Henry Fonda em “12 Angry Men”. Screenshot do filme
As relações entre arquitetura e o cinema é tema recorrente nos episódios do Arquicast. São dois tipos de arte, com propósitos diferentes, mas que se complementam e influenciam mutuamente, através de atributos comuns como a ativação da memória coletiva, a valorização da imagem como uma forma de linguagem e o poder de provocar sentimentos e sensações nos usuários/expectadores. A equipe responsável pelo podcast gosta tanto de falar sobre cinema que criou uma série específica sobre isso e já realizou uma dezena de episódios sobre o assunto.
No dia 23 de maio de 2021 a arquitetura brasileira ficou menos brilhante. Demos adeus a Paulo Mendes da Rocha, um dos maiores arquitetos brasileiros de todos os tempos. Nascido capixaba, mas paulistano de coração, Paulo era conhecido por um lirismo cativante no trato das palavras e por seu comprometimento com a vocação edificante da arquitetura, em seu sentido mais amplo, atuando em diferentes frentes para comunicar a profissão e sua paixão por ela. Foi o segundo arquiteto brasileiro a ganhar o Prêmio Pritzker e obteve, ainda que tardiamente, o reconhecimento internacional de seus pares, através de outras tantas homenagens.
Algumas denominações costumam aparecer na descrição do trabalho deste arquiteto belga, que há 12 anos vive e atua no Brasil. É comum ver seu nome associado a termos como arquitetura amazônica, regionalismo e sustentabilidade. Entretanto, Laurent Troost busca fugir dos rótulos nesta conversa com o Arquicast sobre o que realmente o motiva no desenvolvimento de cada projeto.
Marcelo Ferraz, sócio fundador, juntamente com Francisco Fanucci, do Brasil Arquitetura, escritório que vem acumulando prêmios nacionais e internacionais, frutos do reconhecimento por seus projetos extremamente sensíveis ao lugar, e ainda sim, contemporâneos em sua essência, é o convidado da semana no Arquicast.
Pavilhão de Bruxelas 1958 / Sérgio Bernardes. Imagem via Bernardes Arquitetura
A arquitetura é uma disciplina que articula diferentes campos e práticas e se manifesta na conceituação física e teórica de estratégias de ação sobre o ambiente humano. Essa ação sobre o território envolve a aplicação de conhecimentos artísticos, sociais e tecnológicos que, quando conjugados, são sempre reflexos de uma determinada cultura ou de uma ideologia dominante. Neste sentido, arquitetura é, também, uma imagem que transmite significado.
João Filgueiras Lima foi um arquiteto carioca, formado pela Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro, mas cujo nome remete a uma série de imagens e obras que há muito ultrapassaram os limites da cidade e suas paisagens referenciais. Lelé, como ficou internacionalmente conhecido, construiu um caminho próprio dentro da profissão, que o faz presente em várias capitais brasileiras, deixando um impressionante legado arquitetônico, manifesto em edifícios públicos e privados, em inovações técnicas sobre processos de produção e numa visão sempre humanizada do ato de construir.
A série Arquicast Entrevista tem por intenção tanto apresentar o trabalho de escritórios de arquitetura de diferentes partes do Brasil, quanto trazer à tona um olhar novo sobre arquitetos já consagrados, através de conversas leves sobre o cotidiano profissional, bastidores e curiosidades dos seus projetos e experiências pessoais que, de alguma maneira, ajudaram a formar suas visões de mundo.
Neste episódio, a equipe conversa com Francisco Spadoni, da Spadoni & Associados Arquitetura. Fundado em 1996, quando nosso convidado voltou de Paris após trabalhar com Kenzo Tange, o escritório é liderado por Spadoni e Tiago de Oliveira Andrade, e participa regularmente de concursos de arquitetura no Brasil e no exterior, obtendo êxito em diversos deles. Seus projetos caracterizam-se pelo enfrentamento dos problemas e complexidades em diversas escalas, sempre com um ponto de vista reflexivo e crítico.
O Arquicast dedica o episódio desta semana ao Prêmio Pritzker 2021, uma ocasião para refletir sobre os ganhadores, o conjunto de sua obra e a justificativa do júri. A conversa é conduzida através de uma visão ampliada, ponderando também sobre a história da premiação e as possíveis agendas por trás de um conjunto, nem sempre coeso, dos antigos laureados. Participam do debate os arquitetos Bruno Sarmento e Caio Dias.
Mais do que um software, o BIM (sigla usada para Building Information Modeling) representa todo um conceito sobre como representar, modelar e gerenciar uma construção, levando em consideração diferentes dimensões e parâmetros de qualidade na concepção de um edifício e de seu posterior uso, como, por exemplo, o projeto arquitetônico, orçamento da obra, gerenciamento de processos, desempenho térmico e impacto ambiental dos materiais e de sua aplicação. O pensamento projetual através do BIM precisa ser implantado desde as ideias iniciais e é melhor empregado quando influencia toda a cadeia de tomadas de decisão que configura o projeto, incluindo análises pós-ocupação.
Nas palavras de Eduardo Costa e Sonia Milani, este arquiteto “se consolidou como fotógrafo de arquitetura e é, hoje, sem dúvida, um dos poucos que conseguem traduzir em imagens as palavras, desenhos e conceitos de arquitetos, em especial daqueles com quem comunga ideias”. O Arquicast traz desta vez toda a experiência do arquiteto e fotógrafo Nelson Kon, numa conversa de rara honestidade e acesso às vivências pessoais deste grande artista brasileiro. Arquiteto e também dedicado à fotografia, além de admirador do trabalho de Nelson, Manuel Sá acompanha a conversa e ajuda a compreender o que faz de Nelson Kon uma referência para diferentes gerações de arquitetos e fotógrafos em todo o mundo.
A lei de assistência técnica é um instrumento de planejamento e transformação legal que poderia aproximar a prática de arquitetura e urbanismo das pessoas e dos lugares onde sua ausência é mais sentida: nos bairros em territórios fragilizados. Dessa forma, auxiliaria no acesso à moradia digna e orientaria melhores práticas para que os recursos fossem utilizados de forma eficaz e precisa. Para discutir sobre o assunto, o Arquicast conversa com o Coletivo Arquitetos da Favela e a ATOS Colaborativos.
Atualmente, um dos campos mais promissores para quem trabalha com projetos é aquele que envolve o planejamento das áreas livres, naturais e urbanizadas, que fazem parte da paisagem das cidades. O frágil equilíbrio dos sistemas hídricos urbanos e as consequências sociais da crise climática mundial são exemplos em larga escala dos impactos que a ausência de uma consciência sobre a importância dos ecossistemas naturais tem para a qualidade de vida nas cidades. E é neste sentido que devemos olhar com atenção para o papel do projeto paisagístico e da arquitetura paisagista.
O mais recente episódio do Arquicast traz como convidada Gabriela de Matos, eleita em 2020 “Arquiteta do Ano” pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio de Janeiro, e é uma das palestrantes convidadas para o 27 Congresso Mundial de Arquitetos, promovido pela UIA2021 RIO.
No dia 26 de janeiro de 2021, o Instituto de Arquitetos do Brasil comemora 100 anos de história. Desde os seus primeiros momentos, o IAB trabalhou na divulgação da arquitetura, na defesa e promoção de concursos públicos de projeto, participando ativamente de movimentos artísticos, políticos e sociais importantes na história do país. sempre buscando aprimorar o exercício profissional. De lá para cá, mudanças planetárias e urgências sociais globais tornaram ainda mais urgente a conscientização da classe quanto ao seu papel na transformação de nossas cidades, e o seu reconhecimento, também pela população, como um agente estratégico perante os desafios do novo milênio.
“Aprendendo com Las Vegas” é um dos mais importantes livros da história e da crítica em arquitetura e urbanismo. Seus três autores - Robert Venturi, Denise Scott Brown e Steven Izenour - trouxeram uma curiosa abordagem a respeito de uma cidade que viu seu crescimento acontecer em prol do jogo de azar e da associação perigosa com a máfia. Las Vegas, cidade repleta de letreiros, estacionamentos e cassinos, foi a referência para os três autores, em um projeto de pesquisa da Universidade de Yale. O objetivo era estudar o desenvolvimento de uma nova tipologia urbana, a strip, em busca de um novo ponto de vista sobre a cidade e a arquitetura.
Arquiteto e arquiteta que se preze adora falar sobre nossa profissão e sua importância para a qualidade de vida das pessoas. Não é para menos! Sabemos que podemos contribuir na construção de um ambiente urbano mais justo e que nossas atitudes podem impactar diretamente o cotidiano de quem vive na cidade. Entretanto, há várias características nem tão elogiosas que os próprios arquitetos admitem estar associadas a uma certa cultura profissional.
Imagem via Twitter da Princeton School of Architecture - @PrincetonSoA
Este episódio do Arquicast traz o Trabalho Final de Graduação (TFG), ou Trabalho Final de Curso (TCC), para o centro do debate. Essa famosa sigla remete a um momento muito importante na educação de todo arquiteto. Para os já formados, é uma das lembranças mais marcantes de toda a faculdade. Para o estudante, pode ser uma etapa com sentimentos conflitantes: a ansiedade pelo desafio que terá pela frente, associada ao entusiasmo de desenvolver um projeto com total autonomia.
O uso de contêineres como solução projetual tem se mostrado uma forte tendência na prática arquitetônica contemporânea. A adaptação deste objeto utilitário idealizado para transporte de carga em espaços habitados pelo homem tira partido de algumas características como sua capacidade modular, seu adequado dimensionamento e também da estética industrial que carrega, agradando a muitos segmentos do mercado.