Seis meses após o lançamento do livro Bodybuilding, durante a última edição da bienal, a organização PERFORMA lança a exposição homônima, que apresenta 35 estúdios de arquitetura, que colaboram com a performatividade.
A arquitetura é um ponto ou uma vírgula? As formas construídas são corpos herméticos ou catalisadores de ação? O curador da PERFORMA, Charles Aubin, e o arquiteto Carlos Mínguez Carrascor, publicaram o livro Bodybuilding: Architecture and Performance, durante a edição mais recente da bienal PERFORMA 19, em novembro, na cidade de Nova York. A falta de uma pesquisa abrangente e globalizada sobre o assunto, despertou o interesse da dupla em investigar a maneira como os arquitetos fazem uso das performances, retomando um simpósio, que eles co-organizaram no Performa 17 Hub, em 2017. O livro, que apresenta ensaios de Mabel O. Wilson e Bryony Roberts, Lluís Alexandre Casanovas Blanco e Victoria Bugge Øye, baseou as abordagens fundamentais, agora profundamente enraizadas da exposição on-line: o impacto do movimento na urbanização sistemática, a relação do corpo com os edifícios e monumentos, e o papel da arquitetura em ação, de forma física ou sociopolítica.
Shiver House é uma reinvenção radical da cabana finlandesa tradicional (mökki). O projeto é uma estrutura cinética que se adapta às forças naturais circundantes. Trata-se de uma exploração da ideia de que a arquitetura pode ser usada como um meio de criar um vínculo emocional mais próximo entre seus habitantes e o mundo natural em que se encontra. Além disso, o projeto aborda que a arquitetura pode parecer "viva" com a intenção de que isso gere um relacionamento emocional mais profundo e duradouro entre as pessoas e as estruturas que elas habitam.
Conceitualmente, a peça sugere que a arquitetura, em vez de estática e conformada por funções, pode ser um elemento poético, vivo e dinâmico que muda a maneira como nos relacionamos com a paisagem que nos cerca.
https://www.archdaily.com.br/br/943124/600-telhas-cineticas-reinventam-a-cabana-finlandesa-tradicional-mokkiLilly Cao
Foi em 1972 que o historiador norte-americano George Kubler propôs o termo “plain architecture” para definir a arquitetura portuguesa entre a metade do século XVI e o início do século XVIII. Enquanto em sua grafia nativa, a tradução do termo entendia o estilo português como simples, o uso do adjetivo designa uma geometria pouco complexa, que remete ao abandono do ornamento manuelino nas construções de igrejas e conventos. Na tradução feita para a língua portuguesa, porém, o termo “arquitetura chã” reconheceu em seu próprio vocábulo a vocação tectônica da arquitetura lusa ao transpor a referência da geometria para o solo e resultou em uma caracterização clara e monossílaba a constante relação que se vê entre o construído (arquitetura) e o existente (chão, solo ou território). Para além da rigorosidade do desenho das formas portuguesas, o termo trata também de uma arquitetura que se amarra ao chão em seu sentido metafórico; uma arquitetura sempre alinhada com a compreensão do território em que se coloca.
MAD Architects apresentou seu projeto para o ParqueCultural da Baía de Shenzhen, localizado ao longo da costa de Shenzhen, China. O planejamento estabelece um complexo cultural de 51.000 metros quadrados que inclui um Salão de Design Criativo, o Museu de Ciência e Tecnologia de Shenzhen e um vasto espaço verde público.
Nas aulas de matemática do ensino médio aprendemos que a velocidade média pode ser calculada a partir da razão entre a distância percorrida e o tempo gasto. Durante muitas décadas, o pensamento que impulsionou as políticas de transporte esteve ancorado nesta equação: acreditava-se que objetivo das ações era aumentar a eficiência dos sistemas e que, para isso, bastava diminuir os tempos de viagem através do aumento da velocidade média. Desta forma, a variável distância era considerada menos importante, já que a construção de sistemas de transporte livres de interferências como linhas de metrô, corredores de BRT ou avenidas expressas seriam capazes de manter ou reduzir o tempo de viagem em percursos cada vez maiores.
https://www.archdaily.com.br/br/942854/o-que-e-acessibilidade-na-mobilidade-e-nos-transportes-urbanosITDP Brasil
Na arquitetura, o aço corten, ou aço patinável, é um dos materiais no qual a passagem do tempo é mais facilmente visível e identificável. A pátina, como é chamada a camada que se forma no aço a partir da sua oxidação, funciona como uma proteção que reduz a velocidade do ataque dos agentes corrosivos e preserva as propriedades mecânicas deste material. Ao mesmo tempo, esta camada protetora proporciona um efeito estético que faz do aço corten um material muito valorizado em projetos arquitetônicos, da pequena à grande escala.
Os sistemas de construção leve são basicamente constituídos por uma estrutura base de perfis de aço galvanizado, que pode ser coberta com painéis de gesso ou cimento. Dependendo de suas características particulares, cada painel permite que o sistema adicione maior resistência à umidade e ao fogo, além de diferentes níveis de isolamento térmico e acústico. Por que eles são eficazes quando aplicados em fachadas? Que possibilidades eles oferecem de acordo com sua composição?
De acordo com Howard Gardner, a inteligência humana pode ser dividida em oito categorias, sendo uma delas, a inteligência espacial. Gardner define este tipo de inteligência como a capacidade do ser humano em imaginar e dar forma à modelos tridimensionais da realidade. A arquitetura, assim como a escultura, é uma das disciplinas que mais se beneficiam desta faculdade. Considerando isso, neste artigo procuramos explorar como a representação da arquitetura evoluiu ao longo do tempo e como ela está se tornando cada dia mais fiel à imagem idealizada por quem a projetou.
O que seria de todo o ambiente construído sem seus usuários? Esta pergunta talvez facilite a compreensão de que a arquitetura e o urbanismo não se sustentam apenas como espaço físico, pelo contrário, ganham significado principalmente através das movimentações e vínculos humanos e não-humanos que - juntos dos traços arquitetônicos ou espontâneos que compõem a paisagem urbana - provocam as sensações que cada indivíduo sente de forma única.
Ensaio produzido originalmente como trabalho final da disciplina eletiva Moradias Tradicionais da Escola da Cidade em 2017 aborda a presença pouco conhecida de construções pré-colombianas de grande escala presentes no meio da Floresta Amazônica.
Nos últimos 40 anos, foram encontradas no Estado do Acre centenas de formações geométricas maciças escavadas no solo – os chamados geoglifos. Estas construções demonstram que a Amazônia já foi habitada há milhares de anos e que a sua vegetação foi manejada, desmentindo a imagem de que a região seja um território intocado.
A pauta do reuso e da reciclagem no contexto da construção civil é de extrema relevância, sobretudo ao se considerar os montantes de produção de resíduo e consumo de energia envolvidos nos processos ligados ao canteiro de obras. Elementos construtivos forjados a partir da reelaboração da função de antigos objetos ou materiais, representam uma oportunidade objetiva de aderir às formas de pensar no reaproveitamento como caminho para um futuro mais sustentável e responsável.
Como os arquitetos dependem fundamentalmente de imagens para transmitir informações abstratas para seus clientes e para o público em geral, o debate sobre o papel das renderizações na arquitetura parece não ter fim, assim como não há e nem haverá consenso sobre o tema.
A concepção de projetos residenciais lida a todo momento com pensar as formas de qualificar o cotidiano daqueles que ocuparão os espaços projetados diariamente. A ideia de subverter radicalmente o programa habitacional tem como limite justamente o contato com a vida do dia a dia, com as atividades e dinâmicas práticas domésticas e com um caráter de grande permanência dos usuários, o que faz com que a inovação e criatividade nesses casos estejam, em geral, materializadas em detalhes, articulações entre cômodos, pontos de interesse, mobiliários e formas de pensar o desenho dos interiores de forma agradável e adequada aos moradores.
Uma das formas de criar pontos de supresa e de quebra da monotonia de um conjunto padrão do programa residencial é o uso de cores de forma estratégica e pontual em ambientes internos. Associar elementos arquitetônicos como vigas, pilares, pisos, lareiras, painéis, armários a tons contrastantes entre si estabelece uma nova leitura para antigos componentes e pode mudar a percepção dos ambientes internos de forma inovadora. Reunimos a seguir uma seleção de projetos brasileiros que exploram o uso desse recurso em suas propostas para interiores.
Se sentir livre na cidade. Se sentir livre e seguro na cidade. Quantas vezes caminhamos com plenitude por nosso bairro, ao voltar para casa, ao passear em um parque? Alguns espaços nos parecem mais cômodos e tranquilos. Mas, para manter essa calma, até que ponto nos expressamos e até que ponto nos contemos? Como nos protegemos para nos sentir o melhor possível ao habitar nosso entorno?
https://www.archdaily.com.br/br/942588/as-cidades-devem-permitir-que-as-pessoas-brilhemMaría Gonzalez & José Tomás Franco
https://www.archdaily.com.br/br/942641/instituto-tomie-ohtake-lanca-publicacao-digital-sobre-experiencias-do-corpo-com-a-arquitetura-no-isolamento-socialEquipe ArchDaily Brasil
O Arkansas Arts Center, projetado pelo Studio Gang em parceria com o SCAPE, está em fase de construção em Little Rock. A obra é fruto de uma parceria público-privada e abrigará o acervo da Arkansas Arts Center Foundation, que inclui 14 mil obras de arte originárias de diversos países.
Apesar das imagens estáticas serem o meio mais comum para representar um projeto, alguns arquitetos optam por convidar o público a experienciar a arquitetura de modo mais imersivo. Desde 2006, o Spirit of Space, estúdio de cinema especializado em arquitetura, vem envolvendo os espectadores em curtas-metragens de obras concebidas por arquitetos de renome mundial, como Peter Zumthor, Steven Holl, Daniel Libeskind e Jeanne Gang. A equipe multidisciplinar do estúdio combina recursos visuais com trilhas sonoras criadas especialmente para os filmes, transformando o percurso fílmico em uma experiência multissensorial.
San Francisco é uma cidade definida pela sua relação com a moradia. Desde o início dos anos 90, San Francisco tem enfrentado a escassez de habitação popular e, por outro lado, atualmente conta com um dos mais autos valores médios de aluguel de todos os EUA. A medida que as autoridades locais estão procurando encontrar soluções para este problema, arquitetos e urbanista encontram em San Francisco um território fértil para explorar novas soluções e tipologias habitacionais. Desde torres residenciais de alta densidade até conjuntos multifamiliares, a arquitetura residencial em uma das principais cidades da Costa leste procura seu equilíbrio entre a economia e urbanidade.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou recentemente um guia prático para edificações, espaços públicos e canteiros sustentáveis no Brasil. Elaborado por Esperanza González-Mahecha, Livia Minoja, Lucas Rosse Caldas e Clémentine Tribouillard, a publicação visa simplificar o acesso dos gestores públicos e privados a informações práticas sobre como incorporar elementos de sustentabilidade em uma obra, seja ela edificação, como habitação ou equipamento, ou espaço público.
Parte da Universidade de Tecnologia de Delft (TU Delft), na Holanda, o Echo é um novo edifício interdisciplinar multifuncional e flexível, agora em construção e com conclusão prevista para dezembro de 2021. Projetado pelo UNStudio, em colaboração com Arup e BBN, a instalação inovadora atende às necessidades de um número cada vez maior de estudantes.
Um intervenção criada pelo Lmnts Outdoor Studio em Toronto, Canadá, disponibilizou 50 pequenos domos translúcidos individuais para a prática de ioga ao ar livre em isolamento. A principal intenção por trás do projeto é incentivar as atividades físicas em locais abertos, respeitando obviamente, as medidas de distanciamento social.
Pouco mais de quatro meses após o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, e cerca de três meses e meio após os primeiros decretos da quarentena, muitas cidades ainda mantêm medidas restritivas como forma de promover o isolamento social. Apesar da recente flexibilização que alguns estados e municípios têm adotado, as mudanças no cotidiano de arquitetos e estudantes permanecem e a popularidade de atividades remotas, como os cursos online, tem crescido nos últimos meses.
Enquanto muitos escritórios de arquitetura se encontram diante de demandas reduzidas e obras paradas, estudantes estão com aulas interrompidas ou transferidas para a modalidade online. Com mais tempo livre, seja pela diminuição dos deslocamentos ou pela redução de atividades, estudantes e arquitetos têm buscado nos cursos online uma forma de aprimorar ou ampliar conhecimentos em ferramentas, programas e conteúdos teóricos.
As técnicas de visualização evoluíram de forma notável ao longo do tempo e com os adventos tecnológicos, os resultados finais estão cada vez mais próximos de simular de maneira fiel aspectos próprios da realidade. Podemos dizer que, no campo da arquitetura, um projeto de visualização busca principalmente evidenciar as características e qualidades de um espaço tridimensional - ainda não construído ou em processo de construção - através de imagens, renderizações, vídeos ou ferramentas de realidade virtual - projetados, de forma geral, em suportes bidimensionais como as telas ou o papel -, considerados ferramentas essenciais para que os clientes, em geral pouco familiarizados com as representações técnicas, ou para um júri nos casos de concursos, compreendam um projeto de forma integral em uma etapa prévia a sua materialização.
O Royal Institute of British Architects (RIBA) publicou orientações para ajudar escritórios a passar por este momento de recuperação da crise do COVID-19 que alguns países já vivenciam. O Roteiro de Recuperação é dividido em três partes: Resposta, Recuperação e Resiliência. Cada fase considera uma série de ações que os escritórios podem adotar para responder aos desafios em diferentes áreas de seus negócios ao longo desta crise e para além dela.