O armazenamento de energia renovável, sobretudo eólica e solar, ainda é um desafio. Mas, cientistas da Universidade Técnica Chalmers, na Suécia, estão dando um grande passo rumo à criação de uma bateria ecológica feita de cimento. O projeto, ainda em fase de protótipo, é focado na construção civil.
Muitas vezes, ao morar no Japão, seja ocupando uma casa compartilhada ou alugando seu próprio apartamento, você terá uma quantidade limitada de espaço. Isso decorre principalmente da escassez de terrenos no país: 73% das terras disponíveis são montanhosas e outra grande porcentagem das terras planas é usada para agricultura. Além disso, há também a questão da superlotação nas áreas urbanas. Devido a esses fatores, o preço da terra é muito elevado, obrigando a maioria das pessoas a viverem em residências pequenas.
A arquitetura, entendida como qualidade espacial e de projeto, é muitas vezes vinculada diretamente à riqueza, quase um artigo de luxo destinado a ser aproveitado por poucos em nossa sociedade, sobretudo quando nos referimos a projetos habitacionais em países com grande desigualdade social. Apesar da amplitude que a análise de projetos habitacionais pode ter, este texto pretende refletir sobre a produção de habitação coletiva atual, que tem na qualidade do ambiente construído um resultado derivado da compreensão da moradia como mercadoria e não como direito.
O concreto lidera a construção civil no Brasil estando presente em quase 90% das obras. Essa predominância se deve às suas características específicas como o baixo custo, se comparado com outros materiais, durabilidade, alta resistência às intempéries e versatilidade que facilita a sua produção e manejo por ser uma substância plástica que permite ser moldada.
A fim de tirar vantagem dessa última característica, surgem nos projetos diferentes texturas feitas a partir do concreto, seja por sua maneira de aplicação ou tipo de fôrma utilizada. Quando se trata das fôrmas, é importante perceber que, apesar de serem um elemento provisório na obra, podem custar cerca de 10% do total da construção, sendo feitas em diversos materiais como madeira, metal, plástico ou até mesmo papelão.
O cômodo feito para os trabalhadores "descansarem", como é dito no discurso atual em que se tenta camuflar a origem e o significado do conhecido “quarto de serviço”, "quartinho de empregada’’ ou "quartinho da bagunça’’ que normalmente é encontrado próximo a áreas de trabalho da morada contemporânea, tem um significado histórico, cultural, social e econômico dentro do contexto atual que pouco é questionado.
A segregação residencial na Índia urbana vem do antigo sistema de castas que divide a sociedade em grupos hierárquicos. Os ambientes construídos são um reflexo da ordem social e dos ideais dinâmicos da sociedade. Bairros e cidades são relíquias culturais moldadas por diversas comunidades, algumas com mais voz do que outras. Nas últimas décadas, as metrópoles indianas têm crescido com a urbanização. A segregação residencial que padroniza as cidades da Índia pode ser compreendida através do sistema de castas. A questão, no entanto, é em grande parte interseccional. Forças enraizadas em classe, religião e gênero também estruturam o cenário social do país.
Seja uma pequena varanda, um acesso a uma área verde ou um jardim privado, o espaço exterior tornou-se um privilégio para muitos, especialmente com o início da pandemia de Covid-19 e os vários períodos de lock down subsequentes. O espaço verde na cidade está constantemente sob ameaça do mercado ou de governos que buscam aumentar a densidade habitacional para alimentar uma demanda crescente por desenvolvimento suburbano. Como resultado, os jardins e o acesso a espaços verdes/exteriores têm diminuído nos últimos anos em algumas grandes cidades do mundo, uma vez que a prioridade é abrigar o maior número de pessoas possível em empreendimentos residenciais, muitas vezes desconsiderando características benéficas como o acesso a áreas externas.
Em termos de condições de vida, a falta de acesso a esses espaços apresenta desigualdades evidentes, reveladas em períodos de confinamento e restrições durante a pandemia. As pessoas foram confinadas em suas casas e espaços ao ar livre locais, onde poderiam se exercitar. Quem teve acesso a estes espaços públicos e teve os seus próprios jardins/espaço exterior teve muita sorte no sentido de poder usufruir de um elemento do exterior. Enquanto os menos afortunados em apartamentos e áreas pobres enfrentavam condições claustrofóbicas e desmoralizantes, contidas dentro da concha de suas casas.
No final do século XIX surgia o skate nos Estados Unidos, patenteado oficialmente em 1936, o esporte já enfrentou diversos preconceitos, mas assim como as dinâmicas social e urbana, das quais faz parte, perdurou para demonstrar que sua vivência vai muito além das visões conservadoras e trouxe uma nova forma de vivenciar a cidade ao experimentar movimentos do próprio corpo diante do desenho urbano ou arquitetônico.
Junho é o mês em que se comemora o dia da imigração japonesa no Brasil, país que guarda a maior colônia fora do Japão, somando mais de 2 milhões de japoneses e descendentes. Desde o século XX, famílias japonesas imigraram para as regiões rurais brasileiras, formando uma colônia sólida no interior de estados como São Paulo, chegando a influenciar muitos aspectos da cultura local.
Com 78 metros de altura, o Museu do Futuro (Museum of the Future - MOTF) está longe de alcançar o famoso skyline de Dubai, que apresenta arranha-céus como o Burj Khalifa incomparável - a torre mais alta do mundo. No entanto, com sua forma ousada e fachada impressionante iluminada por mais de 14.000 metros de caligrafia árabe, certamente consegue tomar seu lugar entre os edifícios mais emblemáticos da cidade. O premiado projeto de Killa Design e Buro Happold, descrito por muitos como "o edifício mais bonito do mundo", foi inaugurado em fevereiro de 2022 no Distrito Financeiro de Dubai. Em uma área total construída de 30.000 m², acomoda espaços de exibição para ideologias, serviços e produtos inovadores, além de espaços de teatro, um laboratório e um centro de pesquisa.
No início desse ano presenciei uma situação instigante. Acompanhei, via um amigo arquiteto, a negociação para a contratação de um projeto arquitetônico de uma residência unifamiliar. A proprietária do terreno, uma professora da rede pública, buscou auxílio profissional para construir sua tão sonhada casa, estimada em mais ou menos 60 metros quadrados. Tratava-se de um terreno desafiador, com recortes específicos e uma topografia muito acentuada que era compensada pela vista da cidade. O orçamento limitado e o histórico da proprietária indicavam que essa seria a versão litorânea da famosa Casa Vila Matilde do Terra e Tuma.
Entre as boas práticas de cidades contemporâneas estão objetivos como a proximidade entre casa e trabalho, a mistura de usos, a busca de uma densidade que permite caminhabilidade e que os térreos dos edifícios sirvam de “olhos da rua”, nas palavras da urbanista Jane Jacobs, voltados para as calçadas. Como exemplos dessas características estão cidades como Paris, com a sua vida de estabelecimentos voltados para o passeio, Barcelona, com suas quadras elaboradas pelo Plano Cerdá, Nova York, com sua intensa vida urbana na ilha de Manhattan, e Hong Kong, com a sua enorme densidade em um pequeno pedaço de terra. Todos esses exemplos estão situados em realidades distintas da vida urbana do Brasil, um país emergente.
A mudança do clima nas cidades brasileiras é um desafio de adaptação e equidade. Inundações, alagamentos, deslizamentos, secas e ondas de calor são cada vez mais frequentes e intensas. Quando atingem o meio urbano, geralmente afetam mais quem é mais pobre. Cidades precisam se adaptar com urgência, a começar pelas áreas e populações mais vulneráveis. Implementar soluções baseadas na natureza de forma sistêmica pode contribuir para a redução de desastres relacionados às mudanças do clima e ainda gerar múltiplos benefícios para a economia, o ambiente e as pessoas.
https://www.archdaily.com.br/br/983817/solucoes-baseadas-na-natureza-para-adaptacao-em-cidades-o-que-sao-e-por-que-implementa-lasHenrique Evers, Bruno Incau, Lara Caccia e Fernando Corrêa
O design participativo é um processo democrático que visa oferecer contribuições iguais para todas as partes interessadas, com foco particular nos usuários, geralmente não envolvidos diretamente no método tradicional de criação espacial. A ideia baseia-se no argumento de que envolver o usuário no processo de concepção pode ter um impacto positivo na recepção desses espaços. Facilita o processo de apropriação, ajuda a criar locais representativos e valiosos e, assim, cria resiliência dentro do ambiente urbano e rural.
Wikkelhouse / Fiction Factory. Image Courtesy of Yvonne Witte
"A Arquitetura não muda nada. Está sempre do lado dos mais ricos." Com essas palavras, Oscar Niemeyer se referiu à arquitetura como um privilégio destinado principalmente à classe alta - uma declaração que historicamente provou ser verdadeira, mesmo como alguns gostariam de negar. Hoje, apenas 2% de todas as casas ao redor do mundo foram projetadas por arquitetos. Isso se deve em grande parte ao fato de que, aos consumidores médios, as casas projetadas por arquitetos continuam sendo percebidas como produtos caros e inatingíveis disponíveis apenas para este poucos selecionados; Um luxo que muitos não podem entender, especialmente à medida que os preços da habitação aumentam. Por fim, isso torna o bom projeto inacessível para certos segmentos, forçando -os a se contentar com condições de vida precárias em espaços padronizados que não levam em consideração suas necessidades (ou seja, se eles têm acesso à moradia).
Enquanto catalisadores democráticos, os espaços educacionais desempenham um papel fundamental na formação de indivíduos e comunidades como um todo. Estes lugares, onde os estudantes passam uma parte significativa do tempo desenvolvendo suas capacidades, habilidades e competências, são mais do que um pano de fundo para a promoção de um direito fundamental, eles são elementos-chave para proporcionar igualdade de oportunidades para todos.
Instalações de livre acesso e de uso comum, tais como pátios escolares, quadras e auditórios são grandes exemplos de como os espaços podem encorajar estudantes, professores, pais e membros da comunidade a aprenderem uns com os outros em um diálogo ativo. Flexibilidade e acessibilidade são dois outros pontos-chave para promover a democratização tanto da arquitetura quanto da educação, como visto em programas que vão além do horário escolar pré-estabelecido e incentivam as comunidades a se envolverem, por exemplo.
Há futuro para nossas cidades se não mudarmos para um modo de vida sustentável? Há algum tempo, a sustentabilidade urbana adotou um ponto de vista mais a partir das mudanças climáticas do que de uma visão holística que incorpora a sociedade e a forma como vivemos em comunidade.
Que novas formas de habitar estamos vivenciando com as mudanças sociais, econômicas e ecológicas? Definitivamente, precisamos trazer à mesa exemplos que ocorreram em diferentes partes do mundo e entender as últimas tendências na maneira como vivemos em nossas cidades.
Queremos ouvir de você não apenas exemplos de co-living, cooperativas e qualquer novo tipo de habitação social que você considere referência, mas também sua opinião sobre o assunto. Os comentários deixados no formulário a seguir serão selecionados e publicados em um próximo artigo.
Ao se tornar um país soberano, livre do domínio britânico, o povo da Índia se viu diante de perguntas que nunca haviam respondido. Vindo de diferentes culturas e origens, os cidadãos começaram a se perguntar o que significaria a Índia pós-independência. Os habitantes agora tinham a opção de construir seu próprio futuro, com a responsabilidade de recuperar sua identidade — mas qual era a identidade da Índia? Eram os templos e as cabanas do povo indígena, os altos palácios da era Mughal ou os escombros do domínio britânico? Iniciou-se a busca por uma sensibilidade indiana contemporânea que levasse as histórias coletivas dos cidadãos em direção a um futuro de esperança.
Onde nos formamos como sujeitos da democracia? Onde tomamos consciência do indivíduo e do coletivo? Onde forjamos o caráter para viver juntos? Estas são apenas algumas das questões que a cooperativa de arquitetura Coonvite procura abordar a partir do desenvolvimento desta instalação artística chamada Ágora. Reunindo expressões e opiniões em torno da democracia, Víctor Muñoz foi o responsável pela curadoria do projeto, que está em exposição até 31 de julho no Centro de Artes da Biblioteca EAFIT em Medellín, Colômbia.
O quadriculado do xadrez é um clássico que vai muito além de estampas da moda. Presente na arquitetura há séculos, arquitetos e designers optam pelo seu ritmo como uma alternativa para enaltecer a composição dos espaços através de sua marcação em piso ou paredes, mas também em elementos de decoração como tapetes e almofadas.
De maneira geral, para garantir a circulação universal das pessoas, as calçadas devem apresentar superfície regular, contínua, firme, antiderrapante e sem mudanças de níveis ou inclinações. Na prática, sabemos que é raro encontrar calçadas que atendam a esses parâmetros de qualidade. De todos os elementos que compõem uma calçada, a exploração dos recursos de pisos e o enfrentamento da topografia são fundamentais para garantir qualidade no desenho urbano.
No quesito de aprimoramento arquitetônico, os vitrais são frequentemente reunidos para produzir representações de arte decorativa, permitindo que a luz filtre e penetre em uma estrutura ou edifício específico. Como componente, é ao mesmo tempo, decorativo e funcional, uma vez que permite a entrada de uma quantidade substancial de luz em um espaço, para efeito atmosférico e benéfico.
De tempos em tempos, há pessoas que propõem transporte público gratuito. Os apoiadores têm uma variedade de motivos, incluindo uma tentativa de comparar com carros, socialismo ideológico, externalidades positivas e a eficiência de se livrar da cobrança de tarifas.
https://www.archdaily.com.br/br/984731/os-custos-do-transporte-publico-gratuitoAlon Levy
Não são poucas as histórias de ficção que nos fazem sonhar com a automatização em nossas vidas. Robôs e geringonças cheias de luzes e botões prometem facilitar e transformar nossas rotinas, além de influenciarem a estética com uma linguagem futurista. Na realidade, além de replicar essa estética na arquitetura, hoje em dia nos deparamos com tecnologias de inteligência artificial que avançaram o suficiente para serem incorporadas aos projetos de arquitetura mais simples, como as residências unifamiliares.