O projeto de implementação de uma quarta linha de metrô na capital grega começou em 2021, com o objetivo de reduzir a necessidade de automóveis na cidade lotada. Como a nova linha de 15 estações é estimada para transportar 340.000 passageiros por dia, até 53.000 carros poderiam ser retirados das ruas diariamente. Embora a abertura da linha possa estar a cinco anos de distância, a obra começou para reformar sete praças urbanas que se tornarão estações. Apesar do apoio público à iniciativa, o projeto também tem gerado controvérsias, com os residentes temendo a gentrificação.
Gentrificação: O mais recente de arquitetura e notícia
Atenas planeja aumentar sua infraestrutura de metrô em um terço para reduzir o tráfego de automóveis
Como alguns bairros estão usando o grafite para protestar contra a gentrificação
O grafite, como forma de arte, tem uma relação complexa com a gentrificação. Por um lado, ele envolve as ruas e o tecido urbano como uma tela para as pessoas se expressarem cultural, social e politicamente. Essa expressão pode ser uma forma de rebelião por minorias étnicas e grupos desfavorecidos em certos bairros, ou pode construir um senso de singularidade cultural e expressão social, conferindo a um bairro um caráter positivo e atraindo novos moradores. No entanto, ao longo dos anos, ele tem sido um agente de gentrificação, aumentando os valores imobiliários para acomodar residentes mais ricos e alienando as comunidades mais antigas.
Em certos casos, os artistas reconhecem seu papel nesse esquema urbano e modificam sua forma de arte por meio de seu estilo, mensagem, localização e ação como formas diretas de protesto contra a gentrificação. De Brixton, Shoreditch e Hackney em Londres, Williamsburg e Bushwick em Nova York, até o Canal Saint-Denis e Belleville em Paris, o uso do grafite nas paisagens urbanas desses bairros pode protestar ou inspirar diferentes formas de desenvolvimento.
Conheça o plano de reflorestamento de Nova Orleans baseado na equidade
Nova Orleans tem o efeito de ilha de calor urbano mais forte dos EUA, com temperaturas quase 5°C mais altas do que as áreas naturais próximas. A cidade perdeu mais de 200 mil árvores com o furacão Katrina, diminuindo a área sombreada para apenas 18,5%.
A ONG Sustaining Our Urban Landscape (SOUL) fez uma parceria com arquitetos paisagistas da Spackman Mossop Michaels (SMM) para criar um plano de reflorestamento acessível e focado na equidade. O plano fornece um roteiro para alcançar a marca de 24% de área coberta por árvores até 2040. Mais importante, o plano também busca igualar a área sombreada por árvores, de modo que pelo menos 10% de todos os 72 bairros estejam cobertos. Atualmente, mais da metade dos bairros está abaixo da marca de 10%.
Filtragem: a gentrificação ao contrário
A gentrificação é o processo onde os imóveis se tornam mais desejados e, portanto, mais caros. Os preços crescentes afastam os moradores mais antigos, substituindo-os por de renda mais alta. Isso não deve ser confundido com a remoção forçada de cidadãos por meio de desapropriações ou remoções forçadas. Expulsar moradores por decreto oficial é um problema diferente.
Novos espaços verdes não precisam levar à gentrificação
Décadas de renovação urbana, enraizadas em políticas de planejamento racistas, criaram as condições para que a gentrificação ocorresse nas cidades norte-americanas. Mas a principal preocupação com a gentrificação hoje é o deslocamento, que afeta principalmente as comunidades marginalizadas moldadas por um histórico de acesso negado a hipotecas. Na Conferência ASLA 2021 sobre Arquitetura Paisagística em Nashville, Matthew Williams e o Departamento de Planejamento da Cidade de Detroit, mostraram preocupação de que novos espaços verdes em sua cidade aumentem o valor de mercado das casas e "prejudiquem as comunidades marginalizadas". Entretanto, o investimento em espaços verdes não precisa necessariamente gerar o deslocamento dessas pessoas: se o projetos forem liderados pelas comunidades, podem gerar benefícios para todos.
Habitação social contemporânea na China: resposta às restrições
Saskia Sassen, professora da Robert S. Lynd, de Sociologia da Universidade de Columbia, prevê em seu livro de coautoria "Os Documentos de Quito e a Nova Agenda Urbana" que, no futuro, as cidades serão um campo de batalha crucial, à medida que continuamos a lutar contra a gentrificação e o crescente grau de isolamento em nossas comunidades. Sassen argumenta que “as cidades devem ser um espaço inclusivo, tanto para os ricos quanto para os pobres. No entanto, nossas cidades nunca alcançaram igualdade para todos, já que nunca foram projetadas dessa forma. Mesmo assim, elas não devem ser lugares que toleram desigualdades ou injustiças”.
Novo zoneamento de Nova Iorque: falsas promessas e agravamento dos processos de gentrificação
Este artigo foi publicado originalmente em Common Edge.
Dezenas de bairros da cidade de Nova Iorque foram recentemente reurbanizados com base em hipóteses inventadas e dados manipulados grosseiramente pelas autoridades municipais com a promessa de promover diversidade, acesso à moradia digna e inclusão social. Entretanto, nenhuma destas expectativas chegou a de fato a se concretizar, e o que é pior, na prática, o resultado foi exatamente o oposto disso: menos diversidade, menos moradias acessíveis e consequentemente, mais segregação e um processo de gentrificação generalizado. Ainda assim, muito pouco se fala disso. Mas o dano já está feito, e os incorporadores seguem aproveitando-se das regras do jogo para seu próprio benefício. E assim a cidade vai sendo transformada para a alegria de alguns poucos e a tristeza de muitos. Esta é a situação que Roberta Brandes Gratz explora em seu mais recente artigo entitulado “New Tork City”, analisando como as leis de zoneamento foram manipuladas para gerar um resultado oposto daquilo que se espera.
Tecnologia, luta de classe e o mercado imobiliário em tempos de pandemia
Já faz mais de um ano que fomos todos pegos de surpresa com o então surto de coronavírus que, posteriormente, se transformaria em pandemia e nos mantém ainda hoje em completo estado de suspense. Entretanto, não demorou muito para toda esta situação passasse a ser encarada como um desafio a ser superado, inspirando arquitetos e arquitetas ao redor do mundo a desenvolver soluções e estratégias projetuais para combater a maior e mais longa crise sanitária da modernidade. Neste contexto, é importante mencionar o fato de que a grande maioria destas inovações foram comissionadas ou comercializadas pelo setor imobiliário e portanto, representam um benefício a apenas uma pequena parcela da população. Entretanto, à medida que estas empresas se esforçam para oferecer melhores alternativas aos clientes com melhores condições financeiras, a pandemia faz muito mais vítimas junto à classe trabalhadora, principalmente no que se refere às restrições que lhes são impostas e os poucos benefícios que lhes são oferecidos. Somado a isso, quando observamos as condições de moradia das classes mais baixas, especialmente em países mais pobres ou aqueles de economia emergente, a precarização dos espaços habitáveis é um agravante o qual, resulta diretamente da total liberdade e da falta de fiscalização que gozam os empreendedores do mercado imobiliário nestes países.
Gentrificação e distopia: o futuro das cidades pós-pandemia
A realidade das grandes cidades, como a Cidade do México é, na maioria dos casos, formada por pessoas de vários estados do país e de vários países ao redor do mundo. No entanto, devido à situação da pandemia e à nova era do trabalho remoto, foi radicalmente despertado um interesse em regressar às províncias e regiões costeiras onde há menos população, superlotação e, aparentemente, menos restrições sanitárias em comparação com as grandes cidades que acolhem os grandes aeroportos.
Projetos de requalificação urbana e os desafios da gentrificação: o caso da China
Desde a década de 1990, um grande número de cidades na China está passando por uma renovação urbana. Estimulados por esta reconstrução urbana facilitada pelo estado, arranha-céus estão sendo construídos rapidamente nas principais cidades a fim de atrair classes médias ricas para estes locais resultando em inúmeras relocações e deslocamento da classe trabalhadora, tal processo é conhecido como “gentrificação”.
À medida que as cidades e os bairros estão sendo completamente gentrificados para atender ao gosto da classe média e impulsionar o crescimento econômico, os recursos do solo urbano estão sendo tratados com potencial econômico crescente, deixando pouco espaço para o desenvolvimento da vida urbana nas ruas. Ao analisar as práticas de cinco arquitetos na criação de espaços públicos urbanos habitáveis, este artigo vai discutir os desafios e oportunidades da revitalização urbana na China sob gentrificação.
Tudo o que causa a gentrificação, de A a Z
Um dos temas mais presentes nas discussões atuais sobre a cidade é a gentrificação. Definido, de modo geral, como "quando alguém diferente de você muda-se para o seu bairro", o fenômeno urbano é muito mais complexo que isso e envolve questões de uso do solo, especulação imobiliária, espaços públicos e de lazer e planejamento territorial.
ANTES/DEPOIS: um registro das transformações urbanas em hutongs chineses
BEFORE/AFTER, ou, em português, ANTES/DEPOIS, documenta as mudanças drásticas, tanto físicas quanto psicológicas, que ocorreram durante a reforma do Hutong Fangjia em Pequim entre abril e setembro de 2017. Em 2019, o escritório OPEN Architecture foi convidado a participar da "Cidade Desconhecida: Arquitetura e Imagem da China Contemporânea”, exposição de abertura do Pingshan Art Museum, com a sua obra BEFORE/AFTER.
Pessoas tendem a ser mais felizes e saudáveis em bairros caminháveis
A explicação para algumas pessoas caminharem mais do que outras pode ir além da escolha pessoal: em muitos casos, os níveis de caminhada no dia a dia são determinados pelo desenho urbano. A maneira como as ruas e bairros são traçados ultrapassa questões estéticas ou de planejamento e afeta diretamente o estilo de vida, a saúde, a prática de atividade física e o bem-estar de quem mora ou frequenta cada área da cidade.
Conexões entre pessoas e lugares são a chave para a segurança dos espaços públicos
Hoje, muitos espaços públicos são vistos como locais não tão seguros em milhares de cidades ao redor do mundo. A noção de segurança é perdida no momento em que uma localidade se torna vazia, não recebe iluminação, uso ou até mesmo a atenção adequada. Conectar os espaços entre o que é público e o que é privado pode ser um trunfo para evitar isso. Esses espaços são chamados deplinth. O conceito é amplamente explorado em A Cidade Ao Nível dos Olhos, livro que compila projetos que transformaram locais no mundo inteiro.
9 Livros fundamentais para saber mais sobre cidades
Com a virada do ano, a rotina se atenua e podemos ler os livros que deixamos de lado durante o ano. Em tempos de crescimento das áreas urbanas e do aumento da representatividade das cidades para a sustentabilidade do planeta, é fundamental que busquemos entender melhor o lugar que escolhemos para viver a fim de, assim, construir uma melhor convivência para todos. Separamos algumas indicações de leitura para que sigamos alinhados nos debates sobre cidades sustentáveis.
Documentário explora a luta por moradia e a gentrificação em Lisboa
O que vai acontecer aquí? é o novo documentário produzido pela Left Hand Rotation em colaboração com Stop Despejos e Habita sobre a luta por mordia em Lisboa, onde o preço dos aluguéis aumentou 50% nos últimos três anos e principal cidade europeia em inversão de fundos imobiliários.