Em fevereiro deste ano ministrei uma breve palestra aos nossos alunos da Yale sobre a economia e suas perspectivas de emprego sugerindo que, embora todos os indicadores continuassem fortes e os empregos fossem abundantes, já fazia algum tempo desde a nossa última crise. Tendo vivido vários momentos como estes durante minha carreira, sugeri que eles provavelmente veriam uma recessão em algum momento, mas coloquei em dúvida se algum dia veríamos algo tão sério quanto 2008. Porém...
É muito cedo para apresentar argumentos sutis sobre o futuro enquanto enfrentamos o que, sem dúvida, será uma situação muito mais séria na segunda metade de 2020. Desta forma, aqui estão dez primeiras reflexões sobre como nossa profissão pode ser impactada e potencialmente transformada, como resultado. Escolha dois ou três destes pensamentos como instruções para serem considerados no futuro, depois que a crise passar.
As preocupações com a higiene, durabilidade e a salubridade dos espaços interiores têm aumentado consideravelmente nos últimos anos, exacerbando considerações em projetos hospitalares e relacionados à saúde. Consequentemente, a escolha dos materiais se torna essencial a partir da concepção de cada projeto, garantindo que cada espaço apresente desempenho efetivo em todas as áreas, desde resistência e segurança ao conforto e estética do ambiente.
Em particular, os recintos dos hospitais e centros de saúde devem ser regidos por uma série de pautas e dimensões predeterminadas, que respondem às dimensões padronizadas dos diferentes equipamentos e às necessidades de cada procedimento médico. Dentro da estrutura robusta das paredes estruturais, as divisórias - essenciais para subdividir o espaço - devem ser especialmente resistentes a impactos, fogo e umidade, além de resolver efetivamente a acústica entre salas e dentro de cada uma delas.
Habitamos um mundo com cicatrizes históricas e maltratado por nós, uma humanidade que insiste em se descolar e subjugar a natureza à qual pertence. No ritmo acelerado do capitalismo global esquecemos, em realidade, de nós mesmos, esquecendo que temos um olhar próprio, e isso acaba como esquecimento do mundo em si.
O Vitra Design Museum estreou Chair Times, um filme de 90 minutos que apresenta a história das cadeiras. Com foco em 125 objetos da coleção do museu, o filme explora o desenvolvimento de cadeiras ao longo de séculos, examinando-as como "retratos de seus usuários". Organizadas de acordo com o ano de produção, elas compõem uma linha do tempo do design de mobiliário moderno.
A Architectural League of New York anunciou os vencedores do Prêmio Architectural League 2020 para Jovens Arquitetos + Designers. Com foco em novos talentos, o prêmio de maior prestígio da América do Norte incentiva o desenvolvimento de indivíduos distintos e destaca seu trabalho.
O design sustentável é mais que água, energia e carbono. Para a arquitetura, está profundamente enraizado na compreensão dos ciclos de vida e nas mudanças culturais sistêmicas. Nos últimos trinta anos, a palavra "sustentabilidade" começou a perder peso à medida que se transformou em uma palavra da moda, vagamente definida. Mas as ideias por trás do termo abrangente cresceram e se expandiram e, por sua vez, novos edifícios icônicos estão sendo projetados para repensar o que o futuro reserva.
O CMG Qianhai Global Trade Center, projetado pelo OMA, teve suas obras iniciadas em Shenzhen, China. O empreendimento de 360.000 metros quadrados de uso misto criará um ambiente de micro-urbanidade, borrando as convencionais fronteiras entre edifício e cidade.
Qual é o arco histórico que descreve o percurso da utopia social-democrata (e urbana) de Brasília até o desmonte neo-escravocrata do pacto democrático nos dias de hoje? Que cidade é essa que vemos hoje, afastada de todas as utopias, e com regimes distintos de vulnerabilidade à pandemia do coronavírus?
Guilherme Wisnik conversa com Raquel Rolnik, arquiteta e urbanista, é professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Foi diretora de planejamento da Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo (1989-92), Secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades (2003-07) entre outras atividades ligadas ao setor público. O Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea é organizado pela Escola da Cidade com o apoio do IABsp.
https://www.archdaily.com.br/br/939571/utopias-e-distopias-urbanas-em-tempo-de-pandemia-guilherme-wisnik-conversa-com-raquel-rolnikEquipe ArchDaily Brasil
Desde o início do surto de coronavírus no Chile, o consumo de pão no país alcançou níveis jamais registrados anteriormente. Isso que o Chile é o segundo maior consumidor de pão per capita do mundo. Como resposta às medidas de distanciamento social, os chilenos correram para os supermercados esgotando os estoques de fermento biológico na capital Santiago em poucos dias, levando-nos a acreditar que ao que parece, a maioria da população decidiu estocar ingredientes para a fabricação caseira de pães como uma medida para lidar com as incertezas trazidas pela pandemia. Todo mundo decidiu botar a mão na massa, e lá em casa não foi diferente.
O mundo da arquitetura e construção tem observado, com cada vez mais atenção, às inovações tecnológicas envolvendo madeira. Tratando-se de um material altamente utilizado em todo o mundo há milhares de anos, diversas pesquisas envolvendo tecnologias de fabricação industrial e usinagem têm proporcionado um maior controle de qualidade, aumento da diversidade de usos, apontado por muitos como um material do futuro. Além disso, mitos têm sido quebrados em relação à madeira, como o de sua resistência ao fogo e mesmo às possibilidades da utilização para estruturar edificações de grande altura.
Região central de Curitiba. Foto de Francisco Anzola, via Flickr. Licença CC BY 2.0
Um dos principais objetivos deste site é disseminar ideias que permitam que cidades tenham moradia mais acessível. Há alguns indicadores que podem ser úteis na observação e na análise do mercado habitacional de uma cidade, como a razão entre preço de imóveis e renda, que cobrimos em artigo anterior. Nenhum indicador será perfeito, mas pode servir de orientação em relação à escala de grandeza ou à direção que um determinado mercado imobiliário está indo.
O recém-inaugurado edifício Opus, projetado pelo escritório Zaha Hadid Architects, traz ao horizonte de Dubai uma intrincada interação de sólidos e vazios, fluidez e ortogonalidade. Fotografias recentes feitas por Laurian Ghinitoiu registram a silhueta escultural do projeto – mais um ícone desenvolvido pelo escritório internacional.
Está no ar o Mapa Corona nas Periferias, uma iniciativa digital do Instituto Marielle Franco e do canal Favela em Pauta. O mapa digital visibiliza iniciativas solidárias de combate ao COVID-19 em espaços de vulnerabilidade social como favelas, comunidades, quilombos ou territórios sertanejos.
https://www.archdaily.com.br/br/939381/mapa-corona-nas-periferias-cartografia-mapeia-iniciativas-de-combate-ao-covid-19Equipe ArchDaily Brasil
Após séculos de colonização portuguesa e recente conquista da independência, Moçambique passa por um período com novos desafios, como o combate à pobreza e ao déficit de infraestrutura frente à expansão urbana descontrolada. No âmbito da arquitetura, é possível notar o reflexo desses desafios nas diretrizes de projetos moçambicanos, como na previsão da necessidade de expansão do edifício no futuro, na adoção de medidas para controle climático de forma passiva e na utilização de técnicas construtivas vernaculares adaptadas ao contexto local (como forma de minimizar o consumo energético nas diferentes fases de construção do edifício e os custos provenientes delas).
PARIS, FRANCE March 22th 2020 : The Cyclist with medical mask on Champs Elysées empty during the period of containment measures due to the Covid-19 Coronavirus. Image via Shutterstock/ By Frederic Legrand - COMEO
Seguindo a tendência atual e a proposta pioneira apresentada pela prefeitura da cidade de Milão na semana passada, a cidade de Paris também está planejando manter as suas ruas livres de veículos após o encerramento – ou abrandamento – das políticas de distanciamento social tomadas durante a luta contra o surto de coronavírus no país. A prefeita Anne Hidalgo anunciou recentemente que a capital francesa está considerando manter algumas das medidas que restringem o uso de veículos automotores na cidade de Paris, as quais foram introduzidas durante o período de quarentena, transformando-as em novas ferramentas de combate a poluição e os congestionamentos na capital.
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the city of Homs in Syria. Image via Shutterstock/ By Fly_and_Dive
Em um contexto de disputas políticas e econômicas que se desdobram em conflitos armados e consequentemente em destruição, as novas tecnologias surgem como uma solução, proporcionando uma oportunidade única para que possamos reconstruir estas cidade de forma mais equilibradas e sustentável. Ao longo da história da civilização humana, inúmeras cidade, países e até continentes inteiros tiveram que ser reconstruídos uma e outra vez por causa de guerras. Por incrível que pareça, o século 21 não será diferente.
Entretanto, nem tudo será como antes, principalmente devido aos avanços tecnológicos. Novas tecnologias estão pouco à pouco transformando a maneira que vivemos e também a forma como projetamos e construímos nossos edifícios e cidades. Com a inevitável incorporação da Inteligência Artificial em nossos processos de projeto e construção, a industria da arquitetura e da construção civil jamais será a mesma. Estas inovações transformarão para sempre o ambiente em que vivemos, e principalmente, a maneira como nos relacionamos uns com os outros. E esta mudança não necessariamente é algo negativo, muito pelo contrário. Uma vez conscientes disso, a IA poderá ser uma importante aliada dos arquitetos, ajudando-os a construir um mundo melhor para todos nós.
Estrutura criada a partir de BIM e parametrização. Foto de Chris Palomar, via Unsplash
A Economia Circular tem sido uma prática também aplicada no setor de arquitetura e construção. No entanto, ainda existem barreiras, sejam elas técnicas ou mesmo culturais, durante o processo de projeto das edificações. Para solucionar esse problema, algumas ferramentas podem ser utilizadas para facilitar o processo e possibilitar uma avaliação mais rápida e mais assertiva e analisar como diferentes estratégias de projeto podem trazer em ganhos ambientais, econômicos e sociais.
Quando se é internado no hospital, entra-se numa experiência de angústia e incertezas. No momento em que sobreviver é o único objetivo, atributos estéticos parecem irrelevantes e a análise da ambiência do espaço hospitalar pode parecer um capricho inoportuno.
Entretanto, estar numa Unidade de Terapia Intensiva pode ser ainda mais aflitivo se o paciente não tem uma janela que indique se é dia ou noite. Ou quando, no momento da triagem do primeiro diagnóstico, a pessoa passa por corredores estreitos e uma sequência de saletas fechadas para os primeiros contatos com plantonistas e enfermeiros: um verdadeiro labirinto.
Os protótipos de residências unifamiliares aqui apresentados surgiram da necessidade de validar o sistema construtivo desenvolvido pelo CAUH. Como todos os sistemas pré-fabricados e industrializados que não são considerados sistemas construtivos tradicionais, é necessário passar por um processo de certificações e validações empíricas. Este processo permite adquirir o CAT (Certificado de Aptidão Técnica) fornecido pela Subsecretaria de Habitação da Argentina. Para isso não apenas são feitos testes das partes do sistema, mas também se constrói um protótipo em escala real ou residência tipo que possa passar duas temporadas para que então seja verificado seu desempenho no local.
O ensino superior está à beira de uma grande transição. É extremamente provável que a educação em arquitetura seja conduzida principalmente online num futuro relativamente próximo. Isso significa que as aulas de projeto, uma marco na vida do arquiteto, também acontecerão online, provavelmente sem o contato pessoal que define essa experiência.Essa mudança eliminará muitos aspectos autodestrutivos da cultura atual de ateliê, mas também há possíveis armadilhas que precisam ser abordadas, antes que uma versão online dessa cultura adquira seus próprios maus hábitos. Podemos fazer isso proativamente, desenvolvendo novos métodos de ensino e trabalho que alavanquem as capacidades da educação digital para promover a dinâmica social construtiva entre estudantes.
Em outras ocasiões, falamos sobre como projetar e calcular uma escada e também coletamos algumas referências de projetos portugueses que exaltam a versatilidade das escadas de madeira. Hoje, apresentaremos alguns dos nossos melhores exemplos para destacar o potencial multifuncional que as escadas podem ter em espaços interiores.
Com empreendimentos cada vez menores e apartamentos compactos, arquitetos e designers de interiores veem-se desafiados a criar soluções multifuncionais e sistemas capazes de melhor aproveitar o espaço, de modo que cada centímetro parece fazer a diferença. Por esta perspectiva, é cada vez mais comum que profissionais debrucem sobre suas pranchetas na criação de soluções criativas de marcenarias que permitam que o espaço transforme-se completamente em poucos segundos.
No ArchDaily já apresentamos inúmeros artigos com dicas em como projetar para ambientes reduzidos, de armários e estantes até soluções em planta para pequenos apartamentos. Agora, reunimos um conjunto de interessantes projetos onde as camas parecem camuflar-se entre a marcenaria e elementos arquitetônicos, através de sistemas inteligentes que com o uso de ferragens dobradiça e corrediça, permitem ser ocultas em poucos segundos, poupando espaço e permitindo versatilidade.
Em um comunicado em seu website e perfil no Instagram, o Pavilhão da Federação Russa anunciou que sua exposição Open! na Bienal de Arquitetura de Veneza passará a ser inteiramente online. Lidando com o recente surto de COVID-19 que levou ao adiamento da Bienal de Veneza 2020, o pavilhão se transformará em uma plataforma digital para garantir a continuidade dos projetos.
Pensar em arquitetura amazônica sem mencionar Severiano Porto é tarefa impossível. O arquiteto mineiro foi um dos responsáveis por lançar luz sobre as potencialidades daquele clima e contexto quando trazidos para a prática de projeto. Mas nem só de Severianos é feita a arquitetura amazônica, e muitos exemplos contemporâneos merecem atenção pelo emprego cuidadoso de materiais, pelo uso engenhoso de técnicas vernaculares ou pela sofisticação alcançada com poucos recursos.