Qualquer historiografia da arquitetura é implicada e incompleta por definição: implicada porque demonstra a interpretação e curadoria dos exemplares daquele que a escreve, e incompleta porque, nessa seleção, exemplos desviantes acabam ficando de fora da linha do tempo “oficial”. Todavia, a possibilidade de rastrear formas, sua aplicação e repetição ao longo de períodos históricos separados por séculos é sempre um bom indício de uma genealogia, uma linhagem que situa exemplares e amplia repertório.
Uma historiografia da arquitetura pode ligar elementos de séculos passados e movimentos entendidos como “superados” com formas e aplicações contemporâneas, criando um campo de relações das quais se pode tirar proveito conceitual e projetualmente. Ao se categorizar alguns estilos, ressaltam-se características marcantes que, postuladas nas fontes bibliográficas, por vezes se emparelham a casos atuais. É o que se pode dizer do rococó, por mais longínqua que a relação pareça.
No País dos Arquitectos é um podcast criado por Sara Nunes, responsável também pela produtora de filmes de arquitetura Building Pictures, que tem como objetivo conhecer os profissionais, os projetos e as histórias por trás da arquitetura portuguesa contemporânea de referência. Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, Portugal é um país muito instigante em relação a este campo profissional, e sua produção arquitetônica não faz jus à escala populacional ou territorial.
O escritório Foster + Partners venceu um concurso internacional para projetar o novo terminal do Aeroporto de Abha, localizado na região de Aseer, na Arábia Saudita. Inspirado na vila de Rijal Almaa, o projeto recria o terminal como agrupamentos interconectados em escala humana, incluindo pátios e passarelas. O objetivo é repensar a experiência do passageiro, estabelecendo um novo padrão para o projeto de aeroportos.
Novos vencedores do World Architecture Festival de 2023 foram anunciados após o segundo dia de apresentações ao vivo no Marina Bay Sands, em Singapura. Durante o evento, centenas de projetos pré-selecionados foram apresentados por práticas de arquitetura de todo o mundo. Entre os vencedores de hoje estão seis projetos da Austrália, quatro do Irã e quatro do Reino Unido.
O Heatherwick Studio divulgou o projeto de um novo distrito comercial na cidade histórica de Xi'an, na China. A proposta tem como objetivo destacar a rica tradição da cidade na fabricação de cerâmica, proporcionando uma experiência sensorial aos visitantes como uma alternativa à limitada experiência de compras online. Com uma área de mais de 111.500 metros quadrados, o empreendimento abrange uma variedade de funções, incluindo escritórios, apartamentos e um hotel, além de espaços verdes, coberturas e jardins, todos concebidos como espaços de uso social. O projeto está atualmente em construção, com previsão de conclusão para 2024.
Os primeiros ganhadores do World Architecture Festival de 2023 foram revelados após o primeiro dia de apresentações ao vivo no Marina Bay Sands, em Singapura. Durante o evento, centenas de projetos pré-selecionados foram apresentados por práticas de arquitetura de todo o mundo. Entre os premiados de hoje, destacam-se MAD Architects, Woods Bagot e Nextoffice, Studio of Architectural Research & Design, que conquistaram prêmios em três categorias distintas.
Seja através de pequenas amostras de materiais ou por uma colagem digital, um moodboardé uma ferramenta de projeto valiosa para arquitetos e designers, como um painel de inspiração com cores e elementos que guiarão as escolhas. A ideia é que ele seja utilizado para que os profissionais tenham inspirações para comporem seus projetos, seus panos de fundo, texturas predominantes e detalhes de destaque. Para tal, as superfícies desempenham um papel fundamental na definição de um espaço, dando o tom do espaço, tal qual uma música, onde todos os outros elementos podem combinar ou não na harmonia da paleta escolhida.
Em busca de trazer fomento aos serviços públicos de cuidado e higiene pessoal da população em situação de rua, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) instituiu o Programa Pontos de Apoio da Rua (PAR). O qual pretende disponibilizar espaços e equipamentos públicos que serão organizados em parceria com entidades da sociedade civil.
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Na semana passada, foi instalada a última viga de aço da nova sede da JPMorgan Chase, que atingiu a impressionante altura de 423 metros. Projetado por Foster + Partners, o edifício localizado na 270 Park Avenue, em Nova York tem capacidade para mais de 14 mil ocupantes. O evento de conclusão da estrutura contou com a presença de Norman Foster, Jamie Dimon, presidente e CEO da JPMorgan Chase, o prefeito de Nova York, Eric Adams, e autoridades locais.
Realizada a cada cinco anos, a Expo atrai milhões de visitantes e investimentos significativos. Com o tema A Era da Mudança: Juntos por um Amanhã Planejado, a Expo 2030 Riad acontecerá de 1º de outubro de 2030 a 31 de março de 2031.
Na competição com a cidade portuária de Busan, na Coreia do Sul, e Roma, na Itália, Riad conquistou a preferência com 119 votos, enquanto Busan recebeu 29 votos e Roma, 17 votos, de um total de 182 membros do Bureau International des Expositions (BIE), sediado em Paris. Outros temas explorados foram Transformando Nosso Mundo, Navegando em Direção a um Futuro Melhor por Busan e Pessoas e Territórios: Regeneração, Inclusão e Inovação, por Roma.
Entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro de 2023, Portugal produziu energia renovável mais do que suficiente para atender todo o país. Isso não significa que as centrais de combustíveis fósseis não estivessem funcionando, mas que a energia limpa gerada era mais do que suficiente para o abastecimento. O resultado é que as tarifas para os consumidores finais também caíram drasticamente.
Álvaro Siza, primeiro Pritzker português, é inegavelmente um personagem de grande importância na história da arquitetura contemporânea, com projetos que mudaram a paisagem urbana de várias cidades ao redor do mundo. Embora seu nome e trabalho sejam amplamente conhecidos, Siza é uma pessoa bastante reservada e introspectiva, que prefere manter sua vida pessoal longe dos holofotes.
Com a direção do produtor e diretor Augusto Custódio, o documentário SIZA apresenta uma visão mais íntima e pessoal do renomado arquiteto português. O filme aborda sua infância, sua relação com a esposa, sua paixão pela escultura e admiração pela música clássica, explorando suas influências e sua jornada profissional.
A firma Skidmore, Owings & Merrill (SOM) concluiu as obras de restauração da Lever House, um dos marcos modernistas de Nova York. O edifício foi concluído em 1952, seguindo o projeto da SOM. Na época, o crítico de arquitetura Reyner Banham disse que o edifício "deu expressão arquitetônica a uma época no exato momento em que ela estava nascendo". Desde então, a SOM tem se comprometido em fazer visitas técnicas ao edifício e, mais recentemente, garantir que as obras de restauração preservassem sua imagem original sem comprometer padrões contemporâneos de desempenho.
Começou a construção do projeto La Serre, do MVRDV. Localizado no eco-bairro ZAC Léon Blum em Issy-les-Moulineaux, nos arredores de Paris, e projetado pela MVRDV em colaboração com a arquiteta paisagista Alice Tricon e a incorporadora OGIC, o empreendimento visa desafiar a tradicional forma de viver em apartamentos, integrando a natureza ao ambiente urbano. O projeto inclui unidades residenciais, lojas e uma abundância de áreas verdes, com o objetivo de criar um refúgio de biodiversidade.
À medida que a tecnologia e a infraestrutura evoluem rapidamente, uma palavra da moda se mostra presente nas conversas de diversas indústrias: inovação. Uma palavra que é mais relevante ainda diante de desafios futuros, como mudanças climáticas, desigualdade e crises econômicas. Como resultado do crescente interesse nesses conceitos, surgiram em todo o mundo hubs de inovação, com o objetivo de fomentar economias criativas e colaborativas para promover mudanças rápidas. Mas, afinal o que são distritos de inovação e como eles influenciam o ambiente construído?
Enquanto escrevo esse texto uma chuva torrencial toca a janela do quarto. Aqui, no sul do Brasil, há semanas não sabemos o que é a luz do sol. Em várias cidades o volume de chuva já superou o total acumulado dos demais meses do ano. Alagamentos, inundações e deslizamentos são notícias corriqueiras nos jornais regionais. Neste cenário caótico, um estudo apresentado pela Confederação Nacional dos Municípios afirma que, entre as chuvas intensas no sul e a seca no norte do país, 5,8 milhões de brasileiros foram diretamente afetados pela catástrofes em 2023, incluindo casos de perda de vidas, desalojamentos e prejuízos econômicos significativos.
O prognóstico, infelizmente, também não é dos melhores. A versão nacional do renomado relatório de mudanças climáticas do IPCC, documento organizado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) já alertou: o Brasil, assim como outros países da América Latina, não apenas ficará mais quente com as mudanças climáticas, como também verá seu regime de chuvas mudar drasticamente. Ou seja, aqui no sul, é melhor nos acostumarmos com o barulho da chuva na janela, assim como o norte deve esperar secas históricas.
Os termos resiliência e sustentabilidade, embora tenham significados semelhantes, referem-se a abordagens de design distintas no contexto da arquitetura e das cidades. Sustentabilidade está relacionada à preservação dos recursos naturais para manter o equilíbrio ecológico, enquanto resiliência implica a capacidade de se recuperar, adaptar e persistir em momentos de adversidade. Esses conceitos não apenas influenciam, mas também se complementam, especialmente em projetos de edifícios resilientes a desastres. Enquanto os processos de design convencionais para infraestrutura resiliente costumam se basear em princípios de robustez estrutural e integridade como medida contra desastres naturais previstos, a resiliência sustentável sugere a oportunidade de fortalecer os edifícios ao incorporá-los em sistemas biológicos e ecológicos.
No âmbito mundial, as primeiras fábricas tiveram origem na segunda metade do século XVI, abrigando principalmente as oficinas tipográficas. Com o passar do tempo, suas funções foram abarcando ateliês de carpintaria, tapeçaria e porcelana. Entretanto, os edifícios industriais, tais quais conhecemos hoje, só foram consolidados no século XVIII, intimamente relacionados às transformações advindas da Revolução Industrial. A substituição da mão de obra humana pelas máquinas mudou definitivamente a escala dessas edificações, transformando-as em enormes galpões.
Para um impacto na atmosfera e visual do seu apartamento, pensar como pintá-lo pode ser tão fundamental quanto a escolha das cores a serem utilizadas. Entre tantas possibilidades é difícil tomar uma decisão e sair do conforto das paredes brancas, mas aqui trazemos algumas dicas para quem busca tornar o cotidiano, e o próprio lar, ainda mais colorido.
Rodovias, em seu estado inanimado, não podem ser racistas. No entanto, as forças que as criaram e as consequências de sua localização estão profundamente ligadas à questão racial. Deborah Archer, professora de direito e advogada de direitos civis, aprofunda essa noção: "As rodovias foram construídas através e ao redor de comunidades negras para solidificar a desigualdade racial e proteger espaços e privilégios brancos."
No novo livro, Justice and the Interstates: The Racist Truth About Urban Highways, os editores Ryan Reft, Amanda Phillips du Lucas e Rebecca Retzlaff exploram a injustiça racial e o sistema de rodovias interestaduais. Eles reúnem ensaios que abordam o deslocamento causado pelas rodovias interestaduais. O livro surgiu a partir de uma série de artigos na Metropole, uma publicação da Urban History Association.
https://www.archdaily.com.br/br/1009075/enfrentando-o-legado-racista-das-rodovias-urbanasDiane Jones Allen
Há alguns anos, os arquitetos do Studio Bark, em colaboração com a Structure Workshop e a Cut and Construct, começaram a desenvolver a ideia de um kit de partes projetado para que qualquer pessoa com habilidades razoáveis de construção pudesse construir sua própria estrutura. Este é o U-Build, um sistema modular feito de painéis de madeira trabalhados com a precisão de uma máquina de corte controlada por computador (CNC). Os painéis são entregues no local de construção em uma caixa compacta, prontos para serem montados, empilhados e parafusados para moldar as paredes, pisos e tetos. Apenas algumas ferramentas são necessárias, como um martelo de borracha, uma furadeira, uma fita métrica e um nível.
Embora esse sistema permita a construção de vários tipos de edifícios, seu alto nível de personalização encontra utilidade e eficácia particular em projetos habitacionais de variadas escalas. De uma pequena casa para um casal optando pela simplicidade, até uma cabana "off-grid" na floresta, uma extensão de uma casa georgiana e uma casa com eficiência energética com 3 quartos, U-Build deu vida a casas pré-fabricadas de madeira extraordinárias.
Tadao Ando divulgou o projeto para um novo centro de artes cênicas em Aljada, Sharjah. Batizado de "Il Teatro", o auditório com 2000 lugares, galeria e espaço para eventos será o ponto focal do masterplan de Aljada. Voltado para arte, cultura e design, o distrito de Naseej abrigará o teatro, integrado a uma praça cultural. Com conclusão prevista para 2027, o projeto é um exemplo da característica simplicidade arquitetônica de Tadao Ando.
Apesar de manterem escritórios separados em Portugal, os irmãos Manoel e Francisco construíram suas trajetórias profissionais em conjunto e colaboração, ficando conhecidos como Aires Mateus, sobrenome de ambos. Juntos, os arquitetos portugueses já assinaram projetos em diversos países e se tornaram uma referência no mundo da arquitetura contemporânea, admirados por suas criações inovadoras e elegantes, e reconhecidos internacionalmente por seus projetos que combinam simplicidade, tradição e funcionalidade.