Tendo já reconhecido dois arquitetos brasileiros, Oscar Niemeyer (1988) e Paulo Mendes da Rocha (2006), é de surpreender que em 40 anos de história nenhum brasileiro tenha sido indicado ao júri da premiação. Sobre isso, Corrêa do Lago diz que "é preciso reconhecer, porém, que sempre houve diversidade de representação regional no júri, inclusive da América Latina."
https://www.archdaily.com.br/br/890017/entrevista-com-andre-correa-do-lago-primeiro-brasileiro-a-integrar-o-juri-do-pritzkerPedro Vada e Romullo Baratto
Na última quarta-feira, 28 de fevereiro, a empresa de consultoria global Quacquarelli Symonds (QS) divulgou a edição de 2018 de seu tradicional ranking das melhores universidades do mundo. No campo da arquitetura o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, permaneceu em primeiro lugar pelo quarto ano consecutivo.
Se tomarmos apenas a América Latina, a lista apresenta algumas alterações em relação ao ano anterior, com uma universidade mexicana voltando ao grupo das 3 melhores, no entanto, em relação às instituições brasileiras, as mesmas quatro do ano passado - USP, UFRJ, Unicamp e UFRGS - figuram na lista.
São muitos os movimentos que reivindicam alternativas ao atual modelo de mobilidade nas cidades, feitas por e para a circulação de veículos e orientada pela antiga mentalidade urbanística que colocava o carro no centro de tudo. Os motivos também são muitos: melhorar a saúde das pessoas, começar a utilizar de forma mais racional os recursos econômicos na hora de nos movermos, diminuir os níveis de contaminação (tanto acústica quanto atmosférica), e, inclusive, a própria eficácia no momento de deslocamento, destinando o menor tempo possível.
Sim, nos referimos aos eternos e inevitáveis congestionamentos diários que todos enfrentam.
Então, se é vantagem para todos os setores, por que ainda não implantamos um sistema alternativo de mobilidade em nossas ruas? Há muitas respostas para esta pergunta. A começar pela resistência à mudança por parte dos cidadãos, à falta de prioridade dada a este assunto nos programas políticos e ao fato de não haver um modelo universal ou mágico que possa solucionar todos os problemas de uma vez em todos os lugares. Superando estas barreiras, podemos começar analisando quem usa de fato as ruas, quem não usa e seus motivos.
Quando se trata de projeto, os canais que se abrem para a coleta de informações são vitais para o sucesso do processo. A diversidade e amplitude do público a quem se dirigem nossas perguntas, questões e interrogações é tão amplo que devemos pensar em processos que permitam que todos contribuam e, além disso, façam de modo construtivo sobre um jogo de tabuleiro comum, pois só assim, poderemos alcançar um projeto coletivo. Graças à nossa experiência, temos testado a eficácia de diferentes ferramentas e selecionamos as que para o Paisagem Transversal consideramos mais eficazes.
Como é sempre melhor dar exemplos para entender e aplicar o que fazemos na realidade, decidimos aproveitar o projeto em Torrelodones para mostrar essas ferramentas. Trata-se do projeto colaborativo de remodelação do parque Pradogrande, um parque com área de mais de 4 hectares localizado na parte da cidade de Madrid denominada como La Colonia e que se estende através do núcleo urbano. O atual uso do parque, assim como a diversidade de atividades que ele hospeda -há festas populares, outros eventos específicos, quadras esportivas, área infantil, canil, etc - torna ainda mais importante analisar junto a seus usuários cada mudança e cada reforma.
Então, como nos propomos escutar o parque e seus usuários?
Muitos de nossos leitores em todo o mundo celebraram o Ano Novo Chinês e deram as boas-vindas ao Ano do Cachorro, por isso, gostaríamos de dar uma revisada em 2017 e compartilhar com vocês os projetos mais visitados da China. Esta é uma coleção de projetos provenientes de escritórios mundialmente famosos, como MVRDV e MAD Architects, e também dos talentos locais mais jovens que demonstraram um grande potencial para trazer mudanças positivas para o ambiente construído desse país.
https://www.archdaily.com.br/br/889577/o-melhor-da-arquitetura-chinesa-em-2017Joanna Wong
Que o turismo de massa gera grandes inconvenientes para os moradores locais, beneficia grandes grupos empresariais em detrimento dos pequenos empreendedores e causa estragos que podem descaracterizar justamente o que torna atrativo um lugar, já sabemos. Mas também é forçoso admitir que o turismo traz empregos, aumento de renda, estimula novos negócios e melhora a qualidade urbana em muitos aspectos, via revitalizaçoes urbanas, melhoria da infraestrutura e construção de equipamentos culturais, por exemplo.
Lisboa vivencia há alguns anos um boom turístico que têm estes dois aspectos. A cidade mudou, sem dúvida. Reabilitações urbanas deram nova vida às áreas deterioradas, com a revitalização de espaços públicos, investimentos na recuperação e retrofitizacao de edifícios que de outro modo, em muitos casos, estariam condenados a ruir,. Novos equipamentos culturais foram construídos, como o Museu de Arquitetura, Artes e Tecnologia - MAAT, projetado pela arquiteta britânica Amanda Levete e o novo Museu dos Coches de Paulo Mendes da Rocha, em associação com os escritório MMBB arquitetos e Bak Gordon Arquitetos.
Todos nós já ouvimos falar sobre os edifícios mais altos do mundo - estes feitos da engenharia moderna que definem cidades e transformam-se em façanhas da humanidade -, mas e aqueles projetos de arranha-céus mirabolantes que nunca chegaram a ser construídos? Em 2014, o Conselho sobre Edifícios em Altura e Habitat Urbano (CTBUH) divulgou um relatório listando aqueles que seriam os 20 edifícios mais altos do mundo se tivessem sido construídos (a lista é mantida atualizada no site). Constam nesta lista apenas edifícios considerados "incompletos", ou seja, quando a obras chegaram a ser iniciadas mas foram posteriormente interrompidas, sem nenhuma previsão de continuidade. Saiba mais sobre aqueles que possivelmente seriam os 10 edifícios mais altos do mundo em 2018.
Como exemplar figura contribuinte à produção arquitetônica moderna, Lúcio Costa atuou em diferentes frentes – do desenho do edifício ao desenvolvimento de planos urbanos, como é o caso da cidade de Brasília. Entre as muitas facetas do arquiteto, sua participação na valorização e estabelecimento de politicas capazes de atuar em prol da proteção do patrimônio histórico nacional são um marco em sua carreira e, sobretudo, aos bens do país.
Em janeiro, cobrimos uma entrevista com Bjarke Ingels durante a qual ele falou sobre a influência dos clientes no desenvolvimento dos projetos de arquitetura. Naquela ocasião, Bjarlke Ingels mencionou que "no mundo da arquitetura, há muito mais coisas fora do controle dos arquitetos do que sob controle". O post provocou uma série de discussões entre os nossos leitores e também entre nossos editores do ArchDaily. Muitos leitores lamentaram o fato de que a arquitetura esteja sendo subordinada aos desejos de alguns poucos clientes endinheirados. Alguns mencionam que as grandes empresas de TI, além de estarem vigiando nossas vidas no mundo digital, agora também tem provocado importantes transformações em nossos espaços urbanos. Outros acreditam que as grandes corporações estão por trás dos stararchitects, responsáveis pelos grandes projetos de arquitetura, e como eles alegam, têm promovido uma visão "infantilizada" dos processos projetuais.
A partir dessa discussão, nossos editores debateram as seguintes questões: a arquitetura continuaria existindo sem clientes? Ou ela é apenas um serviço, um produto? E finalmente, seriam os clientes assim tão ruins para nossa atividade profissional?
Conversamos com alguns de nossos editores para ouvir seus pontos de vista.
Há quase dois anos, a América do Sul foi atingida por uma crise na saúde pública que afetou centenas de milhares de mulheres. No Brasil, mais de 2.600 crianças nasceram com microcefalia – uma malformação que torna o crânio menor do que o normal – e outras complicações resultantes da infecção pelo vírus Zika. Os brasileiros se acostumaram com o nome pouco familiar da doença, que se rapidamente se espalhou pelo nordeste do país e cruzou as fronteiras com Colômbia e Venezuela. Porém, à medida que a doença se tornou uma preocupação internacional, ficou claro também que se tratava de um problema muito maior para alguns grupos do que para outros.
#donotsettle é um projeto online de video criado por Wahyu Pratomo e Kris Provoost sobre arquitetura e a forma como ela é percebida pelos usuários. Eles visitam edifícios, fazem vídeos e escrevem histórias em sua coluna exclusiva no ArchDaily, #donotsettle Extra.
Sim, aquela biblioteca. As imagens da Biblioteca Tianjin Binhai apareceram em todos os lugares, de blogs de arquitetura a noticiários, até tornarem-se completamente virais nas mídias sociais. Tínhamos que ir vê-la e mostrar para você como é o espaço. Então, fizemos uma parceria com o MVRDV, que nos enviou para Tianjin para ver a edificação de perto.
A Biblioteca Tianjin Binhai, projetada pelo MVRDV, faz parte do masterplan para o novo Centro Cultural de Binhai (realizado pela alemã GMP). O edifício tornou-se um sucesso fenomenal nas mídias sociais e chegou a todos os cantos do mundo. Desde sua abertura, o número de visitantes tem aumentado constantemente,muitos deles provenientes de longe de Tianjin.A biblioteca é um ponto de destino, redefinida.
Pelo menos, foi essa a conclusão que chegamos em nossa primeira Discussão AD de 2018, que lançamos no mês de janeiro. Ainda que Tim Harford, autor do livro Messy, aponte que a desordem, confusão e desorganização podem ter relação com espaços mais propícios à criatividade, nossos leitores parecem estar mais propensos a uma opinião diferente. Em geral, colhendo os comentários no facebook, a maioria aponta que a distração com muitos objetos no espaço de trabalho acaba atrapalhando a concentração e que, quanto mais organizado e limpo o local, melhor seu rendimento. Mas isso não quer dizer que essa opinião seja um total consenso. Há também os defensores da “bagunça criativa”, ainda que em menor número, que defendem que um pouco de desordem estimula a criatividade.
O projeto LIMPAR SANTANA consiste na construção de um sistema de saneamento básico sustentável que garantirá a limpeza das linhas de água do Quilombo de Santana, no estado do Rio de Janeiro, buscando melhorar o atual nível da qualidade de água de consumo das habitações do local.
Avaliada a situação topográfica, geotécnica e geográfica existente, propõe-se utilizar bacias evapotranspiradoras, sistema que permite o tratamento de efluentes através de um filtro natural e da evaporação pela folha de bananeiras; e sistemas de caixas de água biodigestoras que transformam as águas em um resíduo utilizável para a agricultura.
A ovelha negra dos desenhos arquitetônicos é o desenhos técnicos. Todos adoram desenhar perspectivas, croquis - a parte criativa, interessante e expressiva do desenho arquitetônico. Mas e os aspectos do desenho: a parte técnica, lógica e racional? Pode não ser tão sexy como o desenho à mão livre, mas é tão importante quanto.
Se você não tem as habilidades adequadas de desenho técnico, isso será notado em seus trabalhos; suas perspectivas parecerão "menos inteligentes", menos proporcionais e seus projetos não terão tanta consistência. Então, para fazer desenhos técnicos parecerem menos frios e mais acessíveis, compartilho as melhores 20 dicas de desenho técnico que encontrei.
No início deste ano foi divulgada a lista completa de filmes indicados ao Oscar 2018, selecionados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, e as expectativas estão cada vez mais altas para saber quais serão nomeados os melhores dessa edição.
Em um mundo onde a tecnologia ocupa a linha de frente de nossas vidas, é difícil imaginar que muitos dos empregos de hoje em dia não existiam há 10 anos; motoristas de uber, gerentes de redes sociais, desenvolvedores de aplicativos e até o trabalho de um editor do ArchDaily pareceriam ideias abstratas num passado bastante próximo. À medida que a tecnologia avança, mais postos de trabalho serão criados, enquanto outros serão deixados para trás, dando margem a especulações sobre o que virá a seguir.
É quase impossível prever o futuro, mas a agência digital AKQA e a Mish Global tentaram o impossível e vislumbraram vários empregos potenciais no setor de arquitetura e construção em 2030, a partir das inspirações de várias apresentações do Fórum Econômico Mundial. Com a velocidade das mudanças na última década, esses novos empregos não parecem muito longe da realidade.
Estamos próximos do anúncio do maior prêmio da arquitetura mundial. Abrimos aqui a discussão sobre quais seriam as arquitetas ou arquitetos que mereceriam esse prêmio nos países de língua portuguesa. Qual a sua opinião?
https://www.archdaily.com.br/br/889321/se-o-proximo-pritzker-fosse-alguem-que-fala-portugues-em-quem-voce-apostariaPedro Vada
Conceber espaços destinados à exposição de peças de mobiliário com alto grau de complexidade no desenvolvimento – estrutural, ergonômico, artístico e histórico, requer uma abordagem projetual distinta, já que é importante expor e persuadir o expectador-cliente a adquirir o produto. No Brasil, exímios exemplos como a loja Forma (1987), Micasa (2004), Casa Matriz (2004), Micasa Volume B (2007), Ouvidor (2013), Dpot (2016), Líder (2016) e Micasa Volume C (2017) destacam-se por unir com maestria tais fundamentos. Em linhas gerais, pode-se dizer que asseguram a “caixa branca” requerida como plano de fundo, comparativamente como obras de arte na neutralidade dos espaços expográficos, e ainda, dispostas de modo a provocar o desejo pela aquisição.
Balanços estruturais são elementos que frequentemente chamam a atenção nas obras de arquitetura, não só por seu aporte estético mas também pelo virtuosismo técnico que sua execução implica. Tal elemento é pouco visto em projetos residenciais, seja por questões técnicas ou econômicas, por isso, compilamos a seguir onze casas que fogem à regra e desafiam as leis da física com sua engenhosidade estrutural.
Devido ao cenário político constantemente agitado e aos recorrentes tumultos socio-econômicos, o povo eslovaco esteve repetidamente desprovido de liberdade ao longo de sua história. Após à Primeira Guerra Mundial, a Eslováquia foi um dos países forçados a fazer parte do então Estado Comum da Checoslováquia, a qual seria posteriormente invadida e desmembrada pelo regime nazista em 1938 para finalmente ser incorporada pela União Soviética em 1945 [1]. A arquitetura eslovaca durante o período socialista é uma manifestação única do pós-modernismo que celebra a intensa industrialização do país na época.
O fotógrafo de arquitetura Stefano Perego fez uma extensa documentação da singular arquitetura eslovaca do período compreendido entre os anos 60 e 80 e compartilhou o resultado com o ArchDaily.
Ao pensar em arquitetura, lembramos, inevitavelmente, das obras do passado. Construções feitas para resistir à passagem do tempo encontram na idade um forte aliado, assegurando-se na história da humanidade. A permanência, porém, é um peso a ser suportado e, nesse sentido, a arquitetura dita efêmera não deve ser considerada inferior.
Equals(2015) é um filme futurista que mostra a realidade utópica de uma sociedade bem organizada, produtiva, livre de sentimentos,regida pela coletividade e impessoalidade. A população vive e trabalha em edifícios monumentais, usa trajes monocromáticos unissex e é cercada por tecnologia e paisagens etéreas. Tudo funciona perfeitamente até o surgimento de um vírus que faz despertar sentimentos nas pessoas infectadas, abalando a estabilidade do sistema organizacional da comunidade.
O Instagram do designer gráfico e diretor criativo colombiano Camilo Monzón não é um mero catálogo de obras icônicas de Bogotá como tantos outros.
Camilo explica que sua maneira particular de registrar a cidade surgiu quando testava seu drone. "Percebi que as coberturas dos edifícios próximos me mostravam um lado não editado de Bogotá que deveria ser revelado e apresentado a todos", disse ele em uma conversa com o ArchDaily en Español. "Penso nisso como uma redescoberta da cidade."