Cidades em todo os EUA estão enfrentando dificuldades para ocupar seus espaços comerciais. Grandes cidades como Washington DC, Boston e San Francisco têm centros urbanos cada vez mais vazios, enquanto os centros de pequenas cidades do Rust Belt lutam para sobreviver. Essa tendência está presente para além dos EUA, com mais de três quartos dos prédios de escritórios da Europa em risco de obsolescência até o final da década. A causa disso, na maioria das vezes, é simples: um excesso de escritórios e uma mudança para o trabalho remoto. Esses prédios vazios podem desencadear um efeito dominó negativo de desafios econômicos e sociais para as cidades, e seu excedente, juntamente com a escassez de moradias, tem provocado discussões entre cidades e arquitetos sobre a necessidade iminente de transformar escritórios em moradias.
Zoneamento: O mais recente de arquitetura e notícia
Remodelando os centros urbanos dos EUA: cresce o impulso para conversão de escritórios em residências
Paris reimpõe proibição a arranha-céus após polêmica com a Tour Triangle
A cidade de Paris reinstaurou oficialmente uma regra que limita a altura de novos prédios na capital francesa a 37 metros, ou 12 andares. Entre os fatores para a decisão estava a controvérsia em torno da construção da Tour Triangle, projetada por Herzog & de Meuron, com 180 metros de altura e que teve a construição iniciada em 2021 após mais de uma década de batalhas legais e críticas. A nova regulamentação de planejamento urbano é apresentada como parte do Plano Urbano Bioclimático Local da prefeita Anne Hidalgo, que visa reduzir as emissões de carbono de Paris.
A moradia média como solução para o futuro das cidades
O planejamento urbano e a maneira como o espaço construído afeta a vida cotidiana de seus habitantes são dois elementos que não podem ser considerados separadamente ao analisar a qualidade de vida em uma determinada cidade. Estratégias de planejamento urbano incluem a construção de moradias acessíveis, instalações e serviços públicos, sistemas de mobilidade, áreas verdes etc. Ainda assim, gerir uma cidade não é tarefa fácil, e muitos dos motivos pelos quais as cidades de hoje estão se tornando cada vez mais caras, densas e desiguais, têm a ver com regras de zoneamento desatualizadas e pouco flexíveis, as quais, consequentemente, não facilitam em nada o acesso à moradia digna e o direito à cidade de forma equitativa a todos os seus habitantes.
Como o boom da arquitetura pode se tornar um rombo na economia?
É inútil dizer que a arquitetura é uma profissão que flutua de acordo com a economia. Todos nós conhecemos histórias ou até sentimos na pele as consequências de um período de recessão. Para a industria da construção civil, a depressão econômica se traduz em um estado de espera, na escassez de novos projetos e portanto, em um impacto negativo considerável em termos de novos contratos e vínculos empregatícios—sem mencionar as terríveis consequências para a massa de trabalhadores informais, entre eles, arquitetos e arquitetas. É evidente que a economia opera em ciclos, ora com períodos de vacas magras, ora com momentos de vacas gordas. Quando no entanto, uma mal temporada coincide com uma situação de crise na qual a população global continua a crescer rapidamente e o valor da terra a atingir níveis exorbitantes, é inegável que a arquitetura não passará ilesa por tal momento. Ainda assim, existem aqueles que, ao invés de culpar a economia pelos altos e baixos da profissão da arquitetura e da industria da construção civil, afirmam que é ela a principal responsável pelas principias crises econômicas globais.
Novo zoneamento de Nova Iorque: falsas promessas e agravamento dos processos de gentrificação
Este artigo foi publicado originalmente em Common Edge.
Dezenas de bairros da cidade de Nova Iorque foram recentemente reurbanizados com base em hipóteses inventadas e dados manipulados grosseiramente pelas autoridades municipais com a promessa de promover diversidade, acesso à moradia digna e inclusão social. Entretanto, nenhuma destas expectativas chegou a de fato a se concretizar, e o que é pior, na prática, o resultado foi exatamente o oposto disso: menos diversidade, menos moradias acessíveis e consequentemente, mais segregação e um processo de gentrificação generalizado. Ainda assim, muito pouco se fala disso. Mas o dano já está feito, e os incorporadores seguem aproveitando-se das regras do jogo para seu próprio benefício. E assim a cidade vai sendo transformada para a alegria de alguns poucos e a tristeza de muitos. Esta é a situação que Roberta Brandes Gratz explora em seu mais recente artigo entitulado “New Tork City”, analisando como as leis de zoneamento foram manipuladas para gerar um resultado oposto daquilo que se espera.
O que acontece quando o código de obras determina a arquitetura?
Em um mundo ideal, arquitetos teriam total liberdade para projetar tudo aquilo que fossem capaz de imaginar. Mas na realidade, não é bem assim que as coisas funcionam. Fato é que desenhar em uma folha em branco nem sempre significa ter todas as possibilidades do mundo à nossa disposição, a arquitetura, como uma profissão regulamentada, é regida por uma série de códigos e leis, quando não pelos desejos dos clientes, por limites orçamentários ou outros fatores ainda mais complexos. Em se tratando de códigos de obras, muitas vezes eles “engessam” a arquitetura, forjando novas tipologias, programas e formas—da famosa “torre-plataforma” ao onipresente “dois mais cinco”. O resultado disso, muitas vezes, culmina em edifícios repetitivos e uma estética urbana monótona e sem graça.
O que é um Plano Diretor?
Os processos de planejamento e desenvolvimento das cidades fazem parte de redes complexas, que muitas vezes demandam a articulação de diferentes ferramentas voltadas para o planejamento físico, mas também social, econômico, político, entre outros. O Plano Diretor é um dos principais instrumentos que existem para isso, e desempenha um papel fundamental para a regulamentação do território de uma cidade.
Segundo a definição da NBR 12267, que estabelece as normas para elaboração de Planos Diretores, estes são o “instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados”.
Quando o sonho americano se tornou o pesadelo do planejamento urbano
Ao longo de quase um século, o maior sonho do americano médio era comprar uma casa com jardim, garagem e uma cerquinha branca. O sonho da casa própria e a ideia de viver em um bairro familiar afastado da agitação da centro da cidade eram considerados o estilo de vida ideal e o auge do sonho americano. Mas com o passar do tempo e as sucessivas crises econômicas e sociais que abalaram os Estados Unidos ao longo das últimas décadas, as autoridades locais começaram a perceber que bairros suburbanos exclusivamente residenciais não necessariamente eram um sonho, mas sim, um pesadelo.
5 anos do plano diretor da cidade de São Paulo
Há cinco anos foi aprovado o Plano Diretor de São Paulo, um pacto social pela transformação da cidade até 2029. Um conjunto significativo de ações previstas foram realizadas ou estão em andamento, ainda assim outras tantas não saíram do papel. Realizar um balanço desse período é fundamental para que a objeto final de todo esse processo possa ser efetivado: qualificar a vida das pessoa, especialmente de quem mais precisa.
Minneapolis se torna a primeira cidade dos EUA a banir o zoneamento unifamiliar
Minneapolis se tornará a primeira grande cidade dos EUA a banir o zoneamento residencial unifamiliar. A Câmara Municipal aprovou o Minneapolis 2040, um plano que permite residências de três famílias nos bairros residenciais da cidade. Essa mudança significativa no zoneamento também permitirá edifícios de alta densidade ao longo dos corredores de trânsito e eliminará os requisitos mínimos de garagens para todas as novas edificações. Na esperança de combater os altos custos de moradia, a segregação e a expansão urbanas, o plano deve se tornar um precedente para as cidades dos Estados Unidos e de toda a América.
Arquitetura sem arquitetos: a tipologia "copy-paste" que tomou os Estados Unidos
Este artigo foi originalmente publicado no CommonEdge como "When Buildings Are Shaped More by Code than by Architects."
As decisões que um arquiteto toma ao longo de um projeto são freqüentemente orientadas por questões que vão muito além de suas inclinações estéticas ou até mesmo os anseios e desejos de seus clientes. Em um determinado grau, somos reféns das ferramentas e materiais disponíveis assim como das infinitas limitações legais impostas à cada contexto específico. Atualmente, os Estados Unidos estão encarando uma dura realidade no campo prático da arquitetura devido à difusão de um novo código bastante restritivo ao que se refere à liberdade criativa dos arquitetos.
Thom Mayne conclui pesquisa sobre o futuro da cidade de Houston
O arquiteto vencedor do Prêmio Pritzker, Thom Mayne, concluiu recentemente uma pesquisa sobre o futuro da cidade de Houston em relação ao seu espraiamento urbano e rápido crescimento. O estudo, desenvolvido juntamente com 21 estudantes da Universidade de Houston e os professores Matt Johnson, Peter Zweig e Jason Logan, foca em modos de abordar os problemas que surgem com a história falta de planejamento da cidade em conjunto com o desregulado crescimento industrial. Estas abordagens incluem a remodelação da atual infraestrutura de energia, mudando o mercado imobiliário e a densidade urbana através de leis de zoneamento e novas ideias.
Prefeitura de São Paulo disponibiliza o novo zoneamento para download
Disponível no Gestão Urbana e também no site oficial da SMDU, a nova Lei de Zoneamento também pode ser consultada em outro na plataforma Geosampa, portal que reúne mais de 150 tipos de dados georreferenciados sobre a cidade de São Paulo, que podem
A nova funcionalidade permite aos interessados identificar com maior rapidez e facilidade a zona em que os lotes estão inseridos. Em caso de dúvidas sobre a definição e principais características das zonas, é possível conferir o significado de cada uma delas no dicionário de termos.
Seminário de Lançamento da Revisão Participativa da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de São Paulo
A Prefeitura de São Paulo está passando por um processe de revisão dos instrumentos de planejamento urbano. O Plano Diretor Estratégico, aprovado recentemente, definiu novas estratégias de ordenação territorial, que deverão orientar o desenvolvimento da cidade pelos próximos 16 anos. A próxima etapa é a revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS), que detalha as regras para organizar cada região da cidade, indicando tipologias e estipulando programas para as edificações.
Onde o Zoneamento se Encaixa no Planejamento das Nossas Cidades do Futuro?
Vamos abandonar a palavra "zoneamento", como nas portarias de zoneamento que regem a forma como a terra é utilizada e como edifícios, muitas vezes são projetados. A regulamentação do uso da terra ainda é necessária, mas cada vez mais o zoneamento se tornou um termo conceitualmente inadequado, uma caracterização obsoleta de como planejamos e e damos forma ao crescimento. - Roger K. Lewis
O zoneamento, conceito com pouco mais de um século de idade, já está se tornando um sistema ultrapassado pelo qual o governo regula o desenvolvimento e o crescimento. Exceções e brechas na legislação de zoneamento atual provam que o planejamento da cidade está empurrando uma transformação de zoneamento para refletir os objetivos e as necessidades de construção da cidade hoje e no futuro. Para determinar como o zoneamento e o uso do solo precisam mudar é preciso primeiro avaliar as intenções da construção de cidade do futuro. Planejadores e arquitetos, legisladores e ativistas comunitários já começaram a estabelecer diretrizes e portarias que abordam os objetivos de sustentabilidade e habitabilidade. A AIA estabeleceu Líderes Locais: Comunidades Mais Saudáveis Através do Design e fez um compromisso com a Década do Design: Desafio Soluções Globais. Nova York veio com o Diretrizes de Design Ativo: Promoção de Atividade Física e Saúde no Design e na sua iniciativa de Zona Verde no que diz respeito à atualização da sua resolução de zoneamento. Filadélfia tem aumentado seu zoneamento para incluir fazendas urbanas e jardins comunitários. É seguro supor que muitas outras cidades seguirão esses precedentes.