Sobre o livro: Zaida Muxí repassa neste livro o papel histórico das mulheres na produção e no pensamento da arquitetura e do urbanismo. E reflete sobre como essa presença – e sobretudo, a ausência recorrente da perspectiva feminina – impacta nos espaços em que vivemos. Do desenho à política urbana e habitacional e ao debate de novas ideias, o livro trata a casa e a cidade como representações das esferas privada e pública. A casa como metáfora da arquitetura, a cidade como síntese das ações humanas. Discutir sob o ponto de vista feminino implica a desconstrução da historiografia oficial, desvendando
Feminismo: O mais recente de arquitetura e notícia
60 Anos de arquitetura da Barbie: quando a cultura popular encontra o design
Desde sua estreia em 1959 pela Mattel, a Barbie transformou a indústria de brinquedos e se tornou um ícone da cultura popular. Três anos depois, a primeira Casa de Boneca Barbie foi criada, um lar para Barbie representando sua vida doméstica. Ao longo dos últimos 60 anos, as Casas da Barbie mudaram e evoluíram, cada versão adotando as tendências arquitetônicas e de design da época em que foi produzida. De fato, cada uma é uma mistura única de história, política, cultura popular, tendências e estilos de design que definem a arquitetura como a conhecemos.
Ecofeminismo na arquitetura: empoderamento e preocupação ambiental
O conceito de sustentabilidade surgiu na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (UNCHE), realizada em Estocolmo em 1972, e foi cunhado pela norueguesa Gro Brundtland no Relatório “Nosso Futuro Comum” (1987). De acordo com essa definição, o uso sustentável dos recursos naturais deveria “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas”. Entretanto, apesar da urgência do conceito e da constante evolução que ele tem sofrido ao longo do tempo, sua aplicação ainda se limita muitas vezes ao uso controlado dos recursos naturais e à preservação da vida selvagem. Ou seja, está baseada em relações e ações que abordam a situação sob a perspectiva do “homem versus natureza”, como um entendimento dicotômico em detrimento de uma visão holística.
Arquitetura como ativismo: o trabalho ecofeminista de Yasmeen Lari
O Chulah paquistanês de Yasmeen Lari — um fogão ao ar livre usado por mulheres no sul da Ásia — é uma intervenção poderosa que destaca o compromisso da arquiteta com o ativismo feminista e ambiental. O projeto aborda simultaneamente questões de desmatamento, poluição e riscos à saúde enfrentados por mulheres em áreas rurais. Seu design é sistêmico, localmente específico e consciente das necessidades dos mais vulneráveis na sociedade: mulheres e natureza. Seu vasto corpo de trabalho humanitário elaborado em Yasmeen Lari: Architecture for the Future, abre diálogo para ver a arquitetura através da lente ecofeminista.
Cidade Delas: espaços urbanos mais seguros para meninas e mulheres
Apesar de todas as conquistas das mulheres na sociedade e os avanços da própria, a cidade ainda continua sendo planejada e produzida pela ótica do patriarcado. O planejamento urbano não leva em consideração as demandas da população no que refere a inclusão de pluralidade de raça, gênero e classe social, que, desse modo, influenciam no uso do espaço e no traçado urbano.
Historiadora urbana e arquiteta Dolores Hayden é homenageada com o Prêmio Vincent Scully
O National Building Museum anunciou que Dolores Hayden, professora emérita de arquitetura, urbanismo e estudos americanos na Universidade de Yale, recebeu o Prêmio Vincent Scully deste ano. Como historiadora urbana e arquiteta, Dolores Hayden concentrou-se ao longo de sua carreira na política do lugar e nos estereótipos de gênero e raça incorporados em ambientes construídos nos Estados Unidos. Como a 24ª ganhadora do Prêmio Vincent Scully, Dolores Hayden se junta a outros premiados, incluindo Mabel O. Wilson, Elizabeth Meyer, Robert Campbell e Inga Saffron.
Femingas: Construção participativa com perspectiva de gênero no Equador
No campo do projeto e da construção, a questão de gênero é um ponto de conflito: quem tem a possibilidade de construir? Quais são as alternativas para nós profissionais da arquitetura? Estas são as perguntas que o Taller General busca (re)pensar. Foi a partir dessas questões que surgiu Femingas, uma jornada de construção participativa com uma perspectiva de gênero. Estas se manifestam como uma alternativa à construção de "mingas", jornadas de trabalho conjunto entre os membros de uma comunidade para alcançar um bem comum.
Por um urbanismo do comum e ecofeminista: entrevista com Zaida Muxí, Josep Maria Montaner e Laís Bronstein
Num mundo fisicamente cada vez mais conectado, mas socialmente incrivelmente desigual e fragmentado, qual deveria ser a contribuição de arquitetas e arquitetos na busca por cidades e comunidades mais igualitárias, desenvolvidas e humanas? Segundo os autores desse livro, objeto de nossa conversa neste episódio, a nossa atuação deve assumir, necessariamente, a sua dimensão política.
Como o star system e o sexismo invisibilizaram a contribuição das mulheres arquitetas nos trabalhos em casal
Se a carreira de uma mulher na arquitetura já enfrenta mais obstáculos que a de um homem, como têm comprovado estudos e pesquisas em todo o mundo, as disparidades ficam ainda mais óbvias quando se trata de parcerias que envolvem ambos os gêneros. Na história da disciplina é possível encontrar uma série de exemplos de parcerias em escritórios ou projetos específicos que evidenciam as discrepâncias nos reconhecimentos obtidos pelos trabalhos, que se revelam em premiações, honrarias, citações e salários.
Muitas destas parcerias tratam-se de casais que, como em qualquer relação de sociedade, projetam e tomam decisões de trabalho de forma conjunta. Mas, no caso particular dos casais heterossexuais de arquitetos, o papel de "esposa" parece ter prevalecido sobre aquele de colaboradora, arquiteta ou sócia igualitária em muitas ocasiões.
Projeto Galath3a: uma colaboração mulher-máquina no Berlin Open Lab
Explorando o uso de tecnologias inovadoras em arquitetura e praticando na encruzilhada entre arte e design espacial, Gili Ron e Irina Bogdan imaginaram o projeto Galath3a, uma colaboração mulher-máquina. O empreendimento baseado em pesquisas usa um braço robótico UR5 chamado Gala (abreviação de Galateia), para especular sobre o que é culturalmente considerado "comportamento feminino".
Memorial para as vítimas de feminicídio em espaços públicos na Cidade do México
No dia 8 de março de 2021 diferentes manifestações foram realizadas por ocasião do Dia Internacional da Mulher incluindo a #8M na Cidade do México que tem como objetivo tornar visível e exigir justiça diante da onda de feminicídios que ocorre todos os dias em todo o país e que aumenta a cada ano. Ela, por sua vez, tem desencadeado outras várias manifestações como a de 16 de agosto de 2019 e a de 8 de março de 2020, onde milhares de mulheres se reuniram para se manifestar de forma pacífica (e violenta), transgredindo o espaço público e deixando como resultado, diversos danos nas ruas, nos transportes públicos e principalmente - durante a marcha de 16 de agosto de 2019 - no Monumento ao Anjo da Independência (que ainda se encontra em processo de restauração), atitudes pelas quais o movimento feminista foi desacreditado com os danos sendo superpostos às demandas manifestadas.
O peixe morto na praia: o problema das “mulheres na arquitetura”
Escala humana na cidade a partir de uma perspectiva feminista, transversal e política
Observar a realidade de nosso ambiente construído nos permite reconhecer que existem identidades que os modelos e escalas existentes não representam. Estas vozes, não por acaso, têm sido as grandes ausências nos processos de planejamento e construção das cidades e de sua arquitetura. Seus desejos e formas de ser e viver no mundo foram excluídos e tornados invisíveis. Isso nos faz repensar quais vozes são representadas nos debates sobre o urbano e para quem se projeta a cidade?
Cidade Contínua: investigações para uma São Paulo mais acolhedora
A desigualdade que marca a nossa sociedade é refletida no espaço urbano. Assim, a vivência plena da cidade é uma realidade para apenas uma parcela da população, questionando a ideia do espaço público como um local plenamente democrático.
Essa reflexão traz consigo a urgência de serem estabelecidas propostas que possibilitem cidades mais acolhedoras nos debates da arquitetura e do urbanismo contemporâneo.