Os habitantes da cidade de São Paulo vêm experienciando crescentes dificuldades de mobilidade urbana e, como resposta, têm recorrido a outros meios de transporte públicos e privados, coletivos e individuais.
Ciclovias: O mais recente de arquitetura e notícia
Debate: "Bike na Cidade de São Paulo"
O uso da bicicleta nos EUA: As mudanças geradas pelas ciclovias segregadas
O aumento recente do número de ciclistas nas cidades brasileiras coloca em pauta a necessidade de uma infraestrutura cicloviária que proporcione mais segurança aos trajetos em duas rodas e que conviva pacificamente com quem se desloca a pé, em transporte público ou de carro.
Para conhecer soluções para esta necessidade, é útil ver o que têm feito outras cidades em relação a esse assunto.
Assim, mostramos a seguir um estudo que revela algumas cifras dos efeitos positivos gerados pela implementação de ciclovias segregadas das pistas dos veículos automotores em cinco cidades estadounidenses, onde não apenas os trajetos se tornaram mais seguros, como também o número de ciclistas aumentou.
Vídeo: As iniciativas de Buenos Aires para se tornar uma cidade mais humana
"A cidade é para as pessoas e devemos mudar o uso das ruas, dos automóveis para as pessoas."
Com isso em mente, as autoridades de Buenos Aires propuseram intervenções em alguns espaços públicos da cidade, particularmente no centro, com o objetivo de promover uma cidade mais amigável, sustentável e saudável.
Através da implementação de corredores de ônibus na Avenida 9 de Julho, a principal da cidade, o tempo de alguns trajetos foi reduzido de 55 para 18 minutos. Além disso, foram criadas diversas zonas peatonais e foi restringido o tráfego de automóveis no centro. Outra inciativa foi a construção de uma rede de ciclovias e a criação de um sistema público de bicicletas, que colocou o veículo de duas rodas entre as opções viáveis de transporte urbano diário.
Saiba mais detalhes sobre essas intervenções a seguir.
4 cidades que investiram em infraestrutura cicloviária
Há alguns anos, o prefeito de Londres, Boris Johnson, definiu a cidade como "um centro de revolução do ciclismo", pois entre 2000 e 2011 o número de ciclistas na capital inglesa duplicou. Isso, longe de ser tratado como um problema, foi visto como uma oportunidade que levou à criação de um ambicioso Plano Diretor de Ciclovias.
Embora o Plano de Londres seja recente, outras cidades também tiveram a oportunidade de colocar em prática seus projetos, que não apenas incentivaram o uso da bicicleta, mas transformaram-na no principal meio de transporte urbano.
Veja os projetos abaixo:
“EuroVelo”: A rede de 14 ciclovias que conectará 43 países da Europa
70 mil quilômetros é a extensão estimada da EuroVelo, uma grande rede formada por 14 ciclovias que, em 2020, conectará diversas cidades de 43 países europeus, incluindo os pertencentes à União Europeia.
A iniciativa foi criada pela Federação Europeia de Ciclistas (ECF) com o objetivo de criar uma rede de ciclovias que possam ser usadas diariamente nos trajetos urbanos e que também sirvam para os turistas que queiram percorrer grandes distâncias.
O que torna uma cidade caminhável?
Caminhar por um bairro que tenha parques, comércios e serviços próximos uns dos outros é sem dúvida uma atividade mais agradável que andar por regiões onde esses programas e usos se encontram menos adensados.
Dentre os fatores que influenciam nisso, segundo um estudo da Universidade de British Columbia, estão o desenho do espaço urbano, o acesso aos transportes públicos, a densidade populacional e as leis de zoneamento, que mudam de um município para outro.
Na pesquisa foram comparadas duas regiões do estado de Washington com o objetivo de observar onde a experiência urbana se mostrava mais agradável. Foi incluída na pesquisa, também, a medição feita pelo Walk Score, um site que pontua os índices de caminhabilidade das regiões, tomando como base, entre outros fatores, os deslocamentos a pé, de bicicleta e em transporte público.
Veja os resultados a seguir.
Ruas solares: podem se tornar uma realidade?
Trazer conceitos de eficiência energética aos nossos espaços públicos é uma ideia que já vem sendo estudada há década. Neste contexto, alguns projetos interessantes têm surgido, como a ciclovia Solarpath no parque Christ’s Pieces em Cambridge, na Inglaterra.
Nos Estados Unidos, dois pesquisadores estão desenvolvendo o Solar Roadways, um sistema que, se implementado, substituirá o asfalto das ruas e ciclovias por painéis solares e luzes LED cobertos por vidro reforçado e, segundo eles, reduziria em até 70% os acidentes de trânsito à noite. Além disso, a proposta conta com um sistema de aquecimento que ajudaria a derreter a neve.
Embora o vídeo do projeto tenha sido avisto por sete milhões de pessoas, algumas pessoas acham que seu alto custo pode ser uma barreira. De acordo com um dos desenvolvedores, 1,5 quilômetros destas ruas poderiam produzir energia para 428 lares nos EUA
Em 2025 os habitantes de Helsinki não terão mais razões para possuir um carro
Oferecer um sistema de transporte público confiável e eficiente é a estratégia de muitas cidades para desestimular o uso dos automóveis particulares e, assim, evitar os danos ambientais e urbanos causados por estes.
Uma destas cidades é Hamburgo, que em novembro de 2013 lançou o Green Network, um plano para eliminar o uso do automóvel nos próximos 20 anos, contando, para isso, com a conexão de todas as áreas verdes da cidade, acessíveis a pé ou de bicicleta.
Há alguns dias, Helsinki anunciou um ambicioso plano que visa integrar vários meios de transporte ao seu atual sistema público que, em teoria, funcionaria tão bem que os cidadãos não teriam mais razões para possuir um carro.
Saiba mais sobre este plano que pretende, até 2025, desestimular o transporte individual motorizado da capital finlandesa.
“BikeLine”: Guia para ciclistas que combina rotas digitais e físicas
Como as pessoas se deslocam de bicicleta pela cidade? Essa foi a pergunta que o arquiteto Jorge Toledo, integrante da Ecosistema Urbano, se fez após percorrer Madri em duas rodas. A experiência de Toledo não foi nem um pouco agradável, tampouco segura, devido à falta de ciclovias conectadas e sinalização.
Numa segunda tentativa escolheu uma rota alternativa e utilizou um aplicativo com GPS que, apesar de tê-lo ajudado, o fez passar longe das atividades comerciais, sociais e culturais da cidade.
Essas experiências desagradáveis levaram a organização Ecosistema Urbano a tentar melhorar a experiência do ciclismo urbano com o BikeLine, um aplicativo que funciona como um guia e ajuda o ciclista a se movimentar pela cidade, combinando rotas físicas – sinalizações no chão – com as digitais e incluindo dicas de atividades nos trajetos e locais de destino.
Saiba mais sobre o projeto a seguir.
Palestra “Direitos Humanos: Diálogos com a Sociedade”, com Jaime Lerner
Nessa terça-feira, 10 de junho, a seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) promoverá uma palestra com o ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, sobre mobilidade urbana e direitos humanos.
O evento acontecerá às 19h30 no auditório da OAB-PR, localizado na Rua Brasilino Moura, 253, no bairro Ahú, em Curitiba.
40 mil vagas de estacionamento deixarão de existir para dar lugar a ciclovias em São Paulo
Em vista da extinção de cerca de 40 mil vagas de estacionamento na cidade de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad afirmou, nesta última quarta-feira, que as vagas de automóveis não farão falta para a cidade e tampouco atrapalharão o transito da maior cidade do país.
A medida prevê que as milhares de vagas de estacionamento dêem lugar a construção de ciclovias e ciclofaixas, uma iniciativa que, segundo o prefeito, tirará São Paulo do século XIX e lhe garantirá um lugar no século XXI.
O plano de Amsterdã para aumentar (ainda mais) sua infraestrutura para o ciclismo urbano
Nos últimos 20 anos, o ciclismo urbano em Amsterdã aumentou mais de 40%, mas este crescimento, ao invés de preocupar as autoridades, é um grande motivo para fortalecer ainda mais este meio de transporte. Assim, a cidade holandesa acaba de lançar um Plano Ciclista de Longo Prazo, considerando a construção de mais ciclovias, estacionamento de bicicletas perto do metrô e novas medidas de curto prazo para lidar com o alto fluxo de ciclistas.
Veja as medidas tomadas pela cidade, a seguir.
Vídeo: “Bicycle Anecdotes from Amsterdam”
“Nós estivemos onde vocês estão”. Essa frase, dita por um dos entrevistados no documentário feito pelo Streetfilms, revela que Amsterdam também teve um período em que os automóveis eram sinônimos de progresso e podiam ser vistos por toda a cidade.
Nos anos 60, o número de acidentes de trânsito na capital holandesa aumentou consideravelmente; isso desencadeou, na década seguinte, uma proposta por parte dos habitantes que visava mudar essa realidade através da rejeição do automóvel e da construção de uma cultura ciclista.
Vídeo: O que é Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT)?
Deslocar-se - de modo eficiente - a pé, de bicicleta ou de transporte público é uma realidade nas cidades de Copenhague, Curitiba, Denver e Hong Kong, citando apenas algumas.
O que têm em comum estas cidades que torna isso possível são seus desenhos urbanos concebidos segundo um modelo de Desenvolvimento Orientado ao Transporte, mostrado no vídeo feito pelo Instituto de Políticas de Políticas para o Transporte e Desenvolvimento (ITDP), no México. Este modelo consiste, grosso modo, em construir habitações e serviços em áreas próximas aos terminais de transporte.
II Fórum Mobilize Brasil
O II Fórum Mobilize Brasil reúne especialistas para discutir os desafios de construir cidades com menos carros, mais transporte coletivo, passeios públicos e vias para bicicletas. Evento ocorre em 12 de abril, em São Paulo. Inscrições gratuitas.
Anunciadas as quatro cidades finalistas do Sustainable Transport Award
Foram divulgadas as quatro cidades finalistas do Sustainable Transport Award (STA) deste ano, promovido pelo Institute for Transportation and Development Policy. As cidades que apresentaram grandes avanços na questão do transporte público sustentável são: Buenos Aires, na Argentina; Indore, na Índia; Lanzhou, na China; e Suwon, na Coréia do Sul.
O Prêmio é concedido anualmente desde 2005 às cidades que tenham implantado, no ano anterior, projetos inovadores que abordem a questão do transporte de modo sustentável. Além de melhorar a mobilidade para todos os cidadãos, os projetos devem reduzir a emissão de gases que provoquem o efeito estufa e melhorar a segurança e o acesso de ciclistas e pedestres ao espaço público.
Debate de lançamento da X Bienal de Arquitetura de São Paulo – “Mobilidade Urbana e Cidadania”
O debate lançará publicamente o projeto da X Bienal de Arquitetura de São Paulo, três meses antes de sua abertura. Com o título “Cidade: modos de fazer, modos de usar”, a Bienal enfoca a discussão urbana com ênfase em quatro premissas: as defesas da mobilidade, da densidade, do espaço público e da infraestrutura.
Terceiro pior trânsito do mundo é o do Rio de Janeiro
Segundo um estudo realizado pela empresa de transporte holandesa TomTom, que analisou 169 cidades em todo o mundo, o Rio de Janeiro está no topo da lista de cidades americanas com os piores trânsitos.
O estudo divulgado esta semana compara o tempo gasto parado no trânsito para cada hora dirigida e comprovou que os habitantes da cidade maravilhosa desperdiçam em média 1h06min para cada hora rodada, na frente inclusive de São Paulo, onde o tempo gasto é de 48 minutos.
Atrás apenas de Moscou e Istambul, o Rio ficou com a terceira pior colocação. São Paulo não está muito distante, no sétimo lugar.