A destruição o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, não pode passar em branco. Essa tragédia deve servir como um grito de basta contra o abandono, negligência e destruição da memória nacional. A realidade, lamentavelmente, é que a situação do Museu Nacional não é única. Outras tragédias iguais podem ocorrer.
Os valores que nos identificam como sociedade não podem virar cinzas como o Museu Nacional. Conclamamos o Estado, os arquitetos e 2 urbanistas, as universidades, os intelectuais, as entidades de classe, enfim, a sociedade brasileira a se mobilizar.
Todo imóvel possui um potencial construtivo definido através de parâmetros urbanísticos específicos de cada zona, conforme a Lei de Zoneamento de cada município. Um imóvel tombado, devido às restrições estabelecidas pelo seu tombamento, pode não conseguir usufruir de todo o seu potencial construtivo previsto em lei. Sendo assim, a Transferência do Direito de Construir (TDC) consiste na permissão dada aos proprietários desses imóveis em vender seu potencial construtivo para outros imóveis da cidade.
No Brasil, o primeiro documento que trata desse tema é a “Carta de Embu”, proposta pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração Municipal (CEPAM), publicada em 1976. Esta carta aborda o conceito de Solo Criado iniciando a ideia de que para edificar além do potencial básico do terreno o proprietário estaria sujeito ao pagamento de uma contrapartida financeira ao poder público, assim como funciona o instrumento da Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC). Além disso, esse documento também já previa a possibilidade de os proprietários de imóveis tombados venderem o seu direito de construir.
https://www.archdaily.com.br/br/879527/aplicacao-do-instrumento-da-transferencia-do-direito-de-construir-na-conservacao-de-imoveis-tombadosPenha Pacca e Flávia Peretto
A plataforma SP Patrimôniotem como objetivo "auxiliar a pesquisa de campo, análise do terreno e coleta de dados referente aos bens imóveis tombados" de São Paulo para estudantes e profissionais de patrimônio cultural, minimizando o tempo de pesquisa e acesso à informação.
Desenvolvido como Trabalho Final de Graduação na Universidade Anhembi Morumbi entre os anos de 2014 e 2015, pela aluna Sumaya Távora Costa, orientada pela professora Dra. Melissa R. S. Oliveira, o website conta com um detalhado mapa colaborativo do Patrimônio material tombado na capital paulista.
Cataguases, pequeno município brasileiro pertencente ao estado de Minas Gerais, que concentra população com pouco mais de 70 mil habitantes, ao longo de sua história, ficou conhecida por reunir uma série de significativas obras artístico-culturais ligadas à produção modernista brasileira a partir do século XX. As importantes obras variam entre as Artes Plásticas, Cinema e, sobretudo, Arquitetura, num panorama de produção entre as décadas de 1940 e 1950. Contudo, o peculiar caso é movido ao fato do município, com pequeno perímetro geográfico e populacional, contar com simbólico e potencial patrimônio moderno brasileiro, com obras de Francisco Bolonha, irmãos MM Roberto e Oscar Niemeyer.
Entre as obras arquitetônicas presentes no perímetro da Cidade, dois projetos concebidos por Oscar Niemeyer ajudaram a construir sua história e legado: a Residência Francisco Inácio Peixoto (1940) e Colégio Cataguases (1949). No primeiro projeto, para Francisco Inácio Peixoto, escritor brasileiro, empresário na área industrial e fazendeiro, considerado importante financiador às manifestações artístico-cultural e responsável pela chegada de Niemeyer à região nos anos 40, junto ao paisagismo de Roberto Burle Marx.
De 27 de novembro e 01 de dezembro de 2017 acontece o ArquiMemória 5 – Encontro Internacional sobre Preservação do Patrimônio Edificado na cidade de Salvador, Bahia. O evento é promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), através do seu Departamento da Bahia (IAB-BA), e a Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA), através do seu Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPG-AU) e do Mestrado Profissional em Conservação e Restauração de Monumentos e Núcleos Históricos (MP-CECRE), e é voltado aos profissionais e pesquisadores atuantes nas áreas de ensino, pesquisa, projetos, obras e gestão do patrimônio edificado.
Para 2020 está prevista a reabertura ao público da Nova Galeria Nacional (Neue Nationalgalerie), em Berlim, após quase 6 anos fechada para a realização de obras de restauro e atualização. Um dos últimos projetos do arquiteto Mies van der Rohe, seu único do pós-guerra realizado na Alemanha, foi aberta em 1968 e é dedicada a abrigar a arte do século XX. Após mais de quarenta anos de uso, o edifício foi objeto de um longo processo de conhecimento, projeto, planejamento e obra. Os trabalhos estão em pleno andamento, sob a coordenação de uns dos mais prestigiados escritórios de arquitetura na Europa, David Chipperfield Architects.
A vasta experiência adquirida pela firma em projetos para novos museus e renovações, sendo uma das mais significativas a intervenção no Novo Museu, na Ilha dos Museus, também em Berlim, deu-lhe a capacidade técnica para o enfrentamento do problema de maneira precisa, autoral e eficiente. Pela bagagem, a encomenda e a escolha do escritório pareceriam óbvias, não fosse o proprietário do imóvel o governo alemão e não existisse a necessidade de seguir o rito da contratação pública. O processo que levou o escritório David Chipperfield Architects a estar à frente do projeto e da obra da Nova Galeria Nacional, no entanto, está longe da tradicional concorrência para a licitação de projetos que se vê no Brasil, e vale ser explicado.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan divulgou esta semana a proposta vencedora de um concurso para selecionar o emblema do Patrimônio Cultural Brasileiro. A proposta foi apresentada no dia 16, um dia antes do Dia do Patrimônio Cultural no Brasil e véspera também do aniversário de 80 anos do Iphan.
Mais de 280 propostas foram enviadas para o concurso do emblema do patrimônio cultural. Os trabalhos foram avaliados por um júri composto por representantes de diversas instituições parceiras do Iphan: UNESCO, ICOMOS, Associação dos Designers Gráficos do Brasil, Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Neste fim de semana, será realizada a terceira edição da Jornada do Patrimônio paulistana, nos moldes do que já ocorre em diversos países, como as Journées du Patrimoine na França e o Open House em Nova Iorque, Lisboa, Porto e outras cidades. Com o tema “Construindo Histórias”, a edição de 2017 se difere das anteriores, abordando o diálogo do patrimônio histórico com o presente e o futuro da cidade.
ARQ.FUTURO REALIZA SEMINÁRIO SOBRE PATRIMÔNIO E DESENVOLVIMENTO URBANO NA BIBLIOTECA MARIO DE ANDRADE
São Paulo, 2017 - O Arq.Futuro – plataforma de discussão sobre o futuro das cidades brasileiras – realizará no dia 4/8 o seminário “Patrimônio e Desenvolvimento Urbano”, na Biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo. Mediado por Mauro Calliari, autor do livro “Espaço Público e Urbanidade em São Paulo” (BEI Editora, 2016), o seminário tratará das dificuldades das cidades brasileiras para manter vivos os centros históricos e áreas com patrimônio arquitetônico relevante. Os urbanistas Washington Fajardo e Carlos Leite passarão por tópicos como Marco Regulatório, Incentivos, Degradação do
O marco teórico e material na arquitetura de Eduardo Sacriste deixou um legado importante para os estudantes de arquitetura e os profissionais argentinos. Sua obra, que teve lugar entre a prática e o ensino, evidencia um arquiteto enquadrado nas tendências do movimento moderno, mas que valoriza a arquitetura e os costumes de seus habitantes locais.
Pondo um particular foco de atenção na capacidade da arquitetura como um meio de transformação social, sua atenção focou-se na habitação popular e vernacular argentina. Os projetos que desenvolveu são vistos principalmente na província de Tucuman, e são o resultado de um equilíbrio entre o simples, o eficiente e o reflexivo. A partir disso, considerava que a arquitetura deveria responder aos modos de vida das pessoas, e não às características do autor da arquitetura. Uma arquitetura que humilde, trabalhando com o sentido da razão e da economia.
Pouco mais de dois séculos se passaram desde os acontecimentos que estabeleceram as bases para a libertação da Colômbia. Hoje em dia, perduram marcas da história materializadas no tempo e na paisagem - palcos de disputas e lutas; lugares que resguardam a identidade história do país.
Em comemoração à independência de nosso vizinho latino, selecionamos 12 lugares emblemáticos relacionados à libertação do país há 207 anos, e que por seu valor estético, histórico e geográfico, realçam os valores da arquitetura e do urbanismo colonial e republicano na Colômbia.
O Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) de São Paulo lançou no início deste mês uma uma série de textos sobre as regiões da cidade, destacando seus bens culturais mais emblemáticos.
Segundo a página do DPH, "a ideia é tratar não apenas de arquitetura, mas sim localizar esses bens na história paulistana, contribuindo para a compreensão dos diversos períodos de desenvolvimento da cidade."
Imortalizados em fotografias, desenhos e histórias, edifícios que foram demolidos ou completamente reformados existem no domínio conhecido como "arquitetura perdida". Seja por razões econômicas ou estéticas, o antigo dá lugar ao novo, frequentemente para o desdém dos membros da comunidade e de arquitetos. Mas os edifícios antigos contam uma história sobre as políticas de preservação sempre em constante mudança - e frequentemente a contam muito melhor do que os edifícios ainda preservados poderiam contar. Como a paisagem arquitetônica continua a mudar em nosso redor, é importante reconhecer nosso passado, mesmo se seus traços foram eliminados do mundo físico.
No ano do centenário de seu nascimento, três obras de Eladio Dieste foram declaradas Monumentos Históricos pelo Ministério da Educação e Cultura do Uruguai no último dia 29 de junho. Os projetos se localizam no departamento de Maldonado e contribuirão com o dossiê uruguaio de "Sistema construtivo de cerâmica armada" para a lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.
Com mais de cinco séculos de história registrada e muitos outros de tradições e e costumes anteriores à colonização, o Brasil figura na lista de Patrimônio Cultura da Humanidade da UNESCO com 13 sítios históricos.
O website Viagem Turismo compilou a lista com imagens e informações detalhadas de cada um deles, dentre os quais estão desde o Parque Nacional Serra da Capivara, "repleto de cavernas rochosas cobertas de pinturas rupestres" feitas há mais de 25 mil anos, até nossa moderna capital, Brasília, fundada em 1960 e tombada em 1987, com apenas 27 anos de existência.
O objeto do restauro foi a igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Vistabella, obra do arquiteto Josep Maria Jujol, cujo projeto original data de 1917 e a construção de 1923. O edifício é uma magnífica e exclusiva obra inscrita na arquitetura catalã modernista. Uma verdadeira joia.
A pobreza dos materiais empregados, basicamente tijolos, argamassa e pedra, contrasta com a espetacular riqueza formal das soluções construtivas e estruturais: colunas, arcos e abóbodas conformam um espaço interior complexo, pessoal, rico, mágico e surrealista próprio do misticismo de Jujol, arquiteto, desenhista e pintor genial.
https://www.archdaily.com.br/br/874470/restauro-do-campanario-e-abobada-principal-da-igreja-do-sagrado-coracao-de-jesus-em-tarragona-espanhaAD Editorial Team
A sede do Centro Canadense de Arquitetura (CCA) em Montreal finalizou no dia 11 de junho uma exposição dedicada (e comissionada) por Phyllis Lambert. A arquiteta, ativista e crítica rejeitou seu destino como herdeira do império da destilaria Seagram e dedicou-se a arquitetura por paixão.
Depois de rejeitar categoricamente um projeto de arranha-céu, seu interesse a levou a ser diretora de planejamento do icônico Seagram Building aos 27 anos. Depois de elaborar uma lista de potenciais arquitetos, incluindo nomes do calibre de Frank Lloyd Wright e Le Corbusier. Lambert escolheu Mies van der Rohe como arquiteto principal e Philip Johnson para o projeto de interiores.
Sobre sua própria retrospectiva e celebração de seus 90 anos, o jornal espanhol El Pais dedicou um artigo recordando as desavenças de sua infância e adolescência com seu pai, sua paixão pela arquitetura e sua vida marcada pelo ativismo urbano e conservacionista. A arquiteta recebeu o Leão de Ouro por sua trajetória, atribuído pela Bienal de Veneza em 2014.
José Manuel Abad Liñán, autor do artigo " La heredera de la ginebra Seagram que marcó la historia de la arquitectura", explica o ponto de inflexão na vida de Lambert.
Sem ter formação de arquiteta, Phyllis assumiu o cargo de diretora de planejamento da torre [Seagram], um enorme volume de aço, bronze e vidro erguido na frente de um espaço limpo, uma praça, o que alivia a densa Park Avenue e o pescoço de quem queira contemplar o edifício. "Meu trabalho era ter certeza de que Mies construíra o edifício que queria e evitar que qualquer coisa, ou pessoa, o impedisse", disse. O orçamento inicial "que foi ridiculamente baixo", duplicou, superando os 30 milhões de dólares.
Através de uma carreira de somente 13 anos, o arquiteto italiano Giuseppe Terragni (1904-1943) deixou um importante legado de obras construídas que hoje são referências obrigatórias da arquitetura moderna e racionalista.
Viajamos às cidades de Como e Milão para visitar quatro obras emblemáticas que refletiam claramente sua forma de projetar; baseado na configuração organizada dos elementos arquitetônicos, que aparecem limpos, puros e expressivos... individuais, mas conformando parte essencial de um conjunto harmônico.
Novocomum, Casa Rustici, Asilo Sant'Elia, Casa Giuliani Frigerio e um bônus, a seguir.