A Autoridade de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Mumbai (MMRDA) nomeou os vencedores de um Concurso Internacional para redesenhar o Parque Natural de Maharashtra da cidade e para o projeto de uma ponte de pedestres / ciclistas sobre o Rio Mithi. Veja, a seguir, o projeto que recebeu o segundo lugar, feito pelos brasileiros do ATRIA, em parceria com o escritório tiarstudio.
Na última sessão do Conselho Municipal de Paris, realizada nos dias 30 e 31 de janeiro, foi aprovada uma Estratégia Peatonal que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pedestres, ou seja, de todos que circulam a pé pela capital francesa.
Por um lado, o interesse da estratégia está focado em facilitar os deslocamentos e as condições dos pedestres, incentivando que mais pessoas caminhem, sendo que este já é o meio de transporte mais usado na cidade, totalizando 60% dos percursos. Além disso, quando se trata de deslocamentos para realizar compras, 79% dos trajetos são realizados a pé, quando apenas 4% deles são de carro.
Caminhar e andar de bicicleta são as maneiras mais eficazes, econômicas e ambientalmente sustentáveis para realizar pequenos deslocamentos urbanos, especialmente aqueles com distâncias reduzidas: em 10 minutos, uma pessoa saudável percorre 3 km de bicicleta e aproximadamente 0.8 km a pé.
Nas últimas décadas, no entanto, o planejamento e o desenho das nossas cidades priorizaram a circulação de automóveis, tornando pedestres e ciclistas os usuários mais frágeis da rua. Essa inversão de prioridades tem levado a números alarmantes de mortos e feridos em colisões e atropelamentos, além de reduzir cada vez mais a utilização do espaço da rua para convívio e estar.
https://www.archdaily.com.br/br/803578/moderacao-de-trafego-e-sua-importancia-na-construcao-de-cidades-mais-humanas-e-inclusivasITDP Brasil
Unter del Linden é o principal bulevar de Berlim e, em seu um quilômetro e meio de extensão, entre a Brandenburger Tor e a Schlossbrücke, é acompanhada de importantes edifícios, entre os quais embaixadas, museus e universidades, além de restaurantes e estabelecimentos comerciais.
Em 2010 teve início a ampliação da linha U5 do metrô, e um trecho da mesma, conhecido como U55, passaria por baixo do bulevar. Antes do início das obras, passavam diariamente cerca de 30 mil veículos pela avenida, porém, esta cifra caiu para 8 mil após as obras.
Dar visibilidade aos pedestres -- os usuários mais vulneráveis do espaço público -- e, assim, aumentar a segurança viária é o objetivo dessa nova faixa de pedestres inaugurada no final de novembro na cidade de Brummen, Países Baixos.
Projetado pelo escritório holandês Lighted Zebra Crossing e entregue gratuitamente ao município, esta faixa de pedestres torna mais visíveis as pessoas, sobretudo à noite, quando não há luz natural. Cada ima das faixas brancas paralelas conta com placas de luz que permanecem sempre acesas, e não apenas quando há pessoas trafegando.
A experiência de caminhar por um bairro pode ser muito mais agradável se o espaço público apresentar algumas características. Algumas têm relação com os principais pontos de interesse, outras com as dimensões das calçadas e ruas, ou ainda, com os serviços e comércios disponíveis.
Com o objetivo de identificá-las e, assim, promover sua aplicação em diferentes cidades (sem esquecer do contexto específico de cada caso), a arquiteta e planejadora Liz Treutel, identificou cinco fatores presentes nos bairros caminháveis. Veja-os a seguir.
A primeira cidade a instalar uma ciclovia solar que brilha à noite foi Neunen, nos Países Baixos, onde viveu o artista Vincent van Gogh. Por este mesmo fato a ciclovia foi inspirada em uma das obras mais famosas do pintor, o quadro A Noite Estrelada.
Agora foi a vez de Lidzbark Warminski, uma cidade no norte da Polônia, que acaba de inaugurar uma ciclovia que faz uso da mesma tecnologia, porém, localizada na zona rural.
https://www.archdaily.com.br/br/800701/sao-miguel-mais-humana-rua-para-todos-intervencao-urbana-temporaria-na-area-40-de-sao-miguel-paulistaITDP Brasil
Uma das medidas adotadas para reduzir o número de mortes no trânsito é a redução dos limites de velocidade. Ao redor do mundo, mais de uma centena de países já estabeleceram o limite de 50 km/h recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para vias urbanas. Em áreas com grande circulação de pedestres e ciclistas, praticam-se velocidades ainda menores, como 30 km/h ou menos.
Reduzir os limites de velocidade é uma tendência contemporânea em cidades que priorizam o direito à vida. Todos o dias as ocorrências de trânsito, como colisões e atropelamentos, fazem novas vítimas e essa questão deve ser tratada com urgência e prioridade. O trânsito mata 1,3 milhão de pessoas por ano no mundo, o equivalente à queda, sem sobreviventes, de 2,6 mil aviões Boeing. No Brasil, é mais provável morrer em um acidente de trânsito do que em decorrência de um câncer ou mesmo por homicídio.
https://www.archdaily.com.br/br/799171/reduzir-a-velocidade-para-preservar-vidasITDP Brasil
Os altos índices de poluição atmosférica que causa mais de 2.500 fatalidades por ano em Paris e a necessidade de mais espaços públicos levaram a prefeitura de Pais a propor um projeto de pedestrianização das margens do rio Sena.
A iniciativa foi apresentada pela primeira vez em maio de 2015 e em meados deste ano foi submetida a uma consulta pública para saber a opinião dos habitantes sobre a possibilidade mais espaços livres de automóveis.
Como já divulgamos, o plano foi rechaçado, porém, o município decidiu que continuaria adiante com o projeto, elaborando 10 motivos que justificam a criação de mais espaços para os cidadãos.
No trânsito, ninguém é mais indefeso e frágil do que o pedestre. Quem vive o trânsito sabe disso. Depois, vem o ciclista, o segundo mais vulnerável na escala de fragilidade. Pensando nisso, a multinacional Volvo desenvolveu uma tecnologia que detecta estes usuários quando eles estão no sistema viário. A nova funcionalidade foi apresentada na Alemanha, esta semana, e consiste em um sistema de câmera, que ao detectar um pedestre ou um ciclista próximo ao ônibus, emite alerta sonoro para todos os atores envolvidos, inclusive o motorista.
A funcionalidade será instalada nos ônibus elétricos da empresa por se tratarem de veículos mais silenciosos, e portanto, com mais riscos de trafegarem desapercebidos. Segundo a Volvo, a tecnologia será testada na Linha 55 em Gotemburgo, na Suécia, ainda este ano. A inclusão definitiva do sistema nos veículos vendidos pela fabricante deve começar em 2017, na Europa.
Caminhar pela cidade não é apenas uma forma de conhecer os espaços urbanos, mas um estímulo a uma vida mais ativa. Para isso, é preciso que a rua seja atrativa para os pedestres. E a obesidade, doença que já afeta grande parte dos países desenvolvidos, é uma das questões que podem ser em parte solucionadas pelo desenho urbano.
A Índia é um dos países com os indicadores de mortes em trânsito mais altos do mundo, segundo o último “Informe sobre a situação mundial de segurança viária”, elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De fato, em 2015, mais de 200 mil pessoas morreram em acidentes, um número que é consideravelmente mais alto do que 2014, quando 141.526 habitantes faleceram pela mesma causa.
"Cities Alive: Towards a walking world" é uma das mais recentes publicações da companhia de desenho, engenharia e planejamento urbano Arup, na qual é aprofundada a discussão do papel das caminhadas no desenvolvimento das cidades.
Embora algumas cidades deem preferência para os deslocamentos a pé no momento de projetar espaços públicos, existem outras que ainda têm um longo caminho a percorrer nesse sentido, começando pela adoção de um paradigma de mobilidade que priorize os meios de transporte sustentáveis (caminhadas, bicicleta e transporte coletivo).
O presente estudo da firma londrina começa identificando algumas ações que foram implementadas em 80 cidades tão diversas como Los Angeles (EUA), onde apenas 4% dos deslocamentos diários são realizados a pé, e Istambul (Turquia), onde este mesmo índice passa a 48%.
A Rede Nossa São Paulo apresentou recentemente sua pesquisa anual sobre Mobilidade Urbana. O estudo é divulgado desde 2008 durante a semana do Dia Mundial Sem Carro. Trata-se de uma pesquisa sobre a percepção dos moradores da capital paulista sobre vários aspectos e políticas urbanas, realizada através de entrevistas com uma amostra distribuída regionalmente, por idade, gênero e renda.
Nos anos 1960, o urbanista britânico Donald Appleyard realizou uma série de estudos para descobrir se ruas com alto fluxo veicular e bom nível de habitabilidade poderiam coexistir em regiões residenciais.
Os resultados desses estudos demonstraram que os habitantes já reconheciam que as ruas muito movimentadas sofriam mais com a poluição e falta de segurança.
Em 2011, os meios de transporte mais usados de Barcelona eram o transporte público (39,9%) e as caminhadas (31,9%). Logo atrás vinha o automóvel particular (26,7%) e, por último, a bicicleta (1,5%).
Como predominavam os meios de transporte sustentáveis, a Prefeitura de Barcelona quis potencializá-los com um novo plano de mobilidade urbana para o período de 2013 a 2018. O objetivo é que, ao final desse ciclo, as caminhadas aumentem aproximadamente 10%, as bicicletas 67% e o transporte público 10%. Em relação ao automóvel particular, a meta e diminuir o uso em 21%.
Desde 1905 o escritor brasileiro João do Rio falava em ‘flanar’ pela cidade’. Quase 100 anos depois, o sentido de ‘flanar’ foi ressignificado, mas também trouxe um novo olhar de como podemos nos relacionar com nossa cidade. ‘Flanar’ hoje é um convite à caminhar, esbarrar, reconhecer e aprofundar-se na experiência urbana. Vivemos mesmo é na cidade, nos relacionamos com ela o dia todo, todos os dias.
“Em sua origem, a rua não era apenas uma via de acesso a um local e, sim, o próprio local. Um espaço de convivência para se estar, passar o tempo, interagir com outras pessoas. Na segunda metade do século XX o planejamento urbano focou em infraestrutura para a circulação eficiente de veículos motorizados. Tal modelo tem sido questionado já há algumas décadas, por autores como Jane Jacobs e Jan Gehl, cujos trabalhos pioneiros valorizaram o pedestre e a vida urbana”, contextualiza Danielle Hoppe, gerente de Transportes Ativos e Gestão da Demanda por Viagens do ITDP Brasil.
https://www.archdaily.com.br/br/794537/indice-de-caminhabilidade-permite-avaliar-ruas-sob-otica-do-pedestreClarisse Cunha Linke