Entre janeiro e dezembro de 2018, atendendo as demandas de moradia de comunidades indígenas, o Grupo ][ Fresta iniciou um trabalho de consultoria técnica de arquitetura para as comunidades das etnias Guarani e Tupi, situadas no estado de São Paulo, nos municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo, Mongaguá, Praia Grande e Itanhaém.
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito de um Plano Básico Ambiental (PBA), pré-requisito para o licenciamento ambiental de um empreendimento situado em territórios indígenas.
Ao longo dos últimos meses, em razão da crise sanitária que está afetando a todos nós, fomos forçados a nos afastar uns dos outros e retroceder silenciosamente para dentro de nossas casas. Neste contexto, fomos bombardeados constantemente com uma enxurrada de diferentes narrativas, relatos íntimos de pessoas confinadas e preocupadas com o futuro de nossas cidades. Como uma resposta imediata, muitas delas fugiram para suas casas de praia, retiros no interior ou até para a casa dos pais — tudo por um pouquinho mais de espaço ao ar livre.
Uma cidade é um espaço compartilhado onde cada indivíduo busca a realização de seus desejos e objetivos. As ruas, calçadas e espaços públicos permitem o encontro e o contato entre os diversos, fortalecendo o senso de comunidade. A mobilidade urbana tem papel fundamental no desenvolvimento social e econômico das cidades, especialmente na qualidade de vida dos cidadãos. Não se trata apenas de transporte, mas da forma pela qual as pessoas se deslocam na cidade, interferindo no tempo e energia utilizados pelos cidadãos e, também, na migração, na comunicação, na formação das redes sociais pessoais, nos fluxos de tráfego, na habitação, na saúde e na distribuição espacial dos mais diversos locais de interesse. Segundo Ole B. Jensen, “cidades e lugares contemporâneos são definidos pela mobilidade e por seus fluxos.”
O skate é uma experiência urbana. Com espaços públicos interativos e superfícies táteis, as pistas de skate começaram lentamente a moldar a maneira como pensamos o desenho urbano. Além do limite dos parques, os skatistas observam a arquitetura do ambiente construído, e a transformam, por sua vez, repensando como nos reunimos, nos movemos e reimaginando o futuro da vida urbana.
A arquitetura é uma profissão das mais belas – há inegável romantismo em construir o lugar onde o ser humano habita. É, também, uma das mais antigas: se considerada como atividade que organiza o espaço, identificamos alguma espécie de pensamento arquitetônico desde, pelo menos, centenas de milhares de anos atrás. Sua beleza é, no entanto, parcialmente eclipsada por uma frustração generalizada no campo profissional no Brasil. Pouca consciência da importância à sociedade, dificuldade de fechar contratos, concorrência acirrada, poucas oportunidades em edificações públicas, empregos mal remunerados e disponibilidade de trabalhar sem honorários contribuem para a precarização da arquitetura e do urbanismo.
https://www.archdaily.com.br/br/947426/a-arquitetura-e-uma-profissao-ingrata-o-que-podemos-fazer-para-melhorar-issoEquipe ArchDaily Brasil
“ONDE SE ENCONTRA?” é o título da instalação produzida pelo Estúdio Mangava para o feverestival 2020 (Festival Internacional de Teatro de Campinas) e ficou exposta na segunda semana de fevereiro, cerca de um mês antes do entrarmos em quarentena. O desafio proposto pela organização do festival ao Estúdio foi o de representar através de uma instalação interativa a temática da edição, que trouxe a proposta de reafirmar seu presente, revisitar o passado e projetar o futuro: o que queremos construir a partir daqui? O que desejamos reinventar? Qual projeto de mundo estamos buscando? Quais são os nossos futuros desejáveis?
O estado de Guanajuato está localizado na região centro-norte do México, fazendo fronteira geográfica com os estados de Zacatecas, San Luis Potosí, Querétaro, Michoacán e Jalisco. Ele possui 30 607 km² de superfície e é uma das regiões mais populosas do país. Alguns de seus municípios mais importantes são León, Irapuato, Celaya, Salamanca e San Miguel de Allende, este último declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2008, que se caracteriza por sua arquitetura barroca e espanhola. Além disso, nesta cidade está a Paróquia de San Miguel Arcángel, construída em pedra rosada típica da região.
O escritório nova-iorquino Diller Scofidio + Renfro (DS+R) chamou atenção mundial em 2002 com o Blur Building, para a Expo Suíça daquele ano. O volume era formado através de 35.000 bicos de alta pressão que expeliam a água do lago sobre o qual se localizava, criando uma enorme nuvem artificial. Sua forma, limites, cores e translucidez se alteravam com o sol e a força do vento e produziam uma experiência imersiva aos usuários, adentrando um volume completamente permeável. Dez anos depois, Carla Juaçaba e Bia Lessa projetaram o Humanidade2012 para a exposição Rio +20, em que diversos volumes programáticos foram dispostos em uma enorme estrutura de andaimes. Com mais vazios do que cheios, suas extremidades se desmaterializavam no céu e durante a noite os volumes pareciam flutuar. Segundo as arquitetas, “a própria movimentação das pessoas no edifício transformava os visitantes em objetos de exposição visto de longe.” Os dois projetos temporários, mesmo com diferenças de escala e contexto, se unem no êxito ao trabalhar com as noções de translucidez, leveza, dissolução de limites e o movimento.
Cooperativas de Vivienda Castalia yCuareim, anos 2016 – 4ª geração. Autora: Anaís Jorcin
Time 10 e as 3 pioneiras: Primeira Geração –O cooperativismo habitacional no Uruguai é hoje a modalidade de cooperativismo mais expressiva de todas, porém não é a única. Esse sistema transcende a questão da habitação e torna-se especialmente relevante na primeira metade do século XX: a empresa de transporte de ônibus de Montevidéu (CUTCSA) por exemplo, inicia seus trabalhos em 1937 como uma cooperativa. Em termos específicos, em 1989 foram registradas 843 cooperativas e, em 2017, este número sobe para 3.665 cooperativas em diversas áreas.
Os seres humanos passam a maior parte de suas vidas no interior de uma edificação, seja para morar, trabalhar ou lazer. A COVID-19 evidenciou ainda mais esta questão durante o período de isolamento mostrando a necessidade de pensarmos projetos de edificações mais saudáveis e confortáveis.
Neste artigo são apresentadas algumas dicas para pensar projetos mais saudáveis, ressaltando a importância de ter um pensamento sistêmico que considere diferentes disciplinas, como a própria arquitetura, engenharia, ciência dos materiais, mecânica, fisiologia, psicologia, entre outros.
Em algumas das cidades mais densas do mundo, está se tornando um desafio cada vez maior encontrar um espaço confortável para morar - e o mesmo fato se aplica para sepultar. Estima-se que 55 milhões de pessoas morrem a cada ano e, para cada pessoa viva, há 15 vezes o número de mortos. No entanto, urbanistas e arquitetos estão mais interessados em lidar com os vivos do que se envolver com a morte. Como resultado, é criada uma tensão entre os dois mundos paralelos - e com o passar do tempo, mais questões estão sendo levantadas sobre como abordamos o espaço público de forma que ele seja projetado para que os vivos e os mortos possam coexistir.
Na Bienal de Veneza de 2014, o célebre curador Rem Koolhaas escolheu um caminho pouco usual. No lugar de explorar as grandes questões que assolam a profissão e a sociedade, o tema do evento, "Fundamentals" e sua exposição principal, "Elements of Architecture", examinou em detalhes todos os fundamentos dos edifícios, usados por qualquer arquiteto, em qualquer lugar, a qualquer hora. Segundo Koolhaas, “Arquitetura é uma profissão treinada para juntar as coisas, não para desmontá-las. Somente olhando os elementos da arquitetura sob um microscópio podemos reconhecer as preferências culturais, avanços tecnológicos, mudanças desencadeadas pela intensificação do intercâmbio global, adaptações climáticas, normas locais e, em algum lugar na mistura, as ideias do arquiteto que constituem a prática da arquitetura hoje.”
No dia 20 de agosto teve início o processo de tombamento da maquete de Salvador, que se encontra em exposição na Associação Comercial da Bahia, na capital baiana [1]. A maquete, que estará aberta à visitação por meio de agendamento até 18 de setembro de 2020 [2], começou a ser idealizada no começo da década de 70 pelo arquiteto Assis Reis. Desde então, continua a ser atualizada por uma equipe de artesãos da Prefeitura Municipal de Salvador com o objetivo de representar as mudanças urbanas na cidade, mantendo, assim, a ideia original da sua criação.
Com o início do isolamento social, no início de 2020, publicamos diversos artigos com o objetivo de ajudar nossos leitores a aumentarem a produtividade e o conforto em seus home-offices. Após todo esse tempo nessa nova rotina, pesquisas apontam que mais de oitenta por cento dos profissionais desejam continuar trabalhando desde suas casas mesmo depois que a quarentena terminar. Além disso, boa parte das empresas também está satisfeita, mostrando uma alta tendência de empresas adotarem esta prática como definitiva pois a maioria observou que o trabalho remoto pode ser tão (ou mais) produtivo quanto o trabalho presencial.
No entanto, no que se refere às crianças e ao estudo em casa durante a pandemia, o resultado não foi tão positivo. Talvez a maior razão seja o fato de ser muito complicado fazer com que crianças se concentrem e se motivem por muito tempo diante das telas. A falta de interação física com outras crianças também é considerada prejudicial, por muitos estudos. Por isso, apesar da grande ansiedade pela volta por parte de alunos e de professores, enquanto as adaptações ideais, e seguras a todos não forem estabelecidas, a volta às escolas será adiada. Dessa forma, resolvemos compartilhar neste artigo estratégias eficientes que podem transformar os espaços de estudo em casa em aliados do aprendizado das crianças.
Com a mudança das necessidades e aspirações da sociedade, tipologias espaciais e programas arquitetônicos são constantemente questionados, e essa reavaliação cria premissas para a inovação. O que veremos a seguir é uma exploração, de como a arquitetura está metabolizando as mudanças fundamentais da sociedade em vários aspectos da vida cotidiana, desafiando os pressupostos existentes sobre os programas e o espaço.
O pilar "guarda-chuva" é um sistema de concreto armado projetado por Amancio Williams (Buenos Aires, 1913-1989) que, em virtude de sua forma, é capaz de suportar cargas extraordinárias e de se manter em equilíbrio de forma autônoma - ou seja, não precisa de outras peças para se sustentar além de sua própria coluna -, oferecendo, ainda, pouquíssima resistência ao vento. Os estudos a respeito deste projeto foram iniciados pelo arquiteto em 1939, momento a partir do qual realizou uma série de ensaios e construiu cerca de 50 maquetes. Esta estrutura para coberturas altas, também conhecida em espanhol como "paraguas" ou "sombrilla", pode ser considerada um exemplo de destaque em inovação moderna da época na Argentina, definida pela experimentação técnica e formal.
A gentrificação vem sendo um dos principais pontos de debate sobre o projeto que pretende transformar o Minhocão em um parque linear. Imagem: Felipe Rodrigues
Um dos temas mais presentes nas discussões atuais sobre a cidade é a gentrificação. Definido, de modo geral, como "quando alguém diferente de você muda-se para o seu bairro", o fenômeno urbano é muito mais complexo que isso e envolve questões de uso do solo, especulação imobiliária, espaços públicos e de lazer e planejamento territorial.
Vale do Anhangabaú. Foto: Diego3336, via Visual hunt / CC BY
O Vale do Anhangabaú, ou simplesmente Anhangabaú, é a região de São Paulo que separa o chamado Centro Velho do Centro Novo. Como o próprio nome já diz, o Vale é a região lindeira ao riacho que tem este nome, aliás tenebroso, que em tupi-guarani significa “rio ou água do mau espírito”. E ao que parece, pelos vários e mal sucedidos usos que já lhe fizeram, a “maldição” contida no nome acompanha o lugar até hoje.
O espaço que margeia um rio, lago, lagoa ou costa marítima representa uma zona de transição entre a água e a terra. Por isso, a conversão das margens dos corpos d’água em espaços públicos ativos e atrativos busca delinear um certo equilíbrio entre a rigidez do espaço construído e a fluidez da água.
Calçadas foram ampliadas e novo mobiliário foi instalado para estimular caminhada e permanência da população na rua. Foto: Daniel Castellano/Pref. Cutiriba
Em meio a prédios centenários, um importante terminal de ônibus e comércio pujante, Curitiba implementou uma rua completa. Concluída em fevereiro, a requalificação da rua Voluntários da Pátria tornou a via mais segura para os pedestres que se deslocam pela área central, e mais convidativa para a permanência, com novos bancos e calçadas ampliadas. Um resgate do passado que faz o presente mais acolhedor e fortalece a construção de um futuro mais humano para as cidades brasileiras.
https://www.archdaily.com.br/br/947043/nova-rua-completa-de-curitiba-une-prioridade-a-pedestres-e-preservacao-do-patrimonioBruno Batista, Paula Manoela dos Santos e Fernando Corrêa
Ligados a um imaginário arquitetônico dos anos 80, os tijolos – ou blocos – de vidro são elementos construtivos que voltaram a ter sua potência plástica notada e revisitada pela produção contemporânea. Com sua primeira patente registrada em 1907, esse produto foi elaborado a partir da demanda por iluminação nas áreas internas das edificações, mas é pelos efeitos visuais produzidos por sua translucidez e textura que ele é procurado. Atualmente, vem sendo empregado em diferentes contextos, de banheiros a divisórias residenciais e, até mesmo, fachadas inteiras de bares, lojas e restaurantes.
Pontes e passarelas são elementos de circulação horizontal que permitem estabelecer uma ligação física entre os espaços interiores ou exteriores de um projeto para resolver a sua articulação e poupar, em alguns casos, os desníveis existentes entre eles. Essas estruturas suspensas potencializam as conexões visuais entre os diferentes níveis e permitem criar percursos mais dinâmicos.
Sherbet, gelato, mochi, sorvete e muito mais. Seja onde for e como for, a cultura do sorvete é tão rica e diversa que tem inspirado também a própria arquitetura de seus espaços e lojas: desde pavilhões efêmeros e barraquinhas móveis até edifícios meticulosamente projetados para oferecer uma experiência completa que vai muito além do mero sabor de um bom sorvete. Trabalhando para franquias maiores, reinventando antigas marcas e lançando novas tendências, arquitetos e designers estão transformando experiência da sorveteria com espaços e projetos de arquitetura singulares que, por sua vez, procuram atendem aos mais variados gostos e os mais exigentes paladares.