Quando pensamos em fenômenos migratórios, pensamos em movimento. Pensamos no fluxo de pessoas que se deslocam sobre a superfície da Terra em busca de pastagens mais verdes—de uma vida melhor para suas famílias. Mas a migração também nos faz pensar em conflitos e ameaças, na fome e no desespero em busca por sobrevivência. Historicamente, a guerra tem sido um dos principais motivos pelos quais as pessoas migram, a razão pela qual existem refugiados. A instabilidade, a falta de segurança e perspectiva em países como a Síria, o Iraque e a República da África-Central fizeram que ao longo dos últimos anos milhões de pessoas tivessem que abandonar suas casas, lançando-se em uma desesperada busca por refúgio além das fronteiras de sua terra natal. Somado-se a isso, existe também aqueles que são forçados a migrar para outros países por conta das consequências das mudanças climáticas na Terra—a esse fenômeno nos referimos como “a migração climática”.
A Casa da Música Húngara se localiza no Parque da Cidade de Budapeste. Com a estrutura e a cobertura do projeto concluídas, estão em andamento as obras no interior do edifício. Aninhado entre as árvores do parque, o projeto desenhado por Sou Fujimoto apresenta um amplo volume de vidro horizontal coberto por um telhado perfurado que permite que a luz natural penetre todos os níveis do edifício.
Em Mendoza, na Argentina, o laboratório de pesquisas em fabricação digital Nodo 39 FabLab criou uma estrutura-bastidor de tecido feita em madeira cortada digitalmente com telas e pontos para facilitar o processo de tecelagem e composição iconográfica dos indígenas da região central do país. No interior do Ceará, Brasil, por meio de uma pesquisa intitulada “Artificies Digitais” da Universidade Federal do Estado, fez-se o uso de ferramentas de fabricação digital, mais especificamente a impressão 3D, para a obtenção de modelos digitais das partes danificadas do retábulo do altar-mor da Igreja Matriz da cidade de Russas, sendo possível a produção de próteses digitais para sua restauração.
Fachada Sul. Image Cortesia de UNA Barbara e Valentim
Em sua 8ª edição, o Prêmio Saint-Gobain AsBEA de Arquitetura anunciou os vencedores de sua edição 2021, e o projeto do Sesc Parque Dom Pedro II, desenvolvido pelo escritório UNA Arquitetos, e sob coordenação de Fernanda Barbara e Fabio Valentim, hoje sócios do UNA Barbara e Valentim, venceu em três categorias da premiação. Conquistou o primeiro lugar na Categoria Profissional – Modalidade Projeto Institucional, o prêmio de Destaque Sustentabilidade e o prêmio Destaque da Edição “Roberto Claudio dos Santos Aflalo”.
O Snøhetta acaba de publicar novas imagens do projeto de reconstrução das piscinas do porto de Knubben em Arendal, Noruega. Originalmente construída em 1937 e demolida nos anos 1980, a estrutura das piscinas do porto de Arendal foi um dos principais exemplos da arquitetura funcionalista norueguesa do início do século XX. Em busca de trazer este ícone de volta à vida, a proposta desenvolvida pela equipe do Snøhetta procurou resgatar algumas das mais importantes características do projeto original, preservando sua identidade ao mesmo tempo que insere uma nova linguagem topográfica fundamentalmente inspirada na paisagem da costa norueguesa, ressignificando assim, a história e a memória do projeto e do lugar.
Já ouviu falar em agrowaste design ou “design com agroresíduos”? É assim a arquiteta filipina-ganesa Mae-Ling Lokko intitula o seu trabalho, uma pesquisa pioneira sobre o uso dos biomateriais na arquitetura. Junto com a crescente demanda por produção de alimentos e habitação no século XXI, há um fluxo de recursos materiais de crescimento igualmente rápido na forma de subprodutos de agrotóxicos. Isso tem o potencial não apenas de fechar as lacunas do ciclo de vida de produtos, mas também de impulsionar formas de cidadania generativa por meio do upcycling.
Ling procura repensar os ciclos e uso dos produtos na construção civil através da economia circular, ou seja, nada é desperdiçado, tudo pode ser reutilizado, mesmo depois de obsoleto.
No artigo desta semana da Metropolis Magazine, Madeline Burke-Vigeland, arquiteta associada ao American Institute of Architects, credenciada pela LEED e diretora na Gensler, e Benjamin A. Miko, doutor em medicina e professor assistente do Centro Médico da Columbia University exploram juntos como a padronização de soluções técnicas e construtivas poderiam ser a solução que todos precisamos para melhor proteger as pessoas da COVID-19 e de futuras pandemias.
A Adjaye Associates acaba de anunciar uma parceira com o governo de Gana para projetar uma série de infra-estruturas de saúde pública no país. Inserido no contexto do programa Agenda 111,que está sendo levado a cabo pelo governo ganês com a intenção de construir 101 novos hospitais distritais, 7 hospitais regionais, 2 hospitais psiquiátricos além da reforma do Hospital Psiquiátrico de Accra, o projeto replicável desenvolvido pela Adjaye Associates pretende transformar o sistema de saúde pública no país.
O deslocamento implica incerteza, desenraizamento e instabilidade, além da perda da comunidade, privacidade e orientação física e emocional. Atender a essas necessidades por meio de respostas arquitetônicas adequadas pode ajudar as comunidades de refugiados a recuperar o bem-estar social, econômico e ambiental. Neste contexto, as cozinhas comunitárias são projetadas para ajudar a gerar um sentimento de pertencimento e "normalidade" na vida doméstica de seus usuários.
https://www.archdaily.com.br/br/966291/cozinhas-comunitarias-o-desafio-de-criar-raizes-em-comunidades-de-refugiadosClara Ott
Os Emirados Árabes Unidos ganharam o Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional na Bienal de Veneza de 2021 por sua contribuição intitulada Wetland, com curadoria de Wael Al Awar e Kenichi Teramoto. Selecionada por um júri formado por Kazuyo Sejima (presidente do júri, do Japão), Sandra Barclay (Peru), Lamia Joreige (Líbano), Lesley Lokko (Gana-Escócia) e Luca Molinari (Itália), a contribuição vencedora da 17ª Arquitetura de Veneza Biennale explora a geografia local dos Emirados Árabes Unidos para encontrar alternativas ao cimento, um dos principais emissores de dióxido de carbono do mundo.
Embora as leis que abordam as deficiências tenham sido postas em prática décadas atrás, os arquitetos ainda lutam com os requisitos e aperfeiçoamentos necessários. Um artigo recente do CityLab explorou como o aumento da velocidade e da eficiência nas cidades negligenciou a acessibilidade em bairros adensados. E, embora a "cidade de 15 minutos", cuja ideia central é que a população possa acessar serviços essenciais em um raio de 15 minutos de caminhada, possa parecer o futuro dos ambientes construídos, ela não atende à pessoas com deficiência ou seus movimentos.
No ano de 1970, o escritor Alvin Toffler fez o seguinte alerta: “nas três breves décadas entre o agora e o século XXI, milhões de pessoas comuns, psicologicamente normais, enfrentarão uma colisão abrupta com o futuro”. No livro Choque do Futuro, Toffler descreve uma condição de mal-estar, uma sensação de estresse e desorientação que acometeria os indivíduos em uma sociedade destinada a mudar cada vez mais rápido.
Nada representa melhor essa mudança do que o habitat que o ser humano criou para si. A geração anterior a Toffler conheceu um mundo eminentemente rural, do ser humano preso à terra, nascendo e morrendo em sua comunidade. A geração que está por nascer receberá um mundo já urbanizado, hiperconectado e marcado por uma condição de mobilidade extrema entre cidades e países. Nós, que vivemos hoje, temos o privilégio e a responsabilidade de observar o fenômeno urbano mudando a face do planeta.
A Galeria da Cidade recebe a exposição Artacho Jurado no Desenho da Cidade, sobre o arquiteto autodidata que projetou e construiu marcos da São Paulo moderna como o edifício Bretagne, Cinderela, Louvre, entre outros. A abertura para o público ocorre no dia 4 de setembro, sábado, data que celebra os 114 anos de seu nascimento.
Avesso aos códigos rígidos do modernismo corrente na época, Jurado desenvolveu um estilo próprio, com detalhes requintados e muitas cores, além de uma generosidade dos espaços e dos programas, abrindo quase sempre o térreo de seus edifícios para a cidade. Graças à sua linguagem extrovertida, foi comparado, pelo crítico Décio Pignatari, ao arquiteto catalão Antoni Gaudí.
https://www.archdaily.com.br/br/967348/escola-da-cidade-recebe-exposicao-sobre-artacho-juradoEquipe ArchDaily Brasil
O recente agravamento das mudanças climáticas e os decorrentes desastres naturais que cada dia mais frequentemente assolam o nosso planeta, juntamente com a contínua exploração predatória dos recursos naturais e os poucos esforços que têm sido feitos para diminuir a emissão de gases do efeito estufa, levantam uma preocupação crescente sobre o futuro da vida nas cidades. Para além de todos os esforços necessários para minimizarmos o agravamento das mudanças climáticas em curso, se faz iminente que comecemos a pensar e desenvolver estratégias que nos permitam preparar nossas cidades para os inevitáveis desafios que estão chegando, como aumento dos níveis das marés e das inundações por um lado, e a seca e o calor extremo de outro. Pensando nisso, o artigo a seguir nos convida a pensar e refletir como poderíamos construir cidades mais resilientes, permitindo que as mesmas se adaptem e se transformem em resposta aos desafios do futuro.
O fotógrafo de arquitetura Paul Clemence compartilhou conosco uma série de imagens mostrando a construção incompleta do Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio de Janeiro, projetado por Diller Scofidio + Renfro. O projeto começou a ser construído em 2014, mas foi totalmente suspenso em 2016. Intocado desde então, um anúncio recente do governador Cláudio Castro prometeu a retomada das obras, com previsão de inauguração ao público no início de 2023.
Em maio, a aec + tech organizou um evento no Clubhouse discutindo como os arquitetos estão aplicando o design generativo em escritórios de arquitetura hoje e no futuro. Cinco palestrantes convidados de renomadas empresas de arquitetura e tecnologia — Zaha Hadid Architects, BIG, Outer Labs, 7fold e RK Architects — participaram da sessão para compartilhar suas experiências e percepções.
Estamos próximos de viver em um mundo wireless, mas enquanto isso não acontece, alternativas para que os fios não gerem uma aparência de desordem e acumulem sujeira é o desejo de muitas pessoas. Sendo assim, elencamos algumas dicas para aqueles que pretendem esconder a fiação elétrica da televisão, e de todos os aparelhos que normalmente a acompanham, para manter um ambiente mais agradável.
https://www.archdaily.com.br/br/966630/como-esconder-os-fios-da-televisaoEquipe ArchDaily Brasil
A arte de construir um abrigo feito com blocos de gelo é passada de pai para filho entre os inuítes, povos nativos que habitam as regiões mais ao norte do planeta. A planta circular, o túnel de entrada, a saída de ar e os blocos de gelo conformam uma estrutura onde o calor gerado no interior derrete uma camada superficial da neve e veda as frestas, melhorando o isolamento térmico de gelo. Em uma tempestade, um iglu pode ser a diferença entre vida e morte e talvez este seja o exemplo mais icônico e radical do que significa construir com materiais locais, poucas ferramentas e muito conhecimento. Neste caso, o gelo é tudo o que se tem.
Aproveitar os recursos abundantes e a mão de obra local são conceitos chaves para arquiteturas sustentáveis, que muitas vezes são esquecidos em detrimento de soluções replicadas de outros contextos. Com as novas demandas e tecnologias, a globalização dos materiais de construção e das técnicas construtivas, ainda há espaço para os materiais locais? Mais especificamente em relação às construções impressas em 3D, estamos fadados a erigi-las somente em concreto?
Planejar e implementar projetos para priorizar os deslocamentos ativos deve ser prioridade nas cidades brasileiras, desde 2012, de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana. O deslocamento a pé é o transporte mais expressivo na vida urbana, representando 39% dos deslocamentos diários nas cidades brasileiras; além disso, cidades mais caminháveis são mais sustentáveis, resilientes, saudáveis, sociáveis e democráticas.
Nesse sentido, o Prêmio Cidade Caminhável, realizado pelo SampaPé! com apoio do ITDP Brasil e Walk 21, buscou conhecer e reconhecer os projetos e iniciativas que o poder público realizou nos últimos anos no caminho da priorização do caminhar. Sua primeira edição teve 28 projetos válidos inscritos, de 16 cidades diferentes, de 10 estados e do DF, tendo inscritos de todas as regiões do país, menos do norte. Todos os projetos, estão em um mapa de iniciativas públicas para caminhabilidade disponíveis no site do Prêmio, para que inspirem mais projetos.
https://www.archdaily.com.br/br/966461/fortaleza-caruaru-e-conde-vencem-o-primeiro-premio-cidade-caminhavelEquipe ArchDaily Brasil
Fábrica abandonada de automóveis Packard, em Detroit. Imagem: Albert Duce
Ruínas de construções elegantes ilustram de forma eloquente o pior que pode acontecer a uma cidade após o fim de um ciclo econômico. As famílias abastadas não têm mais dinheiro para manter seus casarões, e mesmo os edifícios da classe média são parcialmente abandonados quando seus donos, desempregados ou em dificuldades, mudam-se em busca de oportunidades noutros lugares.
Desocupado, sem uso, o patrimônio degrada-se lentamente. A história das cidades está repleta de exemplos, em todas as épocas e continentes: Roma ao fim da Antiguidade clássica, Veneza no início da Idade Moderna, Paraty após a mudança na Rota do Ouro, Detroit nos dias de hoje.
MAD Architects revelou sua proposta de projeto para o Museu de Ciência e Tecnologia de Hainan, na China. Previsto para começar no final de agosto de 2021 e ser concluído e inaugurado em 2024, o Museu de Ciência e Tecnologia de Hainan é o segundo grande projeto público da empresa em Hainan, depois do Cloudscape, inaugurado em abril de 2021. Unindo natureza e tecnologia, o projeto, localizado na costa oeste da cidade, se tornará um “importante local de ciência e uma grande atração turística para o porto de livre comércio de Hainan”.
Plaza Marostica, Véneto, Italia. Imagen de leoks. Image vía Shutterstock
Você já se perguntou por que os tabuleiros de xadrez estão presentes em tantos parques, praças e outros espaços públicos, ou que papel o jogo desempenha no espaço? A realidade é que, ao longo do tempo, tanto os esportes quanto os jogos contribuíram para reduzir a ansiedade e melhorar a saúde mental da população. O xadrez é um dos jogos mais antigos que, com seu caráter intelectual e cultural, permite que qualquer pessoa em qualquer parte do mundo possa jogá-lo, independentemente das barreiras que língua, idade, sexo, habilidade física ou classe social possam impor.
O arquiteto carrega uma enorme responsabilidade ao projetar uma edificação, uma vez que influenciamos no seu estado de espírito através do conforto que a edificação proporciona. E, no caso de um incêndio, a edificação deve estar devidamente preparada para evitar danos aos ocupantes e ao patrimônio. A forma como o incêndio irá evoluir, após se iniciar, dependerá em grande parte dos materiais que constituem a edificação e como a mesma foi projetada. É por isso que há tantas diretrizes que devem ser seguidas durante as etapas projetuais. Mas, além das legislações contra incêndio, há outras como a de conforto térmico, acústica e acessibilidade. Ao especificar um material ou produto para uma parte da edificação, o projetista deve estar muito atento se ele atende às mais distintas demandas, muitas vezes simultaneamente. Um exemplo de material é o dos Painel de metal isolado (Insulated metal panel - IMPs), que apresenta propriedades térmicas superiores, diversas possibilidades de aparência e boa resistência ao fogo.
A Bienal de Arquitetura de Chicago revelou o calendário para o programa de eventos, palestras, workshops e performances deste ano, explorando como a arquitetura molda comunidades e cidades. Intitulada The Available City, esta edição tem como objetivo destacar o potencial das áreas urbanas vagas como espaços comunitários. O evento estreia em 17 de setembro em 12 localidades da cidade e apresenta 16 intervenções que ativam terrenos não utilizados. Os projetos são complementados por uma programação externa e presencial, além de eventos digitais que começam no dia 17 de agosto.