A região que conhecemos hoje como a Zona Metropolitana do Vale do México (ZMVM) tem tido uma ocupação contínua e dinâmica há mais de 4.000 anos. Evidências arqueológicas e antropológicas revelam a presença de sociedades humanas complexas nas margens da bacia, começando com Tlatilco e Cuicuilco no período pré-clássico mesoamericano, passando por Teotihuacan no período clássico, e culminando com os diferentes centros urbanos da afiliação Nahua no período pós-clássico, com destaque as cidades do México de Tenochtitlan-Tlatelolco, assim como Texcoco, Azacapotzalco, Iztapalapa e Chalco, entre muitas outras.
Artigos
A estetização da desigualdade: paisagens contrastantes na periferia da Cidade do México
Caminhabilidade, o que é?
Desde o higienismo no início do século 20 ao macroplanejamento da urbanização nos anos 1970, o modelo de urbe visava à abertura de largas avenidas, que faziam a articulação entre bairros (centro e extensão) através dos transportes motorizados: a cidade sobre pneus. Este modelo de urbanização norte-americano, seguido pelas cidades brasileiras, privilegia a verticalização das edificações e os transportes individuais em detrimento dos transportes coletivos.
Arquitetura como identidade: conhecendo a obra de Gustavo Penna Arquiteto e Associados
“No local escolhido para a construção estava plantada uma das casas antigas de BH, que seria grato preservar do esquecimento. Engenhosos, Penna e sua equipe inseriram no conjunto o arco de entrada da velha construção. Criaram assim um elo visível entre o passado e o tempo presente. [...] O excelente trabalho dá à gente a alegria de sentir que nem tudo está perdido em Belo Horizonte. Os moços apontam o caminho”. Em 1982, quase no fim da sua vida, Carlos Drummond de Andrade escreve essa crônica para o Jornal do Brasil, o projeto em questão diz respeito à Sede da Casa do Jornalista de Belo Horizonte, escolhido por meio de concurso que teve como Gustavo Penna o grande vencedor.
O futuro das cidades é a micromobilidade?
Durante a pandemia, em um momento em que muitos dos padrões aceitos de vida na cidade foram alterados, bairros e comunidades ao redor do mundo estão começando a considerar a possibilidade de não voltar a ser como eram.
Várias pessoas precisaram vender seus carros por ficarem mais tempo em casa e isso teve uma consequência nas ocupação das vagas de estacionamento. Ao mesmo tempo, atividades ao ar livre foram estimuladas e até comer e fazer compras no meio da rua com ventilação natural se tornou mais saudável para diminuir os índices de contaminação.
1 Hora no trânsito: uma constante imutável?
Em 1870, o tempo médio de trabalho semanal nos EUA era de 57 horas, em 2000, já tinha caído para 39 horas, redução de 32%. A França passou de 66 para 34 horas, redução de quase 50%. No mundo, a redução da jornada de trabalho foi em média de 64 para 36 horas, mostrando que a evolução tecnológica pode ter contribuído para a redução do tempo dedicado às atividades laborais.
Como o capital privado torna a crise imobiliária ainda pior
Este artigo foi publicado originalmente no Common Edge.
A crise habitacional dos Estados Unidos não é um problema recente. Mas relatos recentes de hedge funds privados comprando casas isoladas e geminadas, podem deixar uma situação difícil ainda pior. Quando os hedge funds compram essas propriedades, essas casas provavelmente não voltarão ao mercado imobiliário. Elas desaparecem por agora e, provavelmente, para sempre.
5 Lições latino-americanas para a implementação de infraestruturas para a bicicleta
A pandemia da Covid-19 levou muitas cidades a acelerar a implementação de ciclovias pop-up ou temporárias para facilitar viagens seguras durante os períodos mais críticos da crise sanitária. Muitas dessas ciclovias foram inovadoras em seus contextos – vide o caso de Buenos Aires, que implementou, pela primeira vez, ciclovias em grandes avenidas, oferecendo conexões mais diretas para quem pedala.
Estados concretos: o legado habitacional da era soviética
Quando as cidades crescem, com suas populações em expansão, a habitação torna-se um componente essencial do caráter urbano das metrópoles. Experimentos habitacionais têm sido espalhados por governos em todo o mundo, com diferentes resultados e, sem dúvida, opiniões divergentes. Os conjuntos habitacionais da era soviética da Europa central e oriental são particularmente interessantes a esse respeito.Esses projetos de habitação em massa foram descartados e vistos como gigantes monstruosidades. O legado deles é mais complicado do que isso.
Guia apresenta estratégias para tornar cidades caminháveis para idosos
A caminhada pode ajudar a prevenir e amenizar sintomas de doenças. É uma atividade física de graça e que pode ser feita em qualquer local. Para alguns, é um meio de transporte para se deslocar ao longo do dia. Para outros, um passatempo para explorar um bairro desconhecido no fim de semana. Mas, para que seja uma atividade prazerosa, é preciso estímulo dos governantes: é o que busca a “Cartilha orientativa de desenho urbano para melhoria da caminhabilidade da população idosa”, nova publicação da USP.
Intervenção costeira com impressão 3D: bancos e abrigos para a fauna aquática
À medida que a humanidade toma consciência do seu impacto no meio ambiente, também tem buscado formas para reverter alguns dos malefícios causados à fauna e à flora, sobretudo nas cidades. Nosso padrão de vida, de consumo e de construção tem causado danos severos à natureza. De fato, segundo um estudo no Weizmann Institute of Science, estamos em um ponto de inflexão onde a massa de todos os materiais fabricados pelo homem é igual à biomassa do planeta, e isso deve dobrar até 2040. Mas não necessariamente tudo o que construímos deve ter um impacto negativo. O projeto "The Tidal Dout" é um exemplo, parte de um projeto de revitalização abrangente em Kuk Po Village em Sha Tau Kok em Hong Kong, e que consegue reunir duas ecologias diferentes, o ambiente antropocêntrico e o natural.
Mulheres e a divisão do trabalho na arquitetura: palestra com Ana Falú
A Escola da Cidade, por meio do evento XVI Seminário Internacional – Cidades em debate: olhares e práticas contemporâneas, recebeu a arquiteta Ana Falú para discutir a importância de interseccionar temas complexos que trazem luz sobre as desigualdades e permitam falar do feminismo plural. Na conferência, a arquiteta e ativista social argentina propõe apresentar investigações feministas que tratem de projeto e de políticas urbanas a partir das perspectivas de gênero, em especial na América Latina.
Parlamentos ao redor do mundo: projetando a arquitetura dos governos
A arquitetura dos edifícios governamentais está há muito tempo relacionada aos ideais compartilhados pela sociedade que ele representa. Os parlamentos, em especial, são construídos para refletir os objetivos de sua região e representar grupos da comunidade local. Isso resulta em características de projeto singulares, quando se trata de órgãos legislativos. De modo geral, parlamentos incluem vários tipos de assembleias deliberativas, consultivas e judiciais. Ao analisar novos projetos de edifícios governamentais, nota-se que os parlamentos estão se adaptando para refletir a vida contemporânea.
O paisagismo como protagonista em 13 projetos residenciais
Ambientes saudáveis e visualmente atraentes se tornaram alvo de um interesse renovado quando se trata de projetar casas e espaços residenciais, especialmente no contexto global atual. Um modo de alcançar isso é por meio de um cuidadoso projeto paisagístico que complemente a arquitetura. A arte do paisagismo é o arranjo de elementos da natureza combinados com elementos arquitetônicos, como estruturas externas e pavimentação, a fim de criar soluções específicas que melhorem a qualidade dos espaços.
Arquitetura e natureza: como a arquitetura pode se inspirar em elementos naturais
A natureza é muitas vezes utilizada como fonte inspiradora para a arquitetura. Seja a partir de suas formas, a extração e utilização de seus materiais, ou até a incorporação de processos físicos e químicos nas tecnologias empregadas, é sempre relevante procurar relações entre o meio construído e o meio natural. Dos muitos ecossistemas presentes no planeta Terra, os oceanos representam a maior parte da superfície e guardam em si histórias, místicas, símbolos e formas que podem ser referenciadas na arquitetura.
Casas brasileiras e sua relação com a natureza
Apesar da fauna e flora abundantes, muitas vezes a arquitetura brasileira resiste em encontrar estratégias para integrar a casa ao meio natural, seja ela dentro do centro urbano, seja ela emaranhada nos diversos biomas brasileiros. Selecionamos 16 casas brasileiras que integram a habitação com a natureza em diferentes cenários, a partir de diferentes abordagens.
Como as “fronteiras desertas” levam as cidades à decadência
Municípios diversificados, intensos e com combinações de usos possuem as sementes de sua própria regeneração, com energia de sobra para solucionar os problemas e as necessidades que apareçam, defende a jornalista, escritora e ativista Jane Jacobs em seu livro “Morte e vida de grandes cidades”. Lançada em 1961, a obra é uma referência até hoje para planejadores urbanos que desenvolvem cidades para pessoas, com vias seguras, vibrantes e que incentivam a circulação de seus moradores em diferentes horários e para a realização de variadas atividades. A partir da análise de localidades dos Estados Unidos, a autora afirma que a melhor maneira de desenhar ou reurbanizar os municípios é olhando para os indivíduos e como eles se movimentam pelas ruas e as utilizam — e não partindo de visões idealistas.
Escadas com jardim: um paisagismo oportuno
De papel relevante na composição espacial, as escadas podem gerar dinamismo no espaço e trazer o movimento do corpo para a arquitetura. Em alguns projetos, elas ganham um destaque ainda maior ao serem acompanhadas por um desenho paisagístico, que traz o verde para os interiores e transforma o modo como percebemos o espaço ao mesmo tempo que brinda diversas vantagens para o usuário.
Crianças: grandes atores na produção social do habitat
Quando falamos de produção social, tratamos dos processos em que os líderes das comunidades são adultos que representam e tomam as decisões por sua comunidade; mas deixamos de fora as crianças que também se apropriam e vivem em seus espaços. Quem têm imaginação e criatividade ilimitadas, que criam cenários em Marte em uma quadra de basquete. Quem têm as melhores corridas de carros na areia espalhada de seu quintal. Meninos e meninas que, por diferentes circunstâncias familiares ou econômicas, não podem escrever uma carta, mas conseguem dizer o que sentem e querem nas entrelinhas.
Rem Koolhaas sobre o fenômeno dos arranha-céus e o potencial dos Emirados de reinventar a urbanização
Rem Koolhaas, co-fundador do Office for Metropolitan Architecture (OMA), ganhador do Prêmio Pritzker em 2000 e um dos mais proeminentes teóricos do urbanismo hoje em dia, foi um dos primeiros a questionar o fenômeno dos arranha-céus e sua influência na transformação da cidade. Particularmente intrigado com a região do Golfo Pérsico e as ambições urbanas desta área, em 2009, durante a 9ª edição da Bienal de Sharjah, fez uma palestra sobre o potencial de reinventar a urbanização nos Emirados Árabes Unidos.
Por ocasião do jubileu de ouro dos Emirados Árabes Unidos, marcando 50 anos desde que foram fundados em 1971, 50U, publicado pela Archis, explora os diferentes desenvolvimentos no Golfo, esta região que "testemunhou a transformação de uma cidade parcialmente nômade, parcialmente baseada na comunidade em uma sociedade metropolitana globalmente ativa”. Depois de Al Manakh, em 2007, seguido em 2010 por Al Manakh Cont’d, 50U conta a história dos Emirados Árabes Unidos por meio de 50 retratos de pessoas, plantas e lugares. O livro também compartilha um trecho da palestra de Koolhaas em 2009 que reflete sobre as condições contemporâneas, focando especificamente em sua leitura de Dubai, seu envolvimento arquitetônico e suas previsões urbanas futuras.
Arquitetura construída em fábricas? 10 casas pré-fabricadas e seus detalhes construtivos
Você moraria em uma casa construída em uma fábrica? A evolução tecnológica no projeto e produção arquitetônica está trazendo mudanças inegáveis na maneira como pensamos e construímos a arquitetura. A possibilidade de materializar uma casa através de um sistema de peças fabricadas industrialmente em uma área fora do canteiro final da obra abriu a porta para muitos arquitetos investigarem e experimentarem novos materiais e tecnologias alimentados pela fabricação digital.
Criando valor arquitetônico através da estética
Os seres humanos se esforçam muito para fazer o inexplicável ser entendido. A nossa espiritualidade torna-se religião. A justiça torna-se lei. E o que nos encanta torna-se a estética, e a estética se reduz ao “estilo” nas artes plásticas e na arquitetura. A descrição, depois a definição, da estética nos permite julgar e, com sorte, controlar o que nos emociona: "Os estilos podem mudar, os detalhes podem ir e vir, mas as amplas exigências do julgamento estético são permanentes". — Roger Scruton
Mas o prazer instantâneo que às vezes sentimos quando ouvimos, provamos, pensamos ou vemos partes de nossa experiência é irracional em sua apreensão. Tentamos criar valor em nossos resultados, definindo-os além da experiência — isso é estética.
O minimalismo está morto?
A estética visual das últimas décadas pode ser definida como projetar com os princípios do “nada”. Seja por meio de arte, estilo de vida, moda, design industrial ou de interiores, há uma suposta necessidade de manter as coisas no mínimo, promovendo a tendência globalmente amada e altamente criticada do minimalismo. Minimalismo é essa noção de reduzir algo a seus elementos necessários, mas quem está decidindo o que é necessário e quem está decidindo o que é demais? Com essas questões em mente, combinadas com mudanças radicais no consumismo e na maneira como as pessoas vivem nos últimos anos, as tendências atuais mostraram que o minimalismo veio para ficar, mas não sem uma reviravolta.
As cidades mais populosas do mundo em 2022
Atualmente, metade da população mundial vive em cidades, segundo os últimos relatórios da ONU-Habitat, e as previsões mostram que esse número deve aumentar para dois terços da população até 2050. Essa realidade intensifica exponencialmente os desafios urbanísticos, tornando mais evidente do que nunca a necessidade de transformação de nossas cidades. Anualmente, a estimativa da população mundial avalia o crescimento das cidades e o número de moradores que vivem em áreas metropolitanas para que as tendências globais sejam analisadas. Em 2022, a lista dos 20 países mais populosos manteve-se semelhante à edição de 2021, com ligeira alteração em números e posições. Tóquio manteve o status de maior cidade do mundo, com 37 milhões de habitantes, enquanto Delhi e Xangai seguiram em segunda e terceira posições.
Comparando os resultados com a edição de 2021, a única queda que pode ser observada no top 20, envolve ambas as cidades japonesas, Tóquio e Osaka. O restante da lista teve, em média, um crescimento de 1,8% no total de pessoas residentes em regiões metropolitanas. De fato, as cidades africanas Kinshasa, na República Democrática do Congo, e Lagos, na Nigéria, reuniram as taxas mais altas, com um aumento de residentes de 4,39% e 3,54%, respectivamente, em 1 ano. A maior cidade do continente americano ainda é São Paulo no Brasil, seguida de perto pela Cidade do México e Buenos Aires. Na Europa, Istambul é a mais populosa, com mais de 14,5 milhões de habitantes.