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Escola da Cidade: O mais recente de arquitetura e notícia

Tensões entre teoria e prática: movimentações de Mayumi de Souza Lima no período da redemocratização

As contribuições de Mayumi Watanabe de Souza Lima para a produção arquitetônica brasileira da segunda metade do século XX constituem um terreno fértil e ainda pouco explorado pelos estudos acadêmicos da história do ambiente construído. Suas perspectivas práticas e teóricas em torno da participação popular e da industrialização da construção conformaram o fio condutor da pesquisa da qual emerge esse ensaio, que se voltou primordialmente ao período das décadas de 1980 e 1990, derradeiro de uma trajetória tragicamente interrompida em 1994.

Os abandonados: espaço público e a luta de classes no Brasil

A Escola da Cidade, por meio da disciplina Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea, recebeu o sociólogo, professor e pesquisador Jessé Souza para discutir sobre as classes sociais no Brasil de hoje, passando por dificuldades na superação das desigualdades e no rebatimento de tais problemáticas na cidade.

Espaço da loucura: discurso biopolítico e manicomial

O que é a loucura e o sujeito que a configura, o louco? Quais os limites da normalidade e como ela é construída dialeticamente com a ideia da sanidade ao longo da história? Qual lugar o sujeito-louco ocupa na sociedade? Para se pensar sobre a loucura e sua relação com o espaço, seja físico ou social, é importante reconhecer conceitos éticos e epistêmicos que a caracterizam.

Cidade aberta: estratégias de experimentação do espaço urbano

Diante das mudanças advindas da contemporaneidade, cabe aos arquitetos e urbanistas revisitar seus papéis. Na contramão de um planejamento que visa cidades cada vez mais massificadas e indiferenciáveis, é primordial que se estabeleçam práticas de resistência a fim de retomar a cidade para o pedestre. Para serem efetivas, tais práticas devem propor vínculos entre as pessoas que experienciam cotidianamente a cidade e o espaço urbano, e afastar-se de definições técnicas que pressupõem a participação popular de maneira fragmentada. Ao invés de fomentar a paranoia coletiva rumo a muralhas intransponíveis em busca de segurança excessiva, a cidade deve acompanhar a tecnologia na direção da abertura, do open-source, da colaboração e construção coletiva. A rua, além de sua função prática de conexão, deve potencializar vivências: espaço do acaso, reflexão, e, principalmente, apropriação.

Instruções para subir uma escada rolante: fotografia como elemento de análise da apropriação do corpo e suas relações históricas

Escada x Escada Rolante. Até o começo do século XX, a circulação vertical era feita através da escada. Sem o aparato da eletricidade, a circulação vertical demandava esforço físico e atenção dos usuários, dependendo somente da força humana. A escada rolante surge “com o rush das invenções industriais junto aos desejos da ficção científica de 1800, apresentada em 1915 como objeto de entretenimento na grande exposição de Paris e de Coney Island” (KOOLHAAS, 2014, pg.1303). Logo depois, passa a ser usada como elemento funcional de circulação. A princípio, a sua utilização deveria substituir o uso da escada comum, entretanto, o novo aparato tecnológico não cumpriu essa função, passando a ser um elemento complementar e adquirindo um novo significado. Com degraus maiores para acomodar um corpo parado em pé, a escada rolante possibilita um fluxo de pessoas mais intenso, conectando espaços mais íngremes com uma menor área de incidência. Comparada a escada, ambas exigem ritmos, sensações e condicionamentos físicos diferentes daqueles que ali transitam. 

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Outras formas de construir: a produção feminina no campo da arquitetura

A Escola da Cidade, por meio da disciplina Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea, em conjunto com o Coletivo Feminista Carmen Portinho, recebeu sete mulheres para debater sobre a produção da arquitetura no contexto atual e como a temática de gênero incide sobre essa questão.

Reconstrução pós-desastre: como integrar memória e identidade em um território reconstruído por completo

Desastres naturais, agravados ou não pela ação do homem, são cada vez mais frequentes no mundo atual.

O Chile é um dos países que conta com um longo histórico de desastres naturais, muitos deles ocorridos nos últimos anos, o que revela quão dramático e desanimador é para sua população. É como se o país vivesse em estado permanente de reconstrução.

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Tramas urbanas: a sociedade paulistana como reflexo e extensão

Viver na cidade e viver a cidade é estar disposto a todo e qualquer acontecimento. Em um mesmo dia passamos por lugares e espacialidades diferentes, com composições e tempos distintos. Nenhum dia é igual ao outro, já que estamos em constante movimento, diante de uma combinação aleatória de eventos que geram efeitos sobre objetos e sujeitos; e que geram os espaços pelos quais transitamos e as percepções que vivenciamos. Diante dessa reflexão, surge a discussão dos efeitos da arquitetura e urbanismo para além de um campo visual, atrelada ao pertencimento do ser com o espaço e baseada na forma e na dinâmica urbana. Como podemos apreender os efeitos do objeto sobre o sujeito e vice-versa? Qual é a leitura materializada que temos da cidade como reflexo das ações da sociedade?

TEIA: história em quadrinhos propõe leitura personificada da cidade de São Paulo

TEIA re(a)presenta a cidade de São Paulo por meio de uma narrativa em quadrinhos. Os personagens foram criados para serem os protagonistas do enredo a partir de uma seleção empírica, na qual foram elencados doze bairros relevantes para a história da cidade em que seus moradores serviram de base para compor os tipos possíveis da trama do roteiro desejado. A narrativa em HQ foi o suporte ideal para desenvolver uma linguagem que permite pensar espacialmente o contexto urbano e observar as relações humanas no universo criado e desenhado, salientando sua dimensão de meio comunicativo. Além de vivenciar e conhecer os bairros, o intuito do trabalho foi explorar a noção de pertencimento do lugar. A experiência in loco dos bairros e a conversa espontânea com alguns moradores – que serviram de referência para os protagonistas criados – proporcionaram ao enredo a possibilidade de refletir sobre a diferença do ser (de um lugar) e do estar (em um lugar) na mais populosa e diversa metrópole brasileira.

Espaço urbano e cotidiano dos povos indígenas no Brasil

A Escola da Cidade por meio da disciplina Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea, em 2017, então coordenada pelo professor José Guilherme Pereira, recebeu a antropóloga e doutora em Ciências Sociais, Manuela Carneiro da Cunha para discutir sobre o histórico, a espacialização e o cotidiano dos povos indígenas no Brasil evidenciando problemáticas do ponto de vista não apenas cultural, mas também legal e ambiental.

Mulheres e a luta por moradia: trajetórias de empoderamento e autonomia na experiência do MST-Leste 1

O acesso à moradia adequada é difícil em um país como o Brasil, que possui um déficit habitacional de 6,3 milhões de moradias (FUNDO FICA, 2019). A lógica perversa do mercado imobiliário – em que os custos de compra de terras e imóveis e mesmo de aluguel são altíssimos –, associada à carência de políticas públicas de provisão habitacional – em um contexto social em que famílias com renda de até dois salários mínimos residentes em áreas urbanas gastam 41,2% da renda familiar em despesas de consumo com à habitação (GUERREIRO; MARINO; ROLNIK, 2019) –, fazem com que a aquisição da casa própria seja extremamente difícil para as camadas mais pobres da população.

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Arquiteturas do Sul Global com DnA - Design and Architecture

Sábado, dia 12/12, será a última conversa do módulo inaugural do Curso Livre "Arquiteturas do Sul Global", organizado por Marco Artigas e Pedro Vada e realizado pela Escola da Cidade.

Neste encontro, a conversa será com Xu Tiantian do DnA, um escritório interdisciplinar sediado em Beijing que trabalha em diversas escalas mas sempre abordando questões, físicas e sociais, contemporâneas do ambiente onde vivemos. Em sua abordagem, a discussão do contexto, programa e suas interações são elementos fundamentais, ou o DNA que definirá o design e a arquitetura, capaz de adaptar, engajar e contribuir com nossa sociedade múltiple e complexa. Xu Tiantian,

Arquitetura chilena contemporânea em alta: uma viagem, doze projetos

Em maio de 2016 abria-se a 15ª Bienal de Arquitetura de Veneza, talvez o evento mais importante e emblemático da arquitetura internacional desde a década de 1980, quando foi criada. Tal abertura trazia, entretanto, uma novidade: pela primeira vez o evento tinha como curador um latino americano – Alejandro Aravena. Esse destaque não seria isolado na carreira recente do arquiteto que fez parte da comissão julgadora do Prêmio Pritzker de 2010 a 2015 sendo laureado no ano de 2016. Desde logo é fundamental perceber que tal destaque não assume caráter de absoluta exceção e pode, de certo modo, ser entendido como a ponta de uma valoração e visibilidade que a arquitetura chilena contemporânea passa a receber a partir de finais da década de 90.

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Culturas de rua, corpo e espaço público: Guilherme Wisnik conversa com Luiz Antonio Simas

"As ruas pensam, têm ideias, filosofia e religião. Como tal, nascem, crescem, mudam de caráter. E, eventualmente, morrem." A partir dessa sentença de João do Rio, na Alma Encantadora das Ruas, Guilherme Wisnik conversa com Luiz Antonio Simas sobre as culturas de rua a partir das ideias de terreirização e corporeidade, entendendo as cidades como espaços tensionados, disputados, encantados e desencantados cotidianamente.

Favela do Moinho: processo de abandono e interesses econômicos no centro de São Paulo

São Paulo teve sua estruturação urbana conforme o seu relevo. De maioria acidentado, foi nas áreas planas das várzeas dos rios e terraços fluviais que foram instaladas as ferrovias, onde podiam se desenvolver em um traçado mais adequado às suas limitações. 

O trem, máquina de cortar cidades atravessando os obstáculos naturais da paisagem numa velocidade de sessenta quilômetros por hora, foi a invenção capaz de abreviar fronteiras. Esse instrumento de fazer conexões originado durante a Revolução Industrial, viabilizou o estabelecimento de uma cadeia produtiva entre as suas várias paradas, ao transportar as manufaturas das fábricas em suas toneladas de maquinário em locomoção.

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Arquiteturas do Sul Global - Comunal Taller (México)

CONVIDADAS DESSA SEMANA.
Comunal Taller - México. Formado por duas mulheres, Mariana Ordóñez Grajales e Jesica Amescua Carrera, Comunal é um ateliê de arquitetura que tem sua prática fortemente relacionada aos processos de negociação entre consensos e dissensos. Trabalham contra a figura de autoria, de objeto estático, artístico e imodificável, mas sim como um processo social, colaborativo, vivo, aberto e em evolução constante, encarando os habitantes como sujeitos de ação e não como objetos de intervenção. Em seus projetos incentivam e facilitam a participação de mulheres (adultas, jovens e crianças) nos processos estratégicos, administrativos e construtivos, entendendo as lógicas, performances e definições coletivas dessas mulheres e sua comunidade, sempre respeitando seu contexto cultural.

Mundos indígenas: interfaces entre arte, arquitetura e geografia

O que aconteceria se abdicássemos da epistemologia moderna que separa o “nós” dos “outros”? Como ficaria a história da arte sem essa separação restritiva? Muitos outros mundos, não desencantados, coexistem com o nosso. Outras cosmopolíticas podem nos permitir visões menos excludentes da vida e das relações, escavando futuros até agora insuspeitados.

Guilherme Wisnik conversa com Renata Marquez, professora da Escola de Arquitetura e Design da UFMG e coeditora da revista Piseagrama. Com doutorado em Geografia e pós-doutorado em Antropologia, pesquisa práticas curatoriais, teoria e crítica na interface entre arte, arquitetura, geografia e antropologia.

Movimento negro e movimento de mulheres negras nas cidades brasileiras

Desde o Brasil colônia, pessoas negras se organizavam em resistência ao regime escravocrata e colonial. Irmandades, quilombos, famílias de santo. Imprensa negra, associação de trabalhadoras domésticas, Frente Negra Brasileira, Teatro Experimental Negro. Blocos-afro, MNU, grupos literários, organizações de mulheres negras, frentes internacionais. Ativismo político trançado às artes e à espiritualidade que nos permitiram chegar até aqui.

Guilherme Wisnik conversa com Bianca Santana, jornalista, escritora, doutora em ciência da informação e mestra em comunicação pela Universidade de São Paulo. Santana é autora de "Quando me descobri negra", colunista de ECOA-UOL e da revista Gama, e integrante da UNEafro, umas das entidades que compõem a Coalizão Negra por Direitos.