Enquanto escrevo esse texto uma chuva torrencial toca a janela do quarto. Aqui, no sul do Brasil, há semanas não sabemos o que é a luz do sol. Em várias cidades o volume de chuva já superou o total acumulado dos demais meses do ano. Alagamentos, inundações e deslizamentos são notícias corriqueiras nos jornais regionais. Neste cenário caótico, um estudo apresentado pela Confederação Nacional dos Municípios afirma que, entre as chuvas intensas no sul e a seca no norte do país, 5,8 milhões de brasileiros foram diretamente afetados pela catástrofes em 2023, incluindo casos de perda de vidas, desalojamentos e prejuízos econômicos significativos.
O prognóstico, infelizmente, também não é dos melhores. A versão nacional do renomado relatório de mudanças climáticas do IPCC, documento organizado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) já alertou: o Brasil, assim como outros países da América Latina, não apenas ficará mais quente com as mudanças climáticas, como também verá seu regime de chuvas mudar drasticamente. Ou seja, aqui no sul, é melhor nos acostumarmos com o barulho da chuva na janela, assim como o norte deve esperar secas históricas.
Os termos resiliência e sustentabilidade, embora tenham significados semelhantes, referem-se a abordagens de design distintas no contexto da arquitetura e das cidades. Sustentabilidade está relacionada à preservação dos recursos naturais para manter o equilíbrio ecológico, enquanto resiliência implica a capacidade de se recuperar, adaptar e persistir em momentos de adversidade. Esses conceitos não apenas influenciam, mas também se complementam, especialmente em projetos de edifícios resilientes a desastres. Enquanto os processos de design convencionais para infraestrutura resiliente costumam se basear em princípios de robustez estrutural e integridade como medida contra desastres naturais previstos, a resiliência sustentável sugere a oportunidade de fortalecer os edifícios ao incorporá-los em sistemas biológicos e ecológicos.
No âmbito mundial, as primeiras fábricas tiveram origem na segunda metade do século XVI, abrigando principalmente as oficinas tipográficas. Com o passar do tempo, suas funções foram abarcando ateliês de carpintaria, tapeçaria e porcelana. Entretanto, os edifícios industriais, tais quais conhecemos hoje, só foram consolidados no século XVIII, intimamente relacionados às transformações advindas da Revolução Industrial. A substituição da mão de obra humana pelas máquinas mudou definitivamente a escala dessas edificações, transformando-as em enormes galpões.
Para um impacto na atmosfera e visual do seu apartamento, pensar como pintá-lo pode ser tão fundamental quanto a escolha das cores a serem utilizadas. Entre tantas possibilidades é difícil tomar uma decisão e sair do conforto das paredes brancas, mas aqui trazemos algumas dicas para quem busca tornar o cotidiano, e o próprio lar, ainda mais colorido.
Rodovias, em seu estado inanimado, não podem ser racistas. No entanto, as forças que as criaram e as consequências de sua localização estão profundamente ligadas à questão racial. Deborah Archer, professora de direito e advogada de direitos civis, aprofunda essa noção: "As rodovias foram construídas através e ao redor de comunidades negras para solidificar a desigualdade racial e proteger espaços e privilégios brancos."
No novo livro, Justice and the Interstates: The Racist Truth About Urban Highways, os editores Ryan Reft, Amanda Phillips du Lucas e Rebecca Retzlaff exploram a injustiça racial e o sistema de rodovias interestaduais. Eles reúnem ensaios que abordam o deslocamento causado pelas rodovias interestaduais. O livro surgiu a partir de uma série de artigos na Metropole, uma publicação da Urban History Association.
https://www.archdaily.com.br/br/1009075/enfrentando-o-legado-racista-das-rodovias-urbanasDiane Jones Allen
Há alguns anos, os arquitetos do Studio Bark, em colaboração com a Structure Workshop e a Cut and Construct, começaram a desenvolver a ideia de um kit de partes projetado para que qualquer pessoa com habilidades razoáveis de construção pudesse construir sua própria estrutura. Este é o U-Build, um sistema modular feito de painéis de madeira trabalhados com a precisão de uma máquina de corte controlada por computador (CNC). Os painéis são entregues no local de construção em uma caixa compacta, prontos para serem montados, empilhados e parafusados para moldar as paredes, pisos e tetos. Apenas algumas ferramentas são necessárias, como um martelo de borracha, uma furadeira, uma fita métrica e um nível.
Embora esse sistema permita a construção de vários tipos de edifícios, seu alto nível de personalização encontra utilidade e eficácia particular em projetos habitacionais de variadas escalas. De uma pequena casa para um casal optando pela simplicidade, até uma cabana "off-grid" na floresta, uma extensão de uma casa georgiana e uma casa com eficiência energética com 3 quartos, U-Build deu vida a casas pré-fabricadas de madeira extraordinárias.
Apesar de manterem escritórios separados em Portugal, os irmãos Manoel e Francisco construíram suas trajetórias profissionais em conjunto e colaboração, ficando conhecidos como Aires Mateus, sobrenome de ambos. Juntos, os arquitetos portugueses já assinaram projetos em diversos países e se tornaram uma referência no mundo da arquitetura contemporânea, admirados por suas criações inovadoras e elegantes, e reconhecidos internacionalmente por seus projetos que combinam simplicidade, tradição e funcionalidade.
Uma das escolhas mais populares no mercado da construção civil, o piso vinílico possui diversas caraterísticas que o levaram a este patamar. Composto principalmente de policloreto de vinila (PVC) - e com outros aditivos, dependendo de sua produção, como plastificantes, fibra de vidro, resinas e/ou minerais -, trata-se de um material durável, acessível, e de fácil instalação, que pode ser aplicado nos mais variados ambientes.
A arquitetura, ao longo da história, sempre esteve associada à elite e aos mais ricos, que encomendavam edifícios suntuosos para satisfazer suas necessidades estéticas e funcionais. Essa tendência remonta a civilizações antigas: faraós egípcios construíam pirâmides e templos imponentes, imperadores romanos erguiam anfiteatros e palácios magníficos. A arquitetura era, e muitas vezes ainda é, um símbolo de poder e prestígio. Com o tempo a profissão se expandiu para abranger diversos tipos de edifícios e públicos, desde residências simples até estruturas públicas e comerciais e o avanço da tecnologia e das técnicas de construção tornou-a mais acessível em termos de custos. Mas a desigualdade em relação ao acesso a bons projetos de arquitetura ainda prevalece, especialmente em países subdesenvolvidos ou contextos vulneráveis socialmente. Diversas regiões enfrentam sérios problemas de habitação, infraestrutura e planejamento urbano devido à falta de recursos e investimentos adequados, com condições construtivas precárias, com áreas de favelas, falta de saneamento básico e edifícios inseguros.
Curitiba tem realizado diversas atividades para fortalecer a biodiversidade e melhorar a qualidade da vegetação na paisagem urbana. Por isso, a capital do Paraná, junto a outras 18 cidades do mundo, foi selecionada para participar do projeto Generation Restoration do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
Cercado por água e com uma atmosfera distinta, o estúdio de arquitetura dinamarquês BIG - Bjarke Ingels Group escolheu a próspera área portuária de Nordhavn, em Copenhague, para sua nova sede. Com o edifício, os pioneiros do design estão empenhados em destacar a integração entre tecnologia, inovação e criatividade, ao mesmo tempo em que criam um ambiente que fomenta a inventividade e promove um senso de comunidade no local de trabalho.
A ONU-Habitat, Programa da Organização das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, é encarregada de questões relativas à habitação e ao desenvolvimento urbano de maneira mais adequada em todo o mundo. Desempenha um papel fundamental ao abordar questões urbanas globais, trabalhando para melhorar a qualidade de vida, enfrentar desafios como a rápida urbanização e a falta de moradia, e promover práticas de planejamento urbano que sejam socialmente mais inclusivas e ecologicamente responsáveis. Em 2022, lançou o projeto "Conexões Urbanas - Planejamento de Espaços Públicos para Comunidades Inclusivas", iniciativa importante da organização, que pretende promover o fortalecimento dos governos locais através do planejamento e desenho urbano participativo de espaços públicos.
Há indícios de que palha e junco foram utilizados na construção há mais de 10 mil anos. Desde então, a revolução industrial mudou completamente as práticas de construção, introduzindo a produção em massa de aço, vidro e, não menos importante, de concreto.
A casa é constantemente associada a um espaço sagrado, um lugar que acolhe e respeita diferentes sentimentos e sensações. Assim como Bachelard afirma, ela é o nosso refúgio no mundo, nosso primeiro universo, um cosmos real em cada acepção da palavra. Uma simbologia complexa a qual faz dela um espaço que não pode ser definido apenas pelos aspectos funcionais, como número de quartos ou tamanho dos banheiros. Nas entrelinhas das suas paredes, universos inteiros são acomodados.
As interseções entre arte e arquitetura são muitas: a fruição estética, a composição de elementos formais, a relação com o lugar, a abstração, entre outras inúmeras. As combinações possíveis entre aspectos desses dois campos do conhecimento faz com que cada escritório de arquitetura (ou artista) destaque-se em sua prática e linguagem. O Diogo Aguiar Studio é um dos escritórios de arquitetura que explora esses cruzamentos entre arte e arquitetura, e distende os contornos que separam um campo do outro.
Essa atuação entre arquitetura e arte informa e move cada projeto, resultando em um trabalho que não apenas busca atender as necessidades funcionais, mas também explora novas fronteiras no que diz respeito à pesquisa espacial. Destacam-se especialmente a pesquisa material e sensorial de espaços arquitetônicos e artísticos imersivos.
Com grandes populações vêm desafios formidáveis, especialmente no campo da saúde e saneamento. No último século, manter condições sanitárias em áreas urbanas tem sido um desafio persistente, especialmente em uma nação que abriga mais de 1,4 bilhão de pessoas. A Índia enfrenta uma infinidade de problemas — infraestrutura inadequada para saneamento, falta de banheiros públicos e práticas deficientes de gestão de resíduos. Nas cidades mais densas, a luta se intensifica à medida que o gerenciamento do saneamento e limpeza urbana se mostra deficiente. A rápida urbanização da Índia superou o desenvolvimento da infraestrutura de saneamento, e problemas sanitários se enraizaram profundamente no ambiente construído do país.
A terra compactada é um dos métodos mais antigos de construção de paredes e ainda possui um grande potencial na construção moderna com terra. Um aspecto desse potencial são suas cores e camadas, que se tornam visíveis à medida que as fôrmas são removidas. Como um processo que envolve a compressão camada por camada de cascalho, areia, silte e argila, sua aparência resultante é uma estratificação horizontal de tons de terra, conteúdo material e procedimentos de cura. Essa aparência colorida das paredes de terra compactada pode ser controlada e explorada por meio de padrões, textura, pigmentação e cores naturais da argila, oferecendo uma oportunidade para ampliar seus limites na arquitetura.
Como criar edifícios que usem a energia de forma eficiente? Tradicionalmente, os esforços para tornar o ambiente construído mais sustentável têm se concentrado na infraestrutura física, muitas vezes negligenciando as relações entre as pessoas e o espaço. O surgimento da era tecnológica trouxe os "Smart Buildings", que utilizam aprendizado automatizado. Essas estruturas são projetadas para operar com uma eficiência energética impressionante, no entanto, estão amplamente desconectadas de seus ocupantes. E se os prédios pudessem ser mais inteligentes e sustentáveis ao interagir com seus usuários?
Sameer Makarius nasceu no Cairo em 1924. Em 1933, emigrou com sua família para Berlim. Aos dez anos, seu pai lhe deu uma câmera com a qual ele iniciou sua história na fotografia. Após o início da Segunda Guerra Mundial, em 1940, eles se mudaram para Budapeste, onde ele completou seus estudos secundários, começou sua formação artística e estabeleceu uma relação com os protagonistas da vanguarda local. Em 1946, ele retornou ao Egito, passando por Zurique. Lá, ele organizou uma exposição de arte moderna húngara com o apoio de Max Bill. De volta ao Cairo, trabalhou com arte para publicidade e também para um escritório de arquitetura e construção.
Sua obra plástica chegou ao Rio da Prata alguns anos antes dele, por meio de sua companheira Eva Reiner, que já vivia na Argentina com sua família. Em 1948, ela emprestou uma de suas obras para a exposição de arte MADI, organizada no estúdio do escultor alemão Martin Blaszko. Depois de se casar com Eva no Egito, em 1952, eles viajaram juntos para Paris, onde trabalharam como designers de estampas. Finalmente chegaram a Buenos Aires em abril de 1953, a cidade que se tornaria seu local de residência permanente. Sua jornada migratória foi marcada pelo drama da guerra e, ao mesmo tempo, durante esses deslocamentos, Makarius construiu uma rede de relacionamentos em torno da fotografia, das artes visuais e da arquitetura, o que lhe permitiu projetar seu trabalho em diferentes territórios e formatos.
Como um dos quatro elementos essenciais que sustentam a vida neste planeta, a água é crucial para a sobrevivência de todas as espécies. Assim como os animais selvagens têm uma afinidade pelos corpos d'água, nós, humanos, também nos atraímos por eles.
Embora nossos portos, lagos e vias navegáveis não desempenhem mais o papel de centros internacionais de transporte e áreas de alimentação como no passado, a melhoria na qualidade do ar, o clima mais ameno e o aumento no relaxamento e na atenção plena proporcionados pela presença de água fresca ou corrente significam que espaços como bares na orla de um rio, hotéis à beira-mar e casas diante de lagos estão entre os mais populares de suas categorias.
As residências a seguir demonstram como corpos d'água próximos podem ser mais bem aproveitados com uma arquitetura e design excepcionais.
Desde o surgimento do modernismo, os arquitetos têm enfrentado um dilema ao lidar com a realidade do tempo. Isso se torna um problema, pois o tempo e a gravidade são duas forças universais. Os arquitetos são extremamente bons em lidar com a gravidade — ela está presente em tudo o que projetamos e realiza uma dança simbiótica com a estrutura. Não importa o quanto um projeto simule a ausência de peso, sua massa não pode ser negada. Os arquitetos devem enfrentar a gravidade, seja nas varandas da Casa da Cascata de Frank Lloyd Wright, ou nos edifícios paramétricos potencializados pelos softwares da atualidade.
Após ao menos cinco anos de muitos croquis, desenhos, maquetes, leituras e cálculos, chega o momento dos alunos de Arquitetura e Urbanismo apresentarem seus trabalhos finais de graduação - chamados frequentemente de TCC, TFG ou Projeto de Final de Curso. Ao escolher o tema, os estudantes evidenciam projetos civis, urbanos ou teóricos que além de demonstrar que o estudante está apto para sua formação, também possuem uma grande importância por levantarem debates sobre o futuro de nossas cidades, do ambiente construído, da infraestrutura urbana, da mobilidade e tantos outros tópicos fundamentais para discutir e desenvolver o modo como habitamos o espaço.
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