Ambientado em Recife, mais especificamente na praia de Boa Viagem, Aquarius (2016) retrata um conflito presente em diversas cidades ao redor do mundo. Com uma história que se desenrola em partes, o filme busca estabelecer um paralelo entre os conflitos pessoais da protagonista e sua luta contra uma construtora que deseja adquirir seu apartamento para dar lugar a um novo empreendimento.
Arte: O mais recente de arquitetura e notícia
Especulação imobiliária e memória em Recife: uma conversa sobre o filme "Aquarius"
Exposição "Siamo Foresta" na Trienal de Milão aborda futuro do planeta através de perspectivas artísticas indígenas
A Triennale Milano e a Fondation Cartier pour l'art contemporain apresentam a exposição Siamo Foresta, inaugurada no final de junho e aberta até 29 de outubro de 2023. Sob a curadoria de Bruce Albert e Hervé Chandés, a exposição traz obras de 27 artistas de diferentes países e culturas, principalmente da América Latina e de comunidades indígenas.
A exposição é o resultado da parceria entre as duas instituições — que já rendeu seis projetos ao longo de oito anos — e busca alcançar diversos públicos e promover artistas de diferentes contextos geográficos. O projeto expográfico, desenvolvido pelo artista brasileiro Luiz Zerbini, proporciona uma conexão emocional entre as obras e ressalta a importância da floresta como tema central.
As cidades grandes como organismos vivos: entrevista com Ana Aragão
No País dos Arquitectos é um podcast criado por Sara Nunes, responsável também pela produtora de filmes de arquitetura Building Pictures, que tem como objetivo conhecer os profissionais, os projetos e as histórias por trás da arquitetura portuguesa contemporânea de referência. Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, Portugal é um país muito instigante em relação a este campo profissional, e sua produção arquitetônica não faz jus à escala populacional ou territorial.
Neste episódio da quinta temporada, Sara conversa com a designer Ana Aragão sobre suas ilustrações dedicadas aos temas da arquitetura e cidades. Ouça a conversa e leia parte da entrevista a seguir.
Com expografia de Vão Arquitetura, Bienal de São Paulo anuncia lista com 120 artistas participantes
A 35ª Bienal de São Paulo - coreografias do impossível, promovida pela Fundação Bienal de São Paulo e com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, apresenta a lista completa de artistas e coletivos participantes. O projeto expográfico desta edição é assinado pelo escritório paulistano Vão.
A lista anunciada consolida a extensa pesquisa realizada pelos curadores sobre questões urgentes do mundo contemporâneo, revelando uma diversidade de formas, movimentos e interpretações sob o tema "coreografias do impossível". Com 120 nomes confirmados, a lista abraça vozes das diásporas e dos povos originários, promovendo um diálogo local e internacional mais amplo.
"Miragem Moderna": instalação de Paul Clemence dilui a arquitetura da Pampulha
Uma miragem pode referir-se a um fenômeno óptico causado pela refração da luz em determinadas superfícies – em geral, a propagação da luz dá o efeito de liquefazer a superfície –, ou pode ter o sentido de ilusão, algo que aparenta ser algo que não é. Paul Clemence se aproveita dessa dualidade em seu ensaio fotográfico Miragem Moderna, no qual retrata a Casa do Baile (atual Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design), o Museu de Arte e a Igreja da Pampulha através de seus reflexos no espelho d’água do conjunto moderno projetado por Oscar Niemeyer em Belo Horizonte (MG).
Arquitetura como uma prática cultural mais ampla: entrevista com os curadores do Pavilhão Britânico na Bienal de Veneza
Ao explorar a 18ª Exposição Internacional de Arquitetura em Veneza, o ArchDaily teve a chance de conversar com Jayden Ali e Joseph Henry, dois dos co-curadores do Pavilhão Britânico. A exposição intitulada "Dançando Diante da Lua" foi criada em conjunto com Meneesha Kellay e Sumitra Upham, e apresenta criações de seis designers e artistas. Segundo os curadores, o objetivo das instalações é expandir a compreensão geral do que é arquitetura e integrá-la em uma discussão mais ampla com moda, música, arte, dança e performance, em vez de separá-la como uma disciplina afastada. No dia 20 de maio, o Pavilhão Nacional Britânico foi premiado com uma menção honrosa na cerimônia de premiação deste ano.
LABVERDE lança edital de residência artística na Amazônia
Pastagens, lavouras, garimpos ou áreas urbanas. No momento em que o ecossistema da Amazônia se aproxima do ponto irreversível da devastação, o LABVERDE — projeto de ativismo cultural e ambiental que estimula a produção e a democratização de conhecimentos sobre a maior floresta tropical do mundo —, lança uma nova edição da residência “Ecologias Especulativas”. A iniciativa, que chega a oitava chamada, convida artistes a participarem ativamente do discurso pela preservação da natureza a partir da produção de obras que resultam da pesquisa e da experimentação de linguagem de vivências únicas em reservas ambientais e do diálogo com comunidades autóctones mediadas por especialistas. O edital está aberto até 08 de maio. Artistes brasileiros, residentes no Brasil, são convidados a se candidatar pelo site. O LABVERDE financia passagem, hospedagem, expedições e formação, além de remunerar com R$3 mil cada selecionado para produzir conteúdos.
O espaço do interstício: conhecendo a obra do Vão
O campo da arquitetura, em teoria, se separa da arte. Ou se discute uma espécie de hierarquia entre os dois. Por sorte, o escritório Vão é um exemplo de que a separação não precisa existir, e que a hierarquia é infrutífera para qualquer um dos lados. Fundado em 2013 por Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero em São Paulo, o escritório desenvolve projetos arquitetônicos alimentados pelo pensamento artístico, e trabalhos artísticos em escala arquitetônica.
Por uma arquitetura que possa ser lida como obra de arte: uma entrevista com gru.a
Transescalar é uma palavra interessante. Ela pode significar a passagem de uma escala para outra, isto é, um deslocamento de grandezas, como também a negação da própria escala, a recusa em aceitar seus próprios limites físicos. É também o termo que Pedro Varella usa para descrever a prática do gru.a (grupo de arquitetos), escritório com sede no Rio de Janeiro do qual é sócio juntamente com Caio Calafate. Apoiado num tripé formado por projeto, ensino e pesquisa, o gru.a realizou um conjunto relevante de obras que lhe rendeu reconhecimento dentro e fora do Brasil em pouco mais de dez anos de trabalho.
Nomeado ao Mies Crown Hall Americas Prize (MCHAP) 2022 e ao DÉBUT da Trienal de Lisboa 2019, o gru.a também tem no portfólio dois troféus de primeiro lugar no Prêmio Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel (2015 e 2019), além de premiações em concursos de projeto. Mais recentemente, em 2022, integrou a lista de melhores Novas Práticas do ArchDaily por um trabalho baseado na economia de recursos que tensiona os limites do campo convencional da arquitetura e reivindica a esta a possibilidade de ser lida como arte.
A arquitetura como reflexo da condição humana em "The Last of Us"
Vinte anos após o nascimento do cinema, o espectador já se familiarizava com imagens catastróficas pós-apocalípticas. O cinema nasceu no final do século XIX, mais precisamente em 1896, com a exibição do aparelho chamado cinematógrafo, capaz de projetar imagens em movimento. Na estreia, os irmãos Lumière exibiram alguns curtas, impressionando o público com o movimento projetado em uma superfície bidimensional. Embora existam registros de pequenas filmagens datadas meses antes desse evento, A chegada de um trem na estação, um dos curtas exibidos no evento e filmado pelos próprios irmãos Lumiére, é considerado o primeiro filme do mundo.
Luz como matéria: 10 artistas que transformam o espaço com a iluminação
A luz está presente na arte há séculos. Pensar o barroco ou o gótico sem este elemento seria impossível. No entanto, foi no século XX que artistas começaram a explorar qualidades lumínicas e as transformaram num meio próprio para materializar a arte. Esculturas, instalações imersivas e formas de moldar o ambiente através da luz, suas cores e intensidades, trouxeram novas percepções espaciais ao traçar uma relação única com a arquitetura.
A transformação do espaço público através da arte: uma entrevista com Antonio Ton
Como ressignificar espaços públicos degradados? Cores vibrantes, um traçado geométrico e a ajuda comunitária. Ao menos esta poderia ser a resposta do artista carioca Antonio Ton. Inspirado pelas trocas que encontra na rua e a partir de um diálogo com as comunidades locais, suas obras vão além de revitalizar quadras esportivas e pistas de skate. Ton nos demonstra como a arte favorece a construção de um lugar de encontro e lazer. Conversamos com ele para entender como acontece todo o seu processo artístico e quais resultados suas pinturas oferecem.
Tornar o imaginário visível: as cidades futuristas do cinema
O cinema revela por meio da cenografia uma vasta composição de cidades, tornando-se um meio interessante para discutir as suas transformações. Essa arte permite que diretores explorem ao máximo seus universos imaginativos, através de cenários montados, efeitos visuais e especiais e toda a composição da imagem. Em muitos filmes, diretores apresentam cidades futuristas, vivenciadas pelos personagens do enredo, que, por muitas vezes, se apresentam inteiramente novas aos nossos olhos. É através da busca do espectador de compreender e apropriar-se desses espaços cenográficos que a cidade se revela no cinema.