O modernismo no Brasil foi moldado por diversas faces e concepções ligadas ao progresso e, no âmbito da arquitetura, uma das linguagens estéticas utilizadas para tal foram os painéis compostos por azulejos, como em obras dos artistas Athos Bulcão, Cândido Portinari e Burle Marx.
Na região norte, mais precisamente no Estado do Pará, o movimento moderno chega com adaptações aos padrões locais, com o uso amplo de platibandas encobrindo os telhados, jardins utilizando plantas regionais, esquadrias em madeira, fachadas em lajotas cerâmicas, entre outros. Além disso, engenheiros e arquitetos da época, como Ruy Meira e seu sobrinho Alcyr Meira, foram responsáveis pela composição de diversos murais na região, utilizando azulejos inteiros e em cacos.
“Uma cidade construída para a velocidade é uma cidade construída para o sucesso.” Esta frase, atribuída a Le Corbusier, um dos mais influentes urbanistas do século XX, condensa um dos mais importantes processos sociais vividos naquele período.
A Guatemala é um país localizado na América Central que está organizado em 22 departamentos. Sua capital e cidade mais populosa é a Cidade da Guatemala. As fronteiras geográficas que contêm este território são formadas pelo México ao norte e oeste, Belize e Honduras ao leste, e El Salvador ao sul. Além disso, abre-se para o Oceano Pacífico e o Golfo de Honduras.
A relação da arquitetura com os mais diversos suportes de representação, reprodução e publicização não é uma novidade. Desenhos, plantas e fotografias veiculados em livros, revistas e jornais, historicamente, fizeram parte e acompanharam, de algum modo, a trajetória da profissão. Na última década, com a popularização das redes sociais, sobretudo aquelas que têm na imagem o seu principal foco de comunicação, essas plataformas passaram a ser usufruídas de muitas maneiras pelos arquitetos e incorporadas de diversas formas em suas práticas profissionais. Mas, se por um lado elas podem ser capazes de produzir e popularizar uma série de conteúdos e alcançar diversos públicos, por outro lado, na era do engajamento, a arquitetura pode se tornar refém de sua própria representação?
A Lei da Polaridade também é válida em relação à sociedade e às culturas humanas: na verdade, tudo tem um oposto. As contraculturas explodiram como forma de condenar os "caminhos do mundo". Um movimento de contracultura é capaz de expressar o ethos e as aspirações de uma população durante um tempo específico e, à medida que novos estilos de vida são explorados, a arquitetura evolui para satisfazer os ideais utópicos das novas sociedades. Desta forma, ela acaba por ser um produto da cultura para a qual é projetada.
O significado de infraestrutura já é amplamente conhecido pela população em geral, tendo como definição simplificada um conjunto de serviços fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico de uma região, tais como saneamento, transporte, energia e telecomunicação. Os exemplos corriqueiramente apresentados sempre dizem respeito a estruturas físicas construídas pelo homem, entretanto, uma nova concepção de infraestrutura vem surgindo nas últimas décadas impulsionada, principalmente, pela urgência da reconciliação entre humano e natureza para a sobrevivência das espécies.
Entre as novidades do novo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), lançado recentemente pelo Governo Federal, está a inclusão da modalidade "melhoria habitacional". É uma introdução necessária, porque atende populações historicamente desassistidas – e as mais vulneráveis aos impactos cada vez mais frequentes e severos da mudança do clima. É preciso iniciar uma nova trajetória de desenvolvimento sustentável, justo, inclusivo e de baixo carbono. Essa transição depende do acesso a habitação de qualidade, mas também a outras infraestruturas e serviços.
https://www.archdaily.com.br/br/998585/novo-minha-casa-minha-vida-abre-oportunidade-de-qualificacao-de-territorios-precarios-com-governanca-compartilhadaSimone Gatti e Henrique Evers
O metaverso está se mostrando um terreno fértil para pesquisa e experimentação, especialmente para os arquitetos. Este novo reino é atualmente indefinido e reúne muitas narrativas, explorações e oportunidades para arquitetos e designers moldarem um novo tipo de ambiente. Ferramentas como geradores de imagens por Inteligência Artificial estão contribuindo para a compreensão das suas inúmeras possibilidades. Embora eles ainda não façam parte da prática padrão, trazem a promessa de uma mudança na produção da arquitetura. Projetos conceituais como os apresentados a seguir não têm propósito externo mas, ainda assim, são importantes para a consciência das novas tecnologias que provavelmente terão um efeito significativo no futuro de nossa profissão.
A curadoria desta semana apresenta os melhores projetos de arquitetura não construída, destacando criações enviadas pela comunidade ArchDaily que experimentam um novo meio e integram novas tecnologias. De edifícios abstratos criados para serem experimentados por meio da realidade virtual no metaverso a investigações sobre a capacidade dos mecanismos geradores de imagens por IA de desenvolver expressões arquitetônicas inovadoras e até pesquisas em planimetria, os projetos a seguir estão ampliando os limites de como a arquitetura poderá ser na nova era dos desenvolvimentos tecnológicos.
O uso de materiais translúcidos na arquitetura brasileira tem sido uma tendência crescente nos últimos anos. Vidro laminado translúcido, policarbonato e acrílico são apenas alguns deles. Se possuem diferentes vantagens e desvantagens em relação ao custo, resistência a impactos, isolamento térmico e acústico, o que traça o benefício comum entre eles é o constante diálogo que propiciam entre interior e exterior.
Vinte anos após o nascimento do cinema, o espectador já se familiarizava com imagens catastróficas pós-apocalípticas. O cinema nasceu no final do século XIX, mais precisamente em 1896, com a exibição do aparelho chamado cinematógrafo, capaz de projetar imagens em movimento. Na estreia, os irmãos Lumière exibiram alguns curtas, impressionando o público com o movimento projetado em uma superfície bidimensional. Embora existam registros de pequenas filmagens datadas meses antes desse evento, A chegada de um trem na estação, um dos curtas exibidos no evento e filmado pelos próprios irmãos Lumiére, é considerado o primeiro filme do mundo.
Enquanto os governos do mundo lidam com as crises ambientais, a indústria da construção civil corre para reavaliar o projeto sustentável e desenvolver novas formas de medir sua eficiência. Consequentemente, os sistemas de certificação de edifícios verdes (GBCS) começaram a ganhar força no século XX para avaliar e promover práticas de construção ditas sustentáveis. No entanto, o chamado Sul Global enfrenta desafios distintos na construção de cidades sustentáveis. Suas nações em desenvolvimento exigem abordagens diferentes para projetar arquiteturas apropriadas, econômicas e inspiradoras para um futuro promissor.
No contexto contemporâneo, como já foi dito inúmeras vezes, parece que vivemos no que se chama de uma era digital. Uma pandemia global aumentou a popularidade dos meios digitais de comunicação — como o Microsoft Teams e o Zoom, e o aplicativo de mensagens multiplataforma WhatsApp com mais de 2 bilhões de usuários ativos. Do ponto de vista ambiental, vemos a migração dos negócios para a “nuvem” como uma vitória da sustentabilidade. Em termos simplificados e para citar um exemplo específico, as empresas podem abster-se de armazenar dados em discos rígidos externos, e armazenar seus dados em serviços de hospedagem de arquivos online.
Dentro de diversos – senão todos – programas arquitetônicos, existe uma função que é um requisito básico e comum a eles: o banheiro. Não se projeta uma residência, escritório, espaço comercial, teatro, museu, espaços religiosos, parques, escolas, sem ele. Em alguns países, o sanitário público faz parte da infraestrutura urbana, da mesma forma que o são transporte público ou coleta de resíduos. Direito básico da humanidade, ainda que negado para uma parcela considerável da população global, o sanitário acompanha o desenrolar histórico. A modernidade trouxe consigo a separação entre público e privado, e o cômodo passou a ser cada vez mais reservado na sociedade ocidental.
Poucos arquitetos na história tiveram a honra e o privilégio de intervir na famosa Praça de São Marcos em Veneza — marco turístico de inigualável valor histórico para a humanidade. Sir David Chipperfield é um deles. Como se não bastasse, deixou sua marca também em outro projeto de inestimável valor, embora muito mais recente: a Neue Nationalgalerie, projetada por Mies van der Rohe em Berlim. Os quatro séculos que separam essas duas joias parecem não impor dificuldades para o vencedor do Prêmio Pritzker de 2023, que refuta um estilo internacional de arquitetura em busca de um traço que destaque as qualidades locais.
Reunindo pesquisas científicas atuais, um novo relatório de ciência climática do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU foi aprovado e divulgado depois de intensas negociações entre os principais cientistas do mundo e governos. Com 37 páginas, o Relatório de Síntese da Sexta Avaliação do IPCC (AR6), reúne seis relatórios científicos e políticos aprofundados, e tem como público alvo principal os formuladores de políticas.
Ao emular técnicas manuais de fabricação, a impressão 3D utiliza modelos digitais para criar objetos tridimensionais personalizados através de um processo de produção aditivo. Essa ferramenta permite que a arquitetura explore formas, estruturas e materialidades inovadoras, fornecendo novos caminhos para o pensamento criativo. Expandindo progressivamente seus limites, a impressão 3D está integrando outras tecnologias existentes para desbloquear novos usos e tipologias. É o caso do trabalho de Philipp Aduatz, que combina estruturas texturizadas impressas em 3D com iluminação LED, adicionando uma nova camada de complexidade para permitir a criação do primeiro estúdio de cinema impresso em 3D do mundo.
Melhor para a visão, melhor para os olhos, melhor para a saúde e melhor para o humor, a luz natural é compreensivelmente o método de iluminação preferido da maioria, mas é um recurso incontrolável. Pode ser expandido com janelas maiores, plantas livres e superfícies reflexivas ou em tons claros, mas, em última instância, dependendo da época do ano, não atingimos níveis satisfatórios de iluminação nos interiores.
No entanto, nem tudo é desgraça e melancolia. Conceitos de iluminação bem pensados podem transformar completamente um ambiente interno. Esta casa no Japão, por exemplo, destaca suas características arquitetônicas com iluminação oculta, conferindo à elas vida noturna, enquanto este cinema de pequena escala também usa faixas de iluminação indireta para definir graficamente seu interior.
O Prêmio Pritzker de 2023 foi concedido a Sir David Chipperfield, arquiteto, urbanista e ativista nascido em Londres. David Chipperfield fundou seu escritório de arquitetura em 1985 em Londres, sob o nome David Chipperfield Architects, após moldar sua carreira trabalhando com renomados arquitetos como Norman Foster, Richard Rogers e Douglas Stephen. Ele estudou arte e arquitetura na Kingston School of Art, graduando-se em 1976, e continuou seus estudos na Architectural Association School of Architecture em Londres, concluindo em 1980. Hoje, a David Chipperfield Architects se expandiu para incluir escritórios em Berlim, Xangai, Milão e o mais recente escritório aberto em Santiago de Compostela.
Já publicamos antes sobre a preferência por chuveiros em vez de banheiras no quesito saneamento. Uma terapia de higiene instantânea, eles são mais rápidos, mais limpos, mais eficientes em termos de energia e usam menos água do que seus irmãos horizontais.
A popularidade dos chuveiros significa que há uma enorme variedade de formas, tamanhos e tipos no mercado. No entanto, o planejamento do banheiro pode ser exaustivo com tantas opções para escolher. Aqui estão seis perguntas simples a fazer ao definir um local para o box perfeito se adequar a qualquer tipo de espaço, estilo de vida ou preferência.
O que vem à sua mente quando você pensa em tecnologia? De todas as palavras que surgem na sua cabeça, “antigo” provavelmente não é uma delas. Sempre pensamos em tecnologias como algo que está no futuro.
Em um mundo onde soluções de alta tecnologia são praticamente sinônimo de desenvolvimento, Julia Watson adotou uma abordagem contrária. A designer australiana radicada em Nova York passou boa parte de sua carreira viajando para comunidades indígenas nas partes mais remotas do mundo – do Benin ao Iraque – para estudar como podemos aplicar suas inovações antigas ao ambiente contemporâneo de nosso planeta.
Cemitérios estão entre os programas arquitetônicos com maior carga simbólica. Sugerem rituais, rigor e solenidade, ao mesmo tempo que devem oferecer algum tipo de conforto ou acolhimento, senão para aqueles que se despedem de seus entes queridos, pelo menos para “garantir" um pós-morte digno para aqueles que se foram. O Cemitério de San Cataldo, de Aldo Rossi e Gianni Braghieri, à primeira vista, cumpre com a primeira parte da afirmação anterior. Em parte porque o projeto não foi inteiramente construído, a austeridade e vazios predominam. Mas ao se considerar o projeto proposto, talvez a aridez se mantivesse, e a dureza fosse sentida com mais ênfase. Composto de edifícios de formas puras quase abstratas, sem detalhes ou revestimentos nobres, o projeto do cemitério é um bom exemplo da produção de Aldo Rossi à época de sua concepção, por volta de 1970.
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Em 1950, Le Corbusier foi convidado a projetar a nova capital do estado indiano de Punjab, a cidade de Chandigarh, após sua separação e recente independência. A oportunidade de criar uma nova utopia foi inigualável e agora é vista como uma das maiores experiências urbanas da história do planejamento e da arquitetura. A cidade foi formada por padrões viários em retícula ortogonal, de estilo europeu, e edifícios em concreto aparente — o auge dos ideais de Corbusier ao longo de sua carreira. Mas o que é menos conhecido sobre a concepção e realização de Chandigarh foi a mulher que trouxe para o projeto sua experiência em projetar habitações sociais em toda a África. Por três anos, trabalhando ao lado de Corbusier e ajudando-o a projetar alguns dos edifícios mais conhecidos de Chandigarh, esteve Jane Drew.
Um artigo recente do professor de Direito Richard Schragger invoca o livro Morte e Vida das Grandes Cidades, de Jane Jacobs, em defesa do zoneamento. Schragger escreve que, de acordo com Jacobs, os bairros da cidade florescem por causa da “diversidade dos usos do solo no espaço” e o zoneamento deve proteger as qualidades desses bairros por meio do “zoneamento para a diversidade”, o que requer “limitar o desenvolvimento, controlar a densidade e preservar estruturas históricas”.