Em 1991, o American Institute of Architects o chamou de nada menos que "o maior arquiteto americano de todos os tempos". Mas ele não foi apenas um arquiteto – também foi designer de interiores, escritor e educador. Há mais de um século e meio, em 1867, nascia o prodigioso Frank Lloyd Wright. Resistindo ao tempo, continua a inspirar as atuais gerações de arquitetos.
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Em foco: Frank Lloyd Wright
Fabricação digital na arquitetura: onde chegamos e até onde podemos chegar
Há alguns anos, a fabricação digital começava a despontar como uma das grandes novidades no cenário da arquitetura, prometendo transformar para sempre a nossa disciplina e a forma como construímos nossos edifícios. Embora esta revolução arquitetônica de facto ainda não tenha se materializado de forma definitiva, infinitas novas possibilidades parecem surgir a cada ano que passa, principalmente como resultado do trabalho árduo de pesquisadores e profissionais dedicados ao desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à prática da arquitetura e construção. Portanto, neste exato momento, parece oportuno dedicarmos um pouco do nosso tempo para mapear esse avanços, apresentando aos nossos leitores uma perspectiva mais abrangente sobre como a tecnologia está transformando efetivamente a prática da arquitetura dia após dia. Este artigo procura cobrir algumas das principais abordagens que já estão começando a gerar resultados bastante concretos, transformando os processos de projeto e construção e contribuindo definitivamente para a redefinição do potencial da arquitetura, recontextualizando da nossa disciplina na era da informação.
Campos de refugiados: de assentamentos temporários a cidades permanentes
Segundo dados veiculados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), mais de 70 milhões de pessoas têm sido forçadas à abandonar suas casas ao longo dos últimos anos devido a conflitos, violência e catástrofes naturais, sendo que 26 milhões destas são consideradas refugiados de guerra. Em um contexto tão crítico, não podemos apenas continuar pensando em números. É preciso considerar, em primeiro lugar, que cada unidade desta conta representa uma vida – seres humanos que precisam de ajuda. Portanto, chegou a hora de superarmos este permanente estado de perplexidade e partirmos para a ação, isso porque situações como esta não se resolvem da noite para o dia – elas podem durar uma vida inteira. Na atual conjuntura, campos de refugiados não mais podem ser vistos apenas como estruturas temporárias, e é exatamente ai que os arquitetos podem fazer a diferença.
Quando lidamos com crises humanitárias provocadas por conflitos armados, não estamos falando de um fenômeno passageiro. Trata-se, na maioria dos casos, de um caminho sem volta. De fato, segundo o próprio Comissariado das Nações Unidas do Quênia, de todas aquelas pessoas que se veem forçadas a abandonar os seus países de origem ––e têm a felicidade de encontrar um lugar para viver––, “a maioria delas passam mais de 16 anos vivendo em estruturas temporárias.”
Dicas para construir uma casa na árvore
É difícil encontrar alguém que nunca tenha sonhado em construir ou ter uma casa na árvore para chamar de sua. A ideia de um refúgio, um espaço totalmente integrado à natureza e com uma vista privilegiada agrada a quase todas as idades. Há exemplos de casas na árvore de todas as escalas e complexidades, desde pequenas plataformas elevadas até algumas altamente complexas, inclusive com instalações elétricas e hidráulicas. Alguns sites especializados no tema (sim, isso existe!), apresentam valiosas dicas para a construção desses sonhos. Em geral, eles concordam com o lema: “Escolha sua árvore, faça o seu projeto, mas esteja pronto para adaptá-lo!”
Mobilidade ativa como possibilidade de uma cidade melhor
Hoje se celebra o Dia Mundial da Bicicleta devido aos vários benefícios sociais, econômicos e ambientais que o uso deste meio de transporte e lazer oferece. Ao aprovar a comemoração deste dia, a ONU reconhece a contribuição do ciclismo dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo a construção de cidades e comunidades mais sustentáveis. Tal pensamento ganha ainda mais força durante e pós pandemia, e ao pensar formas saudáveis de se locomover pela cidade, a mobilidade ativa se destaca entre as alternativas possíveis e exequíveis em curto prazo, e ela não diz apenas sobre ciclovias, mas sobre abraçar o cidadão num todo.
Dubrovnik, a cidade medieval que inventou a quarentena
A cidade medieval de Dubrovnik, na Croácia, coleciona qualidades. Cercada por uma antiga muralha e um mar de águas azuis que encantam quem a visita, durante a Idade Média foi a única cidade-estado com vulto suficiente para rivalizar com Veneza.
Outro aspecto que poucos conhecem é que a Pérola do Adriático, como é conhecida a cidade croata, foi o primeiro município europeu de que se tem notícia a implementar uma quarentena inteligente e a construir espaços de isolamento no combate às grandes doenças que afligiram a humanidade. É o que afirmam o arqueólogo Ante Milošević e a médica Ana Bakija-Konsuo no livro "Lazaretto em Dubrovnik: O início do regulamento de quarentena na Europa".
A mudança climática e o surgimento das casas sem fundações
Como a maioria de vocês, passei os últimos dois meses em quarentena. Estou um pouco envergonhado de dizer isso, mas assim como a nobreza fugiu das cidades durante as pragas da Idade Média, tivemos a sorte de escapar da densidade de Boston e passar nossos dias na costa em Marshfield, uma pequena cidade ao sul, onde temos uma casa de veraneio. Devo me lembrar constantemente de que poderia ser muito pior.
Espaços públicos com andaimes: uma alternativa em situações de emergência
Ao enfrentar emergências como desastres naturais, conflitos bélicos ou pandemias, a arquitetura deve oferecer soluções imediatas e eficazes. Nessas infelizes circunstâncias, a prioridade costuma ser resolver os problemas de moradia, porém, uma vez controlada a emergência, o foco se desloca lentamente para locais de encontro, como centros comunitários, lugares para reuniões de bairro e espaços públicos.
Para criar novos locais de reunião em situações de emergência, o andaime é uma boa alternativa se pensarmos na velocidade da construção e no orçamento limitado. Embora sejam normalmente utilizados como estruturas temporárias, eles também permitem compor rapidamente o espaço trabalhando com flexibilidade horizontal, vertical e diagonal, combinados com outros materiais como tecidos, madeira, policarbonato e metal.
As visualizações de arquitetura atendem às nossas expectativas?
Quantas vezes nos prendemos a uma imagem ou vídeo renderizado, nossos olhos incrédulos, incapazes de decifrar se aquilo que vemos é real ou apenas uma simulação virtual. Da mesma forma, não é raro ter que convencer amigos ou familiares que não têm relação com a arquitetura que um edifício ainda não existe concretamente e não passa de uma imagem confeccionada para uma propaganda. Não há mais limites para as visualizações hiperrealistas criadas por computador – elas estão cada vez mais enraizadas no mundo dos nossos desejos. É certo que estas imagens artificiais estabelecem novos padrões, mas seriam estes posteriormente atendidos pela arquitetura?
Queremos abrir a discussão e oferecer aos nossos leitores a possibilidade de expressar abertamente suas opiniões e experiências sobre o assunto. Se todos tivéssemos consciência de que a grande maioria do mercado contemporâneo da arquitetura se baseia em representações que simulam apenas a realidade visual, deixando de fora inúmeros aspectos da arquitetura, mudaríamos o modo de apresentar nossos projetos? Os futuros moradores ou usuários exigiriam outras informações complementares?
Como o Brasil pós-COVID-19 tratará os resíduos sólidos urbanos?
No Dia Mundial do Meio Ambiente, lhe perguntamos: Você sabe para onde vai o “lixo” da sua casa? Como as cidades lidam com as toneladas de materiais eliminados diariamente? Tudo o que você joga “fora” deveria ser desperdiçado ao ser destinado para aterros sanitários?
A crise do coronavírus vem nos mostrando que certas atitudes, políticas e práticas devem ser abandonadas se quisermos ter um outro futuro. Socialmente, e também ambientalmente. Porém, a responsabilidade não é apenas individual. Para falar do futuro dos resíduos nas cidades é preciso jogar luz no fio da história recente, a construção da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, aprovada em 2010 e nos desafios para sua implementação.
Ninguém nasce moderno: as primeiras obras de mestres da arquitetura do século XX
No âmbito da arquitetura, grande parte do século XX é marcada por uma produção que se lê, de modo geral, como moderna. As bases que configuram essa produção têm sido, há pelo menos seis décadas, objeto de discussão, reunindo opiniões divergentes sobre a verdadeira intenção por trás da gestalt moderna.
Cité Frugès de Le Corbusier, lições de um bairro de habitações sociais modernas
Na década de 1920, o bairro de habitação industrial Cité Frugès, em Pessac, França, estava sendo concluído. Um dos 17 sítios de Le Corbusier catalogado como patrimônio da UNESCO.
Apenas estrutura: 20 casas que evidenciam seu sistema estrutural
Por mais que algumas obras a ocultem, a estrutura é sempre uma preocupação em projetos de arquitetura. A definição do sistema estrutural está entre as primeiras decisões importantes a serem tomadas e, possivelmente, definirá uma série de outros aspectos da edificação. Há, no entanto, casos extremos em que a arquitetura se faz ver e ler, simplesmente, como a estrutura; projetos que têm seu caráter e imagem definidos em grande medida pela solução estrutural adotada.
Arquitetura contemporânea e herança cultural em Nova Orleans
Nova Orleans é uma cidade diferente de qualquer outra. Marcada por uma rica herança cultural, é definida pela geografia do Delta do Mississippi e pelo clima local. Após a destruição causada pelo furacão Katrina em 2005, designers e arquitetos voltaram sua atenção para a cidade, buscando soluções para garantir um futuro melhor para as comunidades que lá vivem.
Do planejamento territorial ao detalhe da maçaneta: como usar as diferentes escalas de desenho
A atuação profissional de um arquiteto urbanista pode assumir inúmeras frentes graças à diversa composição curricular em grande parte dos cursos de graduação, com disciplinas que lidam com o desenho e o projeto em diferentes âmbitos. Dos grandes planos urbanos às reformas de apartamentos, da metrópole ao mobiliário, esses profissionais trabalham com objetos diversos, mas levam em comum sua ferramenta expressiva e de comunicação de ideais, o desenho e as maquetes.
Seja qual for o propósito de projeto, o desenho está presente enquanto forma de representar a realidade, ideias, especulações, concepções. A escala, fator que estabelece o nível de leitura que se deve fazer dessas representações, determina o vínculo entre o mundo real e as dimensões do desenho ou maquete - não por acaso, a escala 1:1 é conhecida também como "escala real".
Mapas apresentam rios e bacias hidrográficas do mundo todo em cores vibrantes
O analista GIS e cartógrafo húngaro Robert Szucs compartilhou conosco uma impressionante coleção de mapas que reúne todas as bacias hidrográficas do mundo, destacadas com cores vibrantes. Disponibilizadas no website de seu projeto Grasshopper Geography, as cartografias mostram o mapa mundi dos rios e cursos d'agua e, também, versões menores, com as bacias de alguns países e continentes.
Como a iluminação de néon pode moldar a arquitetura
As luzes de néon são uma afirmação ousada e cosmopolita que pode facilmente revitalizar ou acentuar um espaço ou estrutura arquitetônica. Com brilho atraente, uma infinidade de opções de cores e vínculos com uma estética retrô, essas peças de iluminação podem fazer com que um espaço pareça simultaneamente moderno e nostálgico. No entanto, poucos compreendem o funcionamento científico ou as propriedades materiais do néon, e muitos arquitetos negligenciam seu uso devido à sua estreita associação com sinalizações comerciais. Abaixo, exploramos como o néon funciona, sua história arquitetônica e como os arquitetos podem continuar a usá-lo hoje.
Arquiteturas nômades: se deslocar sem sair de casa
De um lado, a velocidade exorbitante representada pela rápida propagação por minuto, pela transcendência de fronteiras, pelo alastramento por todos os continentes, pela multiplicação desenfreada. De outro, o intacto, o imóvel, o claustro doméstico, o isolamento e a reclusão na tentativa de evitar qualquer movimento brusco, na supressão do ímpeto, no controle do ambiente. De um lado o vírus, do outro o homem.
Neste cenário pandêmico no qual um vírus mortal é gestado na velocidade interrupta dos nossos movimentos, tornando – nós mesmos – a sua potência, a imobilidade é vista como parte importante do antídoto. Uma imobilidade que nos custa caro, nos encerra em nossos lares e nos obriga a revisar a forma como experienciamos o mundo.