Parque Manancial de Águas Pluviais / Turenscape. Imagem cortesia de Turenscape
Segundo a arquiteta e pesquisadora Patrícia Akinaga, o urbanismo ecológico surgiu no final do século XX como estratégia para criar uma mudança de paradigma no que diz respeito ao desenho das cidades. Com isso, os projetos urbanos deveriam ser pensados a partir das potencialidades e limitações dos recursos naturais existentes. Ao contrário de outros movimentos anteriores, no urbanismo ecológico a arquitetura não é o elemento estruturador da cidade — a própria paisagem o é. Ou seja, as áreas verdes não devem existir apenas para servir ao embelezamento dos espaços, mas como verdadeiros artefatos de engenharia com potencial de amortecimento, retenção e tratamento das águas pluviais, por exemplo. Com o urbanismo ecológico, o desenho urbano passa a ser definido pelos elementos naturais intrínsecos ao seu tecido.
Panorámica del barrio Kennedy en 1964. Desde ese año recibió este nombre, antes se llamaba Ciudad Techo. Archdaily. Image Cortesía de Felipe Cardona
Em um terreno de 350 hectares, 24 superquadras organizam as dez mil unidades habitacionais do conjunto Ciudad Kennedy, em Bogotá. A sua construção, entre 1961 e 1963, abarca um projeto de cidade que está inserido em uma trama social, política e ideológica que envolve a Colômbia em particular, mas que é compartilhada por toda a América Latina em alguma medida durante o período da Guerra Fria.
O artesanato traduz a cultura de um povo e, por isso, carrega em si uma forte presença quando colocado nos espaços residenciais. Através das mais variadas técnicas, ele representa métodos tradicionais e age na memória de cada pessoa que o atravessa. Sendo assim, independente da escala na qual ele se apresenta - desde pequenos objetos de arte até grandes móveis, ou até mesmo como um componente da própria arquitetura -, pensar em elementos artesanais pode configurar um importante passo para aprimorar a linguagem estética de um projeto.
https://www.archdaily.com.br/br/977386/elementos-artesanais-materiais-e-texturas-para-enriquecer-os-ambientes-da-casaEquipe ArchDaily Brasil
Atualmente, o papel dos arquitetos excede os limites da construção, atingindo campos muitas vezes impensáveis, mas que, no entanto, demonstram uma relação estreita com a profissão. Se voltarmos no tempo, o fato é que muitos edifícios, casas, monumentos e até cidades foram construídos intuitivamente, sem contar com planejamento urbano ou arquitetos renomados. Sem dúvida, os arquitetos de hoje enfrentam um grande desafio que vai além de demonstrar nossas habilidades e conhecimentos, e se estende a outras áreas que nos envolvem, mas nós ainda não o conhecemos. Qual será, então, o perfil do arquiteto do futuro?
Com sede na cidade de São Paulo, o Atelier Marko Brajovic foi fundado em 2006 pelo arquiteto Marko Brajovic. Com uma prática multidisciplinar, a ideia do híbrido se manifesta como norte conceitual do escritório que atua em diversas frentes: arquitetura, cenografia, expografia, direção criativa, design de interiores e produtos. Com uma linguagem vasta que explora diferentes áreas, formatos e estéticas, seus projetos são, sobretudo, reconhecidos por romper com o cânone moderno e buscar soluções na natureza.
Em sua concepção mais difundida, o desenvolvimento sustentável é compreendido como a satisfação das necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as próprias necessidades. Ainda que ele seja frequentemente associado a questões ligadas ao meio ambiente e aos recursos naturais, o desenvolvimento sustentável vai além e envolve também aspectos sociais e econômicos, como justiça, inclusão e erradicação da pobreza.
A Califórnia, assim como a maioria dos Estados norte-americanos, passa por uma crise habitacional. Mas, diferente do resto país, está de fato trabalhando para aprimorar a situação, com iniciativas públicas e privadas que, para os críticos, não podem deixar de ser consideradas inadequadas. A região da Baía de San Francisco tornou as unidades de moradia acessórias legais alterando leis de zoneamento, mas isso quase não rendeu um impacto. Algumas cidades estão agora impulsionando. Algumas cidades agora pressionam por zoneamentos adicionais, para oferecer às incorporadoras mais espaço para construir novas edificações para o mercado a preços mais baixos de locação. Há todo tipo de estudo, financiado por universidades ou conduzidos pelo setor, que recomendam soluções mais ou menos radicais para um problema para o qual aparentemente não há solução. Os ambientalistas são naturalmente retratados como vilões, já que não admitem novos empreendimentos. E os californianos são duros com suas autoridades eleitas, como o atual governador descobriu no ano passado.
https://www.archdaily.com.br/br/976062/novas-construcoes-nem-sempre-sao-a-respostaMark Alan Hewitt
Recentemente, o Tec de Monterrey inaugurou o novo espaço Skyspace: Espíritu de Luz, uma instalação projetada pelo artista James Turrell que agora faz parte do DistritoTec em Monterrey, México. A obra, que foi concebida como um observatório para proporcionar uma experiência visual única através de uma sequência de luzes a cada 12 horas, de manhã e à noite, é parte de uma homenagem à vida e obra de Dom Eugenio Garza Sada e Eugenio Garza Lagüera.
O curso de pós-graduação Cidades em Disputa – pesquisa, história e processos sociais, da Escola da Cidade, recebeu Tainá de Paula, que ministrou a aula aberta “Corpo e territorialidades: o debate necessário da não cidade”. Criada em uma das favelas da Praça Seca, zona oeste do Rio de Janeiro, a arquiteta e urbanista se define como mulher preta, mãe e ativista das lutas urbanas, principalmente nas periferias e favelas. Na exposição, Tainá, que desde 2020 também atua como vereadora, discutiu os territórios subalternizados e a “não cidade”, que exclui e segrega, além de apresentar a necessidade urgente da elaboração de uma agenda de rompimento dessas condições, com a emancipação de raça, classe e gênero.
https://www.archdaily.com.br/br/978200/taina-de-paula-fala-sobre-corpo-territorialidades-e-a-nao-cidadeEscola da Cidade
O PVC, como é chamado o material sintético Policloreto de Polivinila, ou Policloreto de Vinil, é um dos plásticos mais produzidos do mundo, chegando a 40 milhões de toneladas por ano. Sua aplicação é bastante variada e na construção civil encontrou ramos distintos, servindo tanto como insumo para infraestrutura quanto para acabamentos.
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via Cities for Play. Designing Child Friendly High Density Neighbourhoods
A Escola da Cidade, por meio dos cursos Arquitetura, Educação e Sociedade e Mobilidade e Cidade Contemporânea do Programa de Pós-Graduação, em parceria com o programa Criança e Natureza do Instituto Alana, contou com a presença de Ursula Troncoso para oferecer duas aulas com a intenção de fomentar uma agenda de criação de cidades mais verdes, acessíveis e amigáveis às crianças que inclua a infância no centro do debate sobre cidades, entendemos ser necessária a formação de uma rede com articulação entre universidades, gestores públicos e sociedade civil, a fim de promover ações pautadas na inovação urbana, qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar para as crianças e para o planeta.
https://www.archdaily.com.br/br/978197/a-infancia-no-brasil-e-urbana-ursula-troncoso-fala-sobre-cidade-crianca-e-mobilidadeEscola da Cidade
O ambiente construído que habitamos pode ser hostil, tanto em uma escala arquitetônica individual quanto em um contexto urbano mais amplo. Pessoas em situação de rua, por exemplo, são dissuadidos de descansar em bancos públicos pela presença ameaçadora de grades e outras formas de arquitetura hostil. De uma lente global, vemos o impacto que as fronteiras têm em meio à hostilidade anti-imigração, exemplificado de forma imponente pelo fechamento da fronteira de Melilla entre o Marrocos e a Espanha. Esta "hostilidade" pode ser encontrada em um grande número de assentamentos ao redor do mundo, formados como resultado da migração orgânica ou configurados a partir do controle — como as cidades operárias criadas por grandes companhias.
A Escola da Cidade, por meio do Curso Geografia, Cidade e Arquitetura do Programa de Pós-Graduação, recebeu o arquiteto Camilo Restrepo como convidado para falar sobre como seus interesses acadêmicos instigam até hoje seu desenvolvimento profissional. Durante a aula, Restrepo, ao falar sobre a relação entre o território e desenho, apontou a Cordilheira não como uma fronteira e sim como uma condição interessante para a arquitetura nos Trópicos, por quase nunca a relação espacial se dar horizontalmente, em planta.
https://www.archdaily.com.br/br/978191/camilo-restrepo-o-mais-interessante-na-arquitetura-do-tropico-e-o-corte-e-nao-a-plantaEscola da Cidade
Pistas de patinação e gelo combinam temperatura, atmosfera e estruturas. Entre esporte e lazer, esses espaços são projetados em torno da experiência e do tempo como alguns dos espaços públicos mais interativos. Como uma arquitetura de recreação e lazer, os centros de patinação também abrigam uma variedade de esportes. Hoje, a arquitetura dos espaços de patinação engloba uma gama de programas e abordagens formais que definem algumas das atividades mais emblemáticas e sociais.
Embora as mulheres constituam metade da população, elas não são igualmente representadas quando imaginam, planejam, projetam e constroem o ambiente construído em todo o mundo. Prosperando para reequilibrar as forças e fechar a lacuna da desigualdade de gênero, o mundo está se movendo lentamente, mas seguramente para um futuro mais diversificado, equitativo e inclusivo. Olhando para 2021, este ano viu a seleção de Lesley Lokko como curadora da Bienal de Veneza 2023, Anne Lacaton ganhando com seu parceiro Jean-Philippe Vassal o Prêmio Pritzker 2021, a 6ª mulher a receber o prêmio, e o Museu MAXXI celebrando o papel transformador das arquitetas na evolução da profissão ao longo do último século.
O Dia Internacional da Mulher 2022, segundo a ONU, está centrado na “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”, com foco nas mulheres envolvidas na construção de um futuro sustentável, enquanto a plataforma oficial de 8 de março concentra seus esforços em quebrar o preconceito e eliminar a discriminação. Reconhecendo a cada dia a força feminina que molda o ambiente construído, neste ano, o ArchDaily, por outro lado, voltou-se para seu público global, buscando informações para lançar luz sobre ainda mais mulheres arquitetas, dos quatro cantos do mundo. Sempre tentando alcançar novos domínios, esta seleção de 25 profissionais busca ajustar a narrativa histórica, destacando as pioneiras do campo, apresentar profissionais estabelecidas moldando o mundo em que vivemos e compartilhar perfis de ativistas e acadêmicas envolvidas na mudança.
No projeto original para a Ópera de Sydney, Jørn Utzon imaginou as conchas suportadas por nervuras de concreto pré-moldado sob uma estrutura de concreto armado, o que se revelou proibitivamente caro. Sendo um dos primeiros projetos a utilizar cálculos computacionais, a solução final atingida em conjunto entre o arquiteto e o engenheiro estrutural consistiu em um sistema nervurado pré-moldado de cascas de concreto criadas a partir de seções de uma esfera. Já no Museu Guggenheim de Bilbao, a equipe de projeto utilizou o software CATIA - utilizado principalmente pela indústria aeroespacial - para conseguir modelar e materializar as complexas formas curvilíneas do volume revestido em titânio projetado por Frank Gehry. Projetos desafiadores tendem a suscitar a criatividade dos envolvidos para torná-los possíveis. Mas há sistemas construtivos que interagem bem com as tecnologias existentes. É o caso, por exemplo, da madeira engenheirada e do sistema BIM. Ao serem utilizados simultaneamente, costumam atingir projetos altamente eficientes e sustentáveis.
A fotografia é frequentemente considerada uma linguagem visual. A "mais literária das artes gráficas" é, no fim das contas, um sistema formal com uma estrutura comumente aceita e motivos reconhecíveis.
Cozinha Americana, 1946. Autor: Harris & Ewing, fotógrafo. N STREET, KITCHEN. [Entre 1905 e 1945] Fotografia. Recuperado da Biblioteca do Congresso dos EUA [www.loc.gov/item/2016861773/]. Imagem em Domínio Público [PD US Government]. Image via Wikimedia Commons
A descoberta do fogo foi um dos grandes acontecimentos que mudou a organização social dos aglomerados humanos, que passaram aos poucos do nomadismo ao sedentarismo. O fogo, que naquele contexto servia para manter as pessoas aquecidas e proteger o grupo, foi também sendo explorado como fonte de cocção de alimentos, o que não só mudou os hábitos alimentares dos humanos, como também possibilitou a conservação de mantimentos, alterando a organização social das comunidades. O preparo e as refeições eram atos coletivos, que reuniam as pessoas para se alimentar, se aquecer e se proteger. É desse hábito que herdamos a prática dos grandes banquetes e a valorização da alimentação e do momento de refeição. A preparação dos alimentos, em contrapartida, foi sendo paulatinamente marginalizada.
Ao passo que egípcios, assírios, fenícios, persas, gregos e romanos compartilhavam do hábito de realizar grandes banquetes, o preparo ganhava cada vez menos prestígio, perdendo sua dimensão social coletiva até ser fisicamente segregado em um cômodo específico: a cozinha.
Em cada uma das nossas narinas dois tipos de nervos assumem uma função imprescindível à nossa saúde. Os nervos olfativos e trigêmeos captam os odores e enviam informações ao cérebro, mais especificamente ao bulbo olfativo, para interpretação. Por sua vez, este se comunica com o córtex, responsável pela percepção consciente dos odores, mas também com o sistema límbico, que controla o humor e as emoções inconscientes. Esta é uma defesa do corpo quanto a maus cheiros ou odores irritantes ou fortes demais, criando aversão aos que poderiam nos prejudicar de alguma forma.
Mas nem todos os poluentes podem ser detectados neste sistema sofisticado e estes possuem uma capacidade intrínseca de influenciar positiva ou negativamente nossa saúde. De fato, pesquisas têm demonstrado que a qualidade do ar pode ser bastante pobre e até preocupante em muitos ambientes fechados, onde passamos cerca de 90% da nossa vida. Geralmente isso é causado por uma ventilação inadequada do espaço, poluição externa, contaminantes biológicos mas, principalmente, contaminantes químicos de fontes internas. Ou seja, dos materiais de construção utilizados no espaço. Há alguns produtos que devem ser evitados, sempre que possível.
Tem algo muito errado quando as ruas mais bonitas do Brasil seriam proibidas de serem construídas hoje em dia. Isso mesmo, a quase totalidade dos Planos Diretores brasileiros proíbe qualquer um de nós de construir casas e prédios com as características que fizeram essas ruas serem eleitas as mais bonitas do Brasil.
O Thermal Energy Center na sede da Microsoft em Redmond, Washington, alimenta o campus quase inteiramente por meio de eletricidade fornecida por trocas de energia geotérmica. O projeto funciona como um programa piloto para a Calculadora de Carbono Incorporado na Construção (EC3), um banco de dados gratuito de EPDs de construção e calculadora de impacto de construção correspondente.
A crescente demanda dos consumidores por transparência — especialmente em torno da sustentabilidade e das práticas ambientais — traz implicações para as indústrias, desde vestuário até produtos de saúde. A Mars Inc. lançou recentemente um mapa de abastecimento de cacau para combater o desmatamento e aumentar a responsabilidade da empresa. Além disso, o Índice de Transparência da Moda incentiva as empresas de vestuário a serem mais transparentes sobre seus esforços sociais e ambientais.
Agora é hora da indústria da construção civil, caracterizada pela falta de informações sobre os materiais e práticas utilizadas na construção e durante todo o ciclo de vida de um edifício, recuperar o atraso. O custo da ausência de ação é muito alto para ser ignorado. Isso porque os edifícios respondem por 39% do total das emissões globais de carbono. Tradicionalmente, maior parte dos esforços de redução de carbono na construção civil se concentra no uso operacional de carbono — o uso diário de energia de um edifício responde por cerca de 28% das emissões. Os 11% restantes vêm do que é frequentemente ignorado: o carbono incorporado.
https://www.archdaily.com.br/br/976266/estrategias-para-reduzir-o-carbono-incorporado-no-ambiente-construidoPeter Alspach, Margaret Montgomery
Os impactos da mudança climática causada por seres humanos já provocaram perdas e danos para pessoas e ecossistemas. Esses impactos são mais graves entre populações urbanas marginalizadas, como os moradores de favelas. Nas regiões mais vulneráveis, o número de mortes por secas, enchentes e tempestades foi 15 vezes maior na última década do que nas regiões menos vulneráveis.
O ensino de arquitetura não trata apenas de aprender como projetar e construir edifícios, mas oferece uma perspectiva totalmente nova sobre nosso ambiente construído e sobre como o projeto pode contribuir para criar espaços e experiências de qualidade. Além disso, parte do conhecimento em arquitetura pode ser utilizada como um recurso para criar outras configurações espaciais além do edifício tradicional, abrindo um mundo diversificado de possibilidades em termos de espacialidade e materiais.
A relação da humanidade com os insetos é antiga e complexa. Enquanto eles podem disseminar doenças e arrasar plantações, também são vitais para nossa sobrevivência no Planeta Terra, como polinizadores e recicladores. Edward Osborne Wilson, importante biólogo norte-americano, afirmou, em um de seus artigos, que “se os insetos desaparecessem, quase todas as plantas com flores e as teias alimentares que elas sustentam desapareceriam. Essa perda, por sua vez, causaria a extinção de répteis, anfíbios, aves e mamíferos: na verdade, quase toda a vida animal terrestre. O desaparecimento de insetos também acabaria com a rápida decomposição da matéria orgânica e, assim, interromperia a ciclagem de nutrientes. Os humanos seriam incapazes de sobreviver.”
Sobretudo com as abelhas a opinião pública tem mudado nos últimos anos e sua importância para a produção de alimentos tem acendido alertas sobre o uso indiscriminado de venenos e agrotóxicos pelo mundo. Mas diferente da natureza, com meandros e inúmeras possibilidades de locais para repouso, nossas cidades e edifícios modernos geralmente não criam bons locais para receber os insetos, e mesmo pássaros ou outros animais. A empresa inglesa Green&Blue tem trabalhado nisso e criado refúgios para incorporar a natureza às nossas edificações. Conversamos com eles para entender sobre estes produtos.