes. Todo ano, de junho a novembro, o delta do Mekong invade o lago Tonle Sap, criando variações de até 10 metros na profundidade da água. Isso resulta no alagamento de edifícios em terra durante a estação chuvosa, que são então reformados e ocupados novamente após a recuada da água.
Diante da previsão de chuvas fortes nas regiões onde moram, 64% dos brasileiros sentem medo. Para 76% das pessoas, as cidades não estão preparadas para enfrentar chuvas fortes, tempestades ou alagamentos. Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em cooperação com a UNESCO no Brasil e o apoio da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA ) e da Aliança Bioconexão Urbana. O resultado completo do estudo será apresentado no dia 2 de dezembro durante a 28a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, a COP 28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Quando o assunto é mudanças climáticas, as manchetes às vezes parecem contraditórias. Em um dia, lemos sobre incêndios florestais catastróficos causando estragos pelo mundo; no dia seguinte, temos um artigo otimista sobre o rápido avanço da energia solar e eólica. Juntas, essas narrativas podem dificultar a compreensão do panorama geral da ação climática. Os países estão de fato implementando soluções efetivas se as emissões de gases do efeito estufa (GEE) continuam aumentando? Em que áreas o mundo tem progredido o suficiente para superar a crise climática e quais são as lacunas? Que medidas específicas são necessárias para entrarmos no rumo certo?
https://www.archdaily.com.br/br/1010199/o-que-o-mundo-ainda-pode-fazer-para-manter-o-aquecimento-global-abaixo-de-15-degrees-cWRI Brasil
2023 registrou recordes de temperatura em todo o mundo. Pessoas de diferentes regiões do planeta já enfrentam ondas de calor históricas, incêndios florestais e secas com apenas 1,1°C de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais. Com as políticas atuais, que colocam o mundo a caminho de um cenário de 2,5°C a 2,9°C de aquecimento até 2100, o calor sufocante que sentimos este ano é apenas uma pequena amostra do futuro que temos pela frente.
Estamos prestes a terminar o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. Nos últimos dias, as altas temperaturas têm influenciado negativamente o cotidiano de uma grande porção da população, principalmente aquela que passa a maior parte do dia nas ruas, longe dos espaços climatizados. O excesso de calor tem distintas fontes, entre as naturais e as catalisadas pelo homem, e com um futuro nada promissor em relação a este tema, é necessário buscar por medidas de forma estrutural para combater o modo como ele pode agravar a saúde da população.
Após as intensas enchentes que afetaram o Paquistão em 2022, a arquiteta Yasmeen Lari, da Heritage Foundation of Pakistan, comprometeu-se a auxiliar na construção de um milhão de casas resilientes no país. Em 2022, 33 milhões de pessoas foram deslocadas, e estima-se que 500.000 residências tenham sido destruídas ou gravemente danificadas. Em setembro de 2022, a ONG de Lari lançou um programa para iniciar a reconstrução e auxiliar as comunidades a se protegerem contra futuros desastres. O programa baseia-se na experiência de Lari em trabalhar com as comunidades e utilizar materiais de construção vernaculares e locais para criar estruturas resilientes e sustentáveis. De acordo com a Heritage Foundation of Pakistan, um terço da meta já foi alcançado.
Em busca de explorar novos materiais e métodos para uma construção mais sustentável, a Henning Larsen inaugura a exposição "Changing our Footprint" no Centro de Arquitetura Dinamarquês em Copenhague. Aberta de 17 de novembro de 2023 a 3 de março de 2024, a mostra busca apresentar ideias para uma arquitetura mais favorável ao clima e iniciar diálogos sobre o papel da arquitetura e construção na mitigação das mudanças climáticas. Esta é a segunda edição da exposição, sendo que a primeira aconteceu no Fórum de Arquitetura Aedes, em Berlim, no início deste ano.