As ondas de calor, cada vez mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas, representam um desafio crítico para o desenho dos espaços urbanos. As altas temperaturas exacerbam problemas de saúde pública, aumentam o consumo de energia e diminuem a qualidade de vida nas cidades. Para mitigar esses efeitos, é essencial que os espaços urbanos adotem estratégias para promover a resiliência e não apenas reproduzam formatos que não levam em conta o estresse térmico à qual muitos estão sendo submetidos.
Há tempos entende-se os benefícios dos espaços verdes urbanos, do contato com a natureza, com a água, com a terra, das vantagens relacionadas a saúde e ao bem-estar da população que convive com parques nos arredores de suas casas. Uma questão ainda mais reforçada depois do pânico instaurado durante o período da pandemia de Covid-19. No entanto, o momento atual traz à tona novamente o impacto dos modelos urbanos na vida contemporânea que lida agora com temperaturas extremas nunca antes vistas.
O planejamento urbanístico da cidade deve andar junto com a natureza. Foto: Daniel Costa, via Unsplash
A capacidade das árvores de climatizar naturalmente as cidades é um dos benefícios de promover os plantios em áreas urbanas. No Distrito Federal, a questão da arborização tem sido objeto de estudo para promover o uso sustentável dos recursos naturais como políticas públicas. Estudante de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Júlia Almeida mensurou as influências da microclimática da vegetação na escala residencial de Brasília, comprovando o poder da vegetação na qualidade de vida.
Hoje estreia o primeiro episódio de uma série documental sobre projetos do escritório Al Borde. Este primeiro filme tem como título Construindo com árvores vivas e narra as histórias por trás da Casa Jardín, uma residência unifamiliar localizada nos arredores de Quito, Equador.
Projetada para um ecologista chamado José, a residência é desenvolvida em três pequenos pavilhões independentes com estruturas híbridas que combinam árvores vivas com diferentes sistemas construtivos, utilizando uma técnica vernacular de cercas vivas usada nos Andes desde a antiguidade. Uma busca pela convivência simbiótica entre arquitetura e natureza.
Há quase uma década, uma notícia inundou os meios de comunicação colombianos: o anúncio do projeto vencedor para o Tropicário do Jardim Botânico de Bogotá. Hoje, trazemos todas as informações que coletamos desde aquele momento, tanto sobre o concurso vencido pelo DARP e o processo de construção — até a inauguração em 2021 e sua evolução nos últimos tempos.
Esperamos que este caminho arquitetônico ajude você a conhecer cada passo, cada decisão e cada detalhe que contribuiu para essa realização, entendendo que seu verdadeiro legado está na forma como transforma vidas, inspira comunidades e perdura no tempo.
Há algo muito atraente na combinação entre vegetação exuberante e a aspereza do concreto aparente. É isso que se propõe a investigar o livro Concrete Jungle: Tropical architecture and its surprising origins, publicado pela editora alemã gestalten. A publicação traz uma leitura sobre "arquiteturas tropicais" modernas, apresentando casas situadas entre os trópicos de Câncer e Capricórnio e suas relações com seus meios culturais, construtivos e ambientais de origem. Mobiliza diversos projetos e arquitetos, num longo período de tempo que vai desde os anos de 1950 até os dias de hoje, traçando um panorama multifacetado que abrange construções residenciais localizadas em regiões tão distintas quando o Brasil, México, Índia e Quênia.
A origem dos pátios internos é antiga. Eles serviam como uma forma de abrigo, segurança e proteção e, ao mesmo tempo, visavam o conforto e o bem-estar internos por meio da inserção de elementos externos. Nas habitações contemporâneas, há uma ampla gama de usos e atividades que promovem a relação entre o ambiente interno e o exterior e, ao mesmo tempo, incorporam noções de eficiência energética, regulação térmica, ventilação e iluminação naturais, entre outras.
Jardín Nativo Adriana Hoffmann, Museo Interactivo Mirador (MIM) en Santiago de Chile. Image Cortesía de Bosko
Durante o século XIX, os esforços para melhorar a qualidade da vida urbana se concentraram na criação de jardins e parques, iniciando assim a evolução do paisagismo como a disciplina moderna que conhecemos hoje. No entanto, embora existam exemplos notáveis em todo o mundo, estruturas excessivas e a artificialidade dos jardins urbanos foram contra as motivações que lhes deram origem. Em muitos casos, seu design resultou em espaços públicos descontextualizados e ineficientes, altamente exigentes em recursos e afastados da verdadeira sustentabilidade.
O uso estrito da geometria e a imposição de espécies difíceis de adaptar e cuidar estão gradualmente dando lugar a uma abordagem mais orgânica ao paisagismo, adaptada aos ecossistemas locais e mais eficiente em seu desenvolvimento e conservação. As florestas nativas incorporam todos esses aspectos positivos. Elas não apenas restauram ecologicamente as áreas degradadas, mas também melhoram a qualidade do ar e mantêm a água da chuva, criando espaços verdes com biodiversidade que conectam profundamente as pessoas à natureza. Conversamos com Magdalena Valdés, fundadora e diretora do Bosko, que explica por que as florestas nativas são o caminho certo para o paisagismo consciente e verdadeiramente ecológico.
Vista Geral da Intervenção. Cortesia de G. Allard - Cidade Matarazzo Urbanistico
Para o aniversário de 470 anos de sua fundação, em 2024, São Paulo receberá uma área verde de aproximadamente 10 mil metros quadrados com mais de 400 árvores plantadas e mobiliário urbano assinado pelo premiado Estúdio Campana, dos irmãos Humberto e Fernando Campana. O espaço de convivência será construído na região da avenida Paulista, em um trecho das alamedas Rio Claro e das Flores e da rua São Carlos do Pinhal. As obras terão início ainda no primeiro semestre de 2023.
https://www.archdaily.com.br/br/995575/sao-paulo-ganhara-espaco-de-convivencia-com-mais-de-400-arvores-e-mobiliario-dos-irmaos-campanaArchDaily Team
Rutas Naturbanas (San José, Costa Rica. 2015 – 2020). Créditos: Fundación Rutas Naturbanas - Federico Cartín. Imagem Cortesia de Jeannette Sordi
Os corredores ecológicos, ou corredores de biodiversidade, são grandes porções de terra que recebem ações coordenadas, cujo objetivo é a proteção da diversidade biológica. Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), eles envolvem o fortalecimento e a conexão de áreas protegidas dentro do corredor, incentivando usos de baixo impacto ao implementar uma alternativa mais abrangente, decentralizada e participativa de conservação.
Mais de 4% das mortes ocorridas nas cidades da Europa durante os meses de verão são devidas a ilhas de calor urbano, e um terço dessas mortes poderiam ser evitadas se a cobertura arbórea fosse de 30%. Essas são as principais conclusões de um estudo divulgado agora na revista The Lancet e realizado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).
https://www.archdaily.com.br/br/996325/arvores-podem-evitar-mortes-por-calor-nas-cidades-reforca-estudoArchDaily Team
Uma moradora de Vitória pode não pensar nas florestas da Bacia do Jucu ao servir um copo de água. Os uruguaios provavelmente não pensam na Floresta Amazônica quando veem a chuva cair sobre os parques da cidade. E os habitantes de Adis Abeba possivelmente não estão pensando na Bacia do Congo quando comem injera, um alimento típico na Etiópia feito a partir do grão de teff.
Ainda assim, as florestas próximas e distantes afetam o dia a dia dessas pessoas mais do que elas estão cientes.
https://www.archdaily.com.br/br/995039/como-florestas-beneficiam-as-pessoas-que-vivem-nas-cidadesSarah Wilson, John-Rob Pool, Mack Phillips e Sadof Alexander
A importância do contato com a natureza é tema de diversos estudos. Uma pesquisa da Escola de Saúde Pública de Harvard aponta que morar perto de bosques, parques e jardins está associado a um menor risco no desenvolvimento de doenças renais e respiratórias, além de reduzir a depressão. Porém, quem vive em grandes centros urbanos, nem sempre consegue suprir esta falta, seja pela falta de parques, de tempo ou mesmo pela distância da área verde mais próxima. Em tais casos, uma alternativa é levar a natureza para dentro de casa, apostando no poder das plantas como parte integrante da decoração.
Seja para um momento de pausa, descontração ou até mesmo para um wifi gratuito, as cafeterias costumam abrigar uma série de situações que envolvem mais que apreciar uma xícara de café. Um lugar tranquilo e agradável, que além de tudo ofereça uma boa bebida quente, é um grande atrativo para quem busca por uma cafeteria para passar algumas horas.
Nesse sentido, um projeto paisagístico que integre o verde a estes ambientes pode aumentar significativamente o conforto dos clientes, ao amenizar temperaturas e oferecer uma barreira contra a poluição atmosférica, sonora e visual. Além disso, após as restrições impostas pela pandemia de Covid-19, espaços abertos, com ventilação natural e jardins passaram a ser prioridades para muitos projetos, inclusive cafeterias.
Estação de Tratamento de Água da Sanasa em Campinas, São Paulo. Foto: Renan Pissolatti/WRI Brasil
A Região Metropolitana de Campinas é um dos maiores centros urbanos do país. Com mais de três milhões de habitantes e um PIB superior a R$ 150 bilhões por ano, é uma das regiões econômicas mais dinâmicas do Brasil.
As áreas verdes são consideradas uma das formas mais adequadas e acessíveis para mitigar os efeitos do aumento das temperaturas nos ambientes urbanos. À medida que o clima global aquece, as cidades em todo o mundo enfrentam ondas de calor mais frequentes e extremas, colocando seus cidadãos em risco. Muitas cidades estão adotando estratégias para reduzir o impacto das ilhas de calor urbanas, que são geradas quando a cobertura natural do solo é substituída por superfícies que absorvem e retêm calor, como pavimentos e edifícios. Isso aumenta a temperatura em vários graus. As cidades têm seu microclima, influenciado por esse fenômeno aliado a uma série de fatores muitas vezes esquecidos. Para que uma estratégia climática seja eficiente, todos os fatores precisam ser levados em consideração.
Infelizmente, todos os anos, testemunhamos tragédias humanas e ambientais causadas por chuvas em diferentes partes do Brasil. Com as mudanças climáticas, a tendência é que estes eventos se intensifiquem: cheias dos rios, alagamentos nas cidades, deslizamentos de encostas e, com isso, mortes, pessoas desalojadas ou desabrigadas, infraestrutura destruída e grandes prejuízos financeiros, ecológicos e humanos.
Os jardins e plantas de interiores trazem diversos benefícios para a vida cotidiana. O projeto paisagístico de interior, também chamado de plantscaping, é muito mais que simplesmente alocar plantas nos espaços internos; envolve a localização estratégica de espécies vegetais dentro de uma obra, buscando potencializar e destacar certos aspectos do projeto arquitetônico.