Por que pesquisar e inovar em arquitetura? Em uma conversa com a arquiteta Jenny E. Sabin, mergulhamos na ligação crítica entre pesquisa e prática em arquitetura. Buscando o desenvolvimento de um novo modelo, sua equipe incorpora uma abordagem interdisciplinar que introduz conexões entre essas áreas, fomentando a colaboração tanto com cientistas quanto com engenheiros.
Observando o comportamento da natureza, o método proposto integra descobertas biológicas e matemáticas ao processo de design. Após passar por um processo de teste sistemático, essas percepções são aplicadas na fase de design generativo do projeto para criar soluções adaptativas e responsivas de materiais. Analisando suas estratégias de pesquisa e design, mostramos como ela traduz a pesquisa em prática arquitetônica.
Em Porto Alegre, o edifício da Fundação Iberê Camargo; na cidade do Porto, o escritório de Álvaro Siza, arquiteto e autor do celebrado projeto da sede da instituição, inaugurado em 2008. Ao longo de 70 minutos, o documentário Paisagem Concretanavega entre esses dois portos.
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A habitação é uma das principais premissas da arquitetura. Para muitos, o abrigo é um de seus denominadores principais. Dentro das cidades, é pauta premente e complexa. De todo modo, as iniciativas de habitação com interesse social tentam dar conta de abrigar uma parcela considerável da população, para garantir que usufruam dessa premissa-primeira da arquitetura: uma casa.
Quando Kisho Kurokawa projetou a icônica Nakagin Capsule Tower em 1972, a estrutura pretendia concretizar os ideais do metabolismo, experimentando ideias de crescimento e adaptação inspiradas em processos biológicos. Este estilo arquitetônico surgiu no Japão pós-guerra com o objetivo de criar edifícios e megaestruturas que se assemelhassem a organismos vivos, capazes de evoluir, expandir, contrair e se adaptar às mudanças do ambiente. Seguindo essa filosofia, a Nakagin Tower era composta por 140 unidades de cápsulas idênticas, cada uma fixada individualmente em dois eixos centrais. As cápsulas deveriam ser substituídas e atualizadas a cada 25 anos, permitindo flexibilidade e mudança. No entanto, essa inovação se revelou impraticável. Quase 50 anos após a sua construção, a torre foi parcialmente demolida. No total, 23 cápsulas foram preservadas para serem reutilizadas. Atualmente, essas cápsulas estão espalhadas pelo mundo e continuam representando os ideais metabólicos.
O conceito de uma cidade pode ser entendido como um sistema em constante transformação, no qual arquitetos e habitantes colaboram para sua concepção e remodelagem. Embora sua estrutura inicial possa ser delineada por designers ou arquitetos, a essência da trama urbana é, em última instância, moldada pela sociedade e pelas gerações que a ocupam. A questão da "autoria da cidade" frequentemente surge no contexto do planejamento urbano. Será que os arquitetos e urbanistas podem prever até que ponto uma cidade evoluirá por meio de seu projeto inicial? A resposta é não. A noção de autoria do usuário reconhece, então, que o planejamento urbano não deve ser abordado como um projeto de construção convencional, no qual os designers tentam prever todos os aspectos de forma, padrão, comportamento e cultura. Em vez disso, ela reconhece o papel desempenhado pelas pessoas na configuração da trama urbana por meio de suas preferências arquitetônicas, desenvolvimento da identidade do bairro e remodelagem contínua que contribui para a história e o espírito do lugar. Esses elementos devem ser considerados desde o início do processo de projeto, contemplando ideias relacionadas à expansão futura, infraestrutura adaptável e capacitação dos cidadãos para contribuir com a arquitetura da cidade, tornando, assim, o planejamento urbano mais democrático. Este artigo explora conceitos de cidades radicais, nas quais os designers adotam ideias de autoria dos usuários e a evolução constante da arquitetura efêmera.
Diante de um mundo cada vez mais inserido nas dinâmicas dos agitados ambientes urbanos e tecnologias digitais, uma maior conexão com a natureza parece ter se tornado mais importante para o bem-estar físico e emocional das pessoas, o que perpassa, de maneira direta e fundamental, os espaços em que elas convivem. Discussões e estudos acerca de temas como a neuroarquitetura e a biofilia são cada vez mais presentes e populares no campo da arquitetura e do design de interiores contemporâneos, levantando reflexões importantes sobre uma escolha mais assertiva e consciente de uma série de elementos projetuais que compõem os ambientes que mais convivemos.
Nesse cenário, o uso de materiais como a madeira, seja em ambientes residenciais, comerciais ou corporativos, têm demonstrado efeitos positivos em como sentimos e experienciamos os espaços ao nosso redor, ao suscitarem alguma conexão com o meio natural, reconfigurando a forma como percebemos nossos ambientes de vida e de trabalho e como somos afetados por eles. Ao incorporar elementos de madeira em nossos espaços, somos capazes de criar locais de maior tranquilidade que nos permitem desconectar do estresse e da agitação da vida urbana.
Para enfrentar a crise climática é urgente transformar o modo de vida nas cidades, grandes poluentes e consumidoras de energia. O uso de veículos motorizados, especialmente no transporte individual, é uma das mudanças necessárias nos centros urbanos. Cidades que ofereçam segurança para pedestres, ciclistas e uma rede eficiente de transporte público são cada vez mais fundamentais.
Incentivar o desenvolvimento de centros urbanos em que as pessoas possam se deslocar de forma ativa – a pé e de bicicleta – para suas atividades diárias é o caminho que o Instituto Caminhabilidade impulsiona. Por isso, criou o Prêmio Cidade Caminhável, que valoriza e inspira ações por cidades caminháveis no Brasil.
A classificação anual da BAM (Best Architecture Masters) de Programas Internacionais de Mestrado em Arquitetura tem como objetivo ajudar arquitetos e estudantes a identificar as melhores opções de mestrado em todo o mundo. As avaliações são feitas a partir de uma abordagem comparativa realizada por um painel de 15 professores e especialistas internacionais. Na edição de 2023, o programa de mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP ocupa o 19º lugar.
Semelhante aos últimos anos, a Universidade de Harvard, a Universidade de Columbia e a Universidade Politécnica de Madrid mantiveram sua posição no topo da lista. O MIT ocupou a quarta e a quinta posição com dois programas, um focado em urbanismo e outro em design. A Universidade Tsinghua em Pequim foi incluída entre os dez melhores com seu programa de mestrado ministrado em inglês. A lista inclui ainda a TUDelft (Holanda), a TUM (Munique) a TUBerlin (Berlim) e a Pontifícia Universidade Católica do Chile (Santiago), entre outras.
O trabalho de Marília Marz tem as cidades como fonte de inspiração e pesquisa. Ela começou a conversa no Betoneira contando sobre sua experiência no programa Ciência Sem Fronteiras, através do qual foi para os EUA estudar arquitetura e acabou se apaixonando pela disciplina de quadrinhos. A artista mergulhou de cabeça no universo gráfico, na Universidade de Oregon, onde também se formou o quadrinista Joe Sacco. Marília Marz ressaltou que a escolha da universidade acabava sendo um pouco aleatória no programa; nem todo mundo conseguia ir para a instituição de sua escolha. Ela acabou caindo em uma faculdade que não estava entre as suas opções, mas que é uma das poucas faculdades que têm o curso de quadrinho como formação secundária.
Ao longo de outubro, mais de 230 eventos vão discutir a construção da resiliência urbana no Sul Global. Com representantes de mais de 20 países da América Latina e da África lusófona, o Circuito Urbano 2023 será realizado entre 02 e 31 de outubro. A programação já está disponível no site do evento.
O escritório Mario Cucinella Architects apresentou o projeto do pavilhão italiano para a Expo Osaka 2025. A proposta foi concebida como uma entidade dinâmica, com o propósito de promover o conhecimento e a inovação por meio da interação entre diferentes gerações e culturas. Será um repositório colaborativo de experiências italianas, abrangendo experimentos artísticos, científicos e sociais. A exposição foi planejada em torno dos tesouros culturais da Itália, com o objetivo de destacá-los, desconstruí-los e reinterpretá-los de maneira contemporânea.
De 14 de setembro a 8 de outubro de 2023, estará em cartaz Psicoarquitectura no Pavilhão Alemão de Mies Van der Rohe e Lilly Reich em Barcelona. A Fundação Mies van der Rohe em colaboração com a LAB 36 e a Galeria Senda apresentam esta intervenção artística temporária do artista e arquiteto Oscar Abraham Pabón que aborda a materialidade desta obra icônica do movimento moderno a partir de sua dimensão interpretativa e psicológica.
Londres é uma das grandes metrópoles do mundo e enfrenta um problema comum aos centros urbanos: a poluição do ar causada por veículos movidos à combustíveis fósseis. Para combater este programa, a cidade criou, em 2008, Zonas de Baixa Emissão e passou a multar veículos de grande porte que circulavam com emissões de poluentes acima dos limites estabelecidos.
Entre os dias 4 e 8 de outubro ocorre a 15ª edição do Festival de Cinema de Arquitetura de Roterdã (Architecture Film Festival Rotterdam - AFFR) . O programa envolve uma extensa lista com quase 100 filmes sobre arquitetura e a cidades, com figuras proeminentes como Rem Koolhaas, Inez Weski e Martin Koolhoven entre os convidados. O festival inclui estreias de filmes, exibições clássicas, excursões, entre outras atividades.
A Comissão Eleitoral Nacional divulgou nesta terça-feira, dia 26 de setembro, a relação dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo habilitados para votarem nas eleições de 10 de outubro.
A janela para resolver a mudança climática está se estreitando; qualquer solução deve incluir o carbono incorporado. O Sexto Relatório de Avaliação publicado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) concluiu que o mundo poderia emitir apenas 500 gigatoneladas a mais de dióxido de carbono, contados a partir de janeiro de 2020, se quisermos ter 50% de chance de ficar abaixo de 1,5 grau. Somente em 2021, o mundo emitiu cerca de 36,3 gigatoneladas de carbono, a maior quantidade já registrada. Estamos no caminho para estourar nosso orçamento de carbono nos próximos anos e, segundo o relatório, “as escolhas e ações implementadas nesta década terão impactos agora e durante milhares de anos.”
Foram anunciados os resultados do Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira - PNAM’23, que em sua sétima edição premiou um projeto vencedor e duas menções honrosas em “Sustentabilidade e Economia Circular” e “Tipologia de Materiais”.
O prêmio máximo foi concedido à remodelação da Sala Projeto I - Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, projetada pelo arquiteto Paulo Providência, com a carpintaria realizada pela Veiga Lopes, S.A., Carpinlux e Brito Móveis. A Universidade de Coimbra foi a instituição responsável pela realização desta obra.
https://www.archdaily.com.br/br/1007487/conheca-os-vencedores-do-premio-nacional-de-arquitetura-em-madeira-pnam23ArchDaily Team
A Bienal de Arquitetura Latino-Americana foi inaugurada ontem, 26 de setembro, na cidade de Pamplona, Espanha. Até o dia 29 deste mês, o programa principal da Bienal, que tem o Equador como país convidado, será realizado no Palácio do Condestable e na Escola de Arquitetura da Universidade de Navarra. Além disso, parte do programa paralelo ocorre em Sevilha, Granada, Barcelona e Madri de 2 a 5 de outubro.
As cidades ao redor do mundo enfrentam desafios cada vez maiores em relação ao planejamento urbano e à criação de espaços públicos sustentáveis e atraentes, como áreas verdes. Diante disso, tem-se buscado novas alternativas para criar paisagens verdes nos espaços públicos das cidades. Esses lugares desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e transformação das cidades, sendo há muito tempo o cenário das interações sociais, expressão cultural e troca de ideias.
A África tropical abriga vastas florestas que se estendem por 3,6 milhões de quilômetros quadrados nas regiões Ocidental, Oriental e Central do continente. Essas florestas desempenham um papel crucial, fornecendo madeira para os setores de móveis, combustíveis e indústrias de papel. No entanto, a madeira ainda não faz parte da arquitetura contemporânea dessas regiões. Embora o gosto arquitetônico seja um fator, a principal razão para essa ausência está relacionada à incapacidade das indústrias madeireiras em atender aos requisitos de disponibilidade, acessibilidade, apelo estético, durabilidade e desempenho climático e estrutural da madeira. A indústria madeireira na África tropical é composta principalmente por operações informais e de pequena escala, focando principalmente no corte de toras, em vez de refinar a madeira para uso em projetos arquitetônicos ou estruturais. Apesar disso, o grande número de empresas informais na região apresenta uma oportunidade para remodelar a indústria e aproveitar os recursos florestais locais na construção de edifícios em madeira.
O arquiteto português Eduardo Souto de Moura receberá mais um reconhecimento internacional por sua trajetória. No próximo dia 20 de outubro, o Círculo de Bellas Artes de Madrid (CBA) concederá ao arquiteto a Medalha de Ouro, sua mais alta distinção. Esta homenagem representa não apenas mais uma premiação a ser adicionada ao extenso currículo de Souto de Moura — que, entre outros, conta com o Prêmio Pritzker de 2011 e o Prêmio Wolf de 2013 —, mas também uma expressão de apreço do mundo da cultura e das artes por uma trajetória e uma obra que transcendem a arquitetura e “atingem a dimensão da poesia a partir da aceitação das exigências técnicas dos edifícios.”
Após mais de duas décadas em construção, o Perelman Performing Arts Center abriu ao público em 19 de setembro de 2023. O cubo luminoso foi projetado pelo escritório de arquitetura REX, liderado por Joshua Ramus, para se tornar um importante destino cultural da cidade de Nova York e a peça final do masterplan para a reconstrução da área de 6 hectares onde antes ficava o World Trade Center. A temporada inaugural contará com estreias mundiais, coproduções e trabalhos colaborativos de teatro, dança, música, ópera, cinema e muito mais. Com apenas oito pavimentos de altura, o projeto se destaca por sua fachada monolítica composta por placas de mármore português translúcido.