Locais bonitos com vistas incríveis ao longo das orlas de grandes cidades são frequentemente negligenciados devido aos vestígios industriais de uma economia passada baseada no transporte marítimo e manufatura. A transição desses setores econômicos e o potencial desses locais têm levado à adaptação desses espaços para uso público. Enquanto algumas cidades optaram por demolir e começar completamente do zero, a transformação do Brooklyn Bridge Park na orla marítima da cidade de Nova York incluiu a preservação de parte de seu caráter industrial. No livro "Brooklyn Bridge Park", os arquitetos do escritório Michael Van Valkenburgh Associates discutem seu processo projetual que incorporou a materialidade e as estruturas existentes dos píeres para contar a história do lugar.
Artigos
Recuperando as orlas marítimas: transformando portos áridos em espaços públicos icônicos
Seis arquitetas do Oriente Médio e da Ásia para conhecer
Há e sempre existiram mulheres arquitetas, planejadoras e políticas urbanas inspiradoras, mas em todo o mundo, as profissões de ambiente construído – e em particular seus escalões superiores – permanecem fortemente dominadas por homens, mais do que outras esferas, como educação ou saúde.
Hoje, 64% dos arquitetos formados no Brasil são mulheres. Na Engenharia, houve um aumento de 42% no número de mulheres registradas no CREA desde 2016. Mas, onde estão esses reflexos na sociedade brasileira? No mundo o processo é mais lento. Temos apenas 40% de mulheres arquitetas e pouquíssimas nos papéis de líderes.
Escadarias urbanas: poesias verticais nas cidades
As escadarias desempenham um papel importante nos trânsitos e deslocamentos dentro das cidades, podendo moldar a forma como as comunidades interagem e se movem em seus ambientes urbanos. Muitas vezes despercebidas em meio à paisagem, elas são testemunhas importantes da história, conectores fundamentais, e mais do que simples elementos arquitetônicos, elas são espaços onde o ritmo da vida urbana se desenrola. Entre os prédios, morros, ladeiras e ruas movimentadas, as escadarias se revelam como palcos de deslocamentos, de encontros e desencontros, onde o tecido da cidade se entrelaça às histórias contadas a cada degrau.
Seis a cada dez brasileiros sentem medo diante da previsão de chuvas intensas, aponta pesquisa
Diante da previsão de chuvas fortes nas regiões onde moram, 64% dos brasileiros sentem medo. Para 76% das pessoas, as cidades não estão preparadas para enfrentar chuvas fortes, tempestades ou alagamentos. Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em cooperação com a UNESCO no Brasil e o apoio da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA ) e da Aliança Bioconexão Urbana. O resultado completo do estudo será apresentado no dia 2 de dezembro durante a 28a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, a COP 28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O arquiteto múltiplo: conhecendo a obra de Álvaro Siza Vieira
Quando se trata de arquitetura contemporânea portuguesa, frequentemente a primeira associação se faz pelo caminho da tradição. A relevância histórica do programa, a importância das tipologias para os nativos, os modos de construir. As correspondências não são infundadas, mas tampouco são restritivas, e o pequeno país tem um grande nome que prova isso: Álvaro Siza Vieira.
Siza é o maior representante da arquitetura de Portugal, e motivos não faltam. Não apenas por ser o primeiro arquiteto português a receber um Pritzker (1992), ou pela premiação do Leão de Ouro na Bienal de Veneza (2012), ou pela extensa e prolífica carreira, mas sobretudo pela atitude ao mesmo tempo particular e universal em relação à arquitetura. A atuação em território nacional e internacional explicita uma característica que muito possivelmente é de sua índole: a de ser muitos em um único, à maneira de seu conterrâneo Fernando Pessoa.
Como esconder o ar condicionado?
Com a promessa de dias cada vez mais quentes, o ar condicionado se torna ainda mais requisitado pelas pessoas. Compreendemos que este se tornou um equipamento quase que inevitável na contemporaneidade. Além de buscar por opções que sejam mais energeticamente eficientes, que seria o mínimo diante da atual crise climática que vivenciamos, como arquitetos e designers também devemos questionar como podemos integrar o dispositivo aos cômodos de uma maneira que não chame tanta atenção e mantenha a sua principal função: resfriar o ambiente. Assim, reunimos algumas dicas sobre como esconder o ar condicionado e manter uma composição harmoniosa no espaço.
O que o mundo ainda pode fazer para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C
Quando o assunto é mudanças climáticas, as manchetes às vezes parecem contraditórias. Em um dia, lemos sobre incêndios florestais catastróficos causando estragos pelo mundo; no dia seguinte, temos um artigo otimista sobre o rápido avanço da energia solar e eólica. Juntas, essas narrativas podem dificultar a compreensão do panorama geral da ação climática. Os países estão de fato implementando soluções efetivas se as emissões de gases do efeito estufa (GEE) continuam aumentando? Em que áreas o mundo tem progredido o suficiente para superar a crise climática e quais são as lacunas? Que medidas específicas são necessárias para entrarmos no rumo certo?
Design para densidade: habitação na Índia como infraestrutura social
Assim como muitos outros dos países, a Índia enfrenta uma crise habitacional constante. Como a nação é a mais populosa do mundo, com uma projeção de crescimento da população urbana de 410 milhões em 2014 para 814 milhões até 2050, a situação é urgente. A paisagem construída indiana apresenta maiores complexidades devido a uma abordagem de mercado abrangente e à necessidade de habitação socialmente relevante. Olhando para o futuro, como a Índia pretende atender às necessidades da sua população em expansão para abrigar os próximos milhões de habitantes urbanos?
O que sabemos e o que não sabemos sobre o futuro do calor extremo nas cidades
2023 registrou recordes de temperatura em todo o mundo. Pessoas de diferentes regiões do planeta já enfrentam ondas de calor históricas, incêndios florestais e secas com apenas 1,1°C de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais. Com as políticas atuais, que colocam o mundo a caminho de um cenário de 2,5°C a 2,9°C de aquecimento até 2100, o calor sufocante que sentimos este ano é apenas uma pequena amostra do futuro que temos pela frente.
Casas portuguesas: 10 projetos que misturam tradição e contemporaneidade
A arquitetura contemporânea em Portugal é uma interessante mistura de elementos tradicionais e modernos, refletindo a rica herança cultural e histórica do país, juntamente com as tendências e influências globais da disciplina. Desde a estética, funcionalidade e preservação em casas de pedra, passando pela riqueza dos azulejos portugueses, os projetos realizados neste pequeno país segue como referência para muitas outras culturas por seu desenho cauteloso e de ação precisa.
Ilha de Saint-Louis: uma jornada por sua história arquitetônica e desafios de conservação
Localizada a 270 km ao norte de Dakar, a capital do Senegal, e próxima à fronteira com a Mauritânia, encontra-se a Ilha de Saint-Louis, uma cidade colonial proeminente na África Ocidental, reconhecida por sua combinação de arquitetura mediterrânea e clima tropical. Fundada pela Colônia Francesa em 1659 como seu primeiro posto comercial na costa atlântica da África, Saint-Louis posteriormente tornou-se a capital da África Ocidental Francesa (AOF) e do Senegal. No entanto, perdeu esse status em 1902, o que resultou em seu declínio econômico.
Essa história complexa transformou Saint-Louis em um ponto de encontro para diferentes camadas de arquitetura e urbanismo. A ilha apresenta uma forma urbana em grade com vilas de dois andares, típica do urbanismo colonial francês do século XIX. Além disso, possui pátios tropicais, varandas sombreadas, casas art déco dos anos 1920 e prédios cívicos modernos do início dos anos 30. No entanto, devido ao seu isolamento econômico e infraestrutural, essa arquitetura e patrimônio urbano têm se degradado continuamente. Portanto, busca-se novas intervenções para a conservação, restauração e readequação da cidade.
Estimulando a criatividade: o papel da IA nas ferramentas de visualização e projeto para arquitetos
Hoje em dia, o trabalho do arquiteto está intimamente ligado à tecnologia e aos avanços que surgem nesse campo. Nesse sentido, diversos aspectos da inteligência artificial têm sido amplamente discutidos. A realidade é que, ao invés de mergulhar em uma competição de habilidades entre Arquitetos e IA, —com nuances que poderiam evocar alguns aspectos da ideologia dos ludistas ingleses do século XIX, os avanços nesse campo podem ser vistos como ferramentas para otimizar processos e abrir novas perspectivas dentro da profissão.
Nesse contexto, a arquitetura muitas vezes abrange várias etapas, desde as fases iniciais em que os dados moldam decisivamente os ambientes construídos até as etapas posteriores em que as ferramentas de design generativo para espaços desempenham um papel fundamental na configuração espacial. Nesse processo, a visualização desempenha o papel crucial de compreender graficamente a expressão do que está sendo projetado. Assim, iterar na visualização e avaliar cada um dos resultados é vital não apenas para expressar ideias, mas também para usar essas visualizações para interpretar elementos estéticos.
Refúgios de verão: 6 projetos de clubes e piscinas
Com a proximidade da chegada do verão no hemisfério sul — que promete ser um dos mais intensos já vistos, e em meio ao ano que já é considerado como um dos mais quente da história — a busca por locais que ofereçam momentos de relaxamento, frescor e diversão se intensifica. À medida em que as altas temperaturas do verão se aproximam, a relevância e procura por equipamentos como os clubes, com suas áreas de lazer ao ar livre, piscinas e espaços verdes, se destaca de maneira significativa. Esses locais se transformam em verdadeiros refúgios, oferecendo não apenas a possibilidade de escape do calor, mas também uma série de outras atividades e benefícios para seus usuários.
Acertos e contradições no retrofit dos centros urbanos: o caso de São Paulo
Considerada em 2022 a quinta cidade mais populosa do mundo, São Paulo é formada por uma imensidão de desafios “dignos” dos seus mais de 22 milhões de habitantes. Entre os inúmeros problemas urbanos enfrentados, o esvaziamento do centro histórico da cidade tem sido notícia recorrente há pelo menos quatro décadas,§ com governos anunciando medidas que poderiam reverter a situação. Nesse meio tempo, o mesmo centro presenciou o aumento das ocupações de moradia em prédios abandonados, trazendo à tona não apenas a importância da sua ressignificação, mas também sua vocação habitacional.
Transformando resíduos de milho em um material inovador de base biológica
A prática do upcycling, predominante em setores da moda à construção, não só revitaliza itens descartados, acrescentando valor e função, mas também contribui para transformá-los em recursos valiosos. Adotar o espírito da economia circular, aproveitando resíduos agrícolas, como espigas de milho, palha de arroz e bagaço de cana-de-açúcar para materiais de construção marca uma mudança fundamental em direção a práticas sustentáveis, promovendo um sistema de circuito fechado que minimiza os resíduos e otimiza a eficiência dos recursos.
CornWall®, desenvolvido pela Stone Cycling, surge como uma inovação pioneira neste sentido. Inspirado na mudança imperativa para uma economia de base biológica, incorpora uma solução transformadora que aborda as preocupações prementes do impacto ambiental da indústria da construção. Conversamos com Ward Massa, um visionário da Stone Cycling, sobre este material. Trata-se de um material de acabamento de paredes fabricado a partir de biomassa vegetal, obtida principalmente a partir dos núcleos das espigas de milho de origem regional. Estes resíduos orgânicos estão amplamente disponíveis e destinam-se normalmente à fermentação, à queima como biomassa ou a tornarem-se simples resíduos orgânicos.
Comunicação em arquitetura: divulgação, curadoria e notícias
En 1999, Birgit Lohmann e Massimo Mini cofundaram o designboom, autodenominada "a primeira revista online de arquitetura e design". Sete anos depois, o Facebook saiu das universidades americanas para o público geral, enquanto no Twitter era publicado o primeiro tweet. Desde então, passaram-se 16 anos.
Embora 16 anos na arquitetura representem um período breve, na história da internet os meios digitais e as redes sociais estão longe de serem considerados emergentes. Eles compõem o núcleo do atual modelo da Web 2.0, caracterizado por uma interação dual entre produtores e consumidores de conteúdo baseada em compartilhamentos, curtidas, remixagens, repostagens.
Com efeito, a velocidade e a magnitude das transformações nos meios digitais de comunicação nos proporcionam a oportunidade de começar a traçar os esboços para uma história da era digital e seu impacto na arquitetura.
Como a neuroarquitetura pode influenciar a percepção de segurança em espaços urbanos e edifícios
A interseção entre arquitetura e neurociência, conhecida como neuroarquitetura, emerge como um campo inovador, trazendo à tona a influência significativa do design, seja de espaços urbanos ou de edifícios, na percepção humana, incluindo o aspecto de segurança. Esta área de estudo ganha relevância em um contexto em que a arquitetura urbana não é apenas uma questão estética ou funcional, mas também um elemento crucial na criação de ambientes que promovam bem-estar e segurança.