Dificilmente você passou por seu curso de Arquitetura sem ver ou mesmo ajudar a construir uma geodésica. Tratam-se de estruturas definidas a partir de uma malha composta por uma rede de polígonos – geralmente triângulos em aço, madeira ou bambu – que, tridimensionalizados, conformam espaços. Pela amarração das arestas (barras) e tridmensionalização da peça, este modelo apresenta resistência e leveza estrutural pela distribuição uniforme do peso próprio ao solo. Do ponto de vista técnico-estrutural, esta cúpula é uma estrutura composta por uma série de barras similares, que a partir de triângulos, criam uma superfície semi-esférica. Na complexa composição, a resistência e a leveza são atingidas a partir da distribuição uniforme dos esforços.
O acesso à arte pública é um privilégio o qual, os nova-iorquinos mal param para pensar sobre. Espalhada pelos quatros cantos da cidade, a arte pública é parte integral do cityscape da cidade de Nova Iorque, ocupando parques, praças, becos e terraços abertos a centenas de metros acima do chão. Enquanto as instalações de arte pública mais famosas e celebradas encontram-se já enraizadas na textura urbana da cidade, como a Love de Robert Indiana na Sexta Avenida ou a Gay Liberation de George Segal junto ao Monumento Nacional de Stonewall, não podemos esquecer aquelas “obras de arte” que assumem um caráter mais efêmero. Independente disso, instalações de arte pública tem o poder de despertar as mais diversas reações, com um histórico de interpretações polarizadas que em determinados casos, acabaram até em processos judiciais e ações públicas.
https://www.archdaily.com.br/br/956712/como-a-pandemia-mudou-o-modo-de-experienciar-arte-em-espacos-publicosOsman Can Yerebakan
Stephanie & Kevin / Atelier Vens Vanbelle. Image Courtesy of Atelier Vens Vanbelle
Como é de praxe em todos os finais de ano, a Pantone anunciou sua(s) cor(es) para o ano de 2021: PANTONE 17-5104 Ultimate Gray e PANTONE 13-0647 Illuminating. Pela segunda vez em sua história—que já dura 22 anos—, a Pantone escolheu não uma, mas duas cores tendência para representar o próximo ano. Embora a Pantone tenha revelado que ambas cores foram escolhidas independentemente, elas podem ser vistas como complementares. Enquanto a PANTONE 13-0647 é “iluminante”, brilhante e vivaz, a PANTONE 17-5104 é uma cor pura e genuína. Quando juntas, estas cores representam a força, o otimismo e a energia necessárias para encaramos os desafios do próximo ano. Na arquitetura, esta paleta tem sido utilizada em uma enorme variedade de espaços, desde ambientes domésticos minimalistas até grandes complexos multiuso. Abaixo, apresentamos 14 exemplos de projetos publicados aqui no ArchDaily que utilizam tons similares das cores escolhidas pela Pantone para 2021.
https://www.archdaily.com.br/br/953804/arquitetura-em-tons-de-amarelo-e-cinza-cores-pantone-2021Lilly Cao
A pesar de ainda ser muito cedo para sabermos com precisão a dimensão de todos os impactos causados pela atual crise sanitária mundial na industria da construção civil, é sabido que a recente pandemia de coronavírus provocou—e segue provocando—profundas transformações na forma como concebemos e construímos nossos edifícios e espaços. E no que se refere à construção de edifícios em altura, quais foram as principais consequências desta crise e o que isso significa?
Conforme relatório anual recentemente publicado pelo Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (CTBUH), com sede em Chicago, o ano de 2020 foi marcado por uma redução de vinte por cento no número total de arranha-céus inaugurados ao redor do mundo, e ao que tudo indica, esta drástica queda se deve direta e indiretamente, à crise da COVID-19.
Ao longo do ano passado—e muito provavelmente esta tendência permaneça no ano de 2021—, testemunhamos um considerável esvaziamento dos espaços públicos dos principais centros urbanos, algo que nunca antes havíamos visto e que muito provavelmente, não voltaremos a ver muito cedo. Essa sensação de ausência de trânsito e congestionamento foi uma das principais consequências dos longos períodos de quarentena. Curioso é o fato que, mesmo depois de amenizadas muitas das restrições impostas, o trânsito caótico das grandes cidades parece estar se negando a voltar à sua normal atividade.
A arquitetura nunca é um acidente. É um esquema cuidadosamente planejado de padrões e estilos que respondem ao ambiente natural, celebram a materialidade e / ou são referenciais de movimentos estilísticos ao longo da história, isto é, todas as formas de entender porque os projetos foram feitos daquela maneira. Existem diferentes maneiras de analisar a arquitetura, por meio do uso de diagramas, padrões, relacionamentos e proporções, para citar alguns. Para arquitetos e leigos, existe um desejo subconsciente de uma estrutura de tomada de decisão no projeto. Como resultado, a arquitetura se tornou um exercício de auto posicionamento - um reflexo microcósmico do mundo ao nosso redor, visto nos projetos que construímos.
Pouco antes de assumir seu mandato em janeiro de 2020, a prefeita Claudia López assumiu o compromisso de redesenhar uma importante via arterial de Bogotá, a fim de transformá-la em um corredor verde para a mobilidade ativa e sustentável. Para tanto, a prefeita também se comprometeu a promover um processo de planejamento com ampla participação social – uma tarefa um tanto intimidante em uma cidade com nove milhões de habitantes.
Conhecida desde o século XVI como Calle Real, a Avenida Séptima é considerada por muitos como a mais importante de Bogotá, estendendo-se por 23 quilômetros e atravessando a zona leste da cidade. Talvez seja a única via que percorre todas as faixas de renda do município, dos mais pobres aos muito ricos. Também é o espaço mais debatido na capital colombiana.
Os princípios bioclimáticos, quando partem de um entendimento concreto das condições geográficas e climáticas do local, podem otimizar de forma notável o desempenho dos edifícios e fomentar o desenvolvimento de melhores espaços internos nos projetos. As estratégias passivas, como o controle da radiação solar, a recuperação da água da chuva, o aproveitamento da iluminação natural e da ventilação cruzada, o tratamento e reuso de águas cinza, além da coleta de energia solar, são ferramentas que permitem obter um conforto térmico e ambiental maior, com baixos custos energéticos.
Ao rever os projetos de arquitetura que publicamos como parte de nossa seleção anual de 2020, pudemos distinguir muitos elementos e soluções recorrentes em termos de materiais, programas e funções.
Uma vez que a indústria da arquitetura se move um pouco mais devagar do que outras, descobrimos que muitos elementos e soluções de design dos últimos anos voltaram com força em 2020. Nesse sentido, acreditamos que as tendências no mundo da arquitetura podem ser definidas não apenas pelo que foi recorrente e popular, mas também pelo que se mostrou relevante e substancial.
https://www.archdaily.com.br/br/956308/tendencias-da-arquitetura-construcao-e-interiores-para-2021-o-popular-o-relevante-e-o-essencialPaula Pintos & Clara Ott
Por estar localizado na parte ocidental e central da América do Sul, o Peru possui uma enorme multiplicidade de condições geográficas que determinam uma variedade de paisagens e recursos em seu território. Em suas três grandes regiões - costa, serra e selva -, as diferenças entre as temperaturas médias de inverno e verão não são consideráveis, e, exceto nas regiões de alta montanha, os climas são definidos como tropicais ou subtropicais. Por não ter extremos de frio ou calor sufocante, as atividades ao ar livre - e os espaços para que se desenvolvam - adquirem uma grande relevância no desenho de residências e edifícios. As pérgolas e semi-cobertos, como limiares de transição entre os espaços interiores e a paisagem, oferecem a possibilidade de aumentar a superfície de sombra dos projetos, possibilitando o aproveitamento dos espaços externos sem perder a proteção que a arquitetura pode oferecer.
Memento mori é uma antiga expressão em latim que significa “lembre-se de que você é mortal”. Ao contrário do que parece à primeira vista, os romanos a usavam não para representar uma visão fatalista da morte, mas sim, como uma forma de valorização da vida.
Alguns séculos depois, chegando ao nosso contexto atual, quando o mundo atinge a aterrorizante cifra de 2 milhões de mortos em decorrência da pandemia de Covid-19, o memento mori está mais presente do que nunca.
Alunos da Escola de Engenharia da Universidade RMIT publicaram recentemente um estudo experimentando uma nova forma de gerenciamento de resíduos e reciclagem. Como eles observaram em sua pesquisa, bitucas de cigarro são o item de lixo individual mais comumente descartado no mundo, com cerca de 5,7 trilhões tendo sido consumidos em todo o mundo em 2016. No entanto, os materiais das pontas de cigarro - particularmente seus filtros de acetato de celulose - podem ser extremamente prejudiciais ao meio ambiente devido à baixa biodegradabilidade. O estudo RMIT baseia-se em uma pesquisa anterior de Mohajerani et. al (2016) que experimentou adicionar pontas de cigarro descartadas a tijolos de argila para uso arquitetônico. Em sua pesquisa, os alunos da RMIT descobriram que tal medida reduziria o consumo de energia do processo de produção de tijolos e diminuiria a condutividade térmica dos mesmos, mas que outras questões, incluindo contaminação bacteriana, teriam que ser abordadas antes de uma implementação bem-sucedida. A seguir, exploramos essa pesquisa com mais detalhes, investigando sua relevância para a indústria da arquitetura e imaginando possíveis futuros de aplicação.
https://www.archdaily.com.br/br/956321/reciclagem-de-bitucas-de-cigarro-como-materia-prima-para-tijolos-levesLilly Cao
Com cerca de um quilômetro de extensão, o complexo residencial Corviale, localizado na periferia sudoeste de Roma, foi idealizado na década de 1970 como uma alternativa à expansão dos bairros-dormitórios nos subúrbios romanos, consequência do aumento populacional significativo entre as décadas de 1950 e 1970 — quando a cidade passou de aproximadamente 1,6 milhão para 2,7 milhões de habitantes — e do consequente espraiamento urbano nas zonas periféricas.
Também conhecido como Serpentone, por suas extensas dimensões, o projeto foi realizado por uma equipe de arquitetos coordenada por Mario Fiorentino entre 1972 e 1974. A construção ocorreu entre os anos de 1973 e 1982, mas a intenção inicial de destinar o quarto pavimento do edifício principal do complexo para usos de comércio, serviços e áreas comuns foi abandonada devido à falência da empresa responsável pela execução da obra. Ao longo do tempo, o pavimento foi tomado por ocupações informais e o acontecimento é tido como a origem dos problemas deste emblemático projeto na história da habitação na Itália.
Oscar Niemeyer é o responsável pelas formas arquitetônicas que revolucionaram a arquitetura moderna, marcadas pelo ineditismo de suas ousadas curvas e elaboradas estruturas que conformaram a imagem de um Brasil utópico que representava a possibilidade de um futuro que nunca se realizou de fato. Grande parte de suas obras primas estão em Brasília, sem embargo, pouco se comenta sobre a casa projetada para si na capital brasileira que, surpreendentemente, traz traços coloniais e apresenta um outro lado - quase inédito - do mais famoso arquiteto brasileiro.
Tente imaginar como seria projetar uma cidade inteira do zero; desenhar cada uma de suas ruas, casas, edifícios comerciais, praças e espaços públicos. Uma folha em branco onde tudo é possível e sua única missão é criar uma cidade com identidade própria. Talvez esse seja o sonho de todo arquiteto e urbanista, e para a sorte de alguns poucos felizardos, esse sonho pode muito bem se tornar realidade em um futuro próximo.
Ao longo das últimas duas décadas, cidades inteiras foram construídas do zero em uma escala sem precedentes, a maioria delas na Ásia, Oriente Médio, África e também na América Latina. Além disso, o nosso planeta conta atualmente com mais de 150 novas cidades em processo de implementação. Esta nova tipologia de desenvolvimento urbano tem se mostrado particularmente sedutora em países de economia emergente, iniciativas propagandeadas como elementos estratégicos capazes de impulsionar o crescimento econômico e atrair novos investimentos.
Sabemos que as cores podem influenciar nossas sensações e provocar diferentes percepções do espaço, o que reitera a importância do seu estudo nos projetos arquitetônicos e a relevância da concepção de uma paleta de cores coerente. O impacto que a cor pode provocar no espaço e nas pessoas que o habitam torna-se ainda mais perceptível quando todo o ambiente é envolvido com apenas uma cor. Nesses casos não há limites para a quantidade de elementos arquitetônicos em que a tonalidade escolhida pode ser aplicada. Pisos, forros, paredes, mobiliário e até mesmo as tubulações e eletrocalhas podem ter uma coloração específica atribuída para estar em concordância com o ambiente monocromático.
Viver na cidade e viver a cidade é estar disposto a todo e qualquer acontecimento. Em um mesmo dia passamos por lugares e espacialidades diferentes, com composições e tempos distintos. Nenhum dia é igual ao outro, já que estamos em constante movimento, diante de uma combinação aleatória de eventos que geram efeitos sobre objetos e sujeitos; e que geram os espaços pelos quais transitamos e as percepções que vivenciamos. Diante dessa reflexão, surge a discussão dos efeitos da arquitetura e urbanismo para além de um campo visual, atrelada ao pertencimento do ser com o espaço e baseada na forma e na dinâmica urbana. Como podemos apreender os efeitos do objeto sobre o sujeito e vice-versa? Qual é a leitura materializada que temos da cidade como reflexo das ações da sociedade?
https://www.archdaily.com.br/br/956524/tramas-urbanas-a-sociedade-paulistana-como-reflexo-e-extensaoCamila Yumi de Campos
O concreto é frequentemente visto como um material bruto, duro e frio – e é, inclusive, adorado por isso. No entanto, o uso do concreto junto da vegetação pode contribuir para uma espécie de "suavizada" do material, adequando-o a mais aplicações. Veja, a seguir, nove projetos que apresentam soluções interessantes para a fusão do concreto com a vegetação.
Com o adensamento das cidades e redução da disponibilidade de solo, o fenômeno da verticalização tem se intensificado nas cidades de todo o mundo. Assim como a verticalização de edifícios — que costuma dividir opiniões de arquitetos e urbanistas — muitas iniciativas têm buscado na dimensão vertical uma possibilidade para promover a presença do verde nos centros urbanos. Jardins, fazendas ou florestas verticais, hortas em coberturas e estruturas suspensas para agricultura urbana são algumas das possibilidades de verticalização do cultivo de espécies vegetais, cada uma com suas especificidades e impactos específicos para as cidades e seus habitantes.
Mas seria a verticalização a solução ideal para tornar as cidades mais verdes? E quais são os impactos dessa ação nos centros urbanos? Ou ainda, quais os benefícios da vegetação que são perdidos ao adotar soluções em altura, ao invés de promover seu cultivo diretamente no solo?
A realidade das grandes cidades, como a Cidade do México é, na maioria dos casos, formada por pessoas de vários estados do país e de vários países ao redor do mundo. No entanto, devido à situação da pandemia e à nova era do trabalho remoto, foi radicalmente despertado um interesse em regressar às províncias e regiões costeiras onde há menos população, superlotação e, aparentemente, menos restrições sanitárias em comparação com as grandes cidades que acolhem os grandes aeroportos.
Através das formas, cores e, principalmente, dos elementos na fachada, muitos arquitetos têm buscado transmitir uma sensação de movimento a suas obras, que essencialmente são estáticas. Santiago Calatrava, Jean Nouvel e Frank Gehry são alguns dos mestres que conseguem proporcionar um efeito dinâmico a estruturas imóveis, destacando a obra no contexto, com artifícios formais trazidos das artes plásticas. Mas há vezes, também, que por razões estéticas ou funcionais, os arquitetos optem por estruturas móveis que possam trazer algum tipo de diferencial à obra construída.
Nayarit é um estado situado na região oeste do México, limitado geograficamente pelos estados de Sinaloa, Durango, Zacatecas e Jalisco, fazendo frente com o Oceano Pacífico. Conta com uma superfície de 27 815 km², sendo o nono menor estado do país. Sua capital e cidade mais populosa é Tepic. No entanto, outras localidades importantes desse território são Nuevo Vallarta, Valle de Banderas, Ixtlán del Río, San Blas, Santiago Ixcuintla, Acaponeta, Compostela, Jala, Santa María del Oro, Rosamorada, Xalisco, San Pedro Lagunillas, Tecuala e Huajicori.
Temporada de liquidações do Shopping Lar Center destaca produtos para todas as necessidades, seja para construção e reforma ou para a decoração dos ambientes.
Em Her, filme de 2013 dirigido por Spike Jonze, um solitário escritor desenvolve uma relação de amor com a assistente virtual de um sistema operacional. Admirável Mundo Novo, livro escrito em 1932 pelo inglês Aldous Huxley, fala de uma sociedade cujo culto à eficiência, racionalização e à máquina desencadeou uma humanidade que desconhece o esforço e a dor, mas também reprime o amor e a liberdade. Já em Frankenstein, livro de 1823, considerado o primeiro romance de ficção científica, uma vida é criada artificialmente, produzindo um monstro com características humanas: vontades, desejos e medos. Seja, respectivamente, em relação ao receio com a inteligência artificial, as incertezas com a industrialização ou os limites da ciência, obras de ficção científica nos revelam muito mais que apostas certeiras do futuro – no tempo em que foram criadas, falam sobre os temores e anseios da época.
Quando exploramos as visões urbanas do passado sobre o futuro, é comum encontrarmos exemplos exagerados e até engraçados. Acerca das promessas da arquitetura e, consequentemente, das nossas cidades, também não é tarefa fácil apontar caminhos com clareza. Observando as tendências no campo e usando toda a nossa imaginação, será que podemos afirmar como as cidades se parecerão em dezenas ou centenas de anos? Seus materiais, sua aparência, a maneira de construir e pensar? Este futuro será mais minimalista e impoluto ou mais orgânico e complexo? Como as novas tecnologias e materiais de construção afetarão a forma, a estética e a prosperidade das cidades de amanhã?