Quando as crianças aprendem a desenhar uma casa, há quatro componentes básicos que ilustram: uma parede, um teto inclinado, uma porta e uma ou mais janelas. Juntamente com os elementos estruturais comuns, janelas sempre foram consideradas características arquitetônicas indispensáveis por suas múltiplas funções. Ao proporcionar vistas, luz do dia e ventilação natural, elas isolam do frio e do calor, protegem de ameaças externas e aumentam a aparência de uma fachada. Também estão associados a um forte valor poético ou simbólico; É através delas que somos capazes de nos conectar e desfrutar do ambiente, seja uma bela paisagem natural ou um ambiente urbano denso. Uma parte expressiva de qualquer edifício, as janelas servem como uma ponte visual entre o interior e o exterior, agindo um pouco como uma fuga revigorante da nossa rotina diária.
Janelas e portas: O mais recente de arquitetura e notícia
De pivotantes a sem caixilhos: 20 tipos de janelas para arquiteturas
Casas brasileiras: 25 residências com portas e janelas camarão
As portas, janelas e painéis móveis operam por meio de diferentes mecanismos, os quais são responsáveis não apenas pelos movimentos de abertura e fechamento, mas também por sua denominação e classificação. Entre uma série de sistemas utilizados nos elementos móveis da arquitetura, que vão desde os mais simples aos mais engenhosos, aquele presente nas janelas e portas “articuladas” ou “camarão” é usualmente adotado com o intuito de unir estética e funcionalidade.
Iluminação como linguagem: os significados da luz e da sombra na arquitetura
Imagine se a luz, além de nos permitir enxergar o mundo, fosse também capaz de transmitir informações e significados. Padrões mensuráveis de iluminação natural, traduzidos em níveis de ‘lux’ recomendados para determinadas tarefas, levaram a uma compreensão quantitativa da luz. No entanto, a arquitetura se apropria da luz natural não apenas para cumprir requisitos formais e padrões matematicamente calculados. A iluminação natural é utilizada, sobretudo, para transmitir emoções, revelar espaços e construir atmosferas. Dito isso, poderíamos afirmar que a iluminação é uma forma de linguagem utilizada pelos arquitetos para se comunicar com as pessoas? Desde uma perspectiva semiótica, poderemos melhor compreender como a luz e a sombra contribuem para a construção de significado na arquitetura.
Aberturas circulares: dos barcos à arquitetura contemporânea
Há duas principais razões para que janelas de embarcações sejam redondas. São mais fáceis de selar e, principalmente, mais resistentes à pressão elevada que a água exerce sobre elas. Isso porque os cantos vivos são locais onde, naturalmente, as tensões se concentram, enfraquecendo a estrutura como um todo. Também é por esse motivo que as janelas dos aviões são pequenas e arredondadas; as elevadas pressões são distribuídas nas formas curvas, reduzindo a probabilidade de rachaduras ou quebras.
Na arquitetura, as aberturas circulares são bastante antigas. Um Oculus, janela circular, é uma característica da arquitetura clássica desde o século XVI. Também conhecidas pela expressão francesa oeil de boeuf, (olho de boi), as aberturas circulares ou semi-circulares são formadas a partir da construção dos arcos de alvenaria, que permitem a criação de aberturas e a conformação de vãos apenas através do travamento das peças. Com o tempo e a incorporação de novas tecnologias e conhecimentos construtivos, criar aberturas retangulares em edificações comuns tornou-se mais simples, racional e barato do que redondas. Mas ainda assim, elas continuam figurando em uma infinidade de projetos.
Casas brasileiras: 14 residências com esquadrias de madeira
A madeira, em suas incontáveis aplicações na arquitetura, desde pisos até as coberturas, é um material naturalmente associado à beleza, versatilidade e à sensação de conforto. Estas características não poderiam ser diferentes na sua utilização em esquadrias.
O que levar em conta ao especificar uma esquadria?
“Da janela vê-se o Corcovado, o redentor, que lindo”. A letra de Tom Jobim, eternizada pela voz e pelo violão suave de João Gilberto, foi uma das músicas que apresentou ao mundo a ideia de um Rio de Janeiro paradisíaco e um Brasil promissor, cada vez mais urbano e com uma capital moderna sendo construída do zero. Quase 60 anos depois, Paulo Mendes da Rocha cita casualmente essa canção em uma entrevista e aponta que para ele, nessa cena, o elemento mais importante é a janela, e não o Corcovado ou o Cristo Redentor. Isso porque é ela que enquadra a vista e direciona o nosso olhar ao que importa. É uma frase que passa quase despercebida, mas que carrega enorme significado poético e artístico sobre o ofício da arquitetura.
A atmosfera criada pela iluminação zenital em 20 projetos de arquitetura
Talvez a abertura zenital mais célebre já construída seja o Panteão de Roma, encomendado por Marco Vipsânio Agripa durante o reinado do imperador Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) e reconstruído por Adriano (r. 117–138) por volta de 126. No ponto mais alto da sua cúpula (neste caso, o óculo) brilha a luz do sol, lançando seus feixes sobre as várias estátuas de divindades planetárias que ocupam os nichos nas paredes. A luz que adentra o espaço simbolizava uma dimensão cósmica, sagrada. A luz natural continua cumprindo esse papel cênico, quando bem utilizada, sobretudo em projetos religiosos.
Caracteriza-se iluminação zenital como a que vem de cima, do céu (zênite). Muito útil para espaços grandes que não possam ser adequadamente iluminadas por janelas, as claraboias são um artifício amplamente usado e que proporcionam uma luz difusa agradável ao espaço. Geralmente toma-se o cuidado que não permitam a entrada do sol, para não aquecer demasiadamente o local e devem ser bem projetadas e construídas para que não sejam pontos de infiltração de água. Veja, abaixo, uma coletânea de projetos que utilizam essa solução:
Fachadas translúcidas e abertas: as possibilidades das Portas Camarão
Solução engenhosa para ambientes que necessitam de espaço e ventilação, as portas articuladas -também chamadas de Camarão por conta do seu mecanismo de funcionamento- operam dobrando as folhas uma sobre a outra, que são recolhidas nas laterais do vão, permitindo abertura total ou parcial. Deslocando-se através dos trilhos superiores e inferiores que podem ficar embutidos na alvenaria, elas permitem separar e integrar cômodos, agregando valor estético ao projeto. Apresentam um efeito similar a uma porta de correr, possuindo o diferencial de todas as folhas permanecerem no mesmo plano quando fechadas, dispensando o embutimento e proporcionando um aspecto limpo e coeso à fachada.
Pivotante, deslizante, camarão e paredes cortina: diferentes tipos de janelas em 11 edifícios
Embora todas as janelas tenham funções em comum, como permitir a passagem da luz, fornecer ventilação e focar as diferentes visões, esses objetivos podem ser aprimorados por meio de uma série de opções úteis. Dependendo da orientação do edifício, condições climáticas, direção do vento e ponto de vista arquitetônico, cada modelo de janela específico pode fazer a diferença dentro de um projeto, melhorando a usabilidade e a qualidade espacial e ambiental de cada espaço.
Abaixo, apresentamos tipos de janelas que podem ser encontradas nas residências atuais, especificamente em 11 projetos previamente publicados em nosso site.
Infográfico: A Evolução do Vidro
Os vidros já são tão presentes em nosso cotidiano que fica muito difícil pensar em toda a quantidade de esforços, tecnologias e saberes que há em cada painel ou objeto. É impossível dissociar as inovações de obras modernas, de arquitetos como Mies Van der Rohe e Le Corbusier, aos avanços da indústria do vidro.
Criamos um infográfico com uma síntese da história do vidro, desde artefatos da Mesopotâmia, até os últimos avanços tecnológicos do vidro, incluindo novas cores, características e propriedades térmicas e acústicas. Viaje conosco nessa história.