Neri Oxman e MIT desenvolveram biocompósitos programáveis à base de água para projeto e fabricação digital. Chamado de Aguahoja, o projeto exibiu um pavilhão e uma série de artefatos construídos a partir de componentes moleculares encontrados em galhos de árvores, exoesqueletos de insetos e nossos próprios ossos. Utiliza ecossistemas naturais como inspiração para um processo de produção de material que não produz desperdício. “Derivado de matéria orgânica, impresso por um robô e moldado pela água, este trabalho aponta para um futuro em que o natural e o feito pelo homem se unem”.
Artigos
Neri Oxman e MIT desenvolvem biocompósitos programáveis para fabricação digital
Amor em Las Vegas: 99% Invisible revisita o romance pós-moderno de Denise Scott Brown e Robert Venturi
Qual edifício é melhor, o pato ou o galpão decorado? Mais importante, que tipo de arquitetura o americano prefere? Em seu seminal livro de 1972, Aprendendo com Las Vegas, Denise Scott Brown e Robert Venturi investigaram essas questões, voltando as costas para o modernismo paternalista em favor da brilhante, ostensivamente kitsch e simbólica Meca do urbanismo espraiado, Las Vegas. De um encontro casual na Biblioteca de Belas Artes da Universidade da Pensilvânia a algumas viagens de estudo em conjunto para Las Vegas - descobrir os detalhes ocultos do romance e da cidade que definiram o pós-modernismo é o tema do mais recente episódio do podcast 99% Invisible.
Fachadas interativas: arquitetura como ferramenta de comunicação
Entre as imagens que circularam das manifestações nos últimos anos na avenida Paulista, no centro de São Paulo, certamente as mais recorrentes tinham como pano de fundo o icônico edifício da Fiesp-Ciesp-Sesi, de 1979, do arquiteto Rino Levi, que oportunamente estampava a bandeira do Brasil.
Desde dezembro de 2012 esse edifício abriga a primeira "mídia fachada" do Brasil, a Galeria de Arte Digital do Sesi-SP, que promete exibir em sua imensa tela urbana novas formas de expressão de arte digital.
Conheça os vencedores do concurso para habitação na Rússia
Na terceira reunião do "Living Environment Forum: All About Housing" em Kaliningrado (Rússia), realizou-se a apresentação dos projetos vencedores do concurso internacional aberto para a concepção do Conceito de Habitação Padrão e Desenvolvimento Residencial.
Guia de expografia: o que levar em conta ao montar uma exposição
Você já se questionou como é pensado o projeto de uma exposição? Ou como ele articula-se na montagem do conteúdo exposto?
Historicamente, o que hoje conhecemos como Museu iniciou-se como um lugar para a reunião de peças e objetos organizados por tipologia, como nos é revelado ao observamos imagens dos chamados gabinetes de curiosidades ou quarto das maravilhas, onde se organizava uma multiplicidade de objetos e espécies raras (animal, vegetal e mineral) trazidas das grandes explorações ocorridas no século XVI e XVII.
Séculos mais tarde, tais coleções começaram a ganhar força e antigos palácios transformaram suas circulações em extensas e contínuas galerias, onde apenas seus hóspedes e moradores tinham acesso. Posteriormente, no século XIX, o surgimento de pavilhões dedicados essencialmente à exposição de artefatos trouxe proximidade à ideia mais próxima do que hoje são os museus. Costumamos publicar diversos projetos de museus. Mas além da arquitetura destes, você já observou como a expografia atua de modo importante? Listamos a seguir alguns dos conceitos-chave dos projetos expográficos.
Arquitetura do limbo: como a tecnologia está transformando a maneira como usamos os espaços "inúteis"
Publicado em parceria com o The Greenhouse Talks, o seguinte ensaio de Aaron Betsky examina os "espaços limbo" e as oportunidades que eles ocultam.
Na sala de espera, aguardamos. Ou apenas observamos impacientemente o tio-tac do relógio, o tempo que passa. Qualidades e elementos de uma boa arquitetura parecem se dissolver pelas paredes. Nos aeroportos, edifícios públicos ou consultórios, nos espaços da ociosidade e também nas bolhas que habitamos ou ainda nos espaços sagrados e meditativos onde procuramos nos afastar de tudo e de todos, os limites parecem cada vez menos claros. Cada dia mais estes espaços fazem parte das nossas vidas. Uma espécie de purgatório entre o inferno da realidade cotidiana e o paraíso do espaço social virtual - ou vice versa. Como se revela a arquitetura destes espaços vazios de significado e como deveríamos projetar um espaço que não necessariamente precisa aparecer? O que esses espaços nos revelam sobre o futuro da própria arquitetura?
Guia de arquitetura da região Norte do Brasil
Se nos fosse incumbido sintetizar a arquitetura brasileira em poucas obras emblemáticas, nos veríamos diante de uma tarefa exaustiva e, muito provavelmente, impraticável. A escala continental do país e as incalculáveis especificidades locais resultam em tantas diferentes respostas arquitetônicas que eleger poucos exemplares como representativos de uma suposta identidade arquitetônica nacional única acaba sendo leviano - ou, no mínimo, ingênuo.
Com o objetivo de fazer ver uma produção frequentemente esquecida, e sabendo que o destaque da mídia é quase sempre a arquitetura das regiões Sudeste e Sul, apresentamos aqui uma espécie de guia, ou compilado de obras arquitetônicas, da região Norte do Brasil.
Ferramenta de VR converte ideias preliminares em espaços na escala 1:1
Comunicar a intenção do projeto e transmitir a espacialidade para os clientes sempre foi um desafio para os arquitetos. Felizmente, avanços como a realidade virtual (VR) estão começando a preparar o caminho para novas ferramentas que ajudam a enfrentar esse desafio.
Toshiko Mori busca um diálogo que transcende tempo e espaço
Dando sequência à série de vídeos Time-Space-Existence que antecedem a Bienal de Veneza deste ano, o PLANE-SITE publicou uma nova conversa com a arquiteta e ex-diretora de arquitetura da Harvard GSD, Toshiko Mori. Cada vídeo destaca as ideias que impulsionam o trabalho desses conhecidos designers e arquitetos, com esse episódio focando na filosofia de comunicação visual de Mori, seu diálogo com a história e as considerações do futuro em seu trabalho.
As casas de Joaquim Guedes
Joaquim Manoel Guedes Sobrinho foi um arquiteto urbanista brasileiro formado em 1954 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) na terceira turma da instituição e foi um expoente da chamada “escola paulista”. Em sua atuação profissional destaca-se a sociedade com sua esposa, Liliana Marsicano, com quem estabeleceu uma duradoura parceria em uma série de projetos até 1974.
Celebre o Dia Internacional dos Museus com nossa seleção de projetos
Nem todos os arquitetos têm a chance de projetar um museu. Por questões de orçamento, escala e forças externas ao campo da arquitetura que tornam complexa a realização de um equipamento desse tipo, conseguir a encomenda de um museu e concretizá-lo de fato talvez seja, para alguns escritórios, o ponto alto de suas trajetórias profissionais.
Para celebrar o Dia Internacional dos Museus, hoje, 18 de maio, compilamos algumas das obras de arquitetura museográfica mais relevantes publicados no ArchDaily no último ano. Veja-as, a seguir:
Arquitetura hackeada? Fachada responde a estímulos e poluição do ar
São Paulo, assim como tantas cidades brasileiras, possui uma arquitetura estandardizada, monótona, cinza, com sua estética definida por incorporadoras e construtoras, com baixíssimo valor arquitetônico.
É claro que temos edifícios de grande relevância -entre eles, os clássicos do centro histórico, como o edifício Martinelli, os exemplares modernos de Rino Levi e Artacho Jurado, em Higienópolis, e os experimentos contemporâneos na Vila Madalena, assinados por Isay Weinfeld e a Triptyque. Infelizmente são poucos exemplos, que se reduzem a quase zero quando avançamos para a periferia.
Estou obcecado com a ideia de que podemos mudar essa realidade, hackeando edifícios existentes, estimulando uma nova identidade urbana, elevando a autoestima, melhorando a qualidade de vida e promovendo inovação e sustentabilidade a custos viáveis.
5 Cidades educadoras que transformaram suas realidades locais pelo aprendizado
Atualmente, 470 cidades de 36 países, se reconhecem como cidades educadoras e estão organizadas em rede pela Associação das Cidades Educadoras (AICE), que em sua carta fundante, defende que as cidades têm um potencial educativo em estado bruto, que precisa ser ativado. Fora da AICE, outros municípios também se colocaram o desafio de articular espaços, pessoas e ações em torno de processos de aprendizagem que primam pelo desenvolvimento integral de seus habitantes.
Concreto polido: como é feito e o que considerar ao usá-lo em seus projetos
O concreto polido é um material versátil com uma aparência facilmente personalizável, usando agregados, quartzo e cores para criar uma sensação de sofisticação industrial em residências e edifícios comerciais. Sua superfície reflexiva cria uma qualidade evocativa sob a luz, que pode ser adequado para uma variedade de programas.
Embora ainda utilizado principalmente como material para pisos internos, há anos os arquitetos vêm forçando os limites do concreto polido usando-o em paredes, pisos de pátios e até grandes painéis externos, como, por exemplo, na extensão de David Chipperfield para o Museu de Arte de Saint Louis.
Dez mandamentos para criar cidades melhores
Em seu livro “Dez formas de projetar uma cidade” (em tradução livre), o urbanista catalão Joan Busquets estabelece um decálogo daquilo que, em sua visão, seriam as maneiras de se intervir nas cidades de modo a torná-las lugares melhores para viver, mais dinâmicas e sustentáveis.
O papel da cor na arquitetura
As cores e suas percepções são responsáveis por uma série de estímulos conscientes e inconscientes em nossa relação psíquico-espacial. Apesar de sua presença e variações presentes em todos os lugares, você já se questionou qual o papel delas na arquitetura?
Assim como os próprios elementos construtivos que compõe o objeto arquitetônico, a aplicação das cores nas superfícies também influencia a experiência do usuário no espaço. Segundo Israel Pedrosa, “A sensação colorida é produzida pelos matizes da luz refratada ou refletida pela substância. Comumente, emprega-se a palavra cor para designar esses matizes que funcionam como estímulos na sensação cromática. [...].” [1]
Como a arte pode se apropriar da arquitetura para extrapolar o espaço da galeria
No mais recente vídeo da série Time-Space-Existence, o PLANE — SITE apresenta o aclamado artista conceitual Lawrence Weiner e suas ideias sobre a relação entre pessoas e objetos, linguagem como gesto, e como tornar a arte acessível ao público. Lawrence Weiner é conhecido por sua arte tipográfica aplicada a elementos do ambiente construído e descreve como a própria arquitetura pode se tornar um espaço alternativo para a arte contemporânea.
Novo aeroporto da Cidade do México poderá servir como local de preservação de murais modernistas
Este artigo foi originalmente publicado na Metropolis Magazine como "How a Small Mexico City Exhibition Fueled a Debate About Preservation and Power."
É um dia cinza no bairro de Narvarte na Cidade do México e as rajadas de vento anunciam a chuva iminente. A presença do Centro SCOP, um gigantesco complexo modernista abandonado, faz com que este cenário pareça ainda mais sombrio. O edifício é uma obra prima - inclusive intimidante - do modernismo mexicano: um enorme conjunto de edifícios em concreto aparente projetado pelo arquiteto Carlos Lazo, os quais cobrem uma área de mais de um hectare com suas dezenas de murais coloridos e vibrantes.
Em seu auge, o edifício chegou a abrigar mais de 3.000 trabalhadores da Secretaria de Comunicações e Transportes (SCT). Hoje, salvo o solitário segurança na guarita, o conjunto encontra-se completamente vazio.
10 Espaços virtuais feitos com o Tilt Brush da Google
Tilt Brush, uma ferramenta da Google para desenhistas, continua ganhando terreno entre artistas, ilustradores e arquitetos, que a estão usando para fazer os primeiros esboços de seus trabalhos. Disponível para Oculus e HTC Vive, a Tilt Brush converte qualquer ambiente na tela perfeita para exprimir sua criatividade em escala real com os pincéis 3D.
A arquitetura religiosa ainda é relevante nos dias de hoje?
Algumas das mais importantes obras de arquitetura ao longo da história da humanidade se devem à religiosidade e espiritualidade do ser humano. Ao longo das últimas décadas, um crescente número de pessoas têm se importado cada vez menos com as práticas religiosas no sentido mais tradicional, isso não significa que a maioria delas seja completamente cética, mas o fato é que muitos destes monumentos arquitetônicos têm lentamente começado a perder parte de seu significado. Aquilo que Louis Kahn chamou de “imensurável” e Le Corbusier se referia como “inefável” estaria deixando de ser relevante para as pessoas?
A proposta do Vaticano para a Bienal de Veneza de 2018 - primeira participação do país no mais importante evento de arquitetura do mundo - é apresentada como “uma espécie de peregrinação não apenas religiosa, mas também cética”. Com isso, está cada vez mais evidente que o papel dos espaços “religiosos” está se transformando pouco à pouco, de espaços iconográficos para ambientes mais ambíguos que procuram refletir a "espiritualidade" de uma maneira mais ampla.
E o que isso significa? Ainda há espaço para a espiritualidade na arquitetura? É possível criar espaços religiosos abertos para pessoas de diferentes crenças e até mesmo para aquelas mais céticas? E o que faz com que um espaço seja dotado de "espiritualidade"?
Como projetar onde não há gravidade?
Não são muitos os arquitetos que tiveram o desafio de projetar no espaço sideral, mas quem sabe o que nos aguarda no futuro... Será que teríamos que nos preocupar com chuvas de asteroides e foto-biorreatores? Buscando investigar este tema a Metropolis Maganize analisou o projeto da Estação Espacial Internacional, apontando como as regras convencionais de arquitetura se tornam obsoletas na gravidade zero. Paredes, tetos e pisos podem ser permutáveis e o conceito da 'forma que segue a função' é levado ao extremo.
2018 marca os 20 anos da construção da Estação Espacial Internacional. O Satélite é constituído por 34 peças separadas, as quais foram entregues por ônibus espacial ou automotora no espaço. Com nenhuma margem para erros, a construção de 13 anos da Estação Espacial foi, talvez, um dos grandes sucessos do milênio, recebendo 230 astronautas, cosmonautas e turistas espaciais nas últimas duas décadas.
5 pontos básicos para viver da arquitetura com dignidade
Este texto é a versão ampliada e traduzida para o português do artigo original "5 puntos básicos para una arquitectura digna", publicado em junho de 2017 no blog da Fundação Arquia.
Quando o Paisaje Transversal surgiu há 10 anos, na Espanha, uma das razões que também nos movia era exigir e propor uma profissão mais responsável e respeitosa com os próprios colegas e com o restante da sociedade. Naquele momento, víamos, e ainda vemos, uma das consequências mais perniciosas do ensimesmamento e a auto-suficiência da arquitetura, tanto no mundo profissional quanto (de forma superlativa) nas universidades, é a grave ignorância em torno de questões básicas como o trabalho, a gestão de negócios ou a lei, entre muitas outras.
Este desconhecimento generalizado imposto e auto-imposto com orgulho, por se tratarem de temas cinzentos e secundários, levou à prática um sistema anômalo onde, com demasiada frequência, explora, precariza e auto-precariza a profissão. E isso, naturalmente, acaba prejudicando os profissionais, a profissão e a sociedade.
Uma causa não evidente desse fenômeno vem do fato de que, em muitos casos, esse abandono de funções é voluntário, baseado em uma posição liberal não solidária e anti-sistêmica, ou causado pela precariedade de uma profissão que, em algum momento, esteve bem e que não quer assumir seu novo status.
Listamos abaixo cinco princípios que consideramos necessários para difundir e reivindicar para reconstruir uma profissão digna e responsável:
Lições para o Brasil: cidades que se desenvolveram com bons projetos de habitação social
Dias após a tragédia do incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, que deixou vítimas fatais e centenas de desabrigados, é impossível não se perguntar sobre os rumos da habitação social no Brasil.
Até este ponto da história, a maioria dos programas de habitação social vão em direção à construção de novas unidades habitacionais. Mas segundo a especialista em planejamento urbano e habitação, Elisabete França, esse raciocínio muitas vezes é prejudicial para o desenvolvimento social de cidadãos de baixa e média renda.
Como adicionar escalas humanas às suas renderizações como um profissional
Não é nenhum mistério o porquê colocamos escalas humanas em nossas visualizações de projetos. Pessoas são o caminho mais rápido para uma conexão emocional. Com as indicações visuais certas, você pode evocar sentimentos profundos, transformando uma simples imagem em uma fonte de admiração ou aspiração. Nas visualizações arquitetônicas, tentamos moldar esses sentimentos, trabalhando com as percepções que a maioria de nós compartilha. Enquanto todos nós somos criaturas de circunstâncias, usando nosso conhecimento experiencial para nos guiar cotidianamente, muito do nosso condicionamento faz o mesmo. É por isso que é tão importante considerar como você usa as escalas humanas ao criar visualizações de seus projetos.
As escalas são seus guias visuais, alertando o espectador para a história ou sentimentos que você deseja transmitir. Às vezes, essa história é de uso, uma explicação de como alguém interage ou se move através de um espaço. Outras vezes, é um pouco mais abstrato. Qualquer que seja a direção, a arte de incluir escalas é realmente um estudo de composição, condicionamento e narrativa. Quanto mais você souber sobre cada tópico, melhor será a sua imagem - especialmente quando você tiver um pedido complicado do cliente.
Nesta parte, gostaria de mostrar a você como abordamos o assunto na Kilograph. Como nossas origens são diversas - artistas, arquitetos, especialistas em marcas e técnicos de realidade virtual - estamos constantemente discutindo sobre como fazer as pessoas se destacarem, do ponto de vista psicológico e estético. Aqui está o que já descobrimos.