No mundo da arquitetura, as práticas não estabelecidas são muitas vezes negligenciadas mas, ao desafiar os dogmas tradicionais da indústria, podem ter um impacto significativo no ambiente construído. O Young European Architecture Festival (YEAH!) explora o trabalho desses futuros escritórios de arquitetura, observando como compartilham ideias, visões e experiências no velho continente. O evento é dividido em duas seções: "Habitats", explorando ideias de domesticidade e tipologia residencial, e "Híbridos", iniciativas que estão repensando os sistemas tradicionais de planeamento da cidade.
A seguir, uma seleção de projetos de práticas arquitetônicas emergentes selecionadas pela YEAH! para a categoria "Híbridos". Muitas dessas iniciativas estão desafiando as ideias de espaço público mas, ao fazê-lo, também lançam luz sobre as estruturas sociais mais amplas que estão em jogo nesses espaços. A seleção inclui espaços comunitários, escolas, centros de transporte e até projetos iniciados pelos próprios arquitetos, que perceberam deficiências em seu ambiente e estão trabalhando não apenas para corrigi-las, mas para aumentar sua presença e capacitar a comunidade local por meio delas.
O design para montagem (DFA, design for assembly) não é novo. A cadeira No. 14 de 1859 da Thonet, quando desmontada, podia ser enviada em lotes de 36 cadeiras por caixa de 40 polegadas quadradas.
Essas economias de custo vinculadas ao DFA ainda são valiosas. E como ajudou a revolucionar o transporte marítimo na era industrial, agora carrega prestígio como uma poderosa ferramenta de redução de carbono. Na verdade, o DFA é atualmente a característica distintiva de pelo menos seis lançamentos de produtos de alta visibilidade entre os fabricantes de móveis comerciais apenas no ano passado.
Houve um tempo em que os edifícios queriam ser montanhas, os telhados queriam ser florestas, os pilares queriam ser árvores. Enquanto o mundo começava a entrar em estado de alerta com os derretimentos das geleiras e o consequente aumento da temperatura terrestre, a arquitetura – desde uma perspectiva geral – estava preocupada em imitar a forma da natureza. Uma aproximação de “ecossistemas” feitos pelo homem vista por muitos como figurativa e decorativa, estando a serviço de imagens comercializáveis de um “desenvolvimento sustentável”.
Faz tempo que Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z dominam a conversa sobre como as diferentes gerações influenciam a arquitetura e o ambiente construído. Do planejamento urbano e tentativas de zoneamento até o grande debate sobre se os locais de trabalho devem ser completamente abertos ou com muitos escritórios, cada geração teve suas opiniões sobre como os espaços que habitamos são projetados - amplamente influenciadas pelas características socioeconômicas, políticas e tecnológicas que moldaram nossas vidas de diferentes maneiras. Olhando adiante, o que podemos esperar? Entra a Geração Alfa, a primeira geração nascida inteiramente no século XXI.
Soluções baseadas na natureza (SBN) têm se difundido como abordagens eficientes para adaptar as cidades à crise do clima e mitigar os desastres cada vez mais frequentes. Projetos como jardins de chuva, parques lineares, restauração de encostas e agricultura urbana, ajudam a tornar as cidades mais resilientes diante de eventos climáticos extremos, enquanto geram benefícios adicionais para a sociedade, a economia e o meio ambiente.
https://www.archdaily.com.br/br/991534/solucoes-baseadas-na-natureza-exemplos-implementados-por-cidades-brasileirasHenrique Evers, Lara Caccia, Bruno Incau, Vitor Tornello e Fernando Corrêa
Após ao menos cinco anos de estudos, chega o momento dos alunos de Arquitetura e Urbanismo apresentarem seus trabalhos finais de graduação - chamados frequentemente de TCC, TFG ou Projeto de Final de Curso. Ao escolher o tema, os estudantes evidenciam projetos civis, urbanos ou teóricos que são de grande importância por levantarem um debate sobre o futuro de nossas cidades, do ambiente construído, da infraestrutura urbana, da mobilidade e tantos outros tópicos fundamentais para discutir e desenvolver o modo como habitamos o espaço.
https://www.archdaily.com.br/br/991842/os-melhores-trabalhos-de-conclusao-de-curso-em-2022-envie-o-seuArchDaily Team
Bienais, exposições e festivais focados em arquitetura oferecem uma plataforma para abrir debates, realizar pesquisas e impulsionar a inovação, mas também podem contribuir para as mudanças que moldam a imagem e o caráter de uma cidade. Através de instalações e experiências temporárias, estes eventos podem expandir linhas de investigação sobre a qualidade dos espaços urbanos, convidando visitantes e residentes a desacelerar, romper com a sua rotina diária e questionar os seus ambientes locais. Os efeitos podem não ser imediatos, mas ao acumular essas impressões e momentos de contemplação, festivais de arquitetura e design podem ter um impacto duradouro nas cidades que os recebem.
Dimensões, texturas e cores não são os únicos fatores a serem considerados ao projetar um espaço. A escolha da iluminação correta também se eleva como uma estratégia-chave para criar a atmosfera de um projeto. A iluminação apropriada adiciona novos aspectos ao espaço: dentro do mesmo projeto, diferentes maneiras de aplicar a luz desenvolve diversas situações, brincando com luz e sombra, calor e frieza, além de profundidade e altura.
Através dos produtos de iluminação ilimitados disponíveis nas seções de 'iluminação interna' e 'iluminação externa' no Architonic, os arquitetos podem brincar com um novo ângulo para aplicar em seus projetos futuros. A discussão a seguir traz quatro maneiras - orientadores de caminho, iluminação externa, objetos de arte e uma combinação com móveis - nos quais a arquitetura aplica a iluminação como uma estratégia de design.
Em 1972, Caetano Veloso anuncia na canção Triste Bahia que “o vapor de Cachoeira já não navega mais no mar”. De fato, somos uma geração que desconhece a capacidade náutica de Salvador, uma vez que a maioria não teve a oportunidade de conviver com o cotidiano da cidade portuária. Um breve olhar nos registros realizados por fotógrafos como Marcel Gautherot, Pierre Verger e Lázaro Roberto, entre as décadas de 1950 a 1970, permite verificar que as dinâmicas cotidianas realizadas junto ao mar eram abissalmente diferentes das atuais.
A Copa do Mundo de Futebol é um dos maiores eventos do mundo e envolve torcedores de todas as nacionalidades. Já tendo passado por vários continentes, o evento este ano acontecerá no Qatar, um país da península árabe com uma população de cerca de 2,7 milhões de habitantes, sendo a maioria islâmica. Além deste, outros 31 países disputarão o título de melhor do mundo.
Para além de um evento esportivo, a Copa é também uma oportunidade de observar, conhecer e conviver com outras culturas, principalmente para o país sede. Divididos em 8 diferentes grupos, os primeiros a jogar, do grupo A e B, serão Qatar, Equador, Inglaterra, Irã, Senegal, Países Baixos, Estados Unidos e País de Gales. Veja a seguir alguns exemplos da arquitetura desses países.
A década de 1970 foi uma época sombria para Nova York. Enquanto a economia estava em baixa, as taxas de criminalidade estavam em alta. A imagem pública negativa também afastou os turistas, levando a cidade a uma crise financeira. Para mudar as percepções sobre a Big Apple, o Departamento de Desenvolvimento Econômico do Estado de Nova York procurou a empresa de publicidade Wells Rich Greene para criar uma operação de marketing convidativa. Após 45 anos, a campanha I Love NY resultante permanece fresca nas mentes dos moradores e turistas, renovando com sucesso a marca da cidade de Nova York. Cidades de todo o mundo, como Paris, Amsterdã e Jerusalém, também investiram pesado na construção de marcas atrativas.
Por mais pretensioso que isso possa parecer, podemos afirmar sem medo que o bambu é dos materiais mais promissores para a indústria da construção civil. Neil Thomas, engenheiro diretor do atelier one, afirma que, se projetássemos um material de construção ideal, ele se pareceria muito com o bambu. Isso porque ele cresce muito rapidamente em boa parte do mundo, possui uma seção transversal altamente eficiente e apresenta uma resistência à cargas impressionante. Mas, além do uso estrutural em seu formato bruto, o bambu é um material que permite alto nível de processamento, podendo ser laminado para pisos, utensílios e, como veremos neste artigo, para estruturas de Structural Engineered Bamboo (SEB), que se assemelham muito às de Madeira Engenheirada. Conversamos com Luke D. Schuette, fundador e CEO da ReNüTeq Solutions, LLC, empresa de St. Louis, Missouri, que vem trabalhando com este sistema construtivo.
A maioria dos arquitetos pode se identificar com a sensação de estar mergulhado em uma profunda devoção à arquitetura. O que começa como uma carreira dos sonhos se torna um pesadelo para muitos. Depois de uma formação rigorosa, a experiência de uma carreira tumultuada pode desanimar os profissionais. Postagens no Twitter e no LinkedIn têm debatido amplamente as longas horas de trabalho e os salários díspares, com poucas soluções. Os arquitetos estão constantemente em guerra entre profissão e paixão, uma sobreposição de amor e desespero. Talvez, na raiz desses problemas esteja a definição coloquial do substantivo ‘arquiteto’.
Imagine que você tem agendada uma visita à uma edificação muito importante para a história da arquitetura, uma obra-referência para todos os entusiastas do meio. Você provavelmente se equiparia com uma câmera fotográfica ou um bom celular, em alguns casos, levaria lápis, caderno e até uma trena para registrar curiosamente todos os seus aspectos.
Hoje em dia, entretanto, esse não é único meio pelo qual podemos “visitar” uma edificação de importância histórica ou, pelo menos, é o que alguns pesquisadores estão se esforçando em mostrar. Além de todas as facetas assumidas pelo metaverso, está sendo explorado também o seu papel na preservação histórica da arquitetura e da cultura de determinados locais, gerando materiais disponíveis para diferentes gerações.
“A compreensão precede a ação.” Esse é o lema do Urban Observatory, uma instalação interativa e aplicativo da web criados pelo fundador do TED, Richard Saul Wurman, que compilou uma ampla gama de dados urbanos para mais de 150 cidades, permitindo aos usuários comparar várias características dessas urbes – da densidade populacional aos limites de velocidade do tráfego – lado a lado. O Urban Observatory foi criado pela primeira vez em 2013, um ano marcante para notícias sobre big data urbano; mais tarde naquele mesmo ano, Waag ganhou as manchetes com seu mapa interativo visualizando a idade de cada edifício nos Países Baixos. O surgimento de tais plataformas permitiu que as pessoas vissem o mundo ao seu redor desde novas perspectivas.
Com o surgimento do Google Earth e outras ferramentas GIS, além das plataformas como envelope.city ou simulações ambientais baseadas em modelos de cidades gêmeas digitais, o big data urbano passou discretamente a sustentar uma ampla gama de ferramentas usadas por profissionais que moldam nossas cidades, com a quantidade de dados coletados e a influência que eles têm sobre a tomada de decisões se expandindo enormemente. No entanto, esses avanços geralmente acontecem a portas fechadas e em espaços antidemocráticos. Quanto tempo devemos esperar por um software que tenha toda a facilidade de uso, acessibilidade e apelo dessas plataformas mais antigas, mas que forneça ao cidadão comum as ferramentas para moldar sua cidade? Em outras palavras, se “a compreensão precede a ação”, então por que, depois de quase uma década, não vemos aplicativos baseados em big data que incentivam o público a realmente fazer algo?
A arquitetura hostil pode estar com os dias contados no Brasil. Foi aprovado pela Câmara de Deputados um projeto de lei que proíbe o Poder Público de utilizar qualquer material, equipamento ou técnica construtiva que afaste ou dificulte o acesso das pessoas ao espaço público. O PL 488/21, batizado de Lei Padre Júlio Lancelotti, segue para a sanção do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
https://www.archdaily.com.br/br/992728/lei-padre-julio-lancelotti-que-proibe-a-arquitetura-hostil-e-aprovada-pela-camaraArchDaily Team
Os animais em geral medem distâncias e peso para sua sobrevivência, mas foi a necessidade humana de se comunicar para viver em sociedade que resultou na criação da linguagem, e posteriormente, nos padrões de pesos e medidas. Seja para se deslocar, para porcionar alimento, fazer ferramentas ou calcular peso de objetos e animais, os padrões de aferição surgem dessa necessidade que estava presente já nas atividades humanas na era da pedra lascada e nos acompanha desde então. Se hoje em dia grande parte da população mundial faz uso de metros, centímetros e decímetros para aferir distâncias e medidas, sua padronização vem não apenas da necessidade de estabelecer comparações que permitissem comércio entre povos, mas também de disputas políticas e sociais.
“A supertempestade Sandy em 2012 foi um alerta para Nova York e fez a cidade perceber que precisava se preparar melhor para as mudanças climáticas”, disse Adrian Smith, vice-presidente da ASLA e líder da equipe de projetos de capital de Staten Island com a NYC Parks. Devido às tempestades de Sandy, “várias pessoas em Staten Island morreram e milhões foram perdidos em danos materiais”.
No 10º aniversário de Sandy, Smith, junto com Pippa Brashear, diretora da SCAPE, e Donna Walcavage, diretora da Stantec, explicaram como projetar com a natureza pode levar a comunidades costeiras mais resilientes. Durante a Semana do Clima de Nova York, elas conduziram centenas de pessoas por dois projetos on-line interconectados no extremo sudoeste da ilha: Living Breakwaters e seu companheiro em terra — o Tottenville Shoreline Protection Project.
Sessenta e dois anos separam a inauguração de Brasília e a abertura da 22º edição da Copa do Mundo de futebol masculino da FIFA, sediada em 2022, no Qatar. Claro, não só o lugar no tempo e espaço diferenciam estas duas ocasiões históricas: acrescentemos o contexto geopolítico, o caráter, os atores e os interesses envoltos a cada uma. O que sobra, então, como conectivo entre ambas? Para além do fato de que o emirado agora possui a sua própria cidade-modelo (Lusail), erguida no ermo da península, sob a cartilha das últimas tendências urbanas e tecnológicas – à semelhança do vanguardismo do Distrito Federal do Brasil à época da sua construção, em certa medida –, o elo inextricável entre as duas cerimônias está nos canteiros que materializaram as arquiteturas a comportá-las.
https://www.archdaily.com.br/br/991506/supressao-de-direitos-no-canteiro-de-obra-paralelos-entre-brasilia-e-qatarJoão G. Santos
Uma pesquisa realizada pelo Science Museum Group a partir da análise de objetos de diferentes períodos da história do Reino Unido mostra como suas cores se transformaram com o passar do tempo, deixando os tons vibrantes para trás e ficando cada dia mais cinzas.
A partir do acervo de objetos do Science Museum Group Collection, em uma pesquisa financiada pelo Creative Industries Policy and Evidence Centre (PEC), Cat Sleeman examinou mais de sete mil fotografias de objetos familiares do cotidiano, de máquinas fotográficas a luminárias e outros objetos domésticos, organizando-os em 21 diferentes categorias de acordo com seu uso. A análise foi feita a partir da contabilização de pixels de cores diferentes, e também abordou a forma dos objetos.
Chicago, a cidade dos ventos, a Chi-Town ou a segunda cidade. É um lugar conhecido por muitos nomes, mas para arquitetos e urbanistas, é famoso por sua história, que nos deu alguns dos edifícios mais conhecidos e avanços importantes que ajudaram a moldar outras cidades nos Estados Unidos. Desde seu início, Chicago tem servido como um centro arquitetônico inovador.
O lavabo, um espaço que normalmente é utilizado pelas visitas de uma casa ou comércio, pode ser um dos cartões de visita dos proprietários. Como áreas muito pequenas normalmente são as mais difíceis de inovar num projeto de interiores, reunimos aqui alguns exemplos criativos desse ambiente de uso mais público.
Do momento em que despretensiosamente começou os estudos de arquitetura, até se apaixonar pela complexidade do campo e pela multiplicidade de suas camadas, Johanna Meyer-Grohbrügge ficou impressionada com a natureza dual da arquitetura; seu aspecto intelectual e resultado físico. Fundadora da Meyer-Grohbrügge em Berlim, a arquiteta e seu estúdio buscam espacializar conteúdos, criar relacionamentos e encontrar soluções para a convivência.
Junto a Toshiko Mori e Gabriela Carrillo, Johanna Meyer-Grohbrügge faz parte do novo documentário Women in Architecture, que estreará no dia 3 de novembro de 2022. O filme, realizado por Sky-Frame em colaboração exclusiva com o ArchDaily e direção de Boris Noir, é um catalisador para o debate e reflexão em torno de um dos temas mais urgentes na arquitetura.
O trabalho nos canteiros de obras é uma etapa fundamental na formação do ambiente construído. A maioria dos arquitetos, designers ou engenheiros já se envolveu com canteiros de obras em um momento ou outro e entende a importância de fazer parte dessa etapa do ponto de vista do desenvolvimento do projeto. Trabalhar em canteiros de obras pode ser uma experiência de aprendizado valiosa e permite que as opiniões de vários especialistas sejam levadas em consideração para moldar um ambiente melhor para todos. Partindo desta ideia, e à medida que nos aprofundamos no tema do ArchDaily, Mulheres na Arquitetura, convidamos nossos usuários durante o mês de outubro a compartilhar sua opinião sobre discriminação de gênero nos canteiros de obras.