A edícula, também conhecida em algumas regiões do Brasil como meia-água, é uma pequena edificação usualmente construída nos fundos de terrenos de casas para abrigar um dormitório extra na composição do programa doméstico. De modo geral, esse espaço apresenta, com algumas variações, além do quarto, um banheiro, dependências de serviço e, às vezes, coincide com o final da garagem. Historicamente as edículas eram utilizadas como dormitório de funcionários domésticos, apresentando, inclusive, entrada independente da casa.
A habitação para a população urbana de baixa renda ocupa o centro das preocupações de gestores e urbanistas brasileiros contemporâneos. Nas últimas décadas, ao apostar na construção de conjuntos habitacionais situados em regiões periféricas, desprovidas de infraestrutura de transporte e de saneamento, o Estado vem contribuindo para o agravamento do problema.
https://www.archdaily.com.br/br/925107/criminalizado-no-brasil-movimento-sem-teto-do-centro-e-destaque-na-bienal-de-chicagoMarisa Moreira Salles e Tomas Alvim
Um bom projeto de interiores precisa estar compatível com um projeto de luminotécnica adequado. Ele é responsável por assegurar que a quantidade e a potência das lâmpadas são adequadas aos ambientes dependendo de suas dimensões e de seu uso.
O que é beleza? Alguns anos atrás, um grupo de pesquisadores internacionais procurou desvendar os mistérios da beleza humana. Eles usaram tecnologia computacional de última geração, totalmente imparcial, e um enorme conjunto de dados para estabelecer, de uma vez por todas, porque rostos particulares são percebidos como bonitos e se a beleza existe independentemente de origem étnica, social e cultural; em outras palavras, se ela pode ser calculada matematicamente. Os cientistas introduziram em um poderoso computador inúmeras fotos de rostos de todo o mundo, cada um descrito por entrevistados como particularmente bonito. A informação resultante, eles acreditavam, poderia ser usada para gerar um rosto que seria reconhecido por qualquer ser humano como possuidor de uma beleza absoluta. Mas o que o computador finalmente cuspiu foi um retrato de um rosto comum, nem bonito nem feio, desprovido de vida e caráter, deixando os espectadores pasmos. Os dados acumulados criaram não uma beleza supra-humana, mas uma média estatisticamente correta.
Quem já frequentou a praia do Rio se Janeiro certamente viu vendedores oferecendo queijo coalho ou camarão grelhados, chá mate e biscoito Globo, lanches clássicos da orla carioca. Em São Paulo, feiras servem caldo de cana e pastel frito, adaptação local de um prato trazido originalmente pelos chineses e popularizado pelos japoneses. Em Minas, o pão de queijo e o pastel, também de queijo. Em Salvador, impossível não mencionar o acarajé (com ou sem pimenta), inclusive declarado como bem cultural imaterial pelo IPHAN. A capital baiana também já conta com um Guia de Comida de Rua próprio, tamanha a diversidade encontrada na cidade.
A maior instalação de arte pública já realizada na Áustria foi inaugurada este mês. Intitulada FOR FOREST – The Unending Attraction of Nature, a obra de arte transforma o Estádio de Futebol Wörthersee em Klagenfurt em uma floresta nativa da Europa Central. Projetada pelo curador suíço Klaus Littmann e inspirada em um desenho distópico do artista e arquiteto austríaco Max Peintner, a instalação lança luz sobre questões urgentes não apenas ao contexto do país, mas de todo o mundo - notavelmente, as mudanças climáticas e o desmatamento. A contenção desta grande floresta sugere que a natureza, algum dia, só poderá ser encontrada em espaços designados para tal função, assim como algumas espécies de animais em zoológicos hoje em dia.
https://www.archdaily.com.br/br/924956/estadio-de-futebol-e-transformado-em-floresta-na-austriaLilly Cao
Desde a sua fundação em 1984 pelo arquiteto Richard Saul Wurman, o TED tem sido uma poderosa ferramenta para os campos da tecnologia, do entretenimento, do design e tantos outros. Arquitetos estão entre os principais seguidores da cultura do TED “boas ideias merecem ser compartilhadas”. Não por acaso, importantes nomes da arquitetura contemporânea, como Bjarke Ingels e Jeanne Gang, já participaram de 'TED Talks'. Entre as mais de 2500 Talks disponíveis na internet, e assim como já fizemos em outros anos, compilamos uma lista com 20 TED Talks que podem nos ajudar a ser melhores arquitetos.
https://www.archdaily.com.br/br/924792/20-ted-talks-para-uma-arquitetura-melhorNiall Patrick Walsh
Rampas que levam à cobertura. Foto: Jean-Pierre Dalbéra, via Flickr; Licença Creative Commons
O projeto para a fábrica da Fiat no bairro de Lingotto, em Turim (Itália), foi realizado pelo engenheiro Giacomo Mattè-Trucco em 1915. A construção começou no ano seguinte e foi feita em etapas, até a sua conclusão em 1923. Inspirada no fordismo, modelo de fabricação surgido nos Estados Unidos nos anos 1910, a fábrica foi projetada de forma que a linha de montagem dos automóveis fosse ascendente. Ao chegar à cobertura, os automóveis estavam prontos para serem testados numa pista com extensão de aproximadamente 1km.
A indústria da construção civil movimenta uma quantidade enorme de recursos, emprega milhões de pessoas e é um termômetro da situação econômica dos países. Se a economia vai mal, a construção civil encolhe, e vice-versa. Mineradoras, empreiteiras, fabricantes de materiais, arquitetos, engenheiros, governos, imobiliárias, etc. São muitos os agentes que participam direta e indiretamente desse meio. Mas esse também é considerado um dos setores mais atrasados e resistentes à adoção de novas tecnologias, replicando modos de fazer pouco eficientes com o passar dos anos e grandes taxas de desperdícios. Um estudo da McKinsey & Company mostrou que, diferentemente de outras indústrias, a produtividade do setor manteve-se estável nos últimos anos, mesmo com todo o aporte de tecnologia que ocorreu.
Brasília é sempre objeto de interesse de arquitetos de todo o mundo. A prova disto é a quantidade volumosa de publicações feitas sobre a nova capital do Brasil ao longo dessas quase seis décadas de inauguração.
Sobre a cidade de Brasília, ficam as perguntas[1]: Quem falou sobre a cidade? Quem criticou sua construção? Como os brasileiros interpretaram a ideia de uma nova capital? O levantamento de seus debatedores possui o objetivo de compreender melhor o ‘Estado da Arte’ das interpretações sobre a arquitetura no Brasil. Em um horizonte futuro, este tipo de olhar historiográfico versa levantar perguntas e a elaboração de um olhar crítico para as formas mais usuais de leitura sobre a arquitetura moderna no Brasil.
As transformações no modelo de produção de construção civil propostas historicamente por movimentos de moradia nos Mutirões Autogeridos no Brasil, em relação aos modos de produção para o mercado, não se limitam à mão de obra responsável por empreender a construção, isto é, não se trata apenas de uma troca de trabalho assalariado por trabalho mutirante desmercantilizado. As inovações passam por diversas esferas, desde o projeto arquitetônico - pensado a partir de uma perspectiva coletiva e enquanto bem comum que coloca o mutirante como "autor, produtor e futuro usuário" -, até o modo de produção no qual, diferente do modelo tradicional, “não é possível aumentar a produtividade através da ampliação da exploração, com precarização, horas extras, demissões, mas somente através da invenção de novos procedimentos e técnicas construtivas”. Esse tema é assunto de discussão para muitos arquitetos, tanto no campo teórico, quanto na experimentação e prática, onde a obra passa a ser palco de um esforço pela racionalização, otimização e horizontalidade nos processos.
Quilombo Cangume, Itaóca (2004). Foto: Luis Eduardo Tavares, foto tirada no projeto Cinevale em Movimento 2004. Via Flickr. Licença CC BY-SA 2.0
A Constituição Federal de 1988, ao trazer em dois de seus artigos termos associados aos quilombos, abriu portas para a apropriação dessa categoria pelos movimentos sociais camponeses mobilizados e organizados em torno do fator étnico. Processo esse não previsto pelos legisladores, que tratavam a categoria quilombo a partir de uma perspectiva passadista, baseada mais em uma abordagem arqueológica e exotizante do patrimônio cultural associado a outras matrizes culturais que não a luso-brasileira.
Another Space / Another Studio. Cortesia de Another Studio
É importante que os espaços de escritórios, oficinas e ateliês sejam atrativos não só para os clientes, mas também para as pessoas empregadas, que passam em média um terço do seu dia nesses ambientes. Um espaço de trabalho mal planejado pode tornar essa jornada cansativa e desestimulante, e, para que isso não ocorra, podem ser tomadas decisões no projeto arquitetônico que dinamizem o espaço e promovam a integração da equipe, ainda que a área do ambiente não seja generosa.
Neste relato, Camila Costa Curta nos conta sua experiência com o coletivo Proyecto Habitar (PH) junto a Julian Salvarredy y Clara Mansueto, abordando o problema habitacional na área metropolitana de Buenos Aires e os processos de ensino e aprendizagem em contextos de desigualdade a partir do projeto “'Consultorios de Atención Primaria de Hábitat”. Os Consultorios do grupo PH funcionam com o apoio da Universidad de Buenos Aires e são tidos como um modelo de política pública habitacional a ser replicado.
https://www.archdaily.com.br/br/924763/assistencia-tecnica-como-politica-publica-habitacionalCamila Costa Curta
Todos nós adoramos viajar, seja para conhecer novas culturas, visitar entes queridos ou para experimentar o gostinho e os sabores de diferentes lugares. Não é por acaso que viajar se transformou em uma indústria extremamente lucrativa, e por isso, os principais destinos turísticos estão cada vez mais abarrotados. Além disso, o turismo tem sido associado a um considerável aumento das emissões de gases do efeito estufa que só tem agravado as mudanças climáticas atualmente em curso em nosso Planeta.
Por que seres humanos viajam? Nesta edição do Editor's Talk, quatro dos nossos editores do ArchDaily compartilham seus pensamentos sobre o que significa viajar para cada um deles. Desde o Chile, passando pelos Estados Unidos e até o Líbano, nossos quatro convidados de hoje nos convidam a refletir por que, todos nós devemos nos preocupar com cada uma das cidades que visitamos.
Bleutech Park Las Vegas. Imagem Cortesia de Bleutech Park Properties
As cidades em todo o mundo estão passando por mudanças - trocando tecnologia antiga e antiquada por novas alternativas. O desenvolvimento e a implementação da visão computacional e da análise em tempo real estão inaugurando a mais nova onda de cidades inteligentes. A combinação entre dados na nuvem e sistemas digitais fornece informações acionáveis a serem coletadas e compreendidas sobre qualquer aspecto, desde a concentração de veículos até a atividade de pedestres. À medida que as cidades continuam avançando e se desenvolvendo social e tecnologicamente, não há dúvida de que continuaremos vendo urbes incorporando ferramentas como Inteligência Artificial (IA) para facilitar essas mudanças. Apesar do fato de que tecnologias atraentes como drones e robôs estão na vanguarda dessa revolução tecnológica, também existem várias maneiras inesperadas pelas quais as cidades estão se tornando mais inteligentes.
O pouco que conhecemos sobre a profissão de arquiteto ficou para trás. Não é aplicável ao segundo milênio e a prova disso é a insustentável realidade da grande maioria. O que viveram as gerações anteriores são experiências únicas ligadas a um momento histórico concreto. Agora precisamos aprender a ler nosso próprio momento histórico e reprogramar nossa visão para conseguir encontrar saídas para o atual contexto.
https://www.archdaily.com.br/br/924583/conselhos-para-exercer-arquitetura-como-autonomoCaterina De La Portilla
Porto Alegre tem uma das maiores restrições ao aproveitamento do solo entre todas capitais brasileiras. Imagem: Anthony Ling
O Brasil urbano é feio demais. Por que isso aconteceu? Alguns acusam “a ausência de planejamento urbano e de zoneamento, os gabaritos manipulados, o poder nefasto das empreiteiras e construtoras influindo na elaboração dos planos diretores”.
Rendering of HAUT. Imagem Cortesia de Team V Architectuur
Ao longo dos últimos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias e o aumento da procura por materiais e sistemas construtivos mais sustentáveis têm impulsionado o uso de estruturas de madeira na arquitetura do século XXI. Sistematicamente, a madeira se firmou como uma alternativa ao concreto e o aço, passando a ser amplamente utilizada também em projetos de arranha-céus e edifícios em altura. Ao longo dos últimos seis anos foram construídos - ou estão sendo construídos - mais de 44 edifícios em altura com estruturas de madeira. Segundo definição do Council on Tall Buildings and Urban Habitat, podem ser considerados arranha-céus edifícios construídos com estruturas de madeira com mais de quatorze pavimentos ou cinquenta metros de altura. Exemplos notáveis já foram notícia aqui no Archdaily Brasil, como o Edifício T3 desenvolvido em parceria entre a Michael Green Architecture e o DLR Group e a Torre HAUT, projetada pelo Team V Architectuur.
https://www.archdaily.com.br/br/924518/estruturas-de-madeira-sao-o-futuro-dos-arranha-ceusLilly Cao
Hong Kong tem um dos skylines mais impressionantes do mundo: arranha-céus contemporâneos se elevam em meio às montanhas e ao porto, casas antigas aninhadas entre estruturas futuristas, luzes de neon, paisagens quase distópicas. Mas entre as inúmeras arquiteturas notáveis de Hong Kong, seus espaços dedicados à morte não encontram paralelo em nenhuma outra parte do mundo.
Ao longo de cinco anos, o fotógrafo de arquitetura Finbarr Fallon registrou os cemitérios hiperdensos de Hong Kong, explorando a geometria sublime de suas covas e jazigos escalonados em uma série intitulada "Dead Space".
As fachadas translúcidas são painéis leves usados nos exteriores de edifícios, protegendo-os de intempéries climáticas, umidade e erosão. Sua composição de microcélulas de policarbonato fornece uma luz suave e naturalmente difusa, com uma ampla gama de cores, brilho e opacidades disponíveis.
Ao fixá-las no lugar, com juntas ocultas, é possível ocultar elementos de construção desagradáveis e ajudar a proteger as pessoas dos raios UV prejudiciais, garantindo também a condução térmica máxima. Os indivíduos que os utilizam perceberão uma redução nas contas de energia uma vez que a luz natural do sol poderá aquecer e iluminar edifícios, criando condições ambientais internas muito atraentes para diferentes usos.
A produção arquitetônica atual em São Paulo é tão diversa quanto se poderia esperar de uma das cidades mais populosas do mundo. Posto que a arquitetura envolve também o resultado do desordenamento urbano e crescimento populacional — edificações advindas da necessidade das pessoas que, com escassos recursos, constroem elas mesmas suas casas — a discussão com frequência se concentra naquela produção cuja gênese se encontra no esforço projetual.
Refletir sobre o cotidiano. Essa é a proposta da 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece a partir de setembro na capital paulista. Com o tema “Todo dia”, a bienal quer abordar a “dimensão mais trivial da realidade”, lançando luz sobre a produção do espaço ordinário, usual e, por isso mesmo, fundamental para a qualidade do ambiente em que cotidianamente habitamos. Os curadores Vanessa Grossman e Ciro Miguel são nossos convidados para essa conversa sobre este evento tão importante na construção de pontes entre a produção acadêmica e prática da arquitetura e a sociedade em geral.
Em meio à revolução digital de hoje, a representação arquitetônica não se baseia mais apenas em fotografias. Arquitetos agora trabalham em colaboração com profissionais do audiovisual para transformar seus projetos em verdadeiras experiências cinematográficas.
No início deste ano, a empresa alemã de design 22quadrat fundou o 9sekunden, um estúdio especializado em documentários sobre paisagem e arquitetura. No curta-metragem do Pavilhão de Conferências de Tadao Ando, o estúdio leva os espectadores a uma jornada meditativa, retratando a atmosfera calma e contida daquela estrutura de concreto.