Ambos têm parte da razão, ao que no final é o mesmo que dizer que os dois estão parcialmente errados.
O Estado aponta na direção correta quando promove políticas de densificações habitacionais. Uma cidade mais compacta reduz custos de provisão e manutenção de infraestrutura e serviços, ao mesmo tempo em que diminui os tempos de deslocamentos, favorecendo a caminhada, o uso de bicicleta e transporte público. Tudo isso também ajuda a reduzir as emissões de gases poluentes e efeito estufa. Um bairro de média e alta densidade permite que mais pessoas desfrutem diretamente de seus equipamentos e áreas verdes, constituindo o ambiente propício à instalação do comércio local, que por sua vez atrai maior número de pessoas às ruas, e, por esse motivo, tornam-se ambientes mais atraentes e seguros. O Estado também está tomando boas medidas ao criar regras especiais que fornecem facilidades à construção de habitação de interesse social em áreas consolidadas. Ao permitir maiores densidades, é possível repartir o valor do solo entre mais unidades, o que pelo menos em teoria, torna a construção de moradias em uma cidade com custo mais acessível.
Em continuação à série de publicações com ensaios de obras icônicas registradas por Fernando Guerra, hoje apresentamos fotografias da Quinta da Malagueira, obra do arquiteto português Álvaro Siza Vieira.
É seguro dizer que arquitetos, acadêmicos, críticos e até mesmo o público têm discutido sobre os méritos dos estilos arquitetônicos há séculos. Mesmo durante o curso da minha própria carreira,o contemporâneo versus o tradicional travaram uma batalha sem cessar. Para melhor ou para pior, o contemporâneo geralmente ganhou como posição padrão para a maioria das escolas e publicações, provavelmente devido ao puro valor de entretenimento visual que oferece e aos seus dois lucrativos desdobramentos: obranding e a publicidade.
Gostaria de propor outra questão: que certos princípios duradouros da arte, diferente de qualquer estilo temporário— e, lembre-se, são todos temporários — devem ser nosso verdadeiro objetivo arquitetônico. Esta presunção significa que você deve ser agnóstico quando se trata de estilo e deixar de lado qualquer noção de uma posição ideológica em relação ao certo ou ao errado de suas preferências arquitetônicas. Há aqueles, é claro, que dizem que determinar que "minha arte" é melhor do que a sua, ou mesmo que é possível definir a arte real em primeiro lugar, é uma tarefa impossível.
O piso de caquinhos, utilizado a partir da década de 1940 nas tradicionais casas brasileiras é considerado um legado à história paulistana. Mas, você conhece a história por trás dessa pavimentação?
Entre as décadas de 1940 e 1950, com o crescimento financeiro e desenvolvimento industrial, o polo cerâmico consolidava-se na cidade de São Paulo. Entre as indústrias, a Cerâmica São Caetano, localizada na cidade de mesmo nome da região do Grande ABC Paulista, destacava-se. Com cerca de três mil funcionários e um extenso perímetro – que hoje se transformou em um bairro autossuficiente, a fábrica produzia peças cerâmicas tingidas na cor vermelha, com placas quadradas nas dimensões de 20x20 centímetros – que era a mais popular e com menor preço. Além disso, eram produzidas peças nas cores pretas e amarelas, com preço mais elevado.
5 ámbitos de actuación y 80 recomendaciones de diseño: Accesibilidad y Circulación. Image Cortesía de MINVU
Lançado a aproximadamente 15 anos, o Programa de Espaços Públicos do Ministério chileno de Habitação e Urbanismo (MINVU) financia projetos de recuperação de espaços públicos em áreas urbanas consolidadas e deterioradas ao longo de todo o território do país, buscando impulsionar "uma nova maneira de entender e projetar os espaços públicos no Chile".
A equipe do ministério explica que na atualidade o programa se transformou em uma das fontes de financiamento mais importantes para que os municípios (Prefeituras) possam recuperar suas áreas deterioradas. Nesse contexto, em 2015 se associaram com o escritório Gehl Architects, fundada por Jan Gehl e Helle Søholt, para desenvolver a primeira chamada "Oficina de Diagnóstico Regional de Espaços Públicos".
LA DISTANCIA FÍSICA REPERCUTE EN EL CONTACTO SOCIAL. Si muchos integrantes de nuestra familia viven cerca, se les ve mucho más seguido que si lo hicieran a 20 o 30 kilómetros. Entonces, por supuesto, si las circunstancias permiten que la familia o varios miembros de ella puedan vivir cerca, se tendrá una red más densa que si se encuentran diseminados.. Image Cortesía de Revista City Manager
Esta entrevista foi inicialmente publicada no website da revista City Manager sob o título 'Jan Gehl, ciudades para la gente.'
Jan Gehl reconheceu ser um seguidor de Jane Jacobs, a quem ele chama de "avó" do urbanismo e do planejamento humanista. Ele também foi professor na Royal Danish Academy of Fine Arts em Copenhague e professor visitante no Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia, México, Austrália, Bélgica, Alemanha, Polônia e Noruega. Há cinquenta anos criou sua própria consultora intitulada Gehl Arquitects na Dinamarca, com a qual realizou vários projetos pela melhoria urbana ao redor do mundo, também utilizando dados e estratégias analíticas.
A seguir, a entrevista com o arquiteto dinamarquês, referência teórica internacional em desenvolvimento urbano, depois de Jane Jacobs, da escala humana no projeto de espaços públicos.
https://www.archdaily.com.br/br/882862/jan-gehl-nos-ultimos-50-anos-os-arquitetos-esqueceram-o-que-e-uma-boa-escala-para-o-ser-humanoRodrigo Alonso
Nossa. Por onde começar? Meu primeiro impulso foi apenas seguir em frente e pensar, talvez, que um arquiteto bem sucedido e pensador da arquitetura apenas quis publicar um artigo tão dispéptico. É, afinal de contas, um padrão comum: os jovens brincalhões do passado, assim que suas costas começaram a recurvar, transformam-se em professores acadêmicos por conta de sua experiência adquirida. Tudo é apenas parte do ciclo geracional normal que mantém uma cultura avançando. Algo comum.
no contexto da XX Bienal de Arquitetura e Urbanismo do Chile, o arquiteto chileno Miguel Lawner — ex-diretor da histórica Corporação de Melhoramento Urbano (CORMU) no início dos anos setenta— fez parte da mesa de debates O Habitar Comum.
A seguir está a transcrição do discurso lido por Lawner em sua apresentação inicial, compartilhando a mesa com Gabriel Salazar, vencedor do Prêmio Nacional de História Chilena 2006; Doris González, chefe do movimento de colonos UKAMAU; e Ernesto López, acadêmico da Universidade do Chile, entre outros.
Lawner coloca o foco nos chamados "guetos verticais", um fenômeno inédito na história do urbanismo chileno, definidos pela intensa densidade residencial aparentemente sem restrições regulatórias e com apartamentos de pequena área vendidos para famílias de classe média na Estación Central, bairro pericentral de Santiago do Chile. O arquiteto chileno liga o fenômeno à história da superlotação da classe baixa no Chile durante o século XX e adverte que "a habitação precária agora se estende à classe média".
Residência Shibaura. Imagem via Flickr User: Park Licença CC BY 2.0
Kazuyo Sejima nasceu em Ibaraki, Japão, en 1956. É sócia fundadora do escritório SANAA, junto com Ryue Nishizawa. Trabalhadora incessante, construiu uma sólida trajetória profissional em diversos países.
A escala do necessário calibra uma incessante busca pela persistência experiencial do espaço (micro e coletivo) através do etéreo das formas, das figuras, dos materiais e seus limites. Sua arquitetura propõe habitar entre o material e o abstrato.
Plaza cubierta y pasarela en Ripoll, Gerona.. Image Cortesía de RCR Arquitectes + PUIGCORBÉ arquitectes
Nos dias 19 e 20 de outubro deste ano aconteceu em Cuenca (Espanha), o Congresso Internacional "Cuenca [ON], Novas formas para uma nova sociedade" no qual arquitetos como Guillermo Vázquez Consuegra, Víctor López Cotelo e o grupo n`UNDO discutiram sobre os modelos de acessibilidade aos centros históricos urbanos de nossas cidades e de sua necessidade de melhoria a partir de uma perspectiva sustentável, econômica, social e ambiental.
No evento foram apresentadas várias propostas arquitetônicas para resolver e melhorar a acessibilidade ao centro histórico de Cuenca. Em uma cidade marcada por seu contexto geográfico e topográfico, estas intervenções mostram-se mais do que essenciais e fundamentais do que nunca no sentido de contribuir com a renovação e revitalização social, cultural e econômica do conjunto urbano.
Na Espanha existem numerosas cidades que, assim como Cuenca, precisam os precisaram de uma intervenção arquitetônica para resolver problemas de conexão de seus centros históricos. A seguir, apresentamos cinco intervenções exemplares em centros históricos espanhóis que conseguem conectar e diminuir as descontinuidades urbanas existentes entre o centro urbano e seu entorno mais imediato.
No final de outubro, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou a resolução 706/2017, que padroniza a aplicação de multas para pedestres e ciclistas, previstas nos artigos 254 e 255 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro). Ainda que a garantia de direitos e o estabelecimento de deveres seja uma premissa para o bom funcionamento do trânsito, o ITDP Brasil acredita que a aplicação de multas a pedestres e ciclistas nas cidades brasileiras não irá contribuir com a melhoria das condições de segurança e nem promover o acesso à cidade, objetivo estabelecido na Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Em geral, as cidades brasileiras ainda não oferecem condições mínimas de segurança e atratividade para os deslocamentos a pé ou de bicicleta: calçadas esburacadas e estreitas, limites de velocidade incompatíveis com as vias urbanas, ausência de redes cicloviárias que permitam o uso seguro da bicicleta, ausência de faixas de travessia de pedestre e tempos semafóricos que permitam a travessia segura são alguns dos desafios enfrentados cotidianamente pela população.
https://www.archdaily.com.br/br/883193/multar-pedestres-e-ciclistas-melhorara-a-seguranca-itdp-brasil-manifesta-preocupacaoITDP Brasil
A colaboração cada vez mais próxima entre arquitetos e engenheiros causou uma explosão de projetos de pontes nas últimas décadas, resultando em estruturas que são ousadas e, ao mesmo tempo, racionais. Como resultado, as cidades têm explorado as pontes como grandes monumentos de design, para fomentar o orgulho de seus habitantes e promover-se como um destino turístico. Essas ideias inspiraram o fotógrafo Greig Cranna, que viaja pelo mundo registrando a elegância das pontes de hoje.
Cranna tem postado algumas de suas deslumbrantes fotografias no Instagram, coletando-as nos últimos 20 meses para lançar um livro, Sky Architecture - The Transformative Magic of Today's Bridges. Ao registrar essas estruturas fascinantes, as fotos mostram o impacto das pontes como uma adição à paisagem e se deleitam com suas silhuetas e projetos contemporâneos.
Barcelona quer trazer as áreas verdes para próximo de toda a população. Foto: Jamison Wieser/Flickr-CC. Image Cortesia de TheCityFix Brasil
Barcelona, a segunda maior cidade espanhola, já virou referência em muitos aspectos devido ao planejamento urbano voltado às altas densidades, às medidas de redesenho urbano e a ações pela qualidade de vida da população. Grande parte das iniciativas fazem parte dos esforços para combater a poluição do ar e seus consequentes problemas. Agora, ao observar a distribuição dos espaços verdes, Barcelona traçou um plano que deverá transformar a cidade.
O parque converteu-se em um dos espaços contemporâneos mais importantes de Moscou, exibindo uma alta qualidade de infraestrutura e paisagem, assim como extraordinárias vistas para o Kremlin e a Praça Vermelha.
Os rios conectam as cidades com sua história, topografia e geografia. Podem ser também espaços democráticos e de inclusão social, dando a pessoas de diferentes classes, origens e culturas as mesmas possibilidades de acesso a sua orla. Essa é a opinião do arquiteto Ginés Garrido, responsável pela revitalização da orla do rio Manzanares, em Madri, um projeto que transformou uma área de rodovias em um dos maiores espaços de convivência da capital espanhola e reconectou a população ao seu patrimônio natural.
Em passagem pelo Brasil, o arquiteto espanhol compartilhou a experiência do projeto Madrid Río, que tornou subterrâneos seis quilômetros de avenida e devolveu a orla do Manzanares à população, criando parques, quadras esportivas e uma praia urbana. Um projeto de fôlego, mas que, nas palavras do arquiteto, teve como maior desafio “fazer a população acreditar que a mudança era possível.”
A cozinha é, em muitas culturas, o centro articulador dos espaços da casa, servindo não só como local de preparação de alimentos como também de reunião e convívio. Por isso, essa semana e nossa seção Fotos da Semana, realizamos uma seleção de 15 imagens de cozinhas de diferentes regiões do mundo que mostram distintas configurações, materiais e detalhes.
O que nos motiva a mudar a maneira como nos deslocamos pela cidade, onde fazemos compras ou o destino do lazer no domingo? Quais são os fatores determinantes que nos levam a rever como nos relacionamos com nossa vizinhança, com nosso bairro ou cidade?
Estudantes de Arquitetura da Universidade Autônoma de Chiapas analisaram e observaram a paisagem de forma íntima com o objetivo de propor a construção de três protótipos que refletissem sobre o contexto natural e como intervir nesse espaço.
O Centro Universitário Belas Artes de São Paulo desenvolveu a exposição O Circuito dos Alimentos na cidade de São Paulo para representar o município na Bienal de Arquitetura de Seul 2017. Em uma megacidade como São Paulo, onde as pessoas sofrem os perigos da alienação e da insegurança nutricional, o circuito alimentar é uma questão estratégica. Além de ser uma dimensão-chave da questão urbana, é fundamental na busca da sustentabilidade urbana e da equidade social. Em São Paulo, os circuitos alimentares de curta distância que conectam e aproximam os locais de produção, armazenamento, distribuição e consumo de alimentos saudáveis e naturais, produzidos sem pesticidas, ajudam a conter a expansão urbana precária e informal nas periferias, especialmente nos mananciais. O texto abaixo, desenvolvido por Kazuo Nakano, clarifica essas questões e norteou o trabalho.
Desenvolvida como parte do programa de Pesquisa Experimental da Escola da Cidade e orientada por Alexandre Benoit, o trabalho parte de pressupostos teóricos como os do filósofo alemão Walter Benjamin e de Charles Baudelaire, escritor francês, além de referências importantes como o filme "Terra em transe" de Glauber Rocha, buscando ferramentas de compreensão do espaço através do desenho. Em “Aventuras de Claudinho: Do lirismo ao caos”, o estudante Guilherme Paschoal cria uma narrativa onde o fictício pesquisador Claudinho vive uma aventura na Ilha de São Berlis. A história em quadrinhos pode ser lida neste link.
Apresentamos a seguir uma entrevista com o arquiteto e curador português, Pedro Gadanho, realizada pela arquiteta e pesquisadora Carol Farias. Na conversa, discutem temas como urbanismo tático, utopias e curadoria ativista, temas abordados em exposições realizadas pelo curador em Nova Iorque e Lisboa.
Já pensou em trabalhar em uma configuração de espaço de trabalho colaborativo? Mais criativo e menos monótono? Livre do rigor dos ambientes corporativos? Se respondeu sim às perguntas anteriores, o conceito de Coworking pode funcionar bem para você.
Criado em 2005, pelo programador americano Brad Neuberg, o conceito institui um sistema em que o espaço é partilhado por um grupo de profissionais com uma gama de estruturas básicas necessárias a startups e autônomos que não podem arcar com os altos custos na abertura de um escritório independente pela instabilidade financeira, mas que não abrem mão do espaço de escritório.
Islington é a área mais densa do Reino Unido – no entanto, ao vagar pelas ruas tranquilas do bairro no norte de Londres, é difícil imaginar quantas pessoas vivem ali. Belos terraços, praças elegantes e uma série de parques disfarçam o fato de que são quase 14 mil pessoas por quilômetro quadrado na região.
Se a Grande Pirâmide do Egito fosse construída hoje, custaria entre 1,1 e 1,3 bilhão de dólares, de acordo com uma estimativa de custos da Turner Construction Company - não é surpreendente, considerando o valor semelhante para construir o Trump Taj Mahal ou as Petronas Twin Towers. Os requisitos estruturais complicados, o cronograma apertado, os programas complexos, a necessidade de resistir a terremotos ou furacões, o uso de sistemas mecânicos e eletrônicos avançados e materiais e acabamentos onerosos podem pesar no orçamento final. Mas às vezes - e especialmente nos casos em que governos ou clientes poderosos se propõem a bater recordes, como o "edifício mais alto do mundo" - o dinheiro é gasto sem nenhum motivo, exceto por uma ostentação descarada de riqueza, poder ou força.
Emporis, a renomada provedora global de construção de dados, compilou uma lista dos 200 edifícios mais caros dos últimos anos, e não é de surpreender que muitos arranha-céus estejam na lista. Veja, a seguir, os 20 mais caros.
https://www.archdaily.com.br/br/882577/os-edificios-mais-caros-do-mundoZoya Gul Hasan