Constanza Martínez Gaete

Jornalista da Universidade de Santiago, Chile (Usach). Twitter: @ConiMartinezG

NAVEGUE POR TODOS OS PROJETOS DESTE AUTOR

“Menos estacionamentos, mais cidade": a estratégia que ajuda a descongestionar as cidades

Para muitas pessoas é comum pensar que quanto mais estacionamentos para automóveis, mais fácil é se deslocar pela cidade. No entanto, muitas pesquisas realizadas em diversas cidades do mundo tem demonstrado que quanto mais estacionamentos, mais pessoas optam pelo automóvel, aumentando, assim, o congestionamento das vias.

Buscando mudar essa visão equivocada, o Instituto de Políticas para el Transporte y el Desarrollo de México realizou este vídeo que explica quais são as desvantagens que esse modelo traz para as cidades.

Entre estas está o aumento do preço dos imóveis nas cercanias dos novos estacionamentos, o que obriga alguns setores da população a se mudarem para áreas mais afastadas do centro, aumentando as distâncias e tempos de deslocamento.

Para se ter uma ideia, durante os próximos três anos se estima que serão construídos 175 mil novos estacionamentos na Cidade do México, porém, caso seja construída apenas a metade dessa cifra, a verba restante seria o suficiente para a implementação de cinco novas linhas de Metrobús.

Vídeo: Ciclovia de 32 quilômetros com cobertura solar na Coreia do Sul

A rodovia que conecta as cidades de Daejeon e Sejong, na Coreia do Sul, poderia, sem dúvida, ser considerada uma via multimodal.

Isso porque em seu centro há uma pista bidirecional exclusiva para ciclistas, que podem trafegar de maneira segura pois seu caminho está segregado dos automóveis. Além disso, a ciclovia conta com painéis solares que cobrem todos os seus 32 quilômetros de extensão, tornando mais fácil e cômodo o percurso sob sol e chuva.

Essa ciclovia pode ser incluída na lista de grandes infraestruturas solares construídas recentemente, juntando-se à SolaRoad, localizada em Krommenie (Países Baixos) e ao Starpath, no parque Christ’s Pieces de Cambridge.

Quatro ideias para reconstruir comunidades a partir das ruas

A proliferação de automóveis que se deu no início do século XX e a criação de infraestruturas voltadas para seu uso são fatos que modificaram a paisagem das cidades e a vida de seus habitantes.

Embora antes do surgimento do automóvel o lugar das trocas sociais era a rua, esta continua hoje em dia sendo o palco das relações comunitárias, porém, condicionada pelo trânsito de veículos.

Em relação a isso, é interessante conhecer o que a PPS (Project for Public Spaces) propõe em sua pesquisa "Ruas como lugares: Usando as ruas para reconstruir comunidades", que explicamos com mais detalhes na sequência.

Paris pretende se tornar a nova capital mundial do ciclismo urbano

Duplicar a quantidade de ciclovias na cidade, estabelecer uma rede expressa, criar um fundo econômico de auxílio para a compra de uma bicicleta e construir 10 mil novas vagas de estacionamento para bicicletas são algumas das medidas do Plano de Bicicletas 2015-2010 apresentado recentemente pela Prefeitura de Paris e que pretende transformar a cidade na "capital mundial do ciclismo".

Embora hoje em dia esse "título" seja atribuído àquelas cidades em que mais da metade dos habitantes se desloca de bicicleta, como Amsterdã e Copenhague, um dos objetivos do plano parisiense é que a quantidade de pessoas que usam diariamente a bicicleta passe de 5% para 15% da população até 2020.

Oito passos para projetar calçadas melhores

Segundo os resultados da última Pesquisa Origem Destino elaborada pelo Ministério de Transportes e Telecomunicações do Chile (MTT), dos 18,4 milhões de deslocamentos diários que acontecem na região metropolitana de Santiago, 6,3 milhões correspondem a caminhadas.

Essa cifra faz desse tipo de deslocamento o mais frequente, seguido pelos deslocamentos de automóvel (25,7%) e de ônibus (22,6%).

Segundo a proposta do The City Fix Brasil, blogue independente da organização para mobilidade sustentável WRI Brasil Cidades Sustentáveis. as caminhadas poderiam se tornar ainda mais frequentes nas cidades se as calçadas fossem melhores, algo que pode ser alcançado através dos oito passos mostrados a seguir formulados pela organização.

Saiba mais a seguir.

"HAPPY BIKE, Pedalando verso la felicità”: a bicicleta como meio de transporte urbano

"A bicicleta não é apenas um meio de transporte. É muito mais. É a possibilidade de fazer a cidade mais humana e mais bela. Uma cidade que promove a bicicleta é uma cidade feliz."

Assim é como começa o livro "HAPPY BIKE, Pedalando verso la felicità", escrito por Alfredo Bellini, mestre em transporte e fundador do BiciZen, um blogue italiano sobre ciclismo urbano dedicado àqueles que querem usar a bicicleta por seu aspecto "zen", isto é, uma forma de alcançar a alegria e o bem estar.

Em seu texto, Bellini analisa a relação entre as bicicletas e a felicidade, sendo esta vista tanto a partir de uma perspectiva individual como coletiva, e imagina como as bicicletas poderiam ser um meio de transporte urbano.

O que Bellini aponta com isso? Saiba mais a seguir.

LandArchs elege os 10 melhores parques em torno de rios urbanos

Em várias cidades do mundo, os rios estão sendo valorizados como um lugar essencial para que os cidadãos possam desfrutar da natureza na cidade. Para tanto, foram desenvolvidos projetos que não somente centram seus valores no rio propriamente dito, mas também o inserem em uma rede de parques e espaços públicos.

O site Landscape Architects Network, dedicado a difundir o ponto de vista de arquitetos, urbanistas e de profissões relacionadas, sobre a conexão entre a arquitetura da paisagem e as cidades, elabora uma lista com os 10 melhores projetos que cumprem com este requisito.

LandArchs elege os 10 melhores parques em torno de rios urbanos  - Arquitetura PaisagísticaLandArchs elege os 10 melhores parques em torno de rios urbanos  - Arquitetura PaisagísticaLandArchs elege os 10 melhores parques em torno de rios urbanos  - Arquitetura PaisagísticaLandArchs elege os 10 melhores parques em torno de rios urbanos  - Arquitetura PaisagísticaLandArchs elege os 10 melhores parques em torno de rios urbanos  - Mais Imagens+ 7

16 impressionantes fotografias de cidades em 360°

As fotografias aéreas nos mostram uma perspectiva pouco comum das cidades, uma tendência que vem se tornando cada vez mais popular com a proliferação dos drones. Além deste tipo de registro, outro tem se tornando cada vez mais comum: as fotografias em 360°

A técnica que torna possível essas imagens se chama "projeção estereográfica", um tipo de projeção em que a superfície de uma esfera é representada sobre um plano tangente a ela.

Na fotografia superior, de São Paulo, observa-se em primeiro plano a Ponte Octávio Frias de Oliveira, projetada pelo arquiteto João Valente Filho, que se caracteriza por ser a única ponte do mundo com duas pistas curvas que convergem para um mastro central.

Veja, a seguir, imagens de Berlim, Chicago, Sydney e outras cidades.

6 exemplos de espaços compartilhados bem sucedidos

Eliminar a sinalização de trânsito, os semáforos e os limites espaciais entre os diferentes meios de transporte para criar espaços compartilhados, essa é a aposta de algumas cidades para garantir que suas ruas sejam mais seguras para seus cidadãos.

Embora essa medida possa, à primeira vista, parecer drástica, a experiência de algumas cidades demonstra que as ruas não apenas ficam mais seguras para todos, como também se convertem em lugares que atraem mais pessoas.

Veja, a seguir, o caso de seis cidades que investiram na criação desses espaços compartilhados.

Como os dinamarqueses desenvolveram sua cultura do ciclismo

Em 1892 teve início a construção da primeira ciclovia da Dinamarca, localizada na Rua Esplanaden, em Copenhague. A obra foi inaugurada em 1896, sendo uma das vias exclusivas para ciclistas mais antigas do mundo.

A partir deste feito, considerado um marco na mobilidade da cidade, foram realizados outros projetos que buscaram fomentar o uso da bicicleta como meio de transporte urbano, contribuindo para tornar a capital dinamarquesa mundialmente reconhecida por sua cultura do ciclismo.

Veja, a seguir, mais informações sobre os primeiros projetos cicloviários em Copenhague.

Infográfico: Como reutilizar as vagas para carros e beneficiar a cidade?

Uma vaga de carro tem, em média, 14 metros quadrados. Contudo, esse espaço de 5,5 metros de comprimento e 2,5 metros de largura poderia ser muito melhor utilizado.

Nesse sentido, de alguns anos para cá, várias cidades, como Buenos Aires e Santiago, estão transformando suas vagas de estacionamento para automóveis em vagas para bicicletas: onde antes cabia um carro agora dez bicicletas podem estacionar.

Mulheres de bicicleta: A situação na América Latina

No IV Forum Mundial da Bicicleta realizado em Medellín, O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentou o estudo "Ciclo-inclusão na América Latina e Caribe: Guia para impulsionar o uso da bicicleta", que, através da apresentação de dados sobre o ciclismo urbano em 38 cidades do continente, busca fomentar uma política "ciclo-inclusiva" em cada cidade.

Entre os dados coletados está, por exemplo, a quantidade de viagens diárias realizadas nas duas cidades que mais usam a bicicleta na América Latina: Bogotá, com 611.472 percursos, e Santiago, com 510.569.

Intervenção urbana: Mais espaço para os pedestres e ciclistas nas ruas de Riga

Em Riga, capital da Letônia, existem nove linhas de bonde que conectam grande parte da cidade. Segundo o escritório de arquitetura e urbanismo Fine Young Architects, 90% dos automóveis circulam pelos trilhos dos bondes, deixando livre e sem uso grande parte da via destinada aos carros.

Com o objetivo de trazer um uso a esse espaço livre, o escritório projetou uma intervenção urbana bastante simples que, em apenas um dia, conseguiu transformar a rua Miera, proporcionando aos ciclistas e pedestres um espaço mais amplo e lúdico.

O que é "placemaking criativo" e como ele se relaciona com a resiliência?

Já abordamos em várias oportunidades o conceito de placemaking e sua importância no desenvolvimento de um sentido de comunidade. Seu emprego tem, geralmente, o objetivo de construir espaços públicos onde as pessoas se sintam à vontade para passar grande parte de seu tempo.

As medidas que aplicam esse conceito para gerar mudanças e avanços nesse sentido vão desde dedicar mais ruas ao fluxo exclusivo de pedestres e construir mais parques até reestruturar os departamentos municipais encarregados de administrar os espaços públicos, assegurando instâncias de participação urbana.

Contudo, uma variável do conceito de placemaking que está tomando cada vez mais força tem a ver com a relevância da arte na cidade e sua relação com a resiliência urbana - o que dá origem ao placemaking criativo.

O que é placemaking criativo?

Ranking 2015 das 10 cidades mais caras do mundo segundo a UIE

O custo de vida em 131 cidades de 97 países foi medido pela Unidade de Inteligência Econômica (UIE) da revista britânica The Economist e resultou no ranking do "Custo de Vida no Mundo 2015".

A medição foi realizada a partir de 400 preços de 160 produtos e serviços de Nova Iorque, que estabeleceram um índice base de 100 pontos. Todas as 10 cidades consideradas as mais caras do mundo superaram essa cifra.

Assim, o ranking permite comparar os custos de vida entre as 131 cidades tendo em vista duas finalidades. Por um lado, busca-se que os governos estejam a par das tendências que podem influenciar essa situação e, por outro, as empresas podem calcular as políticas de compensação quando têm que deslocar seus funcionários para algumas das cidades que fizeram parte do ranking.

Quais são as 10 cidades mais caras? Veja a seguir:

"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido

A ideia por trás do projeto "The Longest Bench" trata da reativação de um espaço negligenciado, da participação cidadã e da reciclagem. Seus idealizadores são os membros do Studio Weave, um escritório de arquitetura de Londres que se destaca por desenvolver projetos que resgatam o caráter do lugar onde se localizam.

Para a realização desse projeto, o Studio Wave trabalhou na costa de Littlehampton, ao sul da Inglaterra, com o objetivo de construir um banco que não apenas se destacasse por sua extensão, mas que contribuísse com a criação de um sentido de lugar.

Mais detalhes a seguir.

"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Image 1 of 4"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Image 2 of 4"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Image 3 of 4"The Longest Bench", um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Image 4 of 4The Longest Bench, um projeto lúdico que mudou o caráter de um passeio costeiro no Reino Unido - Mais Imagens+ 4

“O céu é o limite", um documentário sobre o trabalho de INTI

O documentarista Jérôme Thomas acompanhou o artista INTI, natural de Buenos Aires, enquanto este pintava um novo muro em Mulhouse (França), registrando com sua câmera o processo artístico que integra o documentário "O céu é o limite".

Esse registro mostra os dez dias de trabalho em que INTI produz "El Sembrador", um mural de 160 metros quadrados que exibe um personagem de traços andinos que traz consigo um balaio de algodão.

O desenho do mural conserva o estilo das demais criações do portenho espalhadas por diversas partes do mundo e que se caracterizam por retratar ícones indígenas latino-americanos.

A realização do mural contou com o apoio da Association Epistrophe e da Mulhouse Habitat. O local escolhido foi o Boulevard Roosevelt, onde a altura e a cor uniforme dos edifícios vizinhos permitem que a obra de INTI possa ser vista do alto, como mostra o vídeo.

A ecologia como oportunidade para que as comunidades atuem sobre seu entorno

"Que tipo de lugares queremos criar?" "Em que tipo de comunidade queremos viver?" "Que mundo esperamos para o futuro?"

Essas perguntas são colocadas peço sociólogo Ethan Kent, vice-presidente da organização estadunidense Project for Public Spaces (PPS), como maneira de retomar as propostas do ecologismo e aproveitá-las para abordar os desafios da relação entre os seres humanos e o meio ambiente.

De acordo com Kent, esse enfoque pode ser incorporado ao placemaking e, assim, abrir debates sobre como queremos que sejam nossas cidades e como as comunidades podem participar desse processo.

Mais detalhes a seguir.