Já pensou na possibilidade de não existirem mais pessoas em situação de rua? Os Estados Unidos pensaram e países como Canadá, Espanha, Portugal, França e Dinamarca seguiram a onda, incluindo a metodologia do Housing First em suas estratégias nacionais para resolver a situação.
A fórmula consiste em fornecer exatamente o que lhes falta: moradia e conexão. Os resultados são consistentes e, para completar, benéficos para os cofres públicos. No Brasil, o Projeto RUAS está testando o modelo e busca recursos para expandi-lo. A ideia da ONG é entender como ele se adapta à nossa realidade e, futuramente, sugeri-lo ao poder público.
As cidades ocupam apenas 3% da superfície do planeta, mas são responsáveis pela maior parte do consumo global de energia e das emissões de carbono. Muitas também são mais vulneráveis às mudanças no clima e aos desastres naturais devido à densidade populacional e à interconexão entre as infraestruturas. Para evitar os piores impactos das mudanças climáticas – incluindo perdas humanas, sociais e econômicas –, sabemos que é fundamental tornar as cidades mais resilientes e preparadas para o clima em transformação. Mas estudos recentes indicam que ainda estamos longe disso.
Da teoria das cores de Le Corbusier às propostas estéticas da Bauhaus, as cores desempenharam um papel essencial ao longo da história arquitetônica. No entanto, estamos no limiar de uma nova era de inovação, na qual o significado, a aplicação e o impacto das cores na arquitetura também estão em transformação. Com isso, novas questões surgem: novos materiais e acabamentos poderiam revolucionar a paleta de cores? Quais as possibilidades de coloração em espaços virtuais? Quais serão as próximas tendências de cor no mundo do design de interiores?
Há uma percepção na sociedade de que o número de pessoas em situação de rua tem crescido no Brasil. Para compreender melhor o tema, o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, criado no âmbito do Programa Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais, compilou dados de milhares de municípios em uma série histórica que vai de 2012 a 2021. Infelizmente, os dados indicam que esse problema realmente vem se agravando em nosso país.
https://www.archdaily.com.br/br/1004546/o-que-dizem-os-dados-sobre-a-populacao-de-rua-no-brasilAndré Sette e Anthony Ling
La Fábrica, icônico projeto de Ricardo Bofill, é um testemunho do poder transformador da arquitetura. Localizada nos arredores de Barcelona, essa criação mostra a notável metamorfose de uma fábrica de cimento abandonada em uma impressionante obra-prima arquitetônica.
https://www.archdaily.com.br/br/1004811/la-fabrica-de-ricardo-bofill-uma-mistura-harmonica-de-passado-e-presenteArchDaily Team
Após uma pausa de três anos, o festival de construção da Hello Wood está de volta para receber estudantes, arquitetos e jovens profissionais de todo o mundo para participar do camp de construção de 10 dias e testar suas habilidades de construção em madeira, além de aprender a participar ativamente do projeto e da construção no próprio local. Pela primeira vez na história do evento, o workshop deste ano acontece em um novo local, uma cratera de uma pedreira de basalto abandonada na montanha Haláp, na Hungria. O workshop também se alinha e apoia o título de Veszprém de Capital Europeia da Cultura de 2023, que também inclui mais de uma centena de outras vilas e cidades em toda a região de Bakony-Balaton. O evento aconteceu entre 6 e 15 de julho, culminando num festival de música de dois dias aberto a todos.
Com sua mistura única de forma, função e sustentabilidade, a arquitetura de bambu se destaca devido às suas geometrias complexas, espacialidade tridimensional e grande dependência da habilidade artesanal. Durante muitos anos, os modelos físicos foram centrais para materializar as visões dos arquitetos e transmitir projetos intricados aos artesãos habilidosos responsáveis pela construção. Agora, estamos no meio de uma mudança de paradigma. A revolução digital está trazendo ferramentas de design assistido por computador e design paramétrico para o primeiro plano, desbloqueando o potencial do bambu de maneiras nunca antes imaginadas. Essa evolução apresenta possibilidades empolgantes e novos desafios tanto para os construtores quanto para os artesãos.
A pergunta crucial agora é: podemos traduzir efetivamente essas inovações em design de ponta para o mundo prático dos artesãos que dão vida a essas visões? Em um recente curso de construção e design de 11 dias no Bamboo U, nos mergulhamos em um mundo onde a tecnologia encontra a tradição, experimentando a mistura inovadora da construção de bambu e tecnologias de realidade aumentada (AR). Guiados pela experiência do Dr. Kristof Crolla e Dr. Garvin Goepel, da Universidade de Hong Kong e da Universidade Chinesa de Hong Kong, embarcamos em uma jornada emocionante para construir não uma, mas duas, encantadoras cúpulas de concha de grade, sob o auxílio de instruções holográficas. Neste artigo, exploramos essa dinâmica interseção entre tradição e tecnologia no mundo da arquitetura de bambu a partir da perspectiva do Bamboo U.
De fato, diante das mudanças climáticas, parece bem razoável voltarmos a valorizar nas construções aspectos como ventilação e iluminação naturais, por exemplo, tal qual se fazia no passado — e, com isto, reduzir o consumo de energia e a produção de gases de efeito estufa.
https://www.archdaily.com.br/br/1004818/urbanismo-sustentavel-de-volta-para-o-futuroVitor Meira França
Os softwares de realidade aumentada (RA) têm marcado presença entre as ferramentas profissionais de projeto há algum tempo. Mas o recente lançamento dos óculos Vision Pro da Apple mostra que o setor de dispositivos vestíveis de realidade mista está ganhando espaço também nos mercados de consumo, à medida que uma das maiores marcas mundiais de design e tecnologia entra nesse ramo.
Uma das principais razões para a imensa expectativa em torno da incursão da Apple no hardware de RA/RV é a decisão de posicioná-lo como "computação espacial". Ao utilizar a complexidade da realidade aumentada para aprimorar um setor familiar ao consumidor - a computação pessoal - a marca sediada em Cupertino simplificou toda a experiência, ampliando sua compreensão e apelo.
O tempo em que o Modulor – homem perfeito de Le Corbusier – era o único que "poderia" ocupar nossas cidades e arquiteturas ficou no passado. Há algumas décadas, constatou-se que os ambientes estavam sendo criados como uma representação ideológica que não refletia a demanda real e toda a sua diversidade de classes sociais, gênero, cores, faixas etárias, orientação sexual, entre outros. Planejamentos e projetos disfarçados de uma concepção “neutra”, mas que na verdade reproduzem o olhar de um homem branco de classe média. Nesse sentido, chegou o momento em que a cidade deveria deixar de ser organizada a partir dessa experiência errônea de uma apropriação universal e materializar em seus espaços as necessidades particulares de cada cidadão.
Os dados do uso global da água não são encorajadores e o mercado da construção tem uma grande participação no seu consumo. Está na hora de pensar em formas de reduzir esse impacto. A necessidade de projetar edifícios a partir dessa perspectiva nos proporciona uma oportunidade única para explorar alternativas inovadoras e sustentáveis que minimizem ou até mesmo eliminem completamente o uso de água na construção.
Teoricamente, a arquitetura é uma disciplina multisensorial que envolve texturas, cores, sombras, sons e aromas. No entanto, na prática, a linguagem visual é frequentemente priorizada para explorá-la, limitando-se principalmente à visão para identificar elementos arquitetônicos e navegar autonomamente em ambientes construídos e contextos urbanos. Portanto, é crucial integrar superfícies de pavimentação tátil na arquitetura.
Cegueira e deficiência visual transcendem ser uma condição ou deficiência; elas representam uma forma alternativa de perceber o ambiente ao nosso redor. Nesse sentido, o toque se torna uma linguagem e um guia fundamental para interagir com a arquitetura. De acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Artigo 9), todas as pessoas têm o direito inerente de acessar o ambiente físico em igualdade de condições com as outras.
https://www.archdaily.com.br/br/1003749/como-funcionam-as-superficies-tateis-para-cegosEnrique Tovar
Ao longo da história da cidade, as edificações passam por mudanças de uso e de programa. Não teria como ser diferente, já que cada época possui suas questões e necessidades específicas. O tipo de moradia, a densidade demográfica em determinadas regiões e os novos comércios e serviços alteram a configuração da cidade, sem que as construções acompanhem as mudanças na mesma velocidade. Sendo assim, a requalificação – ou reabilitação – das construções não só fazem sentido, como também são necessárias.
Os avanços tecnológicos abriram caminho para uma abordagem revolucionária da arquitetura, que envolve responsividade e movimento. Este conceito chamado de "arquitetura cinética" permite que os edifícios se adaptem dinamicamente ao seu ambiente em constante mudança. Hoje em dia, os princípios cinéticos são aplicados para melhorar a sustentabilidade ambiental dos prédios, especialmente por meio das fachadas. No entanto, a arquitetura cinética também tem o potencial de impactar o ambiente construído em outros aspectos. Nos espaços públicos, a arquitetura cinética tem um grande potencial, apresentando oportunidades para torná-los mais acessíveis, inclusivos e amigáveis ao usuário. A introdução de elementos cinéticos nos espaços públicos desafia as suposições tradicionais sobre a arquitetura como um arranjo passivo, inaugurando uma nova era de ambientes urbanos interativos e envolventes.
Analisar casas que arquitetos projetaram para si mesmos pode abrir perspectivas sobre seu processo de design, prioridades e filosofia. Embora muitas vezes reduzidas em escala, essas residências pessoais oferecem um olhar sobre o processo dos arquitetos e a maneira como eles traduzem suas ideias em espaços habitáveis sem restrições impostas pelo cliente no resultado final. As estruturas também refletem os valores pessoais, estilos de vida e preferências estéticas de seus criadores.
Frequentemente, esses projetos são experimentos e campos de testes para seus próprios princípios de design, ampliando os limites da expressão arquitetônica. Desde Ray e Charles Eames, que acabaram passando suas vidas em uma casa experimental criada para a pré-fabricação, até Frank Gehry, que usou sua casa holandesa colonial em Santa Monica para testar as ideias de desconstrutivismo que mais tarde viriam a definir sua carreira, esses projetos representam uma face diferente do processo de projeto de arquitetos renomados mundialmente.
Conforme exploramos práticas sociais que desafiam o modelo hegemônico na arquitetura, passamos a reconhecer a importância de abordar questões relacionadas à identidade, gênero, raça e orientação sexual no âmbito da prática espacial. Ao considerar essas dimensões, nosso objetivo é destacar como o ambiente construído pode promover novas maneiras de visualizar a sociedade e moldar o relacionamento que tecemos com o mundo ao nosso redor. Em busca de vozes que apresentem novas perspectivas, selecionamos uma bibliografia que demonstra as pesquisas e experiências de indivíduos que desafiam as normas ditadas por uma abordagem universalizante. Uma bibliografia de 20 livros internacionais que oferece diversas narrativas que nos convidam a perceber, imaginar e vivenciar o espaço por meio de uma lente LGBTQIA+.
Evidências científicas cada vez mais robustas e promissoras podem auxiliar arquitetos e demais projetistas que busquem pelo design inclusivo, levando em consideração as mentes diversas, ou seja, elaborar ambientes construídos que dialoguem com a neurodiversidade. A existência da neurodiversidade sempre esteve presente na humanidade. O termo abrange as pessoas com as mais diversas condições neurológicas e foi criado pela socióloga Judy Singer, em 1999.
O urbanismo tático é um tipo de intervenção no espaço urbano que vem ganhando destaque e levantando discussões em diversos locais nos últimos tempos. Ele parte da ideia de que ações civis de baixo custo e de pequena escala podem ter um impacto significativo no ambiente urbano, melhorando suas dinâmicas e o cotidiano das pessoas. No entanto, de uma intervenção pontual, temporária ou de escala reduzida, a partir de sua aceitação e reconhecimento, muitas dessas iniciativas extrapolaram suas pretensões iniciais e se transformaram em disparadoras de processos urbanos mais amplos, desencadeando novas atuações que envolvem outros atores, esferas e até o próprio poder público.
Em busca de rotas escolares com mais acessibilidade e ações que incluem as crianças na mobilidade urbana, o coletivo Cidade Ativa, em parceria com a IDOM, desenhou um plano de ação baseado no diagnóstico de dois casos da cidade de São Paulo. Disponível gratuitamente e online, o material serve como inspiração para outras cidades que pretendem tornar o espaço urbano mais seguro e acessível.
https://www.archdaily.com.br/br/1003811/rotas-escolares-seguras-e-acessiveis-para-as-criancas-um-plano-de-acaoArchDaily Team
Casas e prédios são um dos primeiros temas que as crianças aprendem a desenhar. A simples disposição de quadrados e retângulos com um triângulo em cima é fácil e eficiente, e rapidamente identificável. No entanto, uma vez que passamos do desenho para a construção, talvez existam maneiras melhores de se erguer uma edificação. Esses cinco exemplos de edifícios, pavilhões e instalações com cúpulas reforçam a ideia de que há uma maneira mais fácil de fazer quando se pensa fora do quadrado.
A obra do arquiteto franco-suíço Charles-Édouard Jeanneret, é, entre muitos outro adjetivos, abrangente. Le Corbusier aventurou-se em escalas desde o desenho de mobiliários a planos urbanos para cidades inteiras, passando pela pintura, projetos diversos e a escrita de livros. Algo que não é tão falado, no entanto, foi a teoria de cores que ele desenvolveu e aplicou a vários de seus projetos arquitetônicos e esforços artísticos. Profundamente enraizada em sua crença de que a cor desempenha papel significativo para evocar emoções e criar ilusões espaciais, a teoria das cores de Le Corbusier foi descrita em seu livro "PolyChromie Architecturtale" (arquitetura policromia), publicado em 1931. Ali, ele introduziu seu conceito e uma gama cuidadosamente curada de cores que pretendiam ser usadas em contextos arquitetônicos específicos.
Até hoje, mais de 90 países estabeleceram metas para emissões líquidas zero, comprometendo-se a contribuir para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Mas permanecem dúvidas quanto à credibilidade de muitos desses compromissos e se essas metas serão de fato cumpridas.
Juntos, os países que estabeleceram metas de zerar emissões líquidas – um grupo de inclui China, Estados Unidos e Índia – são responsáveis por quase 80% das emissões globais de gases do efeito estufa. Além deles, milhares de outras regiões, cidades e empresas também estabeleceram suas metas. Nunca antes tivemos tanta ambição e um momento tão propício para reduções tão profundas nas emissões.
https://www.archdaily.com.br/br/1004494/cinco-paises-que-estao-no-caminho-para-chegar-a-emissoes-liquidas-zeroClea Schumer, Cynthia Elliott e Rebecca Gasper
Em Lagos, uma cidade de tecido urbano complexo, com edifícios históricos e diversas interpretações da arquitetura contemporânea, está sediado o PatrickWaheed Design Consulting (PWDC). O escritório, coordenado por Adeyemo Shokunbi, procura contribuir para uma nova linguagem arquitetônica nigeriana por meio do renascimento de materiais locais. Seus estudos focam no solo local, composto por laterita, que serve de base para acabamentos e corantes naturais, além de apresentar boas propriedades térmicas. Em dois de seus projetos recentes em Lagos — a Mad House e a Mesquita Abijo — o escritório faz uso dos acabamentos em laterita e defende uma linguagem arquitetônica nigeriana baseada no uso inventivo de materiais locais.
Grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, têm transformado as áreas centrais em regiões com mais habitações, resgatando assim um passado em que havia mais vitalidade. O Rio de Janeiro foi pioneiro ao lançar seu programa Reviver Centro em 2021. Já São Paulo lançou recentemente o Todos pelo Centro, que também pretende “promover ações de transformação no Centro de São Paulo, que tragam uma nova vida em conjunto com memórias e a história da cidade”