Atualmente há uma infinidade de opções de pisos disponíveis no mercado, cada qual com suas especificações e particularidades. Ao projetar um espaço público, é fundamental fazer as perguntas corretas para definir os materiais de acordo com os requisitos e funções de cada uma de suas partes. Para começar: onde o piso será instalado? (área interna/externa; área molhada/úmida) / qual a quantidade de tráfego ao qual será submetido? (leve, moderado, alto tráfego) / que tipo de fluxo o piso receberá? (Pessoas, bicicletas, veículos leves, veículos pesados) / que tipo de inserção você quer adicionar considerando o contexto preexistente?
A partir dessas perguntas, pode-se traçar um perfil mais preciso e efetivo em relação à "resistência à abrasão" do piso (fator fundamental para assegurar a durabilidade do material). Depois, somam-se os fatores estéticos, funcionais, econômicos e sustentáveis.
Os orelhões são parte da paisagem urbana brasileira e sua forma icônica perpetuou-se no imaginário da população. Além de possibilitar a comunicação, o orelhão funcionava como um mobiliário urbano, ou mesmo como referência ou ponto de encontro antes da popularização dos telefones celulares. Seu projeto foi desenvolvido por Chu Ming Silveira, nascida em Xangai e formada em Arquitetura e Urbanismo na FAU-Mackenzie, em São Paulo, no ano de 1964. Em 1966, começou a trabalhar na Companhia Telefônica Brasileira (CTB), em São Paulo, realizando anteprojetos, supervisão e coordenação do desenvolvimento dos projetos de Centrais Telefônicas e Postos de Serviço, além de acompanhamento de obras.
Rotação, deslocamento e intercalação de blocos são algumas das operações que possibilitam a diversidade de composições com o uso de tijolo aparente na arquitetura. A conformação destes elementos individuais, usualmente utilizados para a construção de paredes, tem sido explorada de forma criativa para compor fachadas de edifícios residenciais, representando a identidade formal do edifício em si e sua relação com o contexto em que está inserido.
A ideia de "verdade dos materiais" é uma máxima cultivada no âmbito da arquitetura como forma de preservar a possibilidade de compreensão e funcionamento das partes que compõem os edifícios. Embora remonte ao momento em que o discurso moderno era protagonista para o norte do fazer prático, esse partido se mantém em diversas propostas até hoje pelas mais diversas razões, desde a referência à continuidade essa ideia, até as possibilidades expressivas que manter os materiais de forma bruta pode representar para os ambientes construídos.
Smart Cities, ou as cidades inteligentes, estão cada vez mais em evidência, mas dificilmente sabemos descrever exatamente o que são.
Seriam cidades que conseguem adotar, de forma descentralizada, o conjunto de novos aplicativos de diversos provedores voltados a serviços urbanos que cada vez mais estão presentes no nosso dia a dia?
Ou então aquelas que contratam uma grande empresa para gerenciar e monitorar todos os serviços urbanos da cidade, como um grande centro de comando?
Angola, como muitos países da África, apresenta acelerado processo de urbanização. Um processo em grande medida desregulado que está conformando grandes cidades repletas de espaços que não atendem aos níveis mínimos de qualidade de vida para sua população. Não obstante, é notável a qualidade da arquitetura contemporânea produzida no segundo maior país de língua portuguesa, onde projetos de inspiração vernacular e forte identidade local coexistem com materiais e tecnologias atuais.
A seguir, reunimos quatro projetos contemporâneos construídos em Angola. Trata-se de uma pequena amostra da produção recente não apenas de Luanda, mas de localidades menores, que confirma a riqueza da arquitetura local - uma arquitetura que merece amplo reconhecimento internacional.
Communal Crematorium / Henning Larsen. Image Anders Sune Berg
À medida que as pessoas têm mais controle sobre os rituais envolvendo suas mortes, a cremação se tornou uma opção cada vez mais usual em todo o mundo. Para os profissionais que lidam com a concepção de espaços, isso levou à pergunta: qual o papel da arquitetura nos rituais de passagem da vida para a morte?
https://www.archdaily.com.br/br/933495/a-arquitetura-do-adeus-10-projetos-de-crematoriosNiall Patrick Walsh
À medida que o mundo da construção se torna mais automatizado, impulsionado pela economia, velocidade e burocracia, o arquiteto e professor Marc Leschelier apresenta uma exposição no Architektur Im Magazin Vienna, na Áustria, na vertente oposta. A exposição nomeada de "Cold Cream", configura um espaço isolado, dissociado do mundo, onde a prática da construção é reduzida à luta entre matérias delicadas e duras, bem como à ascensões espontâneas. A exposição não é, portanto, um ato de arquitetura, mas sim uma forma de pré-arquitetura.
Tradicionalmente feito em madeira, o pergolado também pode ser composto por materiais como concreto, bambu e chapas metálicas. O espaçamento e a disposição dos seus elementos horizontais são variáveis em cada projeto, proporcionando sombra à medida da necessidade do ambiente em que será localizado, sem necessariamente configurar uma cobertura completa.
Estação do BHLS TransOceânica, em Niterói. Foto: Beatriz Rodrigues / ITDP Brasil
Com o avanço acelerado da emergência climática e a consolidação de um planeta urbanizado, o desafio de transformar as cidades e regiões metropolitanas em ambientes mais inclusivos e sustentáveis passa pela diminuição dos impactos negativos do transporte. Reduzir as distâncias viajadas pelos habitantes, aproximar as residências do trabalho e das oportunidades, promover a substituição do transporte individual motorizado pelos modos ativos ou coletivos e criar territórios mais plurais e democráticos são resultados de políticas alinhadas com o enfrentamento dos desafios planetários do século XXI. Implementar as transformações necessárias no território urbano em escala global, considerando também as particularidades locais, é um desafio ainda maior, porém necessário para um futuro mais sustentável.
https://www.archdaily.com.br/br/933994/desenvolvimento-orientado-ao-transporte-sustentavel-da-teoria-aos-territoriosITDP Brasil
Quando analisada do alto, a paisagem de São Paulo é uma enorme aglomeração urbana, com sua topografia, suas áreas verdes, seus bairros verticalizados e seu tecido urbano. Revela também todas suas camadas históricas sobrepostas, com edifícios centenários convivendo com espigões com poucas qualidades arquitetônicas. Museus e parques, shoppings centers e condomínios. E é justamente toda sua aparente desordem e heterogeneidade o que a torna uma cidade tão única.
Para aqueles interessados em conhecer a metrópole de um novo ponto de vista e também, parte de sua história, apresentamos a seguir um roteiro de mirantes e observatórios:
O emprego do aço na arquitetura, no início do século XX, é considerado um dos desenvolvimentos mais inovadores da construção civil, tendo permitido que arquitetos criassem estruturas com alturas nunca antes vistas. Henry Bessemer desenvolveu o processo siderúrgico de maior sucesso em 1855, mas somente em 1890 o processo foi refinado a ponto de poder ser usado na construção. As primeiras edificações em aço dos dois lados do Atlântico, o Rand McNally Building em Chicago e a Forth Bridge em Edimburgo, quebraram recordes na época.
https://www.archdaily.com.br/br/934109/20-projetos-famosos-do-seculo-20-construidos-em-acoNiall Patrick Walsh
"Um horroroso projeto para o futuro Centro de Informação Turística, a se situar em frente ao Palácio dos Despachos, um verdadeiro terror ‘modernoso’.” As palavras duras da colunista social Anna Marina Siqueira no jornal belo-horizontino Diário da Tarde em 1985 se referiam ao novo edifício construído na Praça da Liberdade, então epicentro político de Minas Gerais. Foi inaugurado como Centro de Apoio Turístico Tancredo Neves e, por muitos anos, abrigou o Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães. Em abril de 2017, foi reaberto após um restauro e se tornou o Centro de Informação ao Visitante do Circuito Liberdade e o Hub Minas Digital. Se, por estar fora do eixo Rio-São Paulo, ainda não foi possível ligar esses nomes ao prédio, a alcunha popular facilita a identificação: ele é conhecido como Rainha da Sucata, e também já foi chamado de o prédio mais feio do Brasil.
"Uma antiga pista de skate, um jardim abandonado em baixo da ponte e o projeto de reconstrução dos espaços públicos em um bairro operário da cidade de Barcelona são os cenários do documentário Landskating. A narrativa conta o processo de reurbanização de três espaços públicos na cidade, explicando como territórios antes marginalizados foram re-inseridos no tecido urbano respeitando a história do lugar, sua memória, seu povo e o dia-a-dia de seus moradores."
A estréia de Landskating está sendo esperada ansiosamente por arquitetos, urbanistas e também pelos moradores de tais comunidades. Dirigido por Kike Barberá, com roteiro de produção de Sergi Carulla e Oscar Blasco (SCOB), o documentário foi filmado entre 2013 e 2015, durante o período de implementação dos processos participativos, conduzido pelos próprios jovens, e a construção dos três primeiros parques urbanos de lazer da cidade de Barcelona.
Aproveitando a programação de estréia do documentário, entrevistamos a equipe do SCOB para saber mais sobre o seu último trabalho desenvolvido na cidade Barcelona.
Embora saibamos o quão importante é permitir a presença de crianças em espaços públicos e externos, é difícil negar que há poucas cidades preocupadas em oferecer ambientes preparados para crianças; espaços seguros e dignos que lhes permitam experienciaro urbano e, assim, tornarem-se cidadãos conscientes da vida comunitária. É também compreensível que, cada vez mais, as famílias criem momentos de lazer nos espaços internos, dando aos filhos a liberdade e a segurança necessárias.
Neste artigo, selecionamos 11 exemplos incríveis que demonstram como a arquitetura de interiores pode ajudar a criar espaços de recreação para meninos e meninas de todas as idades, ajudando-os a dar os primeiros passos neste mundo com maior autonomia e confiança.
Nos últimos dias uma série de matérias e artigos diagnosticou corretamente o motivo das enchentes recentes nas capitais Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre, assim como em cidades menores como Iconha, no Espírito Santo. O principal motivo para estes desastres foi a urbanização das nossas cidades — tanto planejada quanto não planejada —, que reforçou os potenciais danos causados.
Visual do Morro do Piolho com casas na Rua Lavapés e o conjunto da Light ao Fundo antes de ser demolido. Ilustração feita pelas autoras com base em foto do Acervo Casa da Imagem DPH/SMC
O “Caminho Histórico Glória-Lavapés” é composto pelas ruas da Glória e do Lavapés, que interligam os bairros da Liberdade, Glicério e Cambuci situados na região central do município de São Paulo. Apesar de ter sido tombado em março de 2018 e homologado em julho de 2019 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP), esse lugar ainda enfrenta problemáticas que reiteram e reforçam o apagamento histórico de memórias importantes compreendidas ao longo dessa extensão como a memória de ocupação negra, a memória morfológica do traçado da cidade colonial e a memória visual e topográfica da condição acidentada do terreno.
https://www.archdaily.com.br/br/929303/bairro-da-liberdade-o-apagamento-historico-da-memoria-negra-em-sao-pauloBeatriz Hubner, Fernanda Galloni, Paloma Neves, Stela Mori
Certa vez, uma colega arquiteta comentou comigo que haviam contratado um novo estagiário no escritório do qual ela era sócia. Rapaz competente, dedicado que estava cursando os semestres intermediários do curso de arquitetura. Sua admissão se deu, principalmente, pelo fato de ter apresentado boas habilidades em softwares de modelagem BIM (Building Information Model), com um portfólio repleto de projetos de escala média bem resolvidos.
Figura 1: Sob a nova política da UE, uma fiel reconstrução, digamos, do campanário de Veneza após um colapso (como aconteceu em 1902) seria proibida, e em vez disso seria necessária uma inserção “contemporânea” — talvez como este edifício de Madrid? (Fotos do domínio público).
Imagine o seguinte cenário. Estamos em 1902, e para grande choque e angústia dos cidadãos de Veneza, a bela torre campanária da Piazza San Marco acaba de desabar. Nessa mesma noite, o conselho municipal da cidade vota para aprovar 500.000 Liras para a pronta reconstrução, “com’era, dov’era” — “como era, onde era”. Os futuros residentes e visitantes podem agora continuar a desfrutar desta bela estrutura, que de qualquer forma já antes tinha sido restaurada e acrescentada várias vezes.
Mas depois uma autoridade, de algures muito longe, decide intervir. “Os nossos regulamentos não permitem isto! As nossas políticas de financiamento exigem que ‘um projeto use design contemporâneo’ — o que significa que podem usar apenas os estilos atuais que nós aprovamos, e não pode usar os estilos tradicionais de Veneza. Isso seria uma ‘falsificação da história’, uma ‘mistura do falso com o genuíno’, e nós decretamos que isso teria consequências nefastas!” O projeto não vai adiante, e algo inteiramente “contemporâneo” é construído em seu lugar.
Reunimos aqui uma lista com os melhores artigos, notícias e projetos que abordam um material que ainda pode ser muito explorado pela arquitetura: o bambu.
Empregar materiais naturais biodegradáveis é uma das estratégias ambientais mais eficientes da construção civil atualmente. Embora alguns possam considerá-la passadista, é uma maneira fácil e acessível de promover uma arquitetura ecológica. A implementação de telhados de palha é um excelente exemplo de solução construtiva sustentável e, ainda, eficiente em termos de conforto ambiental.
Ausência de pavimentação. Calçada com piso danificado por raízes de árvores. (Imagem: Divulgação)
Mesmo que um terço dos deslocamentos nas cidades brasileiras seja feito a pé, os cidadãos que usam as próprias pernas ou uma cadeira de rodas em seus trajetos não são tratados com prioridade. As palavras “pedestre” e “calçada”, aliás, nem aparecem na Lei 12.587/2012, que estabelece as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, sinal de um quadro de inconsistência jurídica em nível federal e municipal.
https://www.archdaily.com.br/br/933743/territorio-sem-dono-calcadas-brasileiras-revelam-negligencia-com-o-pedestreNelson Oliveira e Ana Luisa Araujo
Dizem que trabalho perfeito não existe. Estamos acostumados com o mau humor característico dos ambientes corporativos e todos sabemos que a nossa produtividade continuará despencando à medida que a semana avança. Não que a segunda-feira seja o dia mais querido pelos trabalhadores, muito pelo contrário. Acontece que devemos para de culpar nossos colegas ou clientes pela nossa ranzinzice; o problema no trabalho talvez esteja na cadeira em que nos sentamos, na iluminação inadequada acima da tela do computador ou no ruído contínuo das máquinas que operamos.
Além do fato de que passamos em média 70 a 80% do tempo de nossas vidas em ambientes fechados, dedicamos aproximadamente nove horas do nosso dia ao trabalho. Estudos indicaram que a qualidade do ambiente de trabalho tem efeitos positivos a curto, médio e longo prazo na vida, saúde e produtividade das pessoas que o ocupam. Embora as pesquisas no campo das condições de conforto em ambientes corporativos ainda estejam muito aquém do seu verdadeiro potencial, reunimos uma lista das principais descobertas na área, elementos que provaram ser altamente influentes para uma melhor sensação de conforto das pessoas em seus espaços de trabalho.
O fotógrafo de arquitetura Marc Goodwin visitou recentemente Madri para continuar sua jornada documentando diversos estúdios de arquitetura e escritórios de design. Ele já registrou firmas de diversas cidades e países ao redor do mundo, incluindo o Brasil, Cidade do Panamá, Holanda, Dubai, Londres, Paris, Pequim, Xangai, Seul, países nórdicos, Barcelona, Los Angeles e Istambul. Em Madri, Marc fotografou 16 escritórios e diversos estúdios.