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Arquitetura com terra: O mais recente de arquitetura e notícia

“Podemos transformar a profissão repensando como servir a sociedade”: uma conversa com Ronald Rael

Compreender uma disciplina a partir de múltiplas perspectivas e interseções é essencial para adquirir uma compreensão profunda dela. Na arquitetura, a diversidade de abordagens para seu estudo enriquece nossa percepção, permitindo-nos apreciar sua complexidade por diferentes ângulos. Para estudantes e profissionais, explorar aspectos como história, fontes de materiais e produtos, processos de construção, implementação de novas tecnologias e desafios sociais contemporâneos é crucial. Esses aspectos se entrelaçam e expandem a noção convencional de "arquitetura", transcendendo a mera criação de edifícios ou a definição de espaços.

Ronald Rael, um arquiteto e titular da Cadeira Memorial Eva Li em Arquitetura na Universidade da Califórnia, Berkeley, exemplifica essa visão por meio de sua prática, que abrange desde pesquisa até a conexão de práticas tradicionais e indígenas de materiais com tecnologias e questões contemporâneas. Como ativista e arquiteto, os interesses de pesquisa de Rael exploram fabricação aditiva, estudos de muros de fronteira e construção com terra. Co-fundador de Rael San Fratello, Emerging Objects e Forust, sua prática mostra uma abordagem à arquitetura altamente relevante nos tempos contemporâneos.

Os méritos do greenwashing: estigma social em torno da construção natural na Índia

Nos últimos anos, a Índia testemunhou o ressurgimento do interesse em materiais de construção naturais, impulsionado pelo aumento das preocupações ambientais e um crescente desejo de resgatar estilos de vida tradicionais. De Mumbai, com suas movimentadas ruas, às tranquilas aldeias de Kerala, arquitetos, construtores e comunidades estão se unindo para explorar o potencial da terra, do bambu, da cal e de outros materiais orgânicos na criação de estruturas que sejam relevantes para cada contexto e que também incorporem os ideais contemporâneos do país. Essa mudança em direção ao uso de materiais naturais e recursos vernaculares reflete um movimento em prol da sustentabilidade e de uma conexão mais profunda com a natureza.

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O futuro sob nossos pés: tijolos de solo cimento e o caminho para uma construção sustentável

Tijolos fazem parte do imaginário coletivo quando pensamos em construção. Tratam-se de materiais elementares, onipresentes, modulares, leves e confiáveis para erigir edifícios. No entanto, a fabricação tradicional de blocos cerâmicos depende da queima de argila em fornos a altas temperaturas, muitas vezes alimentados por combustíveis fósseis não renováveis, como carvão ou gás natural. Além disso, o processo de transporte aumenta significativamente sua pegada ambiental, por se tratarem de materiais pesados e volumosos. Com um interesse crescente em materiais de construção alternativos, que oferecem menor impacto ambiental e maior sustentabilidade, tijolos de solo cimento são um bom exemplo, apresentando uma pegada ambiental menor por utilizar matérias primas locais e dispensar o processo de queima, mas mantendo muitas das qualidades intrínsecas dos tijolos tradicionais.

Qual a diferença entre a taipa de mão e a taipa de pilão?

O percurso histórico da construção conta, também, a história da humanidade. Os exemplares que perduraram no tempo dizem sobre seus contextos particulares, e os resquícios que sobreviveram às intempéries e deterioração narram o desenvolvimento tecnológico humano. Nos primórdios da construção, a operação comum (e a única possível) aos humanos era utilizar matéria-prima disponível do local onde estavam inseridos. Para muitos, isso significava construir com barro.

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Como utilizar tons terrosos na arquitetura: do vernacular ao contemporâneo

Das construções vernaculares às tendências de interiores contemporâneas, os tons terrosos ajudam a criar ambientes acolhedores, orgânicos e harmoniosos, utilizando uma variedade de tons que lembram a terra, o barro, a areia, a pedra e outros elementos naturais. Assim, carregam em si uma sensação de conexão com a natureza. Essas cores podem ser encontradas em diversos materiais de construção, pinturas ou revestimentos, e permitem a criação de um jogo de texturas ímpar. A seguir, veja alguns projetos que podem servir de inspiração para pensar essas composições.

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Arquitetura escavada: herança do passado e possibilidade de futuro

Nos primórdios da humanidade, cada comunidade se organizou instintivamente de acordo com as condições locais, os recursos disponíveis e seu modo de vida. Se, por um lado, grupos nômades criaram soluções para ocupar espaços temporariamente, muitas vezes carregando abrigos dentre seus pertences, por outro, os grupos que começaram a assumir características sedentárias também criaram formas de ocupar espaços disponíveis e desenvolveram técnicas construtivas que foram evoluindo até a atualidade.

Uma dessas formas de habitar, que passou a ser negligenciada pela arquitetura convencional com o passar do tempo, chegando a ganhar um status mais fantasioso na cultura popular, foi a ocupação de espaços cavernosos ou escavados. Essa é, porém, uma prática milenar que soma técnicas vernaculares para contornar as condições climáticas e amplia as possibilidades da arquitetura.

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