Como exemplar figura contribuinte à produção arquitetônica moderna, Lúcio Costa atuou em diferentes frentes – do desenho do edifício ao desenvolvimento de planos urbanos, como é o caso da cidade de Brasília. Entre as muitas facetas do arquiteto, sua participação na valorização e estabelecimento de politicas capazes de atuar em prol da proteção do patrimônio histórico nacional são um marco em sua carreira e, sobretudo, aos bens do país.
Matheus Pereira
Lúcio Costa e sua influência no Patrimônio Histórico Nacional e no IPHAN
A arquitetura das lojas de Design: espaço, objeto e expectador
Conceber espaços destinados à exposição de peças de mobiliário com alto grau de complexidade no desenvolvimento – estrutural, ergonômico, artístico e histórico, requer uma abordagem projetual distinta, já que é importante expor e persuadir o expectador-cliente a adquirir o produto. No Brasil, exímios exemplos como a loja Forma (1987), Micasa (2004), Casa Matriz (2004), Micasa Volume B (2007), Ouvidor (2013), Dpot (2016), Líder (2016) e Micasa Volume C (2017) destacam-se por unir com maestria tais fundamentos. Em linhas gerais, pode-se dizer que asseguram a “caixa branca” requerida como plano de fundo, comparativamente como obras de arte na neutralidade dos espaços expográficos, e ainda, dispostas de modo a provocar o desejo pela aquisição.
Como funcionam as Conchas Acústicas
Conchas acústicas são elementos icônicos em alguns espaços públicos do Brasil e do mundo. Mas além de uma forma curiosa, seu funcionamento é altamente interessante. Inspirando-se no desenho do ouvido humano, as ondas sonoras produzidas dentro delas são organizadas através de sua forma, tornando-se mais vívidas e fortes para o público à sua frente.
8 Projetos de intervenção destinados à cultura em importantes e históricos edifícios
É sempre muito delicado intervir em edificações históricas. Na arquitetura, seja por operações de restauro ou de requalificação espacial, projetos de intervenção são muitas vezes necessários para dar uma “vida nova” a edificações abandonadas ou descaracterizadas, alterando ou qualificando seu uso.
Junto ao desafio de preservar as construções já existentes, tentando não modificar bruscamente o desenho original das mesmas, há ainda o desafio por implantar edifícios ou elementos anexo capazes de atender as necessidades intrínsecas de cada caso, de forma a não “ferir” e/ou descaracterizar as edificações originais.
A arquitetura de Torres e Antenas de rádio e TV
Para uma melhor e mais ampla propagação das frequências de TV e rádio, é imprescindível que as antenas localizem-se em um local estratégico e, acima de tudo, alto. Quando não há uma topografia favorável para a implantação das mesmas, a construção de torres e mastros para a radio-difusão torna-se imprescindível. Mas, mais do que cumprir uma importante função, elas representam marcos visuais, e são uma incrível oportunidade de transformar uma infraestrutura urbana em uma peça de estética única. Alguns exímios profissionais da arquitetura junto a suas equipes puderam desenvolver projetos destinados a torres de rádio e TVs, conferindo o alto rigor estrutural junto à inventividade plástica do desenho assumido pela solução adotada. Selecionamos uma breve coletânea de projetos de torres transmissivas televisivas e de rádios. Confira a seguir:
Estruturas Tensegrity: o que são e o que esperar delas
Buckminster Fuller, por meio de sua extensa pesquisa, invenções e experimentações estruturais, cunhou o termo Tensegrity. Ele diz respeito às “estruturas autotensionadas compostas por estruturas rígidas e cabos, com forças de tração e compressão, que formam um todo integrado” [1]. Em outras palavras, a tensegridade é a propriedade presente por um sistema que se apropria de cabos (tração) e da rigidez de outros elementos (normalmente em aço, madeira ou bambu) capazes de agirem sob os esforços intrínsecos (tração e compressão) conjuntamente e simultaneamente, propiciando maior resistência e estabilidade formal. Trabalham como estruturas biológicas, a exemplo de músculos e ossos, interligados, onde um fortalece o outro.
Subterrâneos que resguardam parte da história de São Paulo
São Paulo, megalópole que ultrapassa os 12 milhões de habitantes, apesar do frenético ambiente de quem transita diariamente pela cidade no intenso "vai e vem", esconde muitos mistérios aos olhos de quem passa por seu solo.
Diferentemente do artigo guia de mirantes para conhecer São Paulo do alto, agora apresentamos uma seleção de locais subterrâneos desconhecidos pela maior parte do público e que resguardam parte da história da cidade. Teatros, aquário, estação de metrô não concluída, instituições artísticas e culturais são alguns dos quase secretos espaços. Confira nossa seleção a seguir:
Estruturas tensionadas: Racionalidade e leveza
Historicamente inspirada pelos primeiros abrigos concebidos pelo Homem – as tendas, a exemplo das black tents, desenvolvidas utilizando couro de camelo pelos nômades do deserto do Saara, Arábia Saudita e Irã, e ainda, as barracas das tribos nativas americanas, pela possibilidade de transporte, as estruturas tensionadas oferecem uma gama de pontos positivos se comparadas a outros modelos estruturais.
Tensoestrutura é o termo usualmente empregado às estruturas que utilizam membranas trabalhando junto a cabos de aço na construção de coberturas, cujas principais características detêm-se na trabalhabilidade dos esforços de tração, pré-fabricação, grandes vãos e maleabilidade formal. Este tipo estrutural permite menor quantidade material, graças à utilização de lonas com espessuras delgadas, que quando esticadas por meio da utilização de cabos de aço, criam superfícies capazes de vencer os esforços dominantes – tração, que pela leveza e espessura, não trabalham os esforços de flexão e compressão.
Lina Bo Bardi: poesia material e imaterial
Apesar de nascida na capital italiana, Lina Bo Bardi tornou-se uma das figuras mais importantes a sintetizar a cultura brasileira ao mundo e ao próprio país, unindo arquitetura, política e cultura popular. Seu perfil inquieto e sua ânsia à quebra de tradicionalismos fez do Brasil o território ideal à aplicação de seus ideais.
Entre os elementos arquitetônicos que Lina trabalhou ao longo de sua obra, a qualidade material e cultural é fundida na busca pela integral poesia dos espaços. Para além dos elementos concretos e solidificados, a arquiteta buscou o desenvolvimento de um trabalho pautado pela presença dos elementos culturais e uma intensa discussão política, idealizando uma arquitetura pautada pelo rompimento de barreiras entre o erudito e o popular.
Como os drones têm contribuído à Arquitetura
Entre os aparatos tecnológicos aliados à arquitetura, o drone – aparelho eletrônico aéreo não tripulado e controlado por controle remoto via rádio, é um dos instrumentos que vem ganhando destaque nos últimos anos. Sua utilização concentra-se em dois campos: captação de imagens e de dados.
Mobiliários projetados por arquitetos portugueses
Com desenho minimalista, formas puras e um refinado arranjo, a arquitetura moderna portuguesa consagrou-se pela harmonia entre tradição e inventividade. Não diferente, o design concebido pelos arquitetos portugueses têm buscado refletir as questões que incubem a maior escala à menor – o mobiliário.
Quinta da Malagueira, de Álvaro Siza, pelas lentes de Fernando Guerra
Em continuação à série de publicações com ensaios de obras icônicas registradas por Fernando Guerra, hoje apresentamos fotografias da Quinta da Malagueira, obra do arquiteto português Álvaro Siza Vieira.
A curiosa história dos pisos de caquinhos de cerâmica
O piso de caquinhos, utilizado a partir da década de 1940 nas tradicionais casas brasileiras é considerado um legado à história paulistana. Mas, você conhece a história por trás dessa pavimentação?
Entre as décadas de 1940 e 1950, com o crescimento financeiro e desenvolvimento industrial, o polo cerâmico consolidava-se na cidade de São Paulo. Entre as indústrias, a Cerâmica São Caetano, localizada na cidade de mesmo nome da região do Grande ABC Paulista, destacava-se. Com cerca de três mil funcionários e um extenso perímetro – que hoje se transformou em um bairro autossuficiente, a fábrica produzia peças cerâmicas tingidas na cor vermelha, com placas quadradas nas dimensões de 20x20 centímetros – que era a mais popular e com menor preço. Além disso, eram produzidas peças nas cores pretas e amarelas, com preço mais elevado.
Coworking: Espaços de trabalho compartilhados
Já pensou em trabalhar em uma configuração de espaço de trabalho colaborativo? Mais criativo e menos monótono? Livre do rigor dos ambientes corporativos? Se respondeu sim às perguntas anteriores, o conceito de Coworking pode funcionar bem para você.
Criado em 2005, pelo programador americano Brad Neuberg, o conceito institui um sistema em que o espaço é partilhado por um grupo de profissionais com uma gama de estruturas básicas necessárias a startups e autônomos que não podem arcar com os altos custos na abertura de um escritório independente pela instabilidade financeira, mas que não abrem mão do espaço de escritório.
Mobiliários projetados por arquitetos brasileiros
A frente de trabalho de um arquiteto é quase sempre marcada pelo insaciável desejo por desenhar tudo, da maior à menor escala na tentativa de assumir o controle integral do projeto. Como dizia Mies Van Der Rohe, “Deus está nos detalhes”. E, para uma extensa lista de arquitetos, conceber o mobiliário especialmente à composição de suas obras, tornou-se fundamental.
Ao longo da história da Arquitetura brasileira, especialmente desde o Modernismo, arquitetos destacaram-se não apenas no desenho de residências e edifícios, mas também, pelos minuciosos projetos de mobiliários. Muitos nasceram para compor projetos específicos e posteriormente, pela notoriedade assumida, passaram a ser produzidos em série pela indústria.
Precisamos pensar em arquiteturas flutuantes?
Muito se fala sobre os avanços arquitetônicos nos quesitos social, político, técnico-construtivo e ambiental. Contudo, nos mais variados discursos e ocasiões, a estaticidade sempre assumida pela Arquitetura ainda é pouco comentada. Quando falamos sobre o tema imediatamente imaginamos “corpos” pesados e estáticos. A humanidade historicamente desenvolveu-se trabalhando em conjunto com a natureza, através da observação, adaptação e o respeito a ela. E esse fator é mais latente quando pensamos na água, que cobre aproximadamente 71 por cento da superfície do planeta.
Com mais da metade da área do planeta recoberta por corpos hídricos e milhares de pessoas vivendo em suas proximidades ou zonas afetadas por catástrofes ambientais, pensar sistemas capazes a adaptar-se, por meio de arquiteturas flutuantes, pode ser imprescindível para o futuro no campo da arquitetura.
Parque da Juventude: Paisagismo como ressignificador espacial
Quem passa pelo Parque da Juventude, em São Paulo, em meio a seus belos e generosos espaços permeados pelo paisagismo e a presença da população usufruindo-o, até se esquece do quão trágico já foi o espaço.
Presente na memória dos paulistanos como espaço marcado pela violência, a área com mais de 240 mil metros quadrados, localizada no barro de Santana, na zona norte da capital paulista, até 2002 abrigou o antigo Complexo Penitenciário do Carandiru, historicamente conhecido como o maior da América Latina.Se não bastasse a imagem negativa, a área praticamente rejeitada pelo Estado e sociedade, em 1992 ocorreu ali o massacre de 111 presos, retratado em músicas, livros e no cinema.
Metrô do Porto pelas lentes de Fernando Guerra
Dando continuidade às publicações da série fotográfica Pelas lentes de Fernando Guerra, apresentamos imagens do Metrô do Porto, obra finalizada em 1996 e concebida pelo importante arquiteto português Álvaro Siza Vieira.
Conceber uma estação de Metrô do Porto trata-se de influenciar no cotidiano de milhares de pessoas, onde circulam diariamente, estabelecendo fluxos e percursos, numa intervenção urbanística e arquitetônica com dimensões de grande escala. Apesar de demandar um projeto extremamente funcional e austero, é possível ver os gestos do arquiteto através dos detalhes e surpresas.